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Moro se opõe a Bolsonaro e forma bloco de apoio a Mandetta com Guedes

Foto: Marcos Corrêa/PR

 

Os ministros Sergio Moro (Justiça) e Paulo Guedes (Economia) uniram-se nos bastidores no apoio ao colega Luiz Henrique Mandetta (Saúde) e na defesa da manutenção das medidas de distanciamento social e isolamento da população no combate à pandemia do coronavírus.

O trio formou uma espécie de bloco antagônico, com o apoio de setores militares, criando um movimento oposto ao comportamento do presidente Jair Bolsonaro, contrário ao confinamento das pessoas, incluindo o fechamento do comércio.

Com isso, o isolamento político do chefe da República aumenta diante do apoio que Mandetta já tem da cúpula do Legislativo e do Judiciário –nesta segunda-feira (30), o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, destacou a necessidade do isolamento social.


Nos últimos dias, Moro deixou claro a pessoas próximas e a colegas de Esplanada a sua insatisfação com as recentes atitudes do presidente, como um passeio a pontos de comércio de Brasília no domingo (29).


Segundo aliados, Moro se disse "indignado" com a decisão de Bolsonaro de romper o acordo feito com ele e com outros membros do primeiro escalão do governo no sábado (28) de buscar um discurso afinado sobre a pandemia.


O ministro ficou incomodado, por exemplo, por não ter sido chamado para participar de um encontro, também no sábado, com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes e outros ministros do governo para discutir a judicialização das ações federais.

A posição do ex-juiz da Lava Jato sobre a pandemia tornou-se pública por meio de suas redes sociais. Ele disse estar em "auto isolamento" no último fim de semana.
A avaliação feita por Moro a aliados é de que o presidente está descontrolado, deixando aflorar sentimentos de raiva de supostos inimigos.


Moro não reza a cartilha do presidente sobre a pandemia. Ele tem defendido, além do isolamento, saídas técnicas para enfrentá-la. Exatamente o contrário das falas de seu chefe. Em uma reunião, por exemplo, o ministro disse que a Presidência não poder ser tratada como um "patrimônio pessoal".


Em entrevista recente ao jornal Folha de S.Paulo, Moro se irritou ao ser questionado sobre o comportamento de Bolsonaro.


A aliados o ministro disse que não colocaria o cargo à disposição do presidente e que não era o momento de abandonar o barco, apesar da pressão que tem sofrido de pessoas próximas para sair.
Além de Moro, Guedes, considerado fiador econômico do governo, manifestou seu apoio às ações de Mandetta em conversas reservadas com políticos no fim de semana.

Publicamente, disse em duas ocasiões que não vê motivos para que o país coloque fim ao isolamento, sempre sinalizando em aceno ao titular da Saúde.
Em conversas com prefeitos e investidores, o chefe da economia disse que como pessoa preferiria ficar em casa.


A declaração dele enfraquece a tese defendida por Bolsonaro de que é necessário retomar o funcionamento do país para que a crise econômica não se torne mais aguda.
Em outra ponta, militares –parte importante de sustentação do governo– afirmaram que estão de acordo com as medidas adotadas pelo Ministério da Saúde e que estão à disposição para colocar em prática qualquer orientação de nível nacional.


A cúpula das Forças Armadas também concorda com a preocupação de Moro de que, num segundo momento, as questões de segurança poderão ser agravar.
Em entrevista à Folha de S.Paulo no domingo (29), o vice-presidente, general Hamilton Mourão, um dos interlocutores da ala militar, declarou que o coronavírus é sério e apontou falhas na coordenação de combate à doença.


O apoio desses personagens a Mandetta deixou o Palácio do Planalto em alerta.
Bolsonaro reagiu indo visitar o general Eduardo Villas Boas, ex-comandante do Exército e ex-assessor do seu governo. O presidente esteve na residência do militar pela manhã. No encontro, pediu o apoio dele ao discurso contra a quarentena total.

Logo depois, o ex-comandante, ainda a voz mais respeitada das Forças Armadas, postou em sua conta de Twitter uma mensagem condenando "ações extremadas que podem acarretar consequências imprevisíveis" e em apoio ao presidente da República.


