Cidadeverde.com

Piauí ultrapassa 17 mil casos do coronavírus; internações crescem 72% no mês de junho

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

Atualizada às 19h59

O Piauí ultrapassou a marca de 17 mil casos confirmados do novo coronavírus. O crescimento é acompanhado do aumento no número de internações, que subiu 72% do início do mês até esta quarta-feira (24), de acordo com levantamento do Cidadeverde.com com base nos dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi). 

Foram 853 novos casos, totalizando 17.080 no acumulado desde março. Nas últimas 24 horas, mais 12 mortes foram confirmadas, e o total chegou a 546.

No dia 1º de julho, o número de pacientes internados em leitos para tratamento de covid era 499. Nesta quarta-feira, chegou a 859. Foram 25 altas médicas nas últimas 24 horas contra 60 internações.  

São 532 pacientes em leitos clínicos, 20 em estabilização e 309 em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), o maior número registrado desde maio. A ocupação em UTIs chegou a 73,4%.  

Somados terapia intensiva e estabilização, leitos que usam respiradores, a ocupação é de 67,56%. 

 

Casos confirmados
Teresina (6.618), Parnaíba (2.262), Campo Maior (580) e Barras (488) são os municípios com maior número de casos. Na sequência aparece Picos (474), que lidera no sul do estado. 

Currais e Miguel Leão registraram seus primeiros casos. São 199 municípios no mapa da covid-19 no Piauí e outros 25 sem casos confirmados. 

Mortes confirmadas
Das 12 mortes confirmadas nesta quarta-feira, seis foram em Teresina: quatro homens (31, 49, 92 e 99 anos) e duas mulheres (85 e 99 anos). São 307 óbitos na capital. 

Parnaíba chegou a 53 mortes com três novos registros nesta quarta-feira: um homem (60 anos) e duas mulheres (73 e 78 anos).

Foi confirmado o oitavo óbito de Picos: um homem de 62 anos. 

Também foi registrado o segundo óbito de Nazária (mulher, 50 anos) e a segunda morte de paciente de Marcolândia (mulher, 70 anos).

São 74 municípios com vidas perdidas por conta da covid-19 desde março. A maioria das mortes é do sexo masculino (324).

 

Fábio Lima
[email protected]

Auxílio Emergencial compensou boa parte da perda de renda, aponta Ipea

O valor médio do Auxílio Emergencial (AE) concedido em meio à pandemia do novo coronavírus foi capaz de compensar boa parte da perda de potencial de renda das famílias brasileiras. Na média, o auxílio representou um acréscimo médio de R$ 846,50 aos domicílios do País. O efeito mais significativo aconteceu em estados do Norte e Nordeste.

A conclusão é de estudo conduzido pelo Ipea e divulgado nesta quarta-feira, 24. A pesquisa se baseou em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid-19, do IBGE, e considerou quatro semanas do mês de maio.

Segundo a pesquisa, o valor repassado pelo governo correspondeu a 44,6% do rendimento médio dos ocupados, a 77,5% do rendimento médio dos trabalhadores por conta própria, e foi 21,2% superior ao rendimento médio do trabalhador doméstico. "Levando-se em conta que as duas últimas categorias estariam entre as principais populações-alvo do programa, o valor fornecido revelou-se capaz de compensar grande parte da perda potencial de renda domiciliar causada pela pandemia da Covid-19", considerou o Ipea.

De acordo com o levantamento, o Auxílio Emergencial se mostrou ainda mais significativo nas regiões Norte e Nordeste, onde o valor médio repassado foi maior se comparado ao restante do País

"Na região Norte, o AE médio (R$ 936,16) foi 17% maior que a média recebida pelos trabalhadores por conta própria (R$ 801,46) Em relação ao trabalho doméstico (R$ 616,73), o auxílio foi 52% maior. No Nordeste, as comparações mostram que o auxílio médio recebido (R$ 907,37) foi 46% maior que os rendimentos dos trabalhadores por conta própria (R$ 616,60) e 87% maior que os rendimentos dos empregados domésticos (R$ 485,76)", pontuam os pesquisadores.

