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Clubes da Série A do Brasileiro registram 95 casos de jogadores com coronavírus

Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro

 

Os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro registraram até agora 95 casos do novo coronavírus em jogadores. O Estadão levantou o número com base nas informações oficiais das próprias equipes divulgadas recentemente após as baterias de exames com os atletas, com destaque para a retomada das equipes de São Paulo. A contabilização leva em conta os casos ativos e também os que já são considerados recuperados pelos médicos dos times. O Corinthians é o campeão de registros no elenco, com 21.

O número de 95 atletas significa que o Campeonato Brasileiro seria capaz de acomodar oito times titulares completos formados apenas por jogadores que já tiveram contágio pelo vírus. Caberiam ainda mais sete reservas. Proporcionalmente, o número é bastante alto. Mesmo com esse registro, a quantidade de contaminados pelo vírus pode ser ainda maior pela possibilidade de subnotificação e pelo tipo de exame utilizado poder não coincidir com a janela imunológica da doença. Existe o risco também da contaminação se alastrar pelos próximos dias com o retorno dos times aos treinos. Os clubes informam que os atletas contaminados estão em quarentena.

Dos 20 participantes da elite nacional, somente os paranaenses Coritiba e Athletico não revelaram se tiveram registros de covid-19 nos grupos. Quem até agora não teve casos conclusivos confirmados foram Internacional e Fluminense. O time do Sul já voltou à atividade, enquanto os cariocas ainda "brigam" com a federação do Rio para não jogar durante a pandemia. Todas as outras 16 equipes tiveram alguma confirmação por contágio, com um grande número de concentração, especialmente no Corinthians. Dos 27 atletas, 21 testaram positivo, o equivalente a 77%.

Segundo o consultor médico do clube, Joaquim Grava, o número elevado se explica pelo fato de a equipe ter sido submetida a testes mais apurados. "Nós realizamos nos atletas um exame que tem mais sensibilidade. Aplicamos um protocolo que consegue delimitar traços sensíveis da doença", disse o médico ao Estadão

Na opinião dele, a quantidade de casos oficiais registrados na Série A não pode ser considerada elevada. "Eu esperava até um número maior do que esses 95. Mas cada caso é um caso, porque depende de qual exame foi feito. Tem testes com grau de confiabilidade baixo", afirmou. Há três tipos de testes apenas. O RT-PCR, Sorologia e os Rápidos. Os clubes estão utilizando o primeiro, com maior número de acerto e confiabilidade, considerado o padrão para a covid-19.

Os cinco times paulistas da Série A do Brasileiro somam até o momento 34 casos, dos quais 23 estão recuperados. Os quatro principais times do Estado retomaram os trabalhos nesta semana com um esquema especial de testagem. O Palmeiras, por exemplo, organizou um "drive thru" no estacionamento da Academia de Futebol para verificar os jogadores. Os atletas foram testados sem precisarem sair dos carros. O Corinthians levou os jogadores para seu departamento médico.

Para o diretor-médico da Federação Paulista de Futebol (FPF), Moisés Cohen, a confirmação de quase cem casos na Série A representa um avanço e não um alerta. "O fato de detectar muitos casos positivos é bom para que os clubes tenham tempo de tratar essas pessoas antes que a doença possa ser transmitida. Muitos atletas tiveram contato com o vírus e nem sabiam que haviam se contaminado", explicou.

Cohen afirmou que pelo protocolo médico da FPF, as equipes do Estado têm realizado dois tipos de testes: um molecular e outro sorológico. A utilização deles permite cobrir janelas diferentes de manifestações do vírus dentro de cada organismo. Segundo o médico, a presença de clubes com um número mais alto de infectados do que outros não pode ser encarada como uma irresponsabilidade da equipe mais contaminada.

"Eles (jogadores) estão voltando agora. Estavam em casa. Se houve falha foi deles mesmos (dos jogadores), por estarem em uma zona mais contaminada, ou talvez porque não tenham tomado os cuidados necessários. É possível. O clube não tem nada a ver com isso. Ele simplesmente está passando uma régua e vendo quem contraiu e quem não contraiu a doença no Brasil", comentou.

