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Floriano divide retorno das atividades em três fases; comércio abre primeiro

Foto: Prefeitura de Floriano

O Prefeitura de Floriano divulgou nesta sexta-feira (5), o Plano de Retomada das Atividades Comerciais no município. O retorno será feito em três fases com intervalo de 14 dias entre elas. O prefeito Joel Rodrigues ainda vai definir uma data para que o plano entre em prática. A fase 1 prevê a flexibilização para empresas de atendimento individual ou de pequena aglomeração. 

Ainda segundo o plano, a fase 1 mantém os serviços essenciais já autorizados; permite o funcionamento dos estabelecimentos que prestam serviços de saúde e o comércio varejista, atacadista e lojas de departamentos especializados e prestadores de serviços. Poderão funcionar também atividades do segmento de estética, beleza e tatuagem, com atendimento individual e horário marcado. O setor da construção civil também retorna suas atividades na primeira fase. Já em relação aos shoppings, apenas as lojas voltam a funcionar para o atendimento presencial. As praças de alimentação e cinemas continuarão fechados.

Na fase 2 retornam as academias de esportes, com limitação de acesso, e atendimentos relacionados à saúde bucal e odontológica, públicas e privadas.

Segundo a Prefeitura, a fase 3 contempla o retorno de bares e restaurantes, com limitação de horário até às 20h e adoção do distanciamento entre mesas com todas as medidas sanitárias. Poderão ser feitas também a consumação local em padarias e praça de alimentação, além dos cinemas.

Shows, eventos públicos e privados, eventos culturais e desportivos, atividades de casas noturnas continuam suspensos, assim como as aulas da rede pública e municipal.

Ainda de acordo com o plano, em todas as fases é necessário seguir o protocolo sanitário, com medidas de uso da máscara, distanciamento social, higiene pessoal e sanitização de ambientes e outras.

O plano foi apresentado a integrantes do governo municipal, ao Ministério Público, às entidades representativas do comércio e a vereadores.

Segundo a Secretaria de Saúde do Piauí, Floriano possui 84 casos da covid-19 e 3 óbitos.

Hérlon Moraes (Com informações da Prefeitura)
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Restaurante Popular do Dirceu será reaberto na segunda-feira (8)

Foto: Ccom

O Restaurante Popular do Dirceu, na zona Sudeste de Teresina, vai ser reaberto nesta segunda-feira (8). O prédio foi reformado em uma semana e vai começar a distribuir quentinha nos moldes como estão operando as unidades do centro e da Universidade Estadual do Piauí (Uespi). “Assim continuaremos evitando aglomeração em função da pandemia”, disse o secretário de Assistência Social e Cidadania, José Santana.

O gestor acrescenta que, de imediato, a expansão é apenas para o Dirceu. No entanto, está sendo avaliada a possibilidade de levar o restaurante para outros locais da capital. Com relação a outras cidades, há análise para expansão.

Com a reabertura da unidade no Dirceu, ao todo serão mais de 2.000 refeições servidas por dia ao preço de R$ 2. O restaurante tem capacidade de atendimento de 400 refeições por dia.

Da Redação
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Agente penitenciário morre em Parnaíba e sindicato aponta covid

Foto: Enviada pelo Sinpoljuspi

Morreu na tarde desta sexta-feira (5) o agente penitenciário do Piauí Nilton Tupinambá, 49 anos, que estava internado em Parnaíba, litoral do Piauí. O Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sinpoljuspi) afirma que o agente saiu de um plantão na Penitenciária Mista de Parnaíba nesta quinta-feira (4), e passou mal, sendo internado em seguida. O sindicato aponta que o policial penal tinha hipertensão e morreu em decorrência de complicação por Covid-19.

Ainda segundo informações do Sinpoljuspi, o servidor trabalhou até o início desta quinta-feira (4). 

“O Nilton Tupinambá trabalhou no plantão no dia 3 e saiu no dia 4 pela manhã. O caso dele foi muito rápido. Ele começa sentir em casa e já se internou logo. Ainda não tivemos acesso ao lado, ele morreu agora às 13h,  mas o modo como foi o velório, muito rápido, como se fosse por coronavírus”, disse o diretor jurídico do Sinpoljuspi, Acácio de Castro, que contou que o agente possuía hipertensão.