O estudo apontou que 26,3 milhões de domicílios - o que representa 38,7% dos 68 milhões de domicílios brasileiros - tiveram acesso ao benefício. Desse total, 82% possuíam renda domiciliar per capita de até R$ 832,65, ou seja, inferior à media do auxílio obtido.

Por Marcio Dolzan
Estadão Conteúdo

Dólar tem maior alta em três meses com aceleração de casos de covid

Foto: Willian Moreira/Futura Press/Folhapress

 

O dólar teve a maior alta em três meses, em meio ao noticiário negativo no exterior, que potencializou um movimento de realização de lucros após três dias seguidos de quedas. Renovadas preocupações com o crescimento de casos de coronavírus nos Estados Unidos, após a Flórida anunciar recorde de infecções, aumento da tensão comercial, agora entre a Casa Branca e a Europa, e a piora das projeções de crescimento mundial pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) provocaram um movimento internacional de fuga de ativos de risco e busca de proteção na moeda americana.

O real teve nesta quarta-feira, 24, o pior desempenho mundial ante o dólar em uma cesta de 34 divisas mais líquidas. A moeda dos EUA subiu 1,58% no México e 1% na África do Sul. Perante divisas fortes, avançou 0,50%.

No mercado à vista, o dólar subiu 3,33%, e fechou em R$ 5,3231. Foi a maior alta porcentual desde 18 de março, quando subiu 3,74%, dia de forte nervosismo no mercado por conta dos temores com a pandemia de coronavírus, obrigando o Banco Central a fazer quatro leilões. Hoje o BC não fez leilão extraordinários, mantendo apenas as rolagens.

"Os casos de covid-19 estão crescendo rapidamente em muitos estados americanos", afirmam os estrategistas do Wells Fargo nesta quarta-feira. No Texas, por exemplo, a rede hospitalar está perto do limite, enquanto a Flórida anunciou hoje novo recorde diário de casos, observa o banco. "No geral, o aumento de novos casos representa uma ameaça à recuperação da atividade dos EUA e mundial."

Hoje o FMI reduziu a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da economia mundial para 4,9%. O Brasil deve ter desempenho bem pior, com contração de 9,1%.

Na avaliação do gestor da Canvas Capital, Eduardo Bodra, a elevada volatilidade do câmbio, com subidas fortes e quedas também fortes a cada dia, se deve muito a um rearranjo dos fundamentos da economia brasileira, por conta da queda dos juros para mínimas históricas. Empresas deixaram de emitir no exterior, brasileiros passaram a remeter recursos para fora em busca de retorno e o dinheiro externo que antes vinha lucrar com a rentabilidade, as chamadas operações de carry trade, já não vem mais, disse durante evento pela internet do BTG Pactual com gestores.

Para Bodra, se tiver "alguma segurança" de que o Brasil não vai virar algo desgovernado e a agenda econômica não vai mudar, existe chance de o real ganhar um pouco de força, assim como a curva de juros a termo ficar menos inclinada. A piora maior do real que outras moedas emergentes é reflexo da redução do diferencial de juros, mas se deve também ao receio da continuidade das políticas econômicas, ressaltou ele.

Por Altamiro Silva Junior
Estadão Conteúdo

Piauiense produz cordel sobre São João e viraliza nas redes sociais

“Não tem perdão para o ladrão do São João” intitula o cordel criado pelo piauiense Rômulo Maia que viralizou nas redes sociais. Gravado em vídeo, o texto típico da literatura nordestina celebra o período junino lamentando a impossibilidade de reunir familiares, amigos e conterrâneos por conta do isolamento social.

