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Em novo pronunciamento, Bolsonaro distorce OMS e volta a igualar empregos e vidas diante do coronavírus

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a distorcer declaração do diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, para embasar seu discurso de equiparação do salvamento de empregos ao de vidas diante da pandemia do coronavírus.

"Temos uma missão: salvar vidas sem deixar para trás os empregos. [...] Por outro, temos que combater o desemprego. Vamos cumprir esta missão ao mesmo tempo que cuidamos da saúde das pessoas", disse Bolsonaro em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV na noite desta terça-feira (31).

No entanto, Bolsonaro tirou de contexto a fala de Tedros Adhanom Ghebreyesu. A frase completa de Tedros é: "Cada indivíduo é importante, cada indivíduo é afetado pelas nossas ações. Qualquer país pode ter trabalhadores que precisam trabalhar para ter o pão de cada dia. Isso precisa ser levado em conta".

Bolsonaro afirmou que "temos que evitar ao máximo qualquer perda de vidas humanas", mas disse que "ao mesmo tempo, devemos evitar a destruição de empregos, que já vem trazendo muito sofrimento para os trabalhadores brasileiros".

No pronunciamento, Bolsonaro mudou o tom que vinha adotando em relação ao coronavírus, pandemia à qual já se referiu como "uma gripezinha".
Nesta terça, disse que "estamos diante do maior desafio da nossa geração".

O presidente, que já defendeu o uso da hidroxicloroquina para o combate à Covid-19, inclusive aparecendo com caixas do medicamento na mão, admitiu que "ainda não existe vacina contra ele ou remédio com eficiência comprovada".

Bolsonaro elencou medidas anunciadas pelo governo tanto na saúde como na economia.

"Temos uma missão: salvar vidas sem deixar para trás os empregos. Por um lado, temos que ter cautela e precaução com todos, principalmente junto aos mais idosos e portadores de doenças pré-existentes. Por outro, temos que combater o desemprego, que cresce rapidamente, em especial entre os mais pobres. Vamos cumprir esta missão. Ao mesmo tempo em que cuidamos da saúde das pessoas", disse.

Foto: Isac Nóbrega/PR

 

Esta é a quarta vez que o presidente chama o sistema de rádio e TV para falar do novo coronavírus.

Na última ocasião, na terça-feira (24) da semana passada, ele foi incisivo nas críticas ao distanciamento social e ao isolamento da população, recomendados por autoridades sanitárias, entre elas o próprio Ministério da Saúde e a OMS (Organização Mundial de Saúde).

O discurso aprofundou a crise no país, causou perplexidade em associações médicas, estimulou panelaços contra o presidente e ampliou o seu isolamento político.

No sábado (28), em reunião no Palácio da Alvorada, ministros fizeram um apelo para que Bolsonaro alinhasse suas falas às orientações técnicas do Ministério da Saúde, que aposta no recolhimento como estratégia para frear o avanço da Covid-19 e, com isso, evitar um colapso do sistema de atendimento.

No dia seguinte, contudo, ele fez giro pelo comércio de Brasília, provocando aglomerações, e defendeu que parte das pessoas saia às ruas para trabalhar, como fazia antes. Disse ainda que cogita editar norma liberando atividades país afora.

"Eu estou com vontade, não sei se eu vou fazer, de baixar um decreto amanhã: toda e qualquer profissão legalmente existente ou aquela que é voltada para a informalidade, se for necessária para levar o sustento para os seus filhos, para levar leite para seus filhos, para levar arroz e feijão para casa, vai poder trabalhar", afirmou.

Twitter, Facebook e Instagram apagaram das contas do presidente posts do passeio dominical por entender que eles estimulavam a desinformação e poderiam causar danos à coletividade. Foi a primeira vez que isso ocorreu com um mandatário brasileiro.

Apesar das falas do presidente, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, manteve o tom conciliador e reiterou as orientações de sua pasta. As evidentes divergências com o discurso do mandatário geram incertezas sobre sua permanência no cargo.

Conforme mostrou o jornal Folha de S.Paulo nesta terça-feira, no entanto, o discurso do presidente estimulou um movimento dentro do próprio governo em apoio a Mandetta.

Os ministros Sergio Moro (Justiça) e Paulo Guedes (Economia) uniram-se nos bastidores ao chefe da Saúde, em defesa de sua estratégia de combate ao vírus, assim como fizeram representantes da ala militar.

