A economia do Piauí é dependente do setor Público. Foi o que alertou o supervisor de informações do IBGE no Estado, Pedro Soares. 

“Segundo os dados do PIB 2009, 28,68% da economia do Estado é sustentada pelo setor público. Isso é preocupante porque mostra uma realidade de dependência com um setor que não é produtivo, por isso, vulnerável”, disse o gestor.

A análise reflete sobre a existência de um círculo vicioso de risco que se instalou no Piauí. O segundo setor com maior destaque, segundo os dados coletados e analisados, foi o do comércio que mostra ligação muito próxima ao setor público.

“É nítido! Quando o governo ou prefeituras atrasam o pagamento da folha por qualquer motivo percebemos queixas dos comerciantes. Juntos, setor público e comércio respondem por mais de 70% da economia estadual”, explica Pedro Soares.

O supervisor do IBGE comparou o Piauí em outros Estados e destacou que em cenários onde reinam a industrialização, como São Paulo e Rio de Janeiro, a economia se mostra mais dinâmica e mais propícia a sobrevivência.

“Na região Sudeste temos realidades onde a indústria responde por 35% da economia de unidades da federação. Percebemos uma dinâmica de auto-sustentação”, analisou o representante do IBGE.

Nesse contexto, se destacam as políticas públicas econômicas dos gestores piauienses que optaram por garantir, ao longo dos anos, o pagamento dos servidores e a realização de mais concursos públicos.   

“Os picos de venda do comércio no Piauí são quando o Estado e as prefeituras pagam. É ai quando o comércio vende”, explicou Pedro Soares.

O PIB 2009 do Piauí apresentou valorização de 6,2% em comparação com 2008. No ano, foram acumuladas riquezas no valor de R$ 19.031 bilhões. Esse resultado deixou o Estado na 23ª posição nacional em desempenho dentre as unidades da federação.

O resultado do PIB piauiense foi divulgado nesta quarta-feira (23) e é resultado de pesquisa e análise realizada pela Fundação Cepro em parceria com IBGE.