Esse tal coronavírus
Bagunçou nossas rotinas
E além dos beijos e abraços
Nos tirou as festas juninas.
Não haverá quadrilha,
Dançar forró é armadilha,
Ninguém pode se aproximar,
É preciso cuidado,
Eu sei que dá enfado,
Mas teremos que esperar.

Ao Cidadeverde.com, Rômulo Maia revelou que a ideia é resistir com poesia ao período de isolamento.

“A ideia do cordel é expor esse sentimento de tristeza, mas de perseverança, tão forte no nordestino. Falar das marcas do mês junino, que são tão fortes, tão enraizadas na nossa formação cultural que essa pandemia não tem força de acabar”.

O vídeo foi gravado no município de Pio IX com professores, estudantes, jornalistas e repentistas que fazem parte da organização dos Folguedos de Pio IX. O evento será transmitido pelo YouTube nesta quarta-feira (24) a partir das 19h com o tema "A magia das noites de São João - Eu daqui e tu daí", celebrando a tradição junina e folclórica da cidade piauiense.

Leia os versos:
 

Tá aqui dentro da gente,
No DNA nordestino,
É parte do nosso todo,
A cultura do mês junino.
Os cheiros e sabores,
Os temperos e amores
Desse tempo especial
Aí vem uma pandemia,
E estraga a alegria
De forma tão radical.

Esse tal coronavírus
Bagunçou nossas rotinas
E além dos beijos e abraços
Nos tirou as festas juninas.
Não haverá quadrilha,
Dançar forró é armadilha,
Ninguém pode se aproximar,
É preciso cuidado,
Eu sei que dá enfado,
Mas teremos que esperar.

Olha coronavírus
Não tem como perdoar,
Como tu ousa vir aqui
E derramar o mucunzá?
Tirar o sabor da paçoca,
O pipocar da pipoca
O grudento do alfinim,
A buchada, o sarapatel,
A maçã melada de mel...
Ah se eu te pego, bichim.

A beleza da meninada
Vestida pra se apresentar
Os passinhos sem compasso 
Jeitim dengoso de dançar
Os bigodes pintados
Os cocó amarrados
Os vestidos multicor
É difícil pensar,
Mas nada disso haverá
Por conta desse temor.

Não haverá xaxado,
Arrastapé, nem baião.
Sanfonas em silêncio
Acordes de lamentação.
Nem forró pé de serra
Ou pé sujo de terra,
Do pisadim arrastado.
O tocador tá sisudo,
O cantor ficou mudo,
Culpa desse vírus abestado.

Já dou por falta do barulho
Das bomba de São João,
Do cheirinho de pólvora,
Se alastrando no salão.
A lenha queimando,
A fogueira esquentando,
A turma em reunião
Mês de junho sem isso
Sem esse rebuliço,
Num é mês de junho não.

A gente na pracinha,
Caçando comida e conversa 
O povo encostando 
O relógio sem pressa.
Tem rima, apresentação,
Pau de sebo, diversão.
Ô Covid da mulesta
Aqui se conta nos dedos
O dia pros Folguedos
E tu estraga nossa festa.

Ah se alguém grita
Lá no meio do salão
“É mentiiiiiiira!”
“Num tem Covid não”
“Alavantu, Anarriê
Passa a dama e balancê”
Mas num tem saída 
Pra seguir em frente
Tem que girar diferente
Na grande roda da vida.

Seguiremos aqui,
Mascarados a esperar.
O Gonzagão que há em nós,
Vírus nenhum há de calar.
No peito tem fogueira,
Um calor de primeira
Que nunca se acaba.
No braseiro do coração 
Arde forte essa paixão
Pode vir 10 mil praga.

Não tem bandeirinha,
Mas tem o luar do sertão.
A cruviana de noitinha 
Soprando sua canção.
Se não faltar sorte
Tem um trio de caçote
Tocando desafinado,
Seguido da passarada
Logo na alvorada:
É o forró assobiado.