Foto: Reprodução Facebook

O Cidadeverde.com entrou em contato com a Secretaria Estadual de Justiça (Sejus) que informou ainda não ter conhecimento da causa morte do servidor. 

Com 28 anos de serviço público, Nilton Tupinambá deixa esposa e dois filhos. 

Afastamento de servidores

Na quarta-feira (3), o juiz Anderson Nogueira, da 1ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública de Teresina concedeu liminar determinando “a liberação dos policiais da área criminal, sem prejuízo na remuneração, com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, bem como os servidores pertencentes ao grupo de risco”

A decisão também determina que o Estado forneça o material para proteção individual (álcool em gel, máscaras, luvas) para uso dos policiais da área criminal, listados na nota técnica da Secretaria de Justiça.

O sindicato a categoria pede ainda a testagem dos 800 agentes penitenciários em ativa no Piauí. 

Valmir Macêdo
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Alunos da Rede Municipal de Teresina terão acesso a conteúdo educativo pela TV a partir de quarta (10)

Foto: PMT

Os estudantes da Rede Municipal de Teresina contarão, a partir da próxima quarta-feira (10), com uma programação educativa diária exibida por meio de quatro canais locais de televisão. O conteúdo também ficará disponível na plataforma online do site da Secretaria Municipal de Educação (Semec): www.semec.pmt.pi.gov.br. A implementação do Projeto “Em casa eu aprendo” é parte das iniciativas da secretaria para reduzir os impactos da pandemia na educação pública e oferecer aos estudantes alternativas de aprendizagem não presencial.

A ação é resultado de uma parceria da Prefeitura de Teresina com o projeto Vamos Aprender, desenvolvido pela União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e o Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed), com apoio da Fundação Lemann, Fundação Roberto Marinho, do CIEB (Centro de Inovação para a Educação Brasileira) e da Unesco. Os parceiros disponibilizam, gratuitamente, programas educativos para redes de ensino com conteúdo dirigido a estudantes do Ensino Fundamental. Também estão nessa parceria o Canal Futura, Khan Academy, MultiRio, entre outras instituições.

No total, são 280 programas pedagógicos disponíveis, que envolvem desde vídeos interativos, com conteúdo didático e exercícios, até textos e orientações de todas as áreas de conhecimento.

Como as aulas serão exibidas

Em Teresina, a programação terá início com aulas direcionadas para as turmas do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, exibidas em TVs locais. As aulas iniciam às 8h e seguem até 17h30, conforme programação de cada ano escolar.

De acordo com a secretária municipal de Educação, Kátia Dantas, as aulas transmitidas pela TV alcançam uma grande quantidade de alunos e trazem novas perspectivas para o aprendizado. “Estamos animados com esse novo formato. Contamos com os parceiros e também com o empenho das equipes escolares para levar conteúdo de qualidade, que garantam um ritmo de aprendizado para nossos alunos”, disse.

“Essa é uma estratégia que os municípios podem adotar neste momento que estamos vivendo, no qual as aulas estão suspensas em função da pandemia. A televisão tem um potencial muito grande: nos municípios maiores sabemos a força que tem e, nos municípios menores, muitas vezes é o veículo mais utilizado. Em meio ao isolamento social e suspensão das aulas presenciais, essa é uma maneira de criar momentos para que as crianças tenham uma rotina e continuem sendo estimuladas a aprender”, comenta Luiz Miguel Martins Garcia, dirigente municipal de Educação de Sud Mennucci/SP e presidente da Undime.

O diretor executivo da Fundação Lemann, Denis Mizne, destaca a importância de oferecer alternativas de ensino não presencial na pandemia: “É um importante passo para que o ensino remoto alcance todos os estudantes, como aqueles que não têm acesso à internet. É importante que os alunos brasileiros continuem aprendendo e se desenvolvendo durante o isolamento social”, diz Mizne.

Da Redação
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Dom Jacinto anuncia retorno gradual das atividades da igreja e pede reflexão

Com o isolamento social, a Igreja Católica tem usado das redes sociais para a celebração de missas, palestras, momentos de reflexão e terços. Com a chegada do dia de Corpus Christi - data que celebra o mistério da eucaristia, o sacramento do corpo e do sangue de Jesus Cristo -, a igreja estuda que um número reduzido de pessoas possa participar presencialmente das celebrações, respeitando o distanciamento. 