Diante desse movimento de sua equipe, Bolsonaro tem se apoiado nos filhos, na ala mais ideológica e no diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres, além do ex-ministro Osmar Terra, que é médico e foi demitido do Ministério da Cidadania em fevereiro deste ano.


Torres, aliás, é considerado o preferido de Bolsonaro em uma eventual queda de Mandetta, que tem tido também o respaldo da cúpula do Congresso e de seu partido, o DEM.
A guinada dada por Bolsonaro diante da pandemia do coronavírus foi gerada pelo receio de perder setores essenciais à sua eleição –além de estar preocupado com a militância bolsonarista, essencialmente nas redes sociais.


O presidente fez sinais a empresários e setores conservadores e precisava reacender o apoio da bancada lavajatista que tem Moro como seu principal guia.
Pressionado, o titular da Saúde deixou claro ao presidente, em reunião no sábado, que não vai se demitir e nem mudar de posição.
Ele foi aconselhado por aliados a se manter firme por ter se tornado "indemissível" num momento de pandemia. Se partir de Bolsonaro uma decisão de retirá-lo de sua equipe, caberá ao presidente assumir o ônus.


"Enquanto eu estiver nominado, vou trabalhar com ciência, técnica e planejamento", disse Mandetta em entrevista nesta segunda-feira.
Uma intervenção de Bolsonaro, no entanto, já busca tirar a visibilidade do ministro da Saúde, como ocorreu na apresentação do cenário diário da pandemia –transferida agora para o Planalto e com a participação de outros titulares de pastas do governo, e não só de Mandetta.


No campo político, o ministro da Saúde conta com o apoio dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (AP), ambos do DEM. É endossado ainda pelos principais governadores e prefeitos, a quem fez questão de acenar em entrevista coletiva nesta segunda-feira.
Bolsonaro também está em rota de colisão com os gestores de municípios e estados e despertou novamente a ira dos governadores ao dizer no domingo que "estava com vontade" de editar um decreto para normalização do comércio em todo país.


As divergências levaram ainda a um desentendimento de Mandetta com o comando da Anvisa. De acordo com pessoas próximas a Mandetta, ele e Barra mal se falam.
O diretor-presidente da Anvisa tem acatado a todos os pedidos de Bolsonaro –como a insistência na divulgação de possível cura da Covid-19 por medicações como a cloroquina, para a qual ainda não há comprovação científica.


As reações se deram ainda no Legislativo e no Judiciário.
Nesta segunda, líderes do governo no Congresso assinaram um manifesto em que pedem que os brasileiros sigam as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) e fiquem em casa, em postura que se choca com a defesa de Bolsonaro.

O documento é assinado pelos senadores Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do governo no Congresso, e Fernando Bezerra (MDB-PE), líder do governo no Senado, que foi quem sugeriu o documento.
Também respaldam o posicionamento líderes de partidos como MDB, Rede, PT, Podemos, Cidadania, DEM, PDT, PSB, PSD e PROS


O texto afirma que a pandemia provocada pelo coronavírus impõe desafios e que a experiência de países em estágios mais avançados de disseminação da doença demonstra que, "diante da inexistência de vacina ou de tratamento médico plenamente comprovado, a medida mais eficaz de minimização dos efeitos da pandemia é o isolamento social".


O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, disse que fatos levam à conclusão de que medidas de restrição social são importantes para combater a pandemia do novo coronavírus.
"Tudo o que tem ocorrido no mundo leva a crer nessa necessidade do isolamento, realmente, que é para puxar a diminuição de uma curva [de contaminação] e poder ter um atendimento de saúde para a população em geral. É um momento de solidariedade entre todos os cidadãos do nosso país e em todo o mundo", afirmou.

Prefeitura faz sanitização dos terminais de integração e paradas de ônibus

Fotos: Ascom 

Nesta terça-feira, 31, foi realizada a sanitização dos oito terminais de integração, de todas as estações de embarque e desembarque de passageiros e também das paradas de ônibus localizadas em avenidas da cidade. Essa é uma ação que tem o objetivo de manter a população de Teresina mais protegida, frente à pandemia do novo coronavírus.