O São João é dentro da gente
E ao redor de nós tudim.
Tá no mundo todo
Tradição que não tem fim.
No matuto moderno
De gibão ou de terno
Sai até no respirar
É da nossa natureza
E tem tanta dureza
Que vírus nenhum há de quebrar.

Agora eu digo a vocês 
E é cheio de rancor 
Que a peste desse Covid 
Esse espalhador de horror
É persona non grata
É visita ingrata 
Não merece compaixão 
Não tem como desculpar 
Quem ousou roubar 
A alegria do nosso São João

 

Valmir Macêdo
[email protected]

Firmino Filho condiciona reabertura para o dia 7 de julho a lockdown mais rígido

Para uma retomada gradual das atividades em Teresina, o prefeito Firmino Filho (PSDB) condicionou a flexibilização a um lockdown mais rígido por, no mínimo oito dias, para conter a disseminação do vírus. 

Firmino falou sobre o assunto durante videoconferência na manhã desta quarta-feira (24) e explicou melhor no início da tarde de hoje. 

“Temos defendido o lockdown já há algum tempo para melhorar outros critérios necessários para a reabertura, como a taxa de internação e de mortalidade pela Covid, que ainda preocupam”, explica, ressaltando que também é essencial que tanto o município quanto o Estado possam concluir os investimentos nos hospitais de campanha instalados na capital para garantir mais leitos de UTI e de enfermarias. 

“Precisamos desse esforço final para ultrapassar essa fase de crescimento da doença. Ampliamos nossa capacidade de responder à crise, mas é muito importante que haja um pacto coletivo entre instituições e a sociedade para reforçar as medidas de isolamento social”.

Com o lockdown de uma semana, o prefeito acredita que a cidade pode iniciar a retomada das atividades econômicas a partir do próximo dia 7 de julho. 

Segundo o prefeito, a estabilidade da taxa de contágio, o chamado R-0 (R-zero) também é um indício de que a cidade já atingiu o pico da doença e pode começar a planejar sua reabertura a partir do próximo mês. 

Firmino ressaltou que vem discutindo o fechamento da cidade, ou lockdown, com o governo do Estado, Ministério Público Estadual, Ministério Público do Trabalho, além dos setores produtivos da cidade, como comércio e indústria, e representantes de entidades sindicais e dos trabalhadores. 

“Tudo deve ser feito de forma coordenada, em fases e com forte engajamento da população”, disse.

Em entrevista ao jornal do Piauí hoje, o governador Wellington Dias se mostrou resistente a decretação de lockdown, mas disse que irá analisar. Wellington Dias defendeu medidas mais duras como a lei seca. 


Flash Yala Sena
[email protected]

Maratonas de Nova York e Berlim são canceladas devido ao coronavírus

Depois da de Boston, as maratonas de Nova York e de Berlim foram canceladas devido à pandemia do novo coronavírus. As duas provas fazem parte das Majors -circuito mundial com as seis principais competições da modalidade.

Tradicionalmente realizada no primeiro domingo de novembro, a competição americana, uma das maiores e mais globais, com atletas de 150 países, chegaria neste ano a sua 50ª edição.

Autoridades da metrópole americana e os organizadores, a New York Road Runners, decidiram pelo cancelamento por considerarem arriscado manter a realização da maratona, que atrai cerca de 50 mil corredores e reúne 10 mil voluntários.

A organização informou, em seu site, que os inscritos para a prova poderão pedir o reembolso da taxa de inscrição, usar o valor para participar das edições de 2021, 2022 ou 2023 ou doar aos programas comunitários realizados pela New York Road Runnners.

Já a prova europeia ficou famosa por seu circuito rápido, com vários recordes recentes tendo sido quebrados lá. Em seu Instagram, os realizadores da maratona afirmam que, "por mais que tenham tentado, não é mais possível organizar" a edição deste ano.