“Para um pequeno número de pessoas. Conforme o tamanho da igreja 5-10-15-20-30 pessoas presenciais e depois da missa, se for o caso, outros que não puderam participar presencialmente, mas tendo participado, através das redes sociais, poderem participar da comunhão. Nós não faremos procissão, nem carreatas com o santíssimo sacramento nas ruas, evitando justamente a aglomeração de pessoas”, explicou o arcebispo de Teresina, Dom Jacinto Brito, nesta sexta-feira (5)

A exceção de participação presencial vai se dar pela data litúrgica, durante a pandemia as missas são transmitidas pela internet. Cada paróquia transmite por suas contas nas redes sociais. A arquidiocese transmite todos os dias sua celebração gravada na Residência Episcopal em Teresina e disponibilizada em canal do Youtube.

“A fé, embora seja essencialmente comunitária, mas nós não estamos desconectados dos outros quando em família oramos, ou quando individualmente com a comunidade estamos seguindo as celebrações da missa, outros momentos de oração ou instrução religiosa”. 

Para Dom Jacinto, o momento de pandemia também traz uma reflexão sobre o ser humano. 

“As pessoas vão descobrindo que esta pandemia traz uma mensagem, traz uma mensagem primeiramente de que a gente não é tão onipotente quanto pensa. O ser humano, de fato, é uma criatura e portanto limitada. È ocasião de estar mais com a família, é ocasião de estar mais com a leitura, se dedicar mais à oração, à reflexão”, disse.

O arcebispo destaca o trabalho voluntário da igreja voltados para moradores de rua e abrigos de idosos, que continuam durante a pandemia.

"Não percam a esperança", diz arcebispo

Na entrevista ao Jornal do Piauí, Dom Jacinto também deixou sua mensagem para os fiéis.

Não percam a esperança, não desanimem na sua confiança. A humanidade já viveu coisas piores. A igreja já passou por situações mais difíceis que esta, quem está no comando da barca não é um homem, é o próprio Deus. Confiemos que nas mãos misericordiosas dele nós venceremos. 

Valmir Macêdo
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Gestante relata preconceito em UBS após se recuperar da Covid-19



Quando engravidou, a mãe do João Lucas não imaginou que para sentir a alegria de trazê-lo ao mundo teria que superar a Covid-19 e enfrentar o  preconceito das pessoas após se recuperar da doença. A jovem, que prefere não se identificar, está na 34ª semana de gestação, com classificação de risco.  Ela conta que sofreu discriminação em uma UBS na zona Sudeste de Teresina ao tentar fazer um exame de rotina. 

A grávida afirma que cumpriu os 14 dias de isolamento doméstico. No 15º dia, em 28 de maio, sentiu contrações e foi à Maternidade Dona Evangelina Rosa.  Ela passou pela triagem e um novo exame comprovou que não estava mais com o coronavírus. A jovem precisou ficar internada.

Ao receber alta médica, a jovem foi até a Unidade Básica de Saúde Nossa Senhora da Paz, no bairro onde mora, na última quarta-feira (3) porque precisava de um exame de ultrassom, mas saiu sem a requisição. Segundo a jovem, ela sofreu preconceito de uma médica.

"Eu tive que mostrar o exame da Covid porque onde a gente chega perguntam se a gente já teve.  A moça perguntou se eu tinha tomado medicação, eu disse que não porque os sintomas foram leves, ela me tratou bem, normal, e foi chamar a médica. Quando a médica veio já foi dizendo: 'você sabia que não pode se consultar aqui?'. Eu perguntei o porquê. (Ela disse) 'porque você está com coronavírus e está espalhando o vírus'. Eu disse: 'moça, eu não tenho mais o vírus, eu já sai da quarentena'".

Os exames feitos pelo Lacen no dia 17 de maio mostram que a gestante sentiu os primeiros sintomas no dia 13 de maio. A jovem só foi ao posto 21 dias depois. 

Combater com informação

O diretor de Vigilância em Saúde da Sesapi (Secretatia Estadual de Saúde), Herlon Guimarães, diz que a Covid-19 repete a discriminação ocorrida por séculos com pacientes portadores de hanseníase e de HIV.  Para ele, a saída para combater o preceito está na informação. 