A Prefeitura Municipal realiza essa sanitização com a pulverização de solução de água com hipoclorito de sódio, por meio de bombas costais, caminhões pipas e carros fumaceiros.

O superintende da Strans, Weldon Bandeira, informa que essa sanitização é necessária porque o serviço de transporte coletivo está funcionando para atender a quem necessita. “Como parte da luta contra o coronavírus, a Prefeitura de Teresina está fazendo a desinfecção de todos os terminais, estações de embarque, paradas de transporte coletivo. Essa ação deve ser feita com regularidade, enquanto durar a quarentena”, diz.

O gestor informa também que teve redução de 90% na quantidade de usuários dos transportes coletivos. “Acreditamos que somente aqueles usuários que trabalham nos serviços essenciais estão se deslocando pela cidade e reforçamos que os demais devem permanecer em casa”, fala.

Marco Antônio Ayres, secretário da Semduh, explica que a sanitização deverá acontecer de duas a três vezes por semana, nos turnos da manhã, em praças, parques, canteiros centrais de grandes avenidas e áreas públicas com grande fluxo de indivíduos.

Essa ação é em conjunto com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Semduh), Fundação Municipal de Saúde (FMS) e Águas de Teresina.

Da Redação
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Projeto quer ampliar auxílio de R$ 1.200 a pais solteiros

Foto: Arquivo/Cidadeverde.com

O projeto complementar que deve ser votado nesta terça (31) no Senado amplia a concessão do auxílio emergencial de R$ 600 a indígenas, pescadores artesanais, taxistas, caminhoneiros e músicos, e também prevê que pais solteiros possam receber os R$ 1.200 que serão destinados a provedores de família.

O texto também permite a suspensão do pagamento das parcelas de empréstimos do Fies (Fundo de Financiamento ao estudante da Educação Superior) no caso de estudantes que estejam com os pagamentos em dia ou com atraso máximo de 180 dias.

A proposta, de autoria do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), foi pensada para contemplar grupos que ficaram de fora do projeto aprovado na segunda-feira (30) no Senado e que está pendente de sanção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Além dos grupos acima, também poderão se inscrever para receber os R$ 600 associados de cooperativas de catadores de materiais recicláveis e de agricultura familiar, motoristas de aplicativos não abrangidos no projeto aprovado na segunda e outros profissionais que precisem dos recursos.

O texto amplia para pais solteiros o auxílio de R$ 1.200 -no projeto aprovado na segunda, as duas cotas só poderiam ser recebidas por mães solteiras. A proposta de Alessandro Vieira também permite que mães solteiras menores de 18 anos possam receber o benefício -na que foi votada, essa é a idade mínima para solicitar a ajuda.
No caso de pescadores, o auxílio poderá ser acumulado com o seguro defeso, de acordo com o projeto de Alessandro Vieira.

O projeto também prevê a suspensão do pagamento das parcelas do Fies, aplicáveis a indivíduos que concluíram os cursos e aos que ainda estão cursando. A suspensão será de duas parcelas para quem está utilizando ou em fase de carência e de quatro parcelas para os estudantes em fase de amortização do empréstimo.

Outra restrição na proposta original também cai no texto do senador. Segundo o projeto complementar, o auxílio poderá ser operacionalizado por instituições financeiras e de pagamento autorizadas pelo Banco Central -o aprovado na segunda prevê que apenas bancos públicos podem fazer isso.

O senador manteve a ideia de criar uma conta poupança digital com abertura automática com uma transferência eletrônica gratuita para conta mantida por instituição habilitada pelo BC.

O senador também propõe mudanças no auxílio-doença e no BPC (benefício a idosos e deficientes pobres). No primeiro caso, prevê a antecipação do auxílio a suspeitos de contaminação pelo novo coronavírus, e não apenas para casos confirmados, já "que os testes estão sendo feito somente em pacientes graves". No caso do BPC, que antecipar para 2020 os novos limites de renda que dão acesso ao benefício.

O texto aprovado na segunda retoma até 31 de dezembro deste ano o teto de um quarto de salário-mínimo defendido pelo governo para pagamento do BPC. A partir de 1º de janeiro de 2021, porém, volta a subir para meio salário-mínimo. Vieira antecipou esse segundo limite para este ano já.