Os inscritos poderão garantir sua participação na competição do próximo ano ou obter o reembolso. O valor de serviços adicionais contratados será devolvido ao atleta independentemente da opção escolhida.

CORONAVÍRUS NO MUNDO
Ainda que a taxa de infecções venha caindo na região de Nova York, especialistas em saúde pública afirmam que grandes eventos, em especial aqueles que levam a aglomerações, continuarão sendo arriscados até que haja uma vacina contra a Covid-19, segundo o New York Times.

A decisão do cancelamento da prova vem após a Casa Branca ter anunciado, no fim de semana, que se prepara para uma nova onda de infecções no outono do hemisfério norte, primavera no Brasil. O vírus tem ganhado terreno no país, que é recordista em contágio e mortes, com um aumento de 15% nos casos nas duas últimas semanas.

A região de Nova York, porém, tem mostrado uma estabilidade nos registros diários, mostra levantamento do New York Times. Os EUA somam mais de 2,3 milhões de casos e 121 mil mortes, segundo a Universidade Johns Hopkins.

Na Europa, a Alemanha, além de Grécia e Bélgica, precisaram retomar restrições parciais devido a novos surtos após o desconfinamento.

Algumas dessas medidas foram mais duras, e uma nova quarentena foi imposta após um surto que começou na semana passada em um frigorífico em Gütersloh, no estado da Renânia do Norte-Vestfália, o mais populoso do país.

Mais de 1.500 dos 7.000 funcionários do frigorífico tiveram teste positivo para a Covid-19, no que o primeiro-ministro da região, Armin Laschet, chamou de o "maior surto" dessa epidemia no país. Todos os funcionários do frigorífico foram colocados em isolamento.

Além do distrito de Gütersloh, as novas restrições vão atingir parte do distrito vizinho, de Warendorf, afetando cerca de 370 mil pessoas. Apenas pessoas de uma mesma família ou no máximo duas de famílias diferentes podem se encontrar em público.

SOBRE AS PROVAS
A Maratona de Nova York é a mais global das Majors -circuito mundial com as seis principais competições da modalidade. Participam 50 mil atletas de quase 150 países.

A prova não é, no entanto, tradicional nos recordes -a cidade americana não vê um desde a década de 1980. As condições meteorológicas até são boas em meio ao outono no hemisfério norte, com umidade do ar agradável e temperaturas entre amenas e frias, mas a altimetria não colabora.

O Brasil já teve seu destaque na prova. Em 2006, Marilson Gomes dos Santos surpreendeu e venceu a maratona, feito repetido em 2008. Em 2019, ele passa a integrar o Hall da Fama da NYRR (Corredores de Rua de Nova York, na sigla em inglês).

A prova de Berlim é conhecida como a maratona dos recordes. Desde sua primeira edição, em 1974, 11 recordes já foram quebrados lá, sendo 8 no masculino e 3 no feminino. Dos 10 melhores tempos conquistados por homens, 6 foram alcançados na capital alemã -os outros 4, em Londres. A melhor marca atual, 2h01min39seg, foi conquistada no ano passado pelo queniano Eliud Kipchoge, em Berlim.

Já entre as mulheres, apenas 1 dos 10 melhores tempos está na lista berlinense -o 8º. No ano passado, a queniana Gladys Cherono completou o percurso em 2h18min11seg.

PATRICIA PAMPLONA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Redução de anticorpos contra a Covid-19 pode ocorrer em até três meses, diz estudo

Pessoas que tiveram Covid-19, com ou sem sintomas, apresentam queda nos níveis de anticorpos contra a doença entre dois e três meses após a infecção, aponta uma pesquisa publicada na última semana na revista científica Nature Medicine.

O estudo conduzido na China analisou 37 pessoas assintomáticas e 37 com sintomas moderados. Todas tiveram a infecção confirmada com o teste RT-PCR, considerado padrão-ouro para a detecção da doença.