"Continuo dizendo: essa informação tem que ser mais clara para toda a população. É dizer, realmente, todos os passos, falar do fluxo de atendimento, reorganizar, dar uma reorientação no atendimento dessas pessoas e, claro, aqui não foge ninguém: não foge profissional de saúde não foge o leigo. São situações que realmente demandam um temor a nível de sociedade, mas temos que aprender a saber a lidar com isso", ressalta o diretor

A gestante afirma que continuará indo ao posto, pois precisa dos serviços. “Eu não vou passar por mentirosa. Eu tenho direito ao atendimento como qualquer outro cidadão. Vou chegar nesse posto de cabeça erguida porque eu não estou mentindo não estou fazendo nada de errado", diz. 

Esclarecimento FMS

A Fundação Municipal de Saúde (FMS) informa que prestou todo o atendimento possível para a gestante mencionada na reportagem veiculada no Jornal do Piauí, que não solicitou o exame de ultrassom como mencionado. A FMS relata que assim que a gestante chegou a UBS Nossa Senhora da Paz foi recebida pela técnica para iniciar os exames do pré-natal e posteriormente encaminhada para a consulta com a médica.

Segundo a FMS, a médica ao constatar os exames que a grávida tinha contraído a Covid-19 - e que, segundo ela, estava no período de transmissão - conversou com a paciente aconselhando a ficar em isolamento por 14 dias conforme preconiza o protocolo do Ministério da Saúde. A FMS ressaltou em nota que em momento algum a paciente foi destratada ou teve atendimento negado pelos profissionais. 

 

Carlienne Carpaso
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Governador se reúne com prefeitos para evitar conflitos sobre reabertura das atividades

Foto: Roberta Aline

O governador Wellington Dias (PT) se reuniu nesta sexta-feira (5) com prefeitos e gestores municipais para apresentar o plano de retomada organizada - o Pro Piauí - que prevê a reabertura gradual das atividades no estado. 

A ideia é conversar com todos os setores produtivos e prefeitos municipais para evitar possíveis conflitos com a implantação do plano. O governador não quer atrito com prefeitos caso os indicadores de saúde apontem para a reabertura das atividades na próxima semana. Alguns prefeitos resistem para a reabertura este mês e discordam do governo do estado.  

A reunião contou com o presidente da APPM (Associação Piauiense de Municípios), Jonas Moura,  gestores e representantes do COE (Comitê de Operações Emergenciais de combate a Covid-19). 

Neste sábado (6), às 10h, o governador voltará a se reunir com os médicos, técnicos e pesquisadores do COE para decidir sobre a flexibilização do isolamento social. Domingo (7) encerra o prazo da quarentena. 

O governador colocou como critérios fundamentais a taxa de transmissibilidade do vírus está igual ou abaixo de zero. A pesquisa mais recente divulgada na quinta-feira mostra que o índice caiu para 0,9.

Outro item posto como prioritário é o número de leitos de UTIs abaixo de 50% sem risco de ter colapso no sistema de saúde e a taxa de mortalidade também baixa. 

Wellington Dias informou aos prefeitos que o estado será dividido em oito regiões e cada região terá que atender os critérios de saúde para a volta das atividades. 

Uma das preocupações dos prefeitos é a demanda de leitos de UTI. O governador garantiu que o estado adquiriu mais de 200 respiradores e com os novos aparelhos a ocupação de leitos, que está a 60%, irá cair para em torno de 35%.

Na reunião, Wellington Dias disse ainda que o governo divulgou um protocolo geral, mas os prefeitos terão autonomia para adotar medidas para reduzir o contágio do novo coronavírus.

 

Flash Yala Sena
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Trump volta a citar Brasil entre países com problemas no combate à pandemia

Foto: Isac Nóbrega/PR

 

O presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a citar o Brasil entre nações que enfrentam problemas no combate à pandemia de coronavírus. Nesta sexta-feira (5), durante entrevista coletiva, o líder republicano afirmou que o país comandado pelo aliado Jair Bolsonaro está em um "momento difícil".

Ao citar a situação econômica americana em meio à crise da Covid-19, Trump projetou bons números para os próximos meses, ressaltando que os EUA são a maior economia do mundo e que, segundo ele, as medidas tomadas no combate à propagação do vírus "fecharam o país".

"Possivelmente salvamos 2 milhões, 2,5 milhões de vidas. Agora, poderiam ter sido 1 milhão de vidas (...) Mas, se você pensar, hoje estamos em 105 mil, (...) e poderia ser dez vezes esse valor", disse ele. "Se você olha para o Brasil, eles estão passando por um momento muito difícil."