Na justificativa, Alessandro Vieira afirma que a principal crítica que os senadores fizeram ao texto aprovado na segunda dizia respeito à limitação do auxílio a quem tiver recebido mais de R$ 2.400 por mês em 2018.

"Esta previsão impede o recebimento do auxílio por trabalhadores comprovadamente pobres: por exemplo, o caso de um ex-empregado formal ou de um motorista de aplicativo. Por isso, este limite deve deixar de existir", escreveu Vieira.

Sobre a suspensão do pagamento do Fies, o senador afirma que o objetivo é proteger os estudantes com dívidas do empréstimo. "Eles contarão com a suspensão dos pagamentos, que é apenas natural em um momento em que estudantes ou recém formados encontrarão ainda mais dificuldade para gerar renda."

TEXTO APROVADO
A intenção do auxílio é amenizar o impacto da crise do coronavírus sobre a situação financeira dos trabalhadores e das mães que são chefes de família.
Para receber o auxílio, o trabalhador não pode receber aposentadoria, seguro-desemprego ou ser beneficiário de outra ajuda do governo. Também não pode fazer parte de programa de transferência de renda federal, com exceção do Bolsa Família.

Segundo o projeto, até dois membros da família terão direito ao auxílio. Se um deles receber o Bolsa Família, terá que optar pelo benefício que for mais vantajoso.
Caso escolha o auxílio, o Bolsa Família fica suspenso durante o período em que vigorar a ajuda emergencial.

As mães solteiras receberão duas cotas, também por três meses, com a mesma restrição envolvendo o Bolsa Família. O dinheiro será pago por bancos públicos federais em conta-poupança digital. A instituição financeira poderá abrir automaticamente a conta em nomes dos beneficiários. O auxílio só será concedido àqueles que tiverem renda mensal per capita de até meio salário mínimo ou renda familiar até três salários mínimos.

O benefício será dado a microempreendedores individuais, contribuintes individuais e trabalhadores informais que estivessem inscritos no Cadastro Único do governo federal até 20 de março. Os demais terão que fazer autodeclaração em uma plataforma digital. O projeto também desobriga as empresas de pagarem os 15 dias de remuneração do funcionário afastado do trabalho por causa da doença. O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) deverá arcar com o valor.

Fonte: Folhapress

Bolsonaro reclama da postura de Moro na crise

Foto: Marcos Correa/PR

A crise do coronavírus é o mais novo componente da tumultuada relação entre o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, destaca o jornal O Estado de S. Paulo. Em conversas reservadas no fim de semana, o presidente reclamou que o ex-juiz da Lava Jato é "egoísta" e não atua para defender suas posições no enfrentamento às medidas restritivas tomadas por Estados e municípios. Na visão do presidente, Moro só age em circunstâncias que possam aumentar o próprio capital político.

Em conversa com interlocutores, Bolsonaro reclamou da postura do ex-juiz, dizendo que o ministro "só pensa nele" e "não está fazendo nada" para ajudar o governo na batalha que o presidente trava com governadores e até mesmo com as recomendações do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

O mais popular do governo, superando o próprio presidente, Moro tem optado por não tomar partido e só se manifesta em ações de enfrentamento ao coronavírus diretamente ligadas a sua pasta. Em suas redes sociais, tem se mantido neutro e evitado seguir as opiniões de Bolsonaro.

O presidente tem insistindo que as pessoas voltem a trabalhar mesmo diante do risco da escalada pandemia da covid-19 e contra as recomendações de autoridades sanitárias de várias partes do mundo. Outra defesa enfática do presidente é o uso da cloroquina para o tratamento do vírus, embora os testes sobre a eficácia do medicamento ainda não sejam conclusivos.

É a postura mais comedida do ministro que tem gerado insatisfação em Bolsonaro, que, em outras ocasiões, já reclamou que Moro costuma agir como um juiz de primeira instância e age sozinho, como se não estivesse em um time.