Vale ressaltar que alguns jogadores foram criticados por terem dado festas durante a pandemia. Cazares, do Atlético-MG, foi um deles. O jogador reuniu amigos e foi multado pelo clube por isso Gabriel Jesus também teria dado festas em seu apartamento enquanto estava em São Paulo, antes de voltar para a Inglaterra. Os jogadores estão sempre juntos e se divertem juntos. Não está descartada a possibilidade de eles terem furado o isolamento. Em abril, os jogadores ganharam férias. Retornaram em maio, mas continuaram treinando em suas respectivas casas.

Por outro lado, para o médico Marcelo Otsuka, coordenador do Comitê de Infectologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a quantidade de casos representa um susto para o futebol brasileiro. "Esse número de 95 casos é muito preocupante. Se formos levar em consideração que cada clube tem cerca de 30 atletas no elenco, ainda temos uma grande parcela que pode adquirir a infecção. É claro que dificilmente um atleta vai desenvolver um quadro grave da doença, mas ele pode disseminar o vírus para outras pessoas", explicou.

Procurados pelos Estadão, atletas e dirigentes esportivos não quiseram comentar o assunto.

Por Ciro Campos e Raul Vitor, especial para a AE
Estadão Conteúdo

Pandemia apaga tradição do São João e esvazia cidades do Nordeste

Foto:RobertaAline

O artesão Sebastião Luiz da Silva, 78, morador de Caruaru, no interior de Pernambuco, diz que não reconhece sua cidade. Nunca viveu um mês de junho assim. "Este não é o meu planeta", resume a ausência, pela primeira vez na história, da maior celebração do interior nordestino: o São João.

A pandemia apagou o que foi preparado durante o ano inteiro e ignorou o calendário junino, mais tradicional em cidades como Caruaru (PE), Campina Grande (PB), Mossoró (RN), Cruz das Almas, Amargosa e Senhor do Bonfim (BA).

Morador do Alto do Moura, um pedaço pequeno de Caruaru que recebe uma multidão no São João durante 30 dias, Sebastião personifica o sentimento de milhares de nordestinos. Sente falta de tudo. Do milho assado, da fogueira na frente de casa, do forró esticado até o dia amanhecer, das quadrilhas, dos tiros ensurdecedores dos bacamarteiros e do movimento intenso de visitantes que vai de maio até o início de julho. Reclama até de não sentir a ansiedade da espera.

"Quando chega maio, tudo já vai se transformando por aqui. É uma fartura, muita gente na rua. A chuva começa e o milho vem. Esperar chegar o dia do São João é muito bom", diz.

Perto da casa dele, uma máscara de pano cobre o rosto da estátua do mestre Vitalino (1909-1963), o mais famoso artesão de bonecos de barro de Caruaru. É o sinal de que está tudo pelo avesso. Não há qualquer decoração alusiva ao São João. Bares e restaurantes permanecem fechados.

No vazio do principal pátio de eventos de Caruaru, um Luiz Gonzaga gigante em pedra se impõe na paisagem com uma proteção no rosto. No local, onde uma multidão se espremia durante esta época do ano para acompanhar shows, resto de frutas, pessoas passeando com cachorros e crianças andando de bicicleta.


"Eu já chorei muito. Choro quando lembro que não teremos essa festa. A gente respira o São João", diz Lucineia Ferreira, responsável pela Molecadrilha, a mais antiga quadrilha de São João de Caruaru. "Já estava quase tudo preparado. Começamos a ensaiar em agosto", conta.

Só em Caruaru, onde ocorrem mais de 800 apresentações artísticas durante um mês inteiro do ciclo junino, 3 milhões de pessoas eram aguardas neste ano. A cidade deixou de movimentar R$ 200 milhões na economia.

"O calendário de Caruaru é dividido em dois períodos: antes do São João e depois do São João. É o momento em que a gente se enxerga protagonista durantes dois meses", lamenta a prefeita da cidade, Raquel Lyra (PSDB).

A prefeita decidiu não bancar lives de artistas, mas usar as apresentações virtuais para fazer o chamado São João Solidário. As lives vão servir para arrecadar alimentos para quem ficou sem trabalhar na festa, caso de artistas populares.

