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Sinalização aéreas em Linhas de Transmissão

Esfera usada na sinalização áerea de Linha de Transmissão. Crédito: Karolina 

O acidente com a aeronave que vitimou fatalmente a cantora Marília Mendonça suscita um importante aspecto no que se refere à segurança das instalações elétricas: a sinalização aérea das linhas de transmissão. O avião que transportava a cantora e sua equipe colidiu, antes de cair, com cabos de uma linha de transmissão que ficava no entorno do aeroporto de Ubaporanga, em Caratinga, onde o mesmo deveria pousar. Vale ressaltar que a linha de transmissão estava em construção, portanto não estava energizada. Ainda que a linha estivesse energizada, há que se descartar a possibilidade dos ocupantes da aeronave virem a ser eletrocutados, graças a fenômeno conhecido como Gaiola de Faraday, mas esse é um tema para uma outra postagem. 

Inicialmente é importante destacar que as Linhas de Transmissão são estruturas extremamente importantes para que a energia elétrica chegue até o consumidor final. São portadoras de tensões que podem chegar a 750.000 volts. Sua instalação em áreas próximas de aeroportos requer atenção ao que prescreve a norma. Na proximidade de aeroportos, na área retangular com início na cabeceira da pista medindo 100 m de largura por 1.000 m de comprimento, não poderão serem feitas implantações de quaisquer edificações. Divulgados nos dias 3 de julho e 13 de setembro, os relatórios, chamados Infotemp, informavam que as torres que estavam sendo instaladas violavam o plano básico de zona de proteção do aeroporto de Ubaporanga. A Cemig (distribuidora de energia de Minas Gerais) garante que as torres de transmissão estão instaladas fora da zona de proteção do aeroporto. 

A fim de garantir uma melhor identificação visual diurna das linhas de transmissão são utilizadas esferas de sinalização, as quais são colocadas para destacar a presença de linhas elétricas em áreas com alta densidade de tráfego aéreo, seguindo as orientações da NBR6535 e NBR7276. O(a) caro(a) leitor(a) certamente já dever ter visto umas dessas esferas, geralmente na cor laranja ou vermelha, em linhas de transmissão que “cortam” as rodovias. Em áreas próximas a aeroportos ou com densidade de tráfego aéreo excepcionalmente alto, as esferas devem ser instaladas a cada 30 m em vãos selecionados da extensão dos cabos. No caso do acidente com a aeronave, a Cemig afirmou em nota que “ a sinalização por meio de esferas é exigida para torres em situações específicas, entre elas estar dentro de uma zona de proteção de aeródromos, o que não é o caso da torre que teve seu cabo atingido. 

Independentemente de qualquer coisa, quando se fala em energia elétrica, segurança nunca é demais. Ainda que a situação não exigisse a instalação das esferas sinalizadoras, a proximidade com o aeroporto (ainda que dentro do permitido) é um fator que inspira cuidado. A nós, o que resta, além de lamentarmos profundamente a morte dos passageiros e tripulação da aeronave é acompanharmos as investigações das causas da queda e saber se o fator sinalização aérea da linha de transmissão foi preponderante no acidente.

 

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