Em entrevista publicada pela Folha de S.Paulo no domingo, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, interlocutor desse segmento, disse que a crise do coronavírus é séria e indicou falhas na coordenação de combate à doença.

As posições de Bolsonaro também o distanciaram das cúpulas do Legislativo e do Judiciário. Nesta segunda-feira (30), o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, ressaltou a necessidade de isolamento social.

No pronunciamento da semana passada, o presidente criticou o fechamento de escolas e do comércio para combater a epidemia, atacou governadores e culpou a imprensa pelo que considera clima de histeria instalado no país.

Na ocasião, ele defendeu o isolamento vertical, ou seja, apenas de quem integra os grupos de risco, como idosos e portadores de comorbidades, para enfrentar a pandemia.

Segundo especialistas, essa estratégia é ineficiente, pois não há como evitar o contato dos mais vulneráveis com outras pessoas que, saindo às ruas, se expõem ao contágio e passam a ser vetores da doença.

"O que se passa no mundo mostra que o grupo de risco é de pessoas acima de 60 anos. Então, por que fechar escolas?", questionou Bolsonaro. "Raros são os casos fatais, de pessoas sãs, com menos de 40 anos de idade."

As declarações se deram após o presidente receber pressões do empresariado, especialmente o do varejo, que o avisou de demissões em massa no setor.
Bolsonaro disse que desde o início da crise o governo se preocupou em conter o pânico e minimizou a gravidade da Covid-19 ao compará-la a uma "gripezinha" ou um "resfriadinho".

Congressistas, governadores e entidades de saúde reagiram com indignação às declarações.

No pronunciamento, Bolsonaro alegou que "grande parte dos meios de comunicação foram na contramão" do governo e "espalharam a sensação de pavor, tendo como carro-chefe o grande número de vítimas na Itália".

Argumentou que o país europeu tem características distintas das do Brasil, e que o cenário foi "potencializado pela mídia para que histeria se espalhasse".

O presidente disse também que "nossa vida tem que continuar" e os empregos precisam "ser mantidos". "O sustento das famílias deve ser preservado. Devemos, sim, voltar à normalidade", afirmou.

De forma quase simultânea, a Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência) lançou nas redes sociais campanha com o mote "O Brasil não pode parar", dias depois proibida pela Justiça ante a possibilidade de prejudicar o esforço de saúde pública.

O presidente também atacou governadores e disse que eles precisam "abandonar o conceito de terra arrasada", com a proibição de transporte, o fechamento de comércio e o que chamou de confinamento em massa.

Apesar de ter pregado a volta à normalidade, contrariando orientações de especialistas, Bolsonaro disse que é preciso se preocupar com a contaminação do vírus.

Ele concluiu dizendo que, se ele fosse infectado, por seu histórico de "atleta", não deveria temer a doença.

O presidente tem feito recorrentes manifestações contra medidas recomendadas por autoridades sanitárias, mas, nas duas primeiras aparições em cadeia de rádio e TV para falar do coronavírus, seu discurso havia sido mais comedido.

Em 6 de março, disse que o país havia reforçado seus sistemas de vigilância sanitária em portos e aeroportos, como preparação para o avanço do Covid-19.

Em 12 de março, sugeriu que seus apoiadores não comparecessem a atos de rua planejados para o domingo seguinte, 15 de março. A justificativa era que aglomerações poderiam facilitar a transmissão da doença.

O presidente, no entanto, descumpriu sua própria orientação e, no dia programado para as manifestações, se juntou a simpatizantes em frente à rampa do Palácio do Planalto. Na ocasião, ele tocou as pessoas, as cumprimentou e posou para selfies.

DANIEL CARVALHO E FÁBIO FABRINI
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

 

Guedes: se PEC emergencial for aprovada em 24h, 'voucher' sai em 24h

Foto: Marcos Corrêa/PR

 

Cobrado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a liberar rapidamente o pagamento do auxílio de R$ 600 aos trabalhadores informais, o ministro da Economia, Paulo Guedes, devolveu a responsabilidade para o Congresso e disse que precisa de aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para livrar o governo de amarras que travam a implementação do benefício. "Se Maia aprovar em 24 horas uma PEC de emergência, o dinheiro sai em 24 horas", disparou Guedes em coletiva no Palácio do Planalto.