A cidade já tinha captado com a iniciativa privada R$ 7 milhões. O dinheiro será utilizado na festa do próximo ano. "Vivemos um sentimento de profunda tristeza. A gente se pega ouvindo uma música e chorando. Não é simples", lamenta a prefeita. Os hotéis e pousadas da cidade estão vazios ou com taxa de ocupação mínima. Dono de um dos principais hotéis de Caruaru, o empresário Fábio Couto teve que demitir 17 funcionários. Após um período fechado, retomou as atividades há dez dias, mas a ocupação não passa de 10%.

Na Bahia, o governador Rui Costa (PT) emitiu um decreto cancelando os festejos juninos em todos os municípios baianos devido à pandemia e antecipou o feriado estadual do dia 24 de junho para o mês de abril. O estado tradicionalmente tem festas de santo Antônio, são João e são Pedro espalhadas por todo o território. As maiores acontecem nas cidades de Cruz das Almas, Amargosa e Senhor do Bonfim.

Em Cruz das Almas, cidade de 63 mil habitantes do recôncavo baiano, a prefeitura optou por cancelar o São João e não ter nenhuma programação festiva durante o de junho neste ano. Não haverá shows, apresentações de quadrilha, bumba-meu-boi, nem tradições como pau de fita e o casamento na roça."Estamos todos muito tristes, mas tristeza maior é esta pandemia. Entendemos  que não havia clima para celebrar nada quando estão morrendo 1.200 pessoas por dia no país", afirma o prefeito Orlando Peixoto (PT).

A cidade chega a ter até 100 mil pessoas por dia nas ruas durante cinco dias de festa do São João, incluindo entre 30 a 40 mil turistas que circulam pela cidade e movimentam a economia. Muitos deles vêm em grupos e hospedam-se em pousadas e alugam casas na cidade.

A prefeitura estima que a festa movimente cerca de R$ 30 milhões na economia da cidade, incluindo hotéis, bares, restaurantes, quituteiras, fabricantes de licor e de fogos de artifício. Sem a festa, a prefeitura orientou a população a evitar acender fogueiras, soltar fogos de artifício e receber parentes de fora da cidade.

Também vai intensificar a fiscalização nas entradas da cidade, com um reforço nas barreiras sanitárias que já estão em atuação.
Além do setor de turismo, o comércio deve sofrer um baque com o cancelamento dos festejos juninos. Na Bahia, o São João é considerada a segunda principal data de vendas, superando até o Dia das Mães. De acordo com cálculos da Fecomércio Bahia, o cancelamento dos festejos deve provocar uma queda nas vendas de 23%, afetando principalmente os setores de supermercados e vestuário.

Em Campina Grande, cidade da Paraíba que vive uma disputa saudável com Caruaru para saber quem faz o maior e melhor São João do mundo, o sentimento é o mesmo.

Como a estrutura para receber a festa é muito grande, boa parte já estava com a montagem iniciada. "Imagine você cancelar uma festa que está no DNA da população e da cidade. O sentimento é de profundo vazio", diz o prefeito Romero Rodrigues (PSD).

A expectativa era que 2 milhões de pessoas passassem pela cidade durante o ciclo de celebração. Além do impacto cultural, a não realização da festa tem uma repercussão negativa grande em toda a cadeia produtiva da festa.

A receita de ICMS neste ciclo junino supera o mês de dezembro. A festa emprega diretamente mais de 5.000 pessoas. O impacto financeiro calculado é de R$ 200 milhões. Um série de lives com artistas famosos, entre eles a paraibana Elba Ramalho, foi programada.

O prefeito ainda espera realizar o São João entre os dias 9 de outubro e 8 de novembro. Mas não é garantido: "Não sabemos ainda se, daqui para lá, vai ocorrer uma trégua".

Em Caruaru, as pessoas já se conformaram. "Não funciona em outra data. Em 2021, vamos fazer a maior festa da história. Vai ser um São João dobrado", diz Lucineia, que pretende retomar os ensaios de sua quadrilha junina assim que a pandemia for controlada.

Fonte: Folhapress

EPIs sem qualidade e baixos salários dificultam contratação de médicos intensivistas, diz CRM

O Piauí está chegando no limite do atendimento de pacientes infectados pela Covid-19 por falta de médicos intensivistas. De acordo com o Conselho Regional de Medicina (CRM-PI), em todo o estado, há cerca 50 profissionais habilitados para o tratamento de pacientes infectados. A falta de Equipamentos de Proteção de Individual (EPIs) de qualidade, o valor da remuneração e o não pagamento de 40% de insalubridade dificultam a adesão dos profissionais, de acordo com o CRM-PI. 

