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Coluna 17/11/23

Quem é o super-secretário de Rafael Fonteles?

Com quase um ano de Governo, é possível dizer que não há um “super-secretário” na gestão Rafael Fonteles: o eixo do poder é o governador. Mesmo entre os adversários, as poucas críticas (por exemplo, sobre as viagens) se entrecortam com as falas de respeito ao modo como o petista tem conduzido sua gestão, especialmente porque Rafael demonstrou um modo distinto de governar em comparação a Wellington Dias, seu antecessor. Além disso, os números de aprovação perante a opinião pública são localizados em levantamentos feitos também pela oposição, ponto inconteste. Claro, há secretários com protagonismo, caso inegável de Chico Lucas na robusta Segurança Pública, ou Washington Bandeira na importante Educação, ou do hábil Marcelo Nolleto na sempre espinhosa pasta de Governo. Mas quem arbitra as disputas e modula as forças, no final, é mesmo Rafael.

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Cada um do seu jeito

O que sempre se falou nas rodinhas de política a respeito de Wellington Dias é que era impossível desgostar do senador. O jeito com tom de voz sempre humilde, de bom trato e olho no olho. “A gente podia até sair com as mãos abanando do Karnak, mas saímos com um sorriso no rosto”, brincou um aliado das antigas à coluna. O estilo Rafael, reza em outra cartilha: “Inteligente, objetivo e cumpre o combinado. Todo mundo quer mais, é verdade, mas é o que é e ele é claro”, resumiu um político que se aproximou do Governo nos últimos tempos. Se há brigas de egos e disputas por poder no Governo - e onde há política, elas existem - quase nada vem à tona com relevo, pois a gravidade chama os corpos de maior peso para si. O centro de autoridade segue sendo o próprio Rafael.

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Mais que amigos, friends

O jornalista Luiz Weber dizia que a política opera no mercado futuro. Quem alertava: “Não convide Pessoinha e Jeová para a mesma mesa”, precisa atualizar o disco. Uma abelhinha enviada pela coluna soube que o superintendente da Saad Sul e o presidente da Eturb tiveram um almoço de pratos limpos e cartas na mesa na última sexta-feira, por iniciativa de Pessoinha. Ambos andavam meio afastados, é verdade, mas resolveram afinar os discursos, a governança e a paz. Discutiram ações conjuntas de asfaltamento (claro!) e, de sobremesa, formação de chapa - ambos concordam com a teoria do “chapão” do Republicanos Palácio da Cidade (volte uma coluna para entender). Nova fase!

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Assusta

Qualquer governo é como cobra venenosa: continua provocando medo até mesmo quando está morta - já dizia o ex-senador Nel Suassuna sobre o “poder da caneta”. O fato é que 90% dos secretários e vereadores querem que saia o chapão do Republicanos na disputa proporcional em 2024 em Teresina. Mesmo que não admitam (e não vão admitir), consideram diversos cenários possíveis para o segundo turno.

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Eu decido quem apoiar

Sendo assim, caso o prefeito Dr.Pessoa não esteja no segundo turno, aliados admitem que o fato dele conseguir eleger de nove a dez vereadores em seu próprio partido o fará o fiel da balança para o candidato do governo e da oposição - essa é a lógica de concentrar os votos em uma chapa só e não em dois ou três partidos. Estamos falando de uma chapa de vereadores que chegue aos 100 mil votos. Para estar no segundo turno na capital, precisa ter 140 mil votos, mais ou menos. Simples assim: o chapão é a bola da vez no Palácio da Cidade.

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Jeová doou, Enzo cancelou

Os desocupados que costumam olhar com uma lupa os Diários Oficiais, não deixam uma passar batido. Encontraram um ato do presidente da Câmara de Teresina, Enzo Samuel, anulando a doação de um veículo SW4 para a Prefeitura de Teresina. Segundo apurado pela coluna, a questão não é política, antes que os mexeriqueiros de plantão encontrem pelo em ovo. Havia um acordo de que o veículo teria sua posse transferida da CMT para a PMT, o que não ocorreu. As multas começaram a chegar no endereço da Câmara e própria Procuradoria do Legislativo orientou assim. Ah, o pessoal aproveitou e quer saber que fim vai ter um ônibus que também foi cedido de um Poder para o outro? A coluna, como sempre, só faz as perguntas...