Em seguida, Trump citou a Suécia, país europeu cuja estratégia contra o coronavírus é alvo de polêmica por, diferentemente de seus vizinhos nórdicos, não ter adotado o "lockdown", ainda que regras de distanciamento social tenham sido colocadas em prática.

Para o republicano, a Suécia, que contabiliza 4.562 mortes e quase 42 mil casos confirmados, está em um "momento terrível". "Se fizéssemos isso, teríamos perdido 1 milhão, 1,5 milhão, talvez até 2 milhões e meio ou mais de vidas. No entanto, estamos em 105 mil."

Os EUA registraram, até agora, 108.664 mortes e 1,8 milhão de infecções, números bem superiores aos do país europeu e do Brasil, que acumula 34 mil óbitos e quase 615 mil contaminações, de acordo com dados compilados pelo universidade Johns Hopkins.

O líder americano, no entanto, diz que as elevadas cifras de casos se devem à quantidade de testes realizada no país. Em números absolutos, os EUA são o país que mais testam no mundo, segundo o site Worldometer, com 19,9 milhões de exames.

Ainda que o republicano diga que "fechou o país", Trump defendeu retomar a economia muito antes do recomendado por especialistas de saúde de seu próprio governo, entrando em choque com epidemiologistas e governadores de diversos estados, principalmente os liderados por democratas.

Antes de citar a Suécia, o presidente americano disse que o Brasil quis seguir o exemplo de Estocolmo. Em entrevista coletiva em meados de maio, em Brasília, Bolsonaro usou o país europeu como referência de nações que não fecharam, dando a entender que essa era uma estratégia positiva.

Fonte: FOLHAPRESS

 

OMS recomenda novo prazo de isolamento, de ao menos dez dias, em casos de novo coronavírus

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

Com base em novos estudos que isolaram o novo coronavírus em pessoas infectadas assintomáticas, doentes leves e casos severos hospitalizados, a OMS (Organização Mundial da Saúde) mudou sua orientação sobre o prazo de isolamento.

Segundo a líder técnica da organização, Maria van Kerkhove, a nova recomendação é de isolamento por dez dias para casos assintomáticos; doentes leves devem ficar isolados por ao menos dez dias, mais três dias depois que os sintomas desaparecerem.

Até então os prazos recomendados variavam de 7 a 14 dias.

Maria disse que, em novos estudos, o coronavírus foi isolado em até nove dias depois do início dos sintomas no caso de doentes leves. Nos hospitalizados, foi possível encontrar o vírus em até três semanas.

A líder técnica afirma que ainda não há evidência científica de que esses pacientes possam transmitir o coronavírus para outras pessoas, mas que as descobertas dão pistas importantes sobre o potencial de contágio.

Ela também esclareceu que há uma diferença importante entre isolar o vírus ou ter teste positivo para novo coronavírus (os testes conhecidos como PCR), porque esses testes detectam apenas fragmentos do microorganismo. "Há pacientes em que o teste pode dar positivo muitas semanas depois, mas isso não quer dizer que eles tenham se reinfectado ou estejam em fase contagiosa", disse ela.

A OMS também atualizou sua recomendação para o uso de máscaras tanto por profissionais de saúde quanto pelo público em geral.

Segundo Maria, o equipamento só é útil se for parte de um pacote maior, incluindo distanciamento físico, higiene e teste, tratamento dos doentes, rastreamento de contatos e isolamento dos suspeitos. Pessoas com sintomas não devem sair de casa, nem mesmo com máscaras, diz a líder técnica.

Para profissionais de saúde, a nova recomendação é que as máscaras sejam usadas durante todo o tempo em regiões onde há transmissão comunitária.

Para público em geral, ela deve ser usada também onde há transmissão comunitária sempre que não for possível manter distanciamento, segundo April Baller, técnica de prevenção e controle de infecções.

Maria afirmou que a OMS encomendou estudos há um mês para determinar como as máscaras poderiam ser feitas em casa, e as orientações são para que elas tenham três camadas, de materiais específicos: a camada interna deve ser de algodão ou algum tecido absorvente, a camada intermediária de um material que sirva de filtro, como polipropileno, e a camada externa de um material não absorvente, como poliéster ou uma mistura com poliéster.