“Existe uma diminuição de procura dos médicos jovens por esse tipo de especialidade pela própria qualidade de vida, remuneração. Estamos há três meses sem assistência a saúde nos ambulatórios fechados e esses pacientes com comorbidades crônicas descompensadas se tornam mais vulneráveis e complicam mais em relação a Covid. São esses pacientes que estão ocupando as UTIs”, explica a conselheira Ana Claudia Louçana.

Boletim mais recente da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), o total de casos confirmados do novo coronavírus chegou a 16.227.

Ela ressalta que, diante da quantidade mínima de médicos, a estratégia é o investimento no tratamento e diagnóstico precoce dos pacientes com a Covid-19 para evitar complicações e necessidade de internação em leitos de UTIs. Ana Claudia orienta ainda que os profissionais capacitados atendam a convocação da Fundação Municipal de Saúde (FMS) e do Governo do Estado.

“Nós solicitamos que os profissionais se achem capacitados, compareçam a reivindicação da prefeitura e do estado para ocupar esses leitos de UTIs. Mas estamos tendo dificuldades”, reforça a conselheira do CRM-PI.


Graciane Sousa
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Brasil tem 1.364 mortes por Covid-19 em 24 horas, segundo maior valor diário já registrado

Foto: Sandro Pereira/Folhapress

 

O Brasil registrou 1.364 novas mortes pela Covid-19 e 40.131 novos casos da doença nesta terça-feira (23). O país agora tem 52.771 mortes pelo novo coronavírus 1.151.479 casos de infecção pelo Sars-CoV-2.

Os dados sobre mortes e casos de Covid-19 são fruto de colaboração inédita entre Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo, G1 e UOL para reunir e informar números sobre o novo coronavírus, que são coletados diretamente com as Secretarias de Saúde. O balanço é fechado diariamente às 20h.

São Paulo ainda lidera o número de mortes entre os estados e, nesta terça, bateu o recorde de óbitos, com registro de 434 em 24 horas. O estado superou as 13 mil mortes e tem 229.475 casos registrados.

Com 220 novas mortes, o Rio de Janeiro foi o segundo estado com mais registros de óbitos nas últimas 24 horas. Números diários de mortes acima de 200 no estado tem ocorrido com alguma frequência desde o final de maio. O Rio já soma 9.153 mortes pela Covid-19 e 100.869 casos.

A contabilização feita pelo consórcio não conta nesta terça com os dados de Roraima, que não atualizou os atualizou até o momento do fechamento do balanço diário.

Enquanto isso, o boletim diário do Ministério da Saúde registrou 1.374 mortes pela doença e 39.436 novos casos em 24 horas. Os dados do ministério somam 52.645 mortes e 1.145.906 casos de Covid-19.

A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorre em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (sem partido), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.

 

Fonte: FOLHAPRESS

 

CRF do Piauí alerta para uso de dexametasona por assintomáticos

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Entrevista com o vice-presidente, Ícaro Tyego Araújo

Uma publicação compartilhada por Conselho Regional de Farmácia (@crfpi) em

O vice-presidente do Conselho Regional de Farmácia, Ícaro Tyego, alerta para o uso indiscriminado de dexametasona. Há uma semana, pesquisadores ingleses anunciaram que a aplicação do corticoide barato, conhecido como dexametasona, em pacientes internados com covid-19 foi capaz de reduzir as taxas de mortalidade em cerca de um terço.

“É importante que se diga que a dexametasona não tem efeito comprovado em pacientes assintomáticos que estejam acometidos com a Covid-19. Ou seja, é importante que  a população esteja ciente que este medicamento precisa de prescrição e acompanhamento de profissional habilitado”, afirmou.

Os protocolos de tratamento apontam que a dexametasona tem efeitos em pacientes que fazem uso de ventilação mecânica, não sendo identificado nenhum efeitos em pacientes que não precisam de ajuda para respirar.

Uso de vitaminas e antigripais

Ícaro Tyego alerta que o uso  inadequado de medicamentos tem levado a números elevados de intoxicação medicamentosa. 