Os pacientes foram analisados até oito semanas após deixaram o hospital. Segundo os pesquisadores, a maioria teve redução de anticorpos IgG, que indicam que a infecção ocorreu há mais tempo, podem durar bastante no sangue e, por isso, são considerados um bom marcador de imunidade.

Além disso, os anticorpos IgG estavam abaixo do nível detectável em 40% dos voluntários assintomáticos e em 13% dos sintomáticos.

A redução dos níveis de anticorpos pode ter implicações nas estratégias de imunidade e nas pesquisas sorológicas que vêm sendo conduzidas.

"Os dados indicam os riscos do uso de passaportes de imunidade para a Covid-19 e dão suporte à continuidade de medidas de intervenção de saúde, incluindo distanciamento social", afirmam os autores da pesquisa.

Em abril, a OMS disse que os chamados "passaportes de imunidade" não devem ser usados como estratégia para flexibilizar as quarentenas contra o coronavírus. O documento divulgado na época, que reviu 20 estudos científicos, disse que "não há evidências de que as pessoas que se recuperaram de Covid-19 (doença provicada pelo coronavírus) e tenham anticorpos estejam protegidas contra uma segunda infecção".

O risco é que pessoas com resultado positivo no teste passem a ignorar conselhos de saúde público, por se considerarem imunes a uma segunda infecção.

De acordo com o infectologista Leonardo Weissmann, consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), o estudo ainda não traz respostas definitivas, mas levanta pontos sobre uma possível segunda onda da pandemia a partir de reinfecções.

"O estudo sugere que não dá para confiar numa imunidade duradoura", afirma Weissmann.

Os pesquisadores também analisaram as tomografias computadorizadas dos pacientes assintomáticos. Pacientes com Covid-19 grave costumam apresentar um padrão de vidro-fosco em suas tomografias pulmonares. Nas pessoas assintomáticas que participaram do estudo, 16 (pouco mais de 40%) não apresentaram quaisquer traços anormais.

O ponto mais importante do estudo, segundo Weissmann, é que mesmo as pessoas que já tiveram Covid-19 precisam continuar com as medidas preventivas, como evitar aglomerações, usar máscaras e higienizar as mãos.

De toda forma, são necessários estudos mais amplos para se ter conclusões mais sólidas sobre a imunidade relacionada ao Sars-CoV-2.

PHILLIPPE WATANABE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

 

Teresina deve retornar atividades a partir do dia 07 de julho, diz Washington Bonfim

A reabertura das atividades em Teresina deverá ocorrer a partir do dia 07 de julho, informou o professor Washington Bonfim, membro do Comitê Gestor de Medidas para Enfrentamento da Pandemia Coronavírus-COVID-19 da Prefeitura de Teresina, em entrevista ao Jornal do Piauí, nesta quarta-feira (24).

Bonfim relatou que na manhã de hoje ocorreu uma reunião entre os representantes da Prefeitura de Teresina, Governo do Estado, Ministério Público Estadual, Ministério Público do Trabalho e a representação empresarial para discutir a elaboração de um pacto de retomada, que envolve a criação de condições para um lockdown em Teresina e em outras cidades do Estado, além de um monitoramento mais firme. 

"A partir disso ter um retorno a partir do dia 07 de julho. Um retorno por fases e coordenado das atividades econômicas. Portanto, um pacto de retomada com toda a população de Teresina, com toda a sua representação, Ministério Público, Governo do Estado, setores empresariais, trabalhadores, Legislativo e Judiciário, para que a gente possa retornar com segurança no início do próximo mês". 

O professor ressalta que o "lockdown facilitará a tarefa de reabertura no dia 07 (de julho) na medida em que ele garante as condições que a Prefeitura já deixou públicas: de redução do número de casos, redução de número de óbitos,  aumento da disponibilidade de leitos (clínicos, de estabilização e de UTI). Nas duas últimas pesquisas sorológicas apontaram uma redução importante da transmissibilidade do vírus na cidade. Na semana passada estávamos com RO (r-zero) em 0.9, essa semana 1.06, cresceu um pouco, mas cresceu de maneira controlada".