A medida citada pelo ministro é a chamada PEC do Orçamento de Guerra, que vai liberar o governo de seguir algumas regras fiscais nos gastos extraordinários devido à pandemia do novo coronavírus.

Nesta terça-feira, 31, Maia disse que a PEC pode ser votada entre hoje e amanhã na Câmara, mas ressaltou que depende de um acordo com o governo sobre um último ponto. O Congresso tenta garantir no texto a previsão de que o Legislativo poderá sustar qualquer decisão do comitê de gestão da crise que será criado para coordenar os trabalhos, mas o Executivo é contra.

Enquanto essa PEC não for aprovada, Guedes disse que já foi alertado pelos secretários do Tesouro, Mansueto Almeida, e do Orçamento Federal, George Soares, de que não há fonte no Orçamento para bancar a despesa, um pré-requisito formal na hora de prever um gasto. Sem isso, segundo o ministro, os técnicos temem assinar os pareceres que dão suporte à despesa e, depois, serem responsabilizados por qualquer eventual irregularidade. O auxílio aos informais deve custar entre R$ 60 bilhões e R$ 80 bilhões, segundo o ministro.

"Estamos com um problema técnico, e presidente Maia pode nos ajudar muito", disse Guedes, lançando em seguida uma espécie de desafio ao presidente da Câmara. "Se Maia aprovar em 24 horas uma PEC de emergência, o dinheiro sai em 24 horas", disparou. Em seguida, no entanto, o ministro ressaltou que talvez a liberação não ocorresse exatamente em 24 horas porque depende da implementação e de cronograma já existente para alguns benefícios, como o Bolsa Família.

"Há toda uma logística, o dinheiro não cai do céu", afirmou Guedes. Ele disse que o governo está consciente de que qualquer atraso é "calamitoso".

O ministro insinuou ainda que há "exploração política" nas críticas à demora do governo na liberação dos pagamentos e lembrou que o programa voltado aos trabalhadores informais é totalmente novo. "Quando há uma crise desse tamanho, é natural que haja desencontro, e é natural também a exploração política", disse Guedes.

Ele advertiu que, numa situação tão grave, o País "não está com muita paciência para esse jogo político" e reconheceu que é preciso dar uma resposta rápida. Ele fez um "mea-culpa" por parte do governo e disse que, com muitas frentes de ação, às vezes pode ser difícil articular.

"Peço que haja um pouco de compreensão. Não é trivial colocar dinheiro na mão de 38 milhões de trabalhadores informais. Não é momento para explorarmos deficiências eventuais", seguiu o ministro.

Apesar de ressaltar a responsabilidade do Congresso, o ministro da Economia buscou depois um tom conciliador e defendeu que governo e Parlamento trabalhem juntos pela aprovação da PEC que destravará o pagamento. "A hora é de união, juntos somos mais fortes. Tenho certeza que presidente Maia quer nos ajudar a aprovar isso. Queremos implementar isso (auxílio a informais) o mais rápido possível", afirmou.

"Estamos precisando do apoio do Congresso Nacional", reiterou Guedes. "Jamais usaria oportunidade como essa para falar mal do Congresso."

Por Idiana Tomazelli
Estadão Conteúdo

Bolsonaro indica que Mandetta está mantido no cargo e não assina voucher nesta 3ª

Foto: Isac Nóbrega/PR

 

O presidente Jair Bolsonaro amenizou o clima de tensão vivido nos últimos dias com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Ao chegar no Palácio da Alvorada, no início da noite desta terça-feira, 31, o presidente foi questionado se o chefe da pasta da Saúde fica no cargo.

"Comigo ninguém vai viver sob tensão, está bem o Mandetta", disse Bolsonaro. Nos últimos dias, o próprio presidente tem descumprindo recomendações da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde, incentivando a população a deixar o isolamento e os lojistas a abrirem os comércios. Isso tem provocado atrito entre o presidente e Mandetta.

Na entrada do Alvorada, Bolsonaro foi cobrado por apoiadores sobre o voucher, de R$ 600, aprovado pelo Congresso. Ele disse "que vai sancionar o mais rápido possível", mas não estabeleceu uma data para o decreto ser assinado.

"Estamos correndo atrás porque tem vetos que precisam ser justificados. Não é só botar o X, não", disse ele, destacando que dependia do Paulo Guedes, ministro da Economia, a liberação para assinatura.