Nas redes, Moro tem se isentado de abraçar o discurso de Bolsonaro. Ontem, o ministro da Justiça, que já sofre pressão nos bastidores, afirmou no Twitter: "Prudência no momento é fundamental". A frase foi publicada junto com um artigo do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), publicado em O Globo, em que faz um apelo aos magistrados dizendo que "é hora de ouvir a ciência". Moro destacou um trecho do texto de Fux: "Está na ordem do dia a virtude passiva dos juízes e a humildade de reconhecer, em muitos casos, a ausência de expertise em relação à covid-19".

A mulher do ministro da Justiça, a advogada Rosângela Moro, tem defendido o isolamento social em publicações em seus perfis na internet. No sábado, publicou uma foto deitada lendo um livro: "Sábado + quarentena = leitura". No domingo, alertou para o número de mortes causadas pela covid-19 com a foto de um avião no ar. "A cada 200/300 pessoas que morrem é como se um avião caísse", escreveu.

Antes do pronunciamento de Bolsonaro defendendo que as pessoas voltassem à "normalidade", Moro publicou no Twitter: "Segurança Pública não pode parar, mas muita gente pode. Quem puder, fique em casa". No mesmo dia, republicou uma postagem do ministro Tarcísio Gomes de Freitas, da Infraestrutura, fazendo uma defesa pontual para a flexibilização das medidas restritivas. "Importante. Voluntarismo sem racionalidade e coordenação coloca o País em risco. Caminhoneiros precisam de serviços de suporte abertos na estrada, como borracharias e restaurantes. Alguns decretos estaduais devem ser revistos com urgência."

Derrotas

Bolsonaro, segundo o Estado apurou, reclama de estar desassistido juridicamente. O governo federal tem perdido batalhas consideradas caras ao presidente contra governadores e prefeitos. Apesar de Bolsonaro defender um isolamento vertical, somente para idosos e pessoas com doenças, Estados e municípios seguem adotando a quarentena como medida para controlar o avanço da covid-19. Na opinião do presidente, Moro deveria ajudar o governo nessa disputa jurídica.

Na semana passada, a Justiça do Rio derrubou decisão de Bolsonaro de reabrir templos e casas lotéricas. Outra derrota foi imposta quando o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, decidiu que governadores e prefeitos podem determinar sobre restrições de circulação de transporte.

Auxiliares da área jurídica têm alertado o presidente que as decisões individuais da União, Estados e municípios podem acarretar uma série de ações judiciais questionando as medidas uns dos outros.

A avaliação no círculo mais próximo de Bolsonaro é de que o ministro André Luiz Mendonça, da Advocacia-Geral da União, embora tecnicamente bem preparado, é tímido politicamente e tem ficado aquém das expectativas na crise do coronavírus. Já o ministro Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral da Presidência e responsável pela Subchefia de Assuntos Jurídicos, tem adotado uma postura comedida. Para Bolsonaro, a área jurídica está sem rumo. Procurados, Moro e o Planalto não se manifestaram. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 


Fonte: Estadão Conteúdo

Em meio a isolamento, dezenas de pessoas lotam fila em agência bancária no centro

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A movimentação é intensa no Centro de Teresina, em frente a agência do Banco do Brasil, da Praça Rio Branco. Na manhã desta terça-feira(31), o Cidadeverde.com registrou uma fila de dezenas de pessoas, muitas delas idosos, que chegava à esquina da Rua Barrosa com a Coelho Rodrigues.

A entrada na agência é controlada, apenas duas pessoas podem entrar por vez. Para controlar a distância entre as pessoas na fila, marcações foram fixadas no chão.

A servidora pública, Ana Lúcia, 57 anos, está na fila há 20 minutos. Ela revela que a necessidade de pagar as contas foi maior que o medo da Covid-19. 

“Foi o jeito eu ter que vir, tem as contas pra pagar, eu precisava resolver. Imaginava que ia ter muita gente, mas não tanto assim”, contou a mulher que aguardava de máscara sua vez no meio da fila.

A quantidade de carros estacionados na rua em frente ao banco ultrapassa o quarteirão. O fluxo de veículos passando na rua também é intenso.

De acordo com funcionários do banco, a orientação é não fazer o atendimento externo. Desbloqueio de senhas e outras operações estão entre os serviços. A abertura de contas apenas para profissionais da saúde. 