“Foi verificado em tempos de pandemia um número excessivo de vendas de vitaminas e antigripais. É importante que a população, no uso desses medicamentos que são isentos de prescrição,mas não são isentos de riscos, sempre procure]a orientação do profissional farmacêutico”, assinalou. 

 

Valmir Macêdo
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Piauí tem 17 mortes e quase mil novos casos do coronavírus em 24 horas

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

Atualizada às 19h31

Boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi) confirmou 17 mortes e 958 novos casos do coronavírus nas últimas 24 horas. Os dados foram atualizados na noite desta terça-feira (23). 

Com os 17 óbitos, são 534 no acumulado desde março - a maioria do sexo masculino (328) e com 60 anos ou mais (401). Os total de casos confirmados chegou a 16.227. 

Teresina atigiu a marca de 301 óbitos com mais 10 registros nesta terça-feira: seis homens (32, 46, 56, 63, 67 e 69 anos) e quatro mulheres (52, 69, 76 e 82 anos).

Parnaíba é a segunda cidade na lista, com 50 óbitos - mais um confirmado nesta terça-feira, uma mulher de 82 anos. 

Com mais duas mortes - mulheres de 75 e 78 anos - Barras chegou a 14 no total e se tornou o terceiro município em número de óbitos no Piauí. 

A terceira morte de Elesbão Veloso foi de uma mulher de 73 anos. 

Campo Largo (homem, 73 anos) e Demerval Lobão (mulher, 81 anos) têm agora duas mortes cada um. 

Sem casos anteriores confirmados, Sebastião Barros registrou seu primeiro óbito: uma mulher de 60 anos. Com isso, são 73 municípios com pacientes que faleceram pela covid-19. 

 

Casos confirmados
Foram confirmados os primeiros casos em Barra D'Alcântara e Sebastião Barros. Agora são 197 municípios que têm ou tiveram pessoas infectadas pelo coronavírus - apenas 27 ainda não estão no mapa da covid-19. 

Um bebê de dois meses e uma pessoa de 96 anos estão entre os novos infectados. 

Situação hospitalar
As altas médicas nas últimas 24 horas superaram as internações pela primeira vez em duas semanas, segundo levantamento feito pelo Cidadeverde.com, com base nos dados divulgados pela Sesapi. Foram 33 pacientes liberados para voltar para casa (894 no acumulado). Outros 30 foram internados em leitos para tratamento de covid-19 (824 no total, três a menos que no dia anterior).  

A ocupação das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atingiu seu maior número desde março - são 300 internados (71,6%). Outros 18 estão em leitos de estabilização (29,51%), e 506 em leitos clínicos (49,85%). 

Somados UTI e estabilização, leitos que usam respiradores, a ocupação é de 66,25%.

 

Fábio Lima
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Senado aprova em primeiro turno texto-base que muda datas das eleições municipais

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

 

Os senadores aprovaram nesta terça-feira (23) o texto-base da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que altera as datas das eleições municipais deste ano devido a pandemia do novo coronavírus.

Pelo texto aprovado, o primeiro e segundo turnos serão realizados nos dias 15 e 29 de novembro, respectivamente.
Houve mudança também no calendário eleitoral, incluindo prazos para descompatibilização, registro de candidaturas, propaganda eleitoral e prestação de contas.

O texto-base teve 67 votos favoráveis, 8 contrários e 2 abstenções.

Agora, os senadores analisam possíveis mudanças, que poderão alterar o texto, inclusive sobre a data do segundo turno -há parlamentares que defendem 6 de dezembro.

A votação da PEC em segundo turno deve ser realizada ainda nesta terça.

Depois de concluída a apreciação, a proposta será encaminhada para a Câmara dos Deputados. Se for aprovada, vai à promulgação.

A mudança ainda encontra resistência entre deputados. O impasse impediu, por exemplo, a formação de uma comissão mista de Câmara e Senado para estudar o adiamento.

Oficialmente, o cronograma estabelece o primeiro e o segundo turnos deste ano, respectivamente, nos dias 4 e 25 de outubro.

O relatório elaborado pelo líder do PDT na Casa, Weverton Rocha (MA) foi votado pelos senadores com o respaldo do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que sugeriu o adiamento.