Segundo Maria, as evidências são de que, combinadas, essas três camadas impedem a saída de gotas de saliva que poderiam infectar outras pessoas. "As novas pesquisas mostram que é possível usar máscaras feitas em casa que de fato funcionam como barreiras", disse ela.

A OMS também afirmou que vai prosseguir com os experimentos com hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19, embora o Reino Unido tenha anunciado nesta quinta (4) que abandonaria o medicamento, após constatar que ele não era efetivo para recuperar os doentes.

Segundo a cientista-chefe da organização, Soumya Swaminathan, embora semelhantes no desenho e nos cuidados científicos, os estudos feitos pela OMS e pelos britânicos são independentes e o avanço do conhecimento sobre a doença exige que muitas pesquisas sejam feitas.

Soumya disse também que a OMS desistiu de fazer experimentos com a cloroquina. A droga havia sido pré-selecionada para os estudos clínicos, mas pesquisas prévias mostraram que a hidroxicloroquina tinha mais potencial.

ANA ESTELA DE SOUSA PINTO
BRUXELAS, BÉLGICA (FOLHAPRESS) 

 

Morre o economista Carlos Lessa, ex-presidente do BNDES

Foto: Lucio Bernardo Jr./Agência Câmara

Morreu nesta sexta-feira (5), aos 83 anos, o economista Carlos Lessa, que foi presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e reitor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Lessa estava internado em um hospital na zona sul do Rio com Covid-19. A causa da morte ainda não foi confirmada.

"A tristeza é enorme. Seu último ano de vida foi de muito sofrimento de provação", escreveu em uma rede social seu filho Rodrigo Lessa. "O legado que ele deixou não foi pequeno. Foi um exemplo de amor incondicional pelo Brasil, coerência e honestidade intelectual."

Carioca, Lessa se formou em economia pela antiga Universidade do Brasil, que depois se tornou UFRJ, fez mestrado em Análise Econômica pelo Conselho Nacional de Economia e doutorado em Ciências Humanas pela Unicamp. Foi nomeado reitor da UFRJ em 2002, com apoio de 85% da comunidade universitária.

"O Brasil perde um grande brasileiro, com B maiúsculo", disse em nota a reitoria da universidade, que declarou luto oficial de três dias. "Ainda que tenha ficado no posto por apenas seis meses, deixou uma lembrança cultural incomensurável à Universidade do Brasil", completa o texto. Quando esteve na reitoria, fundou o bloco carnavalesco Minerva Assanhada.

Filiado ao MDB, sigla que viria a se tornar o PMDB, Lessa teve passagens por cargos públicos em diferentes governos e atuou também em campanhas políticas como as do ex-governador do Rio Anthony Garotinho e do hoje deputado federal Marcelo Freixo (PSOL), quando concorreu à prefeitura do Rio.

Em redes sociais, Freixo disse nesta sexta que Lessa era " um homem de espírito público apaixonado pelo Rio de Janeiro e pelo Brasil".

Lessa ssumiu o BNDES logo no início do governo Lula, em 2003, sob indicação dos economistas Celso Furtado e Maria da Conceição Tavares. No governo, era parte da chamada ala "desenvolvimentista" e teve uma série de desentendimentos com ministros da área econômica, como Antônio Palocci (Fazenda) e Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento).

Em sua gestão, o BNDES protagonizou uma disputa bilionária com a gigante americana AES, que era dona da Eletropaulo. Após calote da americana em dívida assumida na privatização da empresa, o banco acabou se tornando sócio da distribuidora.

Lessa foi demitido do do banco estatal de fomento em novembro de 2004, após dizer à Folha que a gestão do então presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, era um "pesadelo". Na época, os dois divergiam com relação ao valor da extinta TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), que indexava os contratos do banco.

"Estou absolutamente convencido de que o presidente do Banco Central faz parte de uma articulação para desmontar o BNDES. Não sei se ele é o financiador da orquestra, mas ele é o regente" , afirmou na entrevista, que foi considerada pelo governo Lula como a gota d'água para sua substituição no comando do banco..

Após sua passagem pelo banco, Lessa decidiu investir na cidade em que nasceu, restaurando casarões antigos para transformá-los em restaurantes ou casa de shows.

Ele deixa mulher e três filhos e a família prepara uma cerimônia virtual para se despedir.

Fonte: Folhapress

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