Apenas uma pessoa pode usar os caixa de autoatendimento por vez. 

"A gente nem devia estar aqui fora, estamos nos expondo mas é o jeito. Muitos deles são idosos e precisam de orientação. O que a gente pede é mais compreensão das famílias porque a gente sabe que eles vêm. Nosso atendimento começa às 9h e às 8h já tinha gente se aglomerando aqui na porta. Não é todo banco que está fazendo isso", contou o funcionário Ricardo Alexandre que estava de máscaras e luvas.

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

Na agência do Banco Bradesco, na rua Álvaro Mendes, no Centro, a movimentação também é intensa. O vendedor de lanches Rogério Silva veio de bicicleta do bairro São Joaquim, zona Sul. Ele conta que a aglomeração de pessoas na fila era ainda maior nessa segunda-feira (30). "Ontem a fila tava maior que essa, chegando na esquina. Cheguei oito horas e já estava lotado", lembrou o vendedor que diz depender da venda de lanches para sustentar os três filhos. "Não dá pra ficar em casa. Como é que vou garantir o feijão de comer. O governo disse que vai mandar um dinheiro mas até agora nada, não dá pra ficar em casa esperando", afirmou.


Flash Valmir Mâcedo
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Covid-19:Governo alerta que maioria dos infectados no Piauí está fora do grupo de risco

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O governo do Piauí revelou, na manhã desta terça-feira (31), que a maioria absoluta de infectados pelo novo coronavírus no Estado é de pessoas fora do chamado grupo de risco.

Boletim epidemiológico divulgado mostra que entre os 18 casos confirmados de Covid-19 no Piauí, em cinco os infectados possuem menos de 40 anos de idade. O governo alerta que é errado achar que só idosos podem apresentar sintomas da doença.

“Essa informação é importante porque mostra que a maioria absoluta dos infectados até o momento são os que estão fora do chamado grupo de risco. Muitas pessoas têm pensado, erroneamente, que somente os idosos é que podem apresentar os sintomas, o que não é verdade. Inclusive, cinco casos têm menos de 40 anos e idade”, diz o boletim do governo. 

 Estão no grupo de risco, segundo o Ministério da Saúde, pessoas acima dos 60 anos e aquelas com doenças crônicas, como diabetes e doenças cardiovasculares. 

O boletim do governo também destaca que a cada dia os casos de coronavírus aumentam no Piauí. No último dia 19, foram 3 casos confirmados e até ontem (30), 11 dias depois, havia seis vezes mais contaminados: 18 pessoas. Destes 18, 12 (66%) têm menos de 60 anos de idade.

O boletim informa ainda que as quatro mortes foram de pessoas acima de 40 anos, e que 66% dos infectados são do sexo masculino. Diante do crescimento, ontem o governador Wellington Dias prorrogou o decreto de quarentena no Piauí.

Até a manhã desta terça (31) o Piauí registra 231 casos suspeitos de coronavírus, deste 50 apenas em Teresina, 18 confirmados, 4 mortes e 1 cura. A primeira pessoa curada da doença no Estado foi o jornalista Marcelo Magno.

 


Izabella Pimentel
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Sindilojas e CDL afirmam que momento não é de demissão em massa, mas de adaptação

Foto: Arquivo/Cidadeverde.com/Roberta Aline

O presidente do Sindicato dos Lojistas do Piauí, Tertulino Passos, afirmou que após o novo decreto do prefeito Firmino Filho que ampliou a reabertura de alguns setores comerciais (oficinas, lojas de autopeças e de material de construção) um cenário econômico mais otimista começa a se formar. Ele afirma que até agora o momento não é de pensar nas demissões em larga escala, mas de adaptação com o novo decreto. Passos acredita que a cada semana mais lojas poderão reabrir e atender o público com responsabilidade devido a pandemia do novo coronavírus, que já matou quatro pessoas no Piauí, sendo duas em Teresina.   