"A ideia do lockdown é justamente para do ponto de vista epidemiológico tenha as condições adequadas para esse retorno. Ele é uma medida a salutar, uma medida importante e que garante a segurança desse retorno".

A cada semana será analisado o índice de transmissibilidade do novo coronavírus para tomada de novas decisões.  "O pacto pela retomada visa evitar algo que está acontecendo em outras cidades, como Curitiba, Belo Horizonte, Florianópolis, Porto Alegre, que é você retomar e depois ter que voltar atrás em razão de um pico novo de casos e pressão sobre o sistema de saúde". 

 

Washington acrescenta que outras medidas são tomadas pela Prefeitura de Teresina: "aumentamos o número de testes, estamos com quase 1.500 testes diários na cidade. Foi feito uma estratégia de rastreamento, inclusive telefônico, daqueles positivados (para a Covid),  ou seja, as condições que nós colocamos estão acontecendo paulatinamente".

"Do ponto de vista técnico, epidemiológico, como o próprio prefeito (Firmino Filho) colocou: ter esse lockdown garante a segurança necessária para esse retorno em fases e de maneira coordenada".
 
Além do setor de construção civil, outras atividades que podem retornar na primeira fase no início de julho, segundo o Bonfim. 

"Já existem conversas com concessionárias de veículos, com o setor da construção civil não necessariamente ligado à indústria, mas ao comércio e varejo; nós temos conversado com o setor varejista de produtos não essenciais. Estamos estudando essas alternativas para que tenhamos uma saída coordenada, definindo tetos operacionais de cada setor". 


Foto/Arquivo Cidadeverde.com

 

Carlienne Carpaso
[email protected] 

Redução de anticorpos contra a Covid-19 pode ocorrer em até três meses, diz estudo

Foto: Ccom

Pessoas que tiveram Covid-19, com ou sem sintomas, apresentam queda nos níveis de anticorpos contra a doença entre dois e três meses após a infecção, aponta uma pesquisa publicada na última semana na revista científica Nature Medicine.

O estudo conduzido na China analisou 37 pessoas assintomáticas e 37 com sintomas moderados. Todas tiveram a infecção confirmada com o teste RT-PCR, considerado padrão-ouro para a detecção da doença.

Os pacientes foram analisados até oito semanas após deixaram o hospital. Segundo os pesquisadores, a maioria teve redução de anticorpos IgG, que indicam que a infecção ocorreu há mais tempo, podem durar bastante no sangue e, por isso, são considerados um bom marcador de imunidade.

Além disso, os anticorpos IgG estavam abaixo do nível detectável em 40% dos voluntários assintomáticos e em 13% dos sintomáticos. A redução dos níveis de anticorpos pode ter implicações nas estratégias de imunidade e nas pesquisas sorológicas que vêm sendo conduzidas.

"Os dados indicam os riscos do uso de passaportes de imunidade para a Covid-19 e dão suporte à continuidade de medidas de intervenção de saúde, incluindo distanciamento social", afirmam os autores da pesquisa.

Em abril, a OMS disse que os chamados "passaportes de imunidade" não devem ser usados como estratégia para flexibilizar as quarentenas contra o coronavírus. O documento divulgado na época, que reviu 20 estudos científicos, disse que "não há evidências de que as pessoas que se recuperaram de Covid-19 (doença provicada pelo coronavírus) e tenham anticorpos estejam protegidas contra uma segunda infecção".

O risco é que pessoas com resultado positivo no teste passem a ignorar conselhos de saúde público, por se considerarem imunes a uma segunda infecção. De acordo com o infectologista Leonardo Weissmann, consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), o estudo ainda não traz respostas definitivas, mas levanta pontos sobre uma possível segunda onda da pandemia a partir de reinfecções.