"Essa mudança permite que realizemos com segurança as eleições, sem que haja a prorrogação dos atuais mandatos", disse o relator.

Em conversas com os parlamentares, o presidente do tribunal, Luís Roberto Barroso, havia defendido a necessidade de postergar as eleições, dentro do mesmo ano, com base em opinião médico-científica. O TSE chegou a sugerir que o segundo turno fosse realizado em dezembro.

Além das novas datas, o Senado votou ainda uma série de mudanças que alteram o calendário eleitoral.

O texto aprovado prevê que, com a eleição nos dias 15 e 29 de novembro, a prestação de contas do candidato e do comitê eleitoral tem de ser feita até 15 de dezembro. A PEC determina que a diplomação dos eleitos será realizada no dia 18 de dezembro.

O presidente do TSE havia sugerido, além do adiamento de data, uma ampliação no tempo da campanha eleitoral.

O pedido foi acatado pelo relator. O relatório do senador pedetista determinou que a propaganda eleitoral no rádio e na televisão seja estendida. Por 45 dias, de 27 de setembro a 12 de novembro, as legendas e candidatos poderão veicular propaganda eleitoral. Atualmente, são 35 dias.

Os senadores não atenderam ao pedido do presidente do TSE para que não houvesse mudança na data das convenções e dos registros - que tradicionalmente ocorrem, respectivamente, entre os dias 20 de julho e 5 de agosto, e 5 e 15 de agosto.

Com o prazo empurrado para a realização do pleito deste ano, todo o restante do calendário eleitoral foi afetado.

A começar pelo desligamento de cargos públicos daqueles que pretendem disputar as eleições. O limite passou do início de julho para 15 de agosto.

As convenções partidárias, quando as legendas realizam a escolha dos candidatos, também foram alteradas, passando, segundo a proposta votada, a ser realizadas excepcionalmente este ano entre os dias 31 de agosto e 16 de setembro.

Ainda de acordo com o texto da PEC, fica autorizado aos partidos a realização de convenções virtuais, a fim de evitar aglomerações que podem acelerar a disseminação do coronavírus.

Em seu relatório, Rocha determinou que os registros das candidaturas possam ser feitos entre os dias 16 e 26 de setembro.

O presidente do TSE também havia pedido para que o relatório trouxesse o que chamou de "válvula de escape", em casos de municípios onde haja um aumento de casos de contágio do coronavírus e necessitem protelar um pouco mais as eleições. Seria uma possibilidade de estender, dentro de 2020, o prazo eleitoral.

O relator acatou a sugestão para que, nesses casos, as eleições municipais possam ser adiadas até 27 de dezembro, segundo decisão a ser tomada pelo TSE.

Se o adiamento for necessário para todo um estado, será preciso uma autorização do Congresso. Pelo relatório, caberá também ao TSE analisar a possibilidade de alterações no horário da votação, que deverá ser ampliado.

Em vez de encerrar às 17h, poderá chegar até 21h. Haverá também, por parte do TSE, campanhas para que a população vote em horários separados, de acordo com a faixa etária.

Na última terça-feira (16), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu a extensão do tempo de TV e rádio dos dias de exibição da propaganda eleitoral como forma de tentar equalizar as condições de candidatos na disputa.

A divisão na Câmara em torno do adiamento atinge algumas das maiores bancadas da Câmara, como a do DEM, PP, PL, MDB e Republicanos. Com isso, dificilmente a PEC teria apoio suficiente entre os deputados.

Para passar na Câmara, a proposta precisaria ser aprovada pelo plenário em dois turnos e obter o apoio de pelo menos três quintos dos deputados (308 votos).

IARA LEMOS E ISABELLA MACEDO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

 

Alepi prevê retorno das atividades presenciais na segunda e divulga protocolo

Fotos: Roberta Aline/ Cidadeverde.com

A Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) prevê o retorno das atividades presenciais na próxima segunda-feira (29) seguindo um protocolo sanitário para combater o novo coronavírus.  O protocolo seguiu a orientação de técnicos da saúde e epidemiologia do Estado sobre a pandemia da Covid-19. 

A Alepi ressalta que o expediente será "exclusivamente interno nos primeiros sete dias a contar de 29 de junho de 2020". O uso de máscara será obrigatório. 