"Nós obedecemos ao decreto do Firmino, que apresentou novas mudanças (em relação ao anterior). Agora, as lojas de construção, oficinas mecanicas, lojas de autopeças, clinicas veterinárias vão abrir, além das que já podiam funcionar (como padarias, supermercados). Algumas já abriram hoje e outras devem abrir na terça. Isso sinaliza que os decretos estão abragendo mais empresas, indústrias. Com isso, (o comércio) vai abrindo aos poucos para não ter uma grande movimentação".

O prefeito de Teresina publicou no domingo (29) o decreto nº 19.548 que amplia as atividades que podem funcionar em Teresina. Nesta segunda (30), o governador do Estado, Wellington Dias, prorrogou o decreto e manteve a suspensão de todas as atividades comerciais, educacionais, religiosas, eventos esportivos e culturais até o dia 30 de abril.

O presidente da CDL Câmara dos Dirigentes Lojistas de Teresina, Evandro Gomes, comentou que acredita que o posicionamento do prefeito de Teresina, Firmino Filho, e o governador do Estado, Wellington Dias, devem ser respeitadas neste momento em que ambos buscam soluções para conter a pandemia do novo coronavírus. 

"O prefeito e o governador são dois homens com larga experiência que, dentre outros setores em especial o da saúde, também estão olhando para a nossa economia, comércio e atividade empresarial para decidir o melhor caminho. Precisamos respeitar as autoridades nesse momento. Vamos ter saúde, fé, paciência para superar esse momento". 

Para o superitendente da CDL, Ulysses Moraes, a suspensão de algumas atividades econômicas são necessárias para controlar a epidemia até porque não tem como reabrir sem que os empresários e microempresários oferecem equipamentos de proteção individual a todos os funcinários, até porque está em falta no mercado, como máscaras e alcool em gel. 

"Não adianta abrir porque também não vai ter cliente para aparecer nesse momento. Tenho certeza que se houver possibilidade - e confiança no prefeito e no governador - que dentro dos critérios de responsabilidade o empresariado vai reabrir (em sua totalidade) o mais breve possível". 

Ulysses acrecentou que "é preciso ter bom senso". "A gente entende os lojistas, as contas a pagar, os funcionários, mas é preciso ter muita cautela neste momento. Não podemos perder o controle, é preciso ganhar tempo para a proteção (da saúde) de todos".

Na sexta (27), o Movimento Empreeender Piauí (MOVE) divulgou um manifesto público sobre a questão do isolamento social na prevenção do novo coronavírus. O MOVE destaca que o documento não é um pedido de reabertura indiscriminada do comércio. "Assim, o MOVE propõe a harmonia de medidas que disponham tanto sobre a saúde pública, como também a recomposição gradativa das atividades empresariais, por setor, com fins de não tencionar o próprio colapso da economia que, certamente, agravaria a situação de crise", diz o manifesto.

"Os efeitos do isolamento, sem as devidas considerações de fatores econômicos, acarretarão no fechamento de empresas e de postos de trabalhos. Não só isso, a medida de isolamento social sem atenção à tutela econômica, implicará na expressiva diminuição da arrecadação de tributos, como decorrência lógica da redução do faturamento do setor empresarial. Há de se ter consciência que o setor privado financia as relevantes atividades do setor público", ressalta o documento.  

 

Carlienne Carpaso

[email protected] 

Bolsonaro promete sancionar auxílio de R$ 600 para coronavírus ainda nesta terça

Foto: Marcos Correa/PR

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prometeu sancionar ainda nesta terça-feira (31) o projeto que garante auxílio emergencial de R$ 600 a trabalhadores informais e de R$ 1.200 para mães responsáveis pelo sustento da família. A intenção da ajuda é amenizar o impacto da crise do coronavírus sobre a situação financeira da população que perdeu ou teve sua renda reduzida.

Bolsonaro também afirmou que deve regulamentar a concessão do auxílio "o mais rápido possível".

"Está pronto o decreto [de regulamentação], só dar uma olhada e meter a caneta. Quem vai pagar é a Caixa Econômica Federal. Ouvi ontem [segunda-feira, 30] alguns já reclamando: 'não sancionou ainda?' Foi ontem à noite que foi aprovado. Esse pessoal que reclamou, que tinha poder dentro do Congresso, tinha que ter aprovado no mesmo dia quando eu mandei para lá", concluiu Bolsonaro.

