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Futebol piauiense segue ameaçado de punição severa

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Antes da eleição para a diretoria da Federação de Futebol do Piauí comentamos várias vezes que a disputa poderia ter consequências graves para o nosso Estado.  Em nenhum momento elogiamos a administração Lula Ferreira. Apenas mostramos que o péssimo desempenho do futebol piauiense não poderia ser atribuido exclusivamente ao presidente da Federação, contra quem foram feitas campanhas mentirosas e ridículas.

Mostramos que a Federação não é responsável pelo que acontece nos clubes, cujos dirigentes não cumprem com os seus deveres e ficam transferindo responsabilidades por seus fracassos. Foram eles que arrasaram patrimônios de extraordinário valor e gastaram somas preciosas em dinheiro contratando jogadores e técnicos de maneira a deixar dúvidas sobre suas intenções, ao mesmo tempo em que desprezavam os valores locais.

O River chegou a anunciar a saída do Campeonato Piauiense de 2010 em sinal de protesto contra Lula na Federação. Dias depois contratou dois times de maus jogadores e alguns técnicos, para fracassar na competição. E na hora da disputa Lula x Cesarino Oliveira, em quem votou o River ? Federação e clubes cometem as mesmas irregularidades.

Para mudar a administração da Federação de Futebol do Piauí ( e qualquer outra ) basta que os clubes compareçam à Assembleia Geral e votem no candidato de sua preferência. É simples. É chegar e votar. Sabendo da anarquia administrativa que impera no futebol piauiense, afirmamos que poderia haver intervenção no futebol do Estado e uma eleição ficaria para outra oportunidade.Afinal, todos os clubes (os eleitores) estavam em situação irregular, afrontando a legislação esportiva vigente.

Veio a eleição e antes dela ouvi algumas vezes a pergunta : "quem ganha, Dídimo de Castro". Conhecendo a história de outras eleições e da situação vigente no futebol do Piauí, fui respondendo: ganha quem pagar mais. Isso mesmo.Não são todos, mas alguns vendem o voto e decidem a parada.

Lula ganhou por um voto de vantagem. O que teria faltado para os clubes que "clamavam por mudanças na Federação" votassem em Cesarino e resolvessem tudo ?

Proclamada a vitória de Lula Ferreira com apenas um voto de diferença, a chamada oposição foi à justiça comum em busca de uma liminar, alegando que a Federação deve ao INSS e não publicou os balanços dos últimos dois anos. E os clubes(os eleitores) cumpriram com essas obrigações ?

Com a ordem judicial, Cesarino assumiu o comando da Federação e a CBF não se pronunciou a respeito.Simplesmente "deu o calado como resposta" às tentativas de um diálogo da parte de Cesarino Oliveira. A primeira manifestação contrária veio da Federação do Rio de Janeiro ao recusar conceder a transferência de um jogador para o Barras, alegando que "desconheço a diretoria da Federação do Piauí".

Teria sido uma posição isolada ou uma posição que se estenderia pelas demais entidades estaduais ? Ou ainda seria o cumprimento da uma orientação da CBF ? É só analisar os fatos para tirar conclusões.



Agora vamos entrar no momento decisivo. Cesarino Oliveira (foto) será aceito na próxima Asembleia da CBF e a entidade vai aprovar as transferências de dezenas de jogadores de outras federações para os clubes do Piauí ? Se a resposta for negativa, como teremos Campeonato Piauiense em 2011 sem as transferências, sem os registros profissionais.

Comentamos esse assunto na quinta-feira(17) no Albertão. No dia seguinte o jornalista Elivaldo Barbosa, no Jornal do Piauí, com Amadeu Campos, disse que Ricardo Teixeira teria afirmado em Brasília para piauienses que "o Piauí está fora do futebol profissional".

A CBF sabe que todas as federações poderão mudar seus presidentes através de liminares, com base no que aconteceu no Piauí. E se a moda pega, até o próprio Presidente da CBF fica com o seu mandato ameaçado.

A estrutura administrativa montada no futebol brasileiro e mundial é forte. A atitude até simples de um clube como não cumprir um contrato com um profissional, poderá levar esse clube a sofrer punições pesadas.

Estamos diante de um grande impasse e se não houver uma solução imediata, as consequências serão graves para as pessoas que trabalham no meio esportivo.  Para os dirigentes tudo continuará em "céu de brigadeiro".

Para nós, verdadeiros esportistas, não importa quem seja Presidente da Federação e sim que ele realize um belo trabalho para o futebol piauiense.


Dídimo de Castro
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