O protocolo prevê a testagem dos servidores que irão retornar à casa legislativa, sendo que o grupo de risco para o novo coronavírus permanecerá com trabalho remoto. Haverá limite de servidores em cada local e até restrição de vaga no estacionamento, que será fiscalizado pela guarda. 

Além disso, "o acesso às dependências da Alepi ficará restrito à entrada pela portaria principal, onde será realizada a aferição de temperatura" e "fica vedada a circulação de visitantes e colaboradores não autorizados".  

A Mesa Diretora deverá se reunir a cada sete dias para avaliar a necessidade de flexibilização ou estabelecimento de novas exigências e novas medidas. 

Será "instituído um comitê para o acompanhamento e supervisão das medidas de prevenção e contágio do Covid-19, composto por três membros, no mínimo dois profissionais de Saúde para subsidiar a Mesa Diretora nas tomadas de decisões". 


PROTOCOLO 
 
A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Piauí, considerando a natureza essencial da atividade legislativa e a necessidade de assegurar as condições mínimas para sua execução seguindo todos os protocolos recomendados pelas autoridades de saúde do Estado e do País, estabeleceu regras mínimas para a retomada dos serviços presenciais a partir de 29 de junho de 2020. Para a prevenção da saúde dos parlamentares, assessores, servidores, outros agentes públicos imprensa e público em geral, as recomendações estabelecidas são as seguintes: 


1- Determinar aos setores competentes da Assembleia a higienização e desinfecção de todas as instalações prediais do Poder Legislativo, inclusive com disponibilização, em locais estratégicos, de álcool em gel; 

2- Expediente, exclusivamente interno, nos primeiros sete dias a contar de 29 de junho de 2020; 

3- Ficam dispensados do expediente presencial todos os servidores com idade igual ou superior a 60 anos, e aqueles que apresentem morbidade que os tornem vulneráveis ao contágio do Novo Coronavírus; 

4- Regulamentar a presença de servidores nos diversos setores da Casa, observando o limite mínimo e necessário para o funcionamento de cada setor, seguindo o protocolo de cuidados à prevenção do contágio do Novo Coronavírus. 

a) Cabe aos diretores estabelecer o número mínimo de servidores necessários para manter a atividade de cada setor sob sua responsabilidade, devendo entregar a relação nominal à Diretoria Administrativa para controle de acesso às dependência do Poder; 

b) Somente será permitido 01 (um) veículo em cada vaga disponível no estacionamento garagem, ficando a guarda militar responsável pelo controle rigoroso da movimentação de veículos naquele espaço; 

c) Exigir o uso obrigatório de máscaras em todos os ambientes internos e externos; 

d) Só terão acesso para o expediente aqueles servidores que se submeteram ao teste do Covid-19, com resultado negativo; 

e) O acesso às dependências da Alepi ficará restrito à entrada pela portaria principal, onde será realizada a aferição de temperatura; 

f) Fica vedada a circulação de visitantes e colaboradores não autorizados. 

 

Carlienne Carpaso
[email protected] 

Preocupada com a pandemia, Liga de Basquete Feminino encerra temporada 2020

A Liga de Basquete Feminino anunciou nesta terça-feira o encerramento precoce da temporada 2020 em razão da pandemia do novo coronavírus. De acordo com a entidade, a decisão foi tomada pelas equipes participantes da competição em reunião por videoconferência nesta manhã.

"Foi decidido que a competição não será realizada, haja vista a pandemia que nosso país ainda vive. Mês a mês, estávamos estudando as possibilidades de retorno e, ontem (22) à noite, tivemos uma reunião virtual com os médicos da Confederação Brasileira de Basketball, que colocaram com propriedade as inseguranças que poderiam haver nos jogos. Procuramos preservar a integridade de nossas atletas e comissões técnicas. Com isso, a liga e os clubes optaram por cancelar a temporada", disse o presidente em exercício da LBF, Valter Ferreira.

A décima edição da LBF havia começado em 8 de março, mas acabou sendo paralisada apenas seis dias depois em razão da quarentena. Antes da paralisação, apenas três jogos haviam sido disputados: Ituano x Santo André (71 a 73), Vera Cruz Campinas x Pró-Esporte Sorocaba (98 a 85) e Sampaio Basquete x Sesi Araraquara (76 a 46). Oito equipes, de quatro estados, estavam no campeonato.