A reportagem questionou Bolsonaro sobre a postagem do diretor da OMS no Twitter, defendendo o isolamento. Na manhã desta terça, 31, o presidente distorceu uma fala do diretor para levar seus apoiadores a acreditarem que a Organização quer que a população volte ao trabalho.

"Ele falou ontem. Falou está falado. Ele deu azar, foi gravado", afirmou Bolsonaro, às gargalhadas.

Remédios

Bolsonaro chegou ao Alvorada depois de deixar o Planalto e gravar, segundo ele, seis minutos de pronunciamento oficial que deve ir ao ar na TV na noite de hoje. O presidente não quis dar detalhes da mensagem que vai passar em rede nacional.

Ele comentou, porém, que conseguiu negociar com a indústria farmacêutica um atraso de dois meses no reajuste da medicamentos "Conversamos com toda indústria farmacêutica. Seria reajustado amanhã em torno de 4%."

Por Patrik Camporez
Estadão Conteúdo

OAB pede ao STF que obrigue Bolsonaro a seguir orientações da OMS

Fonte: Nelson Jr./SCO/STF

 

A Ordem dos Advogados do Brasil pediu ao Supremo Tribunal Federal que obrigue o presidente Jair Bolsonaro a seguir medidas de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus (COVID-19) que contrariem as orientações técnicas e sanitárias das autoridades nacionais (Ministério da Saúde) e internacionais (Organização Mundial da Saúde). A entidade também requer à Corte que determine que o Planalto que respeite determinações de governadores e prefeitos quanto a aglomerações e não interfira na atividade de técnicos da pasta da Saúde.

Na ação da OAB ainda consta pedido para que "o Poder Executivo proceda à implementação imediata dos benefícios emergenciais para desempregados, trabalhadores autônomos e informais, bem como proceda à imediata inclusão das famílias que se encontram na fila de espera do programa Bolsa-Família, concedendo-se o prazo de 48 horas para o cumprimento".

Segundo a entidade, o "Presidente da República tem adotado postura reiterada e sistemática no sentido de minimizar os efeitos do novo coronavírus no Brasil, com ameaça de afrouxar as regras atualmente adotadas para a garantia da saúde de todos os brasileiros".

"Além de seus pronunciamentos contrários à medida do distanciamento social, o Presidente manifestou recentemente sua intenção de decretar o fim do isolamento, com a retomada das atividades produtivas e econômicas", afirma OAB.

Segundo a ação, o "Presidente contraria as orientações técnicas referendadas pela Organização Mundial da Saúde e reproduzidas pelo próprio Ministério da Saúde". "Em uma situação de emergência de saúde pública, o espaço de discricionariedade de que goza o Presidente da República não autoriza que desconsidere e ignore diretrizes técnicas imprescindíveis para a salvaguarda do direito à vida e à saúde da população, especialmente das camadas mais vulneráveis".

Por Luiz Vassallo
Estadão Conteúdo

Sem novos casos, Lacen já descartou mais de 400 exames para a Covid-19

Foto: Cadu Rolim /Fotoarena/Folhapress

Após quatro dias seguidos sempre registrando testes positivos para Covid-19, e três dias consecutivos com óbitos, o Piauí não teve novos casos confirmados e mortes de pacientes com o novo coronavírus, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde, divulgados no início da noite desta terça-feira (31). 

O Piauí se manteve com 18 casos confirmados e 4 mortes. Os números atualizados contam com 46 novos testes - todos descartados para o novo coronavírus, totalizando 406 pacientes que testaram negativo para Covid-19, de acordo com os exames feitos no Laboratório Central de Saúde Pública do Piauí (Lacen). 

O número de casos suspeitos tem crescido em proporção menor. Em um dia, foram 23 registros de pacientes em investigação - o total hoje é de 254 que aguardam resultados de exames. 

O boletim da Secretaria da Saúde confirma 18 casos de Covid-19, sendo que 4 pacientes morreram e um teve cura confirmada - o Governo do Piauí não divulga informações sobre os pacientes, mas o apresentador de TV Marcelo Magno informou que seus últimos exames tiveram resultado negativo para o novo coronavírus. 

Foram duas mortes de pacientes de Teresina, uma de São José do Divino e outra de Parnaíba.  

 

 

Novo boletim
A Secretaria da Saúde mudou a forma de divulgação dos números sobre os casos de novo coronavírus no Piauí. O superintendente de Atenção Integral à Saúde, Herlon Guimarães, explicou que a medida visa dar mais transparência, e novas informações serão acrescentadas ao longo dos dias. 