"O estudo sugere que não dá para confiar numa imunidade duradoura", afirma Weissmann. Os pesquisadores também analisaram as tomografias computadorizadas dos pacientes assintomáticos. Pacientes com Covid-19 grave costumam apresentar um padrão de vidro-fosco em suas tomografias pulmonares. Nas pessoas assintomáticas que participaram do estudo, 16 (pouco mais de 40%) não apresentaram quaisquer traços anormais.

O ponto mais importante do estudo, segundo Weissmann, é que mesmo as pessoas que já tiveram Covid-19 precisam continuar com as medidas preventivas, como evitar aglomerações, usar máscaras e higienizar as mãos.

De toda forma, são necessários estudos mais amplos para se ter conclusões mais sólidas sobre a imunidade relacionada ao Sars-CoV-2.



Fonte: Folhapress 

Governador prevê reabertura de setores em julho e diz que adotará medidas mais duras

O governador Wellington Dias (PT) afirmou nesta quarta-feira (24), em entrevista ao Jornal do Piauí, que analisa, junto com o Comitê de Operações Emergenciais (COE), o retorno de atividades após o dia 6 de julho, quando vence o decreto de isolamento social. Entre os setores citados para a flexibilização estão o comércio varejista, construção civil, indústrias e igrejas. 

A 13 dias do fim do decreto de isolamento atual, o governador se mostrou resistente para decretar lockdown no estado, mas aponta para os próximos dias medidas mais duras, como a lei seca, para garantir a quarentena acima de 50% da população em todo o Piauí.

“A partir do dia 6 de julho nós teremos as condições, nessa contenção, de tratar do comércio varejista, das micro e pequenas  empresas, das médias, poder tratar de setores da indústrias, poder viabilizar as condições vinculadas às igrejas, que também prepararam seus protocolos, deixando um pouquinho mais para frente a parte relacionada à educação. Ou seja, uma saída segura”, afirmou o governo . 

Para reforçar a contenção no combate à transmissão do novo coronavírus, Wellington Dias assinala para os próximos finais de semana novos decretos que proíbem a venda de bebidas alcoólicas e o transporte intermunicipal. “Isso garante que a gente tenha a volta do isolamento, da movimentação superior a 50% e qual o objetivo disso: é parar a transmissão do coronavírus. 

Dias afirma que não insiste no termo “lockdown” por caracterizar um estado de sítio que necessitaria de “forças federais”, a exemplo de outros países que aplicaram a medida com o uso do Exército e até da Marinha.

O governador também avaliou que nas próximas semanas a curva epidemiológica entre em declínio, caso mantido o isolamento social. “A gente viveu um período dramático, entramos agora em uma fase que caminhamos para o chamado período de estabilização, a previsão é que agora a gente possa ter já o início, nos próximos dias, da fase de decrescimento”, avaliou.

Wellington Dias destacou que o Piauí está em um “momento de esperança”, resultado da política de isolamento social que, segundo ele, “valeu a pena” se comparada a outros estados brasileiros que tiveram um índice de óbitos bem mais acentuado.

O governador ainda comemorou a redução do número de casos e internações no Sul do estado. “Nós temos uma situação de oito regiões de saúde. As regiões mais ao Sul, de Corrente, Curimatá,Bom Jesus, Picos, Oeiras, São Raimundo Nonato, nessas regiões nós estamos com uma ocupação de leitos clínicos e até de UTI em taxa de ocupação em 40%”, disse alertando que as regiões Centro e Norte do Piauí ainda estão na faixa de 60% dos leitos ocupados. 

Adiamento das eleições

Wellington Dias se manifetsou favorável ao adiamento das Eleições Municipais, aprovado nesta terça-feira (23) no Senado. Segundo ele, a decisão foi “sensata, responsável e demonstrando compromisso com a saúde, compromisso com a vida”.

Valmir Macêdo
[email protected]

Posts anteriores