A exemplo do que aconteceu no Novo Basquete Brasil (NBB), que encerrou sua temporada no começo de maio, a temporada da LBF também terminou sem um campeão.

A ideia de encerrar o campeonato de forma precoce vinha sendo combatida nas primeiras semanas de quarentena. A LBF chegou a elaborar um protocolo médico para uma retomada, mas não havia garantias. Havia até o planejamento de retomar os jogos em agosto, em apenas duas sedes, com apenas um turno e jogos únicos nos playoffs, seguindo recomendações médicas e cuidados de distanciamento.

De acordo com a LBF, o formato chegou a ser aprovado pelas equipes, mas acabou sendo anulado na reunião desta terça. "Acreditamos que foi a melhor forma possível. Com essa medida, nós conseguimos preservar a todos, e torcemos para que possamos fazer, em 2021, uma temporada muito mais forte, com essa pandemia controlada. Agradecemos a todos os patrocinadores, equipes, comissões, todos que se empenharam ao máximo nesta questão", explicou Ferreira.

Fonte: Estadão Conteúdo

Crise da Covid-19 afeta mais mulheres que homens, diz pesquisadora


A pesquisadora e médica Flávia Beltrão comenta os estudos que apontam o maior impacto dos efeitos da crise climática, que ora se apresenta com a pandemia da Covid-19 e a questão de gênero: as mulheres sofrem maior impacto social e financeiro que os homens. 

Beltrão cita que a pesquisa acontece no mundo inteiro e a ONU, recentemente, lançou um relatório mostrando como a crise do coronavírus impacta desproporcionalmente homens e mulheres. Esse impacto também é refletido economicamente. "Infelizmente, mais de 70% da população que vive abaixo da linha de pobreza no mundo inteiro é composta por meninas e mulheres; apenas 30% são homens e meninos", diz a médica. 

"Essas mulheres geralmente estão no trabalho informal, com muito menos oportunidade de trabalhar online. Geralmente, a renda delas dependem de estarem no espaço público, por exemplo os casos das catadoras, recicladoras, horticultoras, ceramistas. São pessoas que tem a renda associada a estar no espaço público. Uma vez que há o isolamento (social) essas mulheres têm a renda comprometida". 

A pesquisadora destaca que esse caso é particularmente mais grave na América Latina "porque mais de 54% da população trabalhando em trabalhos informais. Um terço é trabalhadora doméstica. O Brasil tem a maior população de empregadas domésticas do mundo: são sete bilhões, essas são junto com os trabalhadores de saúde as mais impactadas pela pandemia".  

Beltrão ressalta uma "série de questões que precisam a começar a se pensar em sociedade". O estudo aponta primeiro para uma necessidade de chamar a atenção desse problema e para valorização do trabalho dessas pessoas. Existe uma sensibilização desde o começo da pandemia acontece nas redes sociais sobre você não demitir a sua diarista, mas manter o pagamento delas se for possível. Existe outras formas de você também contribuir: é possível fazer doações". 

Beltrão comenta que "Teresina se mostrou um povo muito solidário com muitas doações e transferências de renda para essas mulheres. Tem a campanha 'Recicladoras do Futuro', por exemplo, que está no Instagram". 

A pesquisadora cona que, de certa forma, a pandemia ajudou a olhar as políticas públicas de modo diferenciado, de como as políticas públicas devem ser observada de maneira diferente para homens e mulheres. Ela reforça a questão dos profissionais de saúde. "70% dos profissionais de saúde são mulheres, 85% das  enfermeiras são mulheres, 85% dos profissionais que cuidam de idosos são mulheres. A gente fala o tempo todo dos grupos de riscos. Então,  a gente tem que olhar também para quem está cuidando desses grupos de riscos. Quem cuida das cuidadoras?. Devemos ter sempre esse olhar para saber como a gente pode pensar as políticas públicas, a partir dessa perspectiva". 

"É importante a gente sempre observar esses dados por desagregadores de gênero: olhar a média dos homens e a média das mulheres para entender como podemos melhorar esse cenário". 

 


Carlienne Carpaso
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