Herlon Guimarães reforçou o pedido para que as pessoas respeite as medidas de isolamento social. "Ficar em casa evita que coloquemos o vírus em circulação mais rápida, e com isso nós vamos espassar o número de casos. Espassando o número de casos nós vamos ter hospitais e vagas para todos que adoecerem", explicou.

Fábio Lima
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Maia cobra sanção e repasse do auxílio emergencial aprovado pelo parlamento

Foto: Roberta Aline

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), cobrou agilidade do governo para a sanção e para o repasse do auxílio emergencial a vulneráveis aprovado nos últimos dias pela Câmara e Senado, de R$ 600. "16 de abril não parece tão emergencial. Governo tem toda estrutura, mesmo de forma remota, para organizar o pagamento de brasileiros antes. Não me parece que aguardar até 16 de abril seja a melhor solução", afirmou.

Para Maia, o projeto, aprovado pelo Senado nesta segunda-feira, 30, precisa ser sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro com agilidade.

"Acho que é um valor mínimo, não vai resolver os problemas, mas vai dar o mínimo de previsibilidade para os brasileiros superarem os próximos três meses", disse. Para ele, o momento mais difícil será abril, maio e junho. "A partir daí termos melhores condições para economia caminhar", afirmou.

Maia afirmou ainda que o Congresso espera o envio da medida provisória prometida pelo governo para manutenção do emprego. Ele confirmou que se o governo não encaminhar até amanhã, a Câmara vai avançar com projetos dos deputados. Como o Broadcast mostrou mais cedo, a demora do governo de colocar em prática medidas prometidas para enfrentamento da crise da covid-19 tem preocupado parlamentares. A preocupação é que se algo não for feito rapidamente, empresas poderão começar a demitir em massa com o fechamento do mês.

Fonte: Estadão Conteúdo

Brasil tem 201 mortes por coronavírus, segundo Ministério da Saúde

Foto: CLAUDIO FURLAN/DIA ESPORTIVO/ESTADÃO CONTEÚDO

O Brasil registrou nesta terça-feira, 31, em plataforma do Ministério da Saúde, 5.717 casos confirmados da covid-19, transmitida pelo novo coronavírus. O número mostra 1.138 novas confirmações em relação à última atualização, feita na segunda, dos dados da pandemia no País. As mortes pela doença chegam a 201 , com aumento de 42 óbitos em relação à ultima contagem. A taxa de mortalidade da doença continua em 3,5%.

Para conter o avanço da pandemia, o Ministério da Saúde orienta que a população siga em isolamento social, diminuindo assim o ritmo de contágio do vírus e evitando que o sistema de saúde se sobrecarregue. A medida vai na mesma direção que o recomendado por especialistas e pela Organização Mundial da Saúde.

As autoridades da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) também afirmaram hoje que as medidas de isolamento social são as mais adequadas para reduzir o avanço da pandemia do novo coronavírus, que já atinge 823 mil pessoas em 177 países, com 39 mil mortes.

Na contramão dessas recomendações e contrariando governadores, o presidente Jair Bolsonaro defende que a população volte ao trabalho mesmo durante medidas de isolamento social. Questionado na manhã de hoje sobre declarações do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, defensor das medidas de isolamento social, Bolsonaro estimulou apoiadores a hostilizarem a imprensa e mandou repórteres ficarem quietos. Jornalistas que fazem a cobertura diária do Palácio da Alvorada se retiraram de entrevista concedida pelo presidente.

 

Por André Borges e Emilly Behnke
Estadão Conteúdo

Próximas semanas serão decisivas, diz secretário sobre Covid-19 em Teresina

O secretário municipal de Governo, Fernando Said, pediu cautela à população de Teresina para os próximos dias. Alertando para a aglomeração de pessoas em alguns pontos da cidade, o secretário reforçou a gravidade do vírus e a inviabilidade atual de mensurar o nível de contaminação do vírus no território da capital.

“As duas próximas semanas, essa que estamos vivendo agora e a próxima, serão circunstanciais para que a gente faça uma avaliação mais adequado do momento em que nós estamos vivendo”, disse.

Said falou que o momento ainda não é de flexibilizar as medidas de isolamento. 