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Voam penas de tucano

Segue intensa a disputa pelo PSDB e tudo o que a sigla significa em Teresina - o número 45, acoplado à imagem do ex-prefeito Firmino Filho, ainda considerado o maior líder da capital, como apontam várias pesquisas quanti e qualitativas encomendadas por diversos partidos ao longo do ano. Os aliados de Luciano Nunes mantêm contato direto com a direção nacional de um lado. Do outro, Sílvio Mendes e a inegável força do senador Ciro Nogueira em Brasília, trabalham para manter a legenda no rol da oposição, mas sem espaço na chapa majoritária. O PSDB nacional, por sua vez, como qualquer sigla que almeja a própria sobrevivência, deseja candidatura própria e competitiva, e tem sinalizado para Luciano manter seu nome na disputa - o que ele tem feito. Esse é o panorama. 

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Ilustre leitor

Vamos lá: radialista, suplente de vereador, formador de chapa e secretário executivo da Secretaria Municipal de Comunicação Social de Teresina. As funções são muitas, o homem é multi-tarefas e atende por Sérgio Bandeira. Filho do ex-vereador Ricardo Bandeira, Sérgio esteve sempre muito próximo ao ex-prefeito Firmino Filho e costuma ter votações expressivas em Teresina. Agora, é um dos discretos, mas atuantes formadores de chapa no grupo do Palácio da Cidade. Com um emaranhado de conflitos de interesse de dezenas de candidatos, a missão é árdua, mas Sérgio, que também tem trabalho nas igrejas evangélicas, consegue navegar com tranquilidade em mar revolto. Entre uma coisa e outra, lê a coluna no carro, quando consegue. A imagem não mente:

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Se conselho fosse bom

Não corrija as pessoas que lhe subestimam.  Como você não deve absolutamente nada a ninguém, a melhor resposta é apenas uma: vencer. As pessoas sempre vão falar daqueles que são diferentes e se ninguém tiver visto alguém como você antes, o estranhamento será natural. Os espaços existem para serem ocupados. Uma sólida confiança em si mesmo não significa ser um fanfarrão, caçador de aplauso, uma formiguinha atrás de migalhas de atenção e sim um realizador: alguém que entrega uma visão única. Satisfeito em fazer, deixe que os outros comentem por você.

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Para ler, ver e ouvir

Aparentemente caíram alguns grãos de areia no olho da colunista ao final do filme “Nyad” (Netflix), que conta a história de Diana Nyad (Annette Bening). Ela nadou de Cuba até a Flórida, detalhe: aos 64 anos. Em sua quinta tentativa, que durou mais de 52 horas nadando em mar aberto, o filme entrecorta o presente com fatos da vida real de Nyad, o abandono paterno, o abuso por um treinador e a personalidade vaidosa e grandiosa. Sem cair nos clichês motivacionais do gênero, mas motivando mesmo assim, o filme vai além da mensagem sobre não haver idade para irmos em busca dos nossos sonhos: ele fala sobre persistência e amizade, que é o maior dos amores - com destaque para a atuação da sempre magistral Jodie Foster.

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Cifrada da décima sexta vez

O que dizer de um forte secretário que já pediu demissão, apenas esse ano, pelo menos 15 vezes? “Ele realmente tinha motivo nas outras 14 vezes, mas dessa última, não”, ponderou, de modo inusitado, um outro político de alta esfera ao ser questionado pela colunista quantas vezes era necessário pedir para sair até que conseguisse o nome no Diário Oficial, na parte de exonerados. Segundo consta, o gestor sofria com perseguições de outros dois pesados secretários que sufocavam as ações da tal secretaria. “É preciso preparar o psicológico para aguentar as crises”, aconselhou o político sobre qual seria a solução para resolver a permanência do gestor na pasta. Essa secretaria, não custa lembrar, é sempre bastante cobiçada pela turma da política raiz. Se pedir pela décima sexta vez, pode ser que a exoneração saia? Vai que…

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Foto do dia

Liderança conhecida na capital e possivelmente disputando pela Rede Sustentabilidade uma cadeira de vereador em Teresina, Pantikão organizou um almoço para o deputado federal Castro Neto (PSD) na capital. No registro, junto à família e ao diretor administrativo do Hospital Getúlio Vargas, Anderson Oliveira. Além de Castro Neto, Pantikão segue apoiando e recebendo o apoio do deputado estadual Severo Eulálio, também do MDB. O fato de estar trabalhando uma chapa na Rede mostra também que mesmo ligado aos parlamentares do MDB, a estratégia proporcional é outra. Assim como Pantikão, outras lideranças de segmentos populares têm buscado se viabilizar por partidos menores onde há maior chance de eleição com menos votos. Esse é o xadrez de Teresina.

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A frase para pensar

“É para despachar ao deserto e, quando pedir água, dar a ele uma anchova com sal”, Néstor Kirchner (1950-2010), ex-presidente da Argentina, acerca de como tratar um adversário político.

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