O auxílio foi apelidado de "coronavoucher" e será pago em três prestações mensais, conforme texto votado no Senado.

O projeto foi aprovado por unanimidade, com 79 votos a favor.

A proposta havia sido aprovada na última quinta-feira (26) em votação simbólica e remota na Câmara.

Inicialmente, a equipe econômica queria conceder R$ 200 aos informais. Pouco depois, admitiu elevar o valor a R$ 300.

O presidente Bolsonaro decidiu anunciar o aumento no valor do auxílio que o governo pretende dar a trabalhadores informais para R$ 600 para tentar esvaziar o discurso da oposição no Congresso e retomar o protagonismo sobre a medida.

O impacto do auxílio de R$ 600 deve ficar em R$ 44 bilhões durante o período em que a medida vigorar, segundo integrantes da equipe econômica.

Ainda não foi definido o cronograma para o pagamento do auxílio emergencial, mas o calendário terá os mesmos moldes do utilizado para o saque-imediato do FGTS, de acordo com o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães.

Clientes da Caixa deverão receber os depósitos diretamente nas suas contas bancárias, também como ocorreu no saque-imediato.

Correntistas e poupadores de outros bancos poderão optar por transferir os valores para suas contas sem a cobrança da transferência, segundo Guimarães.

Fonte: Folhapress

Salão do Livro do Piauí será adiado para o segundo semestre

Foto: Manoel Eduardo / Ascom UFPI

Devido à pandemia do Covid-19 (Coronavírus), a equipe organizadora do SaLiPi 2020, formada pela Fundação Quixote, UFPI e pelo SEBRAE/PI, analisa a possível mudança de data na realização do evento que, a princípio, seria realizado de 29 de maio a 7 de junho, no Espaço Cultural Rosa dos Ventos, na UFPI. Diante disso, a equipe está estudando uma nova data que será anunciada em breve e o evento acontecerá no segundo semestre. 

O SaLiPi é o maior acontecimento anual em torno da cultura do livro e da leitura no Estado, e durante as últimas 17 edições, o evento movimentou um grande público, cerca de 200 mil pessoas, em 10 dias, a cada ano. 

“A 18ª edição, que homenageia a nossa grande poeta e escritora, Graça Vilhena, não poderá ser realizada na primeira semana de junho, como sempre acontece, por conta da pandemia de COVID-19, cujo pico, segundo as autoridades e comunidade científica, será nos meses de abril e maio. Portanto, estamos em conversa com as instituições envolvidas estudando a melhor data para a realização do SALIPI 2020, sempre atentos às recomendações do Ministério da Saúde, da Organização Mundial da Saúde, e das autoridades locais como a Prefeitura de Teresina e o Governo do Estado e órgãos afins. Por enquanto, recomendamos que todos fiquem em casa, para não termos problemas maiores no futuro. Anunciaremos, em breve, as novas datas. Até o momento o que está certo é que o SALIPI não se realizará no primeiro semestre”, explica o presidente da Fundação Quixote, Kássio Gomes.

Tempo de isolamento será decisivo para aprovação em concursos

 

Com o isolamento social, muitas pessoas passaram a ter mais tempo livre. Esse período, segundo consultores do ramo de concursos, será decisivo para a aprovação em certames públicos.

Mesmo trabalhando de casa, pelo computador, o tempo que normalmente era gasto no trânsito ou em outros momentos do dia pode ser utilizado para reforçar os estudos e ajudar a assimilar novos conteúdos.

“Ficar em casa fazendo home school (estudo de casa) pode ser o fator definitivo decisório na aprovação de muitos concurseiros”, garante o coach Cleverson Moreira.

O consultor orienta que as pessoas utilizem de forma criativa o tempo de ócio disponível. 

“Procure resolver questões e assistir vídeo aulas conforme o tempo que você consiga administrar. Se você não puder ter uma rotina, não fique distante dos seus estudos, de alguma forma se conecte com eles. Logo isso vai passar e vai se sair melhor aquele que aproveitou bem esse período”, disse.

 

Valmir Macêdo
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