“Estamos navegando no escuro. Nós não temos dados científicos, concretos, a respeito como está o nível de contaminação na cidade de Teresina, se nós estamos no pico, se nós estamos na fase intermediária, se estamos começando. Não temos dados que deem segurança para tomarmos medidas de avançarmos no sentido de promover alterações nos decretos”, explicou.

O secretário informou que a segunda formatação do decreto não flexibilizou o isolamento, apenas contemplou alguns setores de apoio como as oficinas mecânicas, importante aos serviços tidos como essenciais. 

“Juntamos o decreto anterior com essas novas necessidades que são poucas mas que fazem parte de uma cadeia. A ordem geral é: suspender todo tipo de comércio”, afirmou. “É preciso que nós teresinenses, nós piauienses, tenhamos consciência da gravidade que nós estamos vivendo”. 

Fernando Said defende ainda que locais que recebem fluxo de pessoas, como supermercados e agências bancárias, controlem a entrada e saída de pessoas de modo que elas circulem a pelo menos dois metros de distância uma das outras. 

Valmir Macêdo
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Hospital garante que empresário morto com Covid-19 recebeu cloroquina

Foto: Roberta Aline

O Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela esclareceu que o empresário Oderman Bittencourt, que morreu diagnosticado com a Covid-19, passou por tratamento com cloroquina. Nesta terça-feira (31), o hospital divulgou uma nota após circulação de um áudio nas redes sociais em que o empresário faz apelo pelo remédio. 

Em nota, o Hospital Natan Portela detalhou o histórico de atendimento do paciente desde a sua primeira chegada ao local no dia 20 de março de 2020. Inicialmente, o empresário "não tinha indicação clínica e nem tinha interesse em permanecer no ambiente hospitalar". 

O empresário retornou ao Natan Portela no dia 24 de março com "queixa de falta de ar (dispnéia), porém sem sinais de gravidade ou instabilidade clínica". A gravação, segundo a direção do hospital, foi gravada neste dia pelo paciente, que também apresentou "quadro de ansiedade importante e pico hipertensivo".

O tratamento com o esquema da cloroquina foi iniciado no dia 25 de março, após a equipe médica detectar "piora no padrão respiratório". 

O Cidadeverde.com teve acesso ao áudio. Nele, o empresário, que morava em Parnaíba, diz que aguardava o resultado de alguns exames iniciar o tratamento com o remédio, mas temia não resistir até o prazo de divulgação. O empresário implora para que a destinatária do áudio entre em contato com a direção do hospital e demais autoridades para que fosse possível antecipar o tratamento diante do medo de não sobreviver. 

 "Eles têm um protocolo para dar cloroquina, tem que esperar o resultado [...]. Se eu ficar esperando, essas coisas que eles querem, eu vou morrer. [...] Pede pra me dar cloroquina, pelo amor de Deus. [...] Me ajude, pelo amor de Deus. [...] Eu vim pra cá para tomar cloroquina, chegou um médico, mas disse que eu tinha que esperar mais um pouco. Eu já estou no oxigênio. Eu vou morrer. Não me dão remédio", diz o empresário em áudio.

Alerta

O Hospital Natan Portela reforça que o uso do medicamento precisa ocorrer com recomendação médica.

"É imprescindível esclarecer à população que o trabalho amplamente difundido sobre o uso da cloroquina apresenta sérias limitações metodológicas e, segundo a própria ANVISA o uso indevido da cloroquina pode trazer sérias complicações à população como, por exemplo: distúrbios do sangue e do sistema linfático, distúrbios do sistema imune, distúrbios de metabolismo e nutrição, distúrbios psiquiátricos, distúrbios do sistema nervoso, distúrbios oculares, e até mesmo distúrbios cardíacos que podem resultar em insuficiência cardíaca e em alguns casos podem ser fatais".

 

 

Veja nota na íntegra 

O Instituto  de Doenças Tropicais Natan Portela  esclarece que o paciente Oderman Bittencourt foi atendido pela primeira vez na unidade de saúde no sábado (20/03/2020), mas o mesmo não tinha indicação clínica e nem tinha interesse em permanecer no ambiente hospitalar.
 

 Na tarde de terça-feira (24/03/2020) foi atendido novamente no hospital, com queixa de falta de ar (dispnéia), porém sem sinais de gravidade ou instabilidade clínica (pressão, pulsos e oximetria normais) sendo então internado com todas as medidas clínicas cabíveis aos pacientes sintomáticos respiratórios com investigação de SRAG. Durante a noite o paciente apresentou quadro de ansiedade importante e pico hipertensivo (referindo vontade de utilizar o medicamente cloroquina devido a notas sobre o mesmo na imprensa) sendo avaliado pela médica plantonista e devidamente medicado com melhora clínica.

 
Dia 25/03/2020 o paciente foi reavaliado pela médica assistente que detectou piora do padrão respiratório e solicitou avaliação do médico intensivista que prontamente admitiu o paciente na UTI do Hospital com todos os cuidados intensivos necessários, incluindo o uso do esquema com cloroquina.
 
O uso da medicação para casos de COVID-19 veio a ser regulamentado pelo Ministério da Saúde através da nota informativa nº5 apenas em 27/03/2020 aonde é explícito que a indicação deverá ser realizada para pacientes GRAVES hospitalizados com dados de avaliação muito específicos, compatíveis com as características do paciente APENAS quando foi admitido em UTI.
 
É imprescindível esclarecer à população que o trabalho amplamente difundido sobre o uso da cloroquina apresenta sérias limitações metodológicas e, segundo a própria ANVISA o uso indevido da cloroquina pode trazer sérias complicações à população como, por exemplo: distúrbios do sangue e do sistema linfático, distúrbios do sistema imune, distúrbios de metabolismo e nutrição, distúrbios psiquiátricos, distúrbios do sistema nervoso, distúrbios oculares, e até mesmo distúrbios cardíacos que podem resultar em insuficiência cardíaca e em alguns casos podem ser fatais.

 

 

 

Carlienne Carpaso
[email protected] 

Vigilância Sanitária orienta sobre cuidados no momento das compras em supermercados

Foto: arquivo/cidadeverde.com

Durante o período de isolamento devido à pandemia da COVID-19, os teresinenses devem redobrar os cuidados com ações como a ida ao supermercado. Visando minimizar os riscos, a Vigilância Sanitária de Teresina, vinculada à Fundação Municipal de Saúde, está visitando estes locais e orientando sobre os cuidados básicos a serem tomados por trabalhadores e também por clientes.

Os fiscais da FMS estão trabalhando junto a todos os estabelecimentos que fornecem alimento – sejam supermercados ou mercados de qualquer porte – para orientar de maneira segura a circulação de pessoas e transporte de alimentos. "Nestes locais, estamos dando orientações como ampliar a frequência da limpeza do piso, corrimões, maçanetas e vidros, higienizar cestas e carrinhos ou disponibilizar a solução de higienização para o cliente, disponibilizar EPIs aos funcionários e disponibilizar itens como sabão líquido, papel toalha e álcool gel", informa Jeanyne Seba, gerente de Vigilância Sanitária da FMS.

A gerente frisa ainda que existe uma série de cuidados a serem tomados pelos clientes para que não aconteça a transmissão do novo coronavírus por meio de objetos contaminados que chegam às casas. “Você que vai ao supermercado tem que seguir algumas regras. A primeira delas é fazer uma lista de compras. Somente uma pessoa da casa deve ir ao supermercado, com os cabelos presos, sem brincos, anéis ou pulseiras”, orienta Jeanyne Seba.

“Quando chegar em casa, toda essa mercadoria deve ser colocada em uma mesa ou bancada que possa ser higienizada, e lembrar: nunca entrar com seu sapato dentro de casa. As mercadorias com embalagens que possam ser lavadas devem ser lavadas com água e sabão, e as que não podem devem ser limpas com uma solução de 1 litro de água e 3 colheres de sopa de água sanitária, deixar agir por 1 minuto e só depois guardar”, explica ela.

Já as frutas e as verduras devem ser lavadas em água corrente e depois colocadas de molho em uma solução de hipoclorito – uma colher de sopa de água sanitária em um litro de água – por 30 minutos, para depois serem lavadas em água corrente novamente. Por fim, as sacolas devem ser jogadas fora, a mesa deve ser higienizada e o usuário deve lavar muito bem as mãos com água e sabão.

A gerente pede que estes cuidados sejam tomados à risca, pois assim será garantida a segurança não apenas dos clientes como também dos trabalhadores destes estabelecimentos. "Os cuidados com a higiene nunca foram tão importantes como estão sendo agora", finaliza Jeanyne Seba.

 

Da Redação
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