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Como se proteger dos raios

Crédito: Alexandre Bringer

O Raio pode ser entendido como um relâmpago que atinge o solo. Os relâmpagos são descargas atmosféricas de grande intensidade que ocorrem no interior das nuvens de tempestade e tem origem nas cargas elétricas provocadas pelo atrito entre partículas de gelo. Quando o campo elétrico produzido por essas cargas excede a capacidade isolante do ar, a descarga elétrica se forma. Os raios podem percorrer distâncias de até 5 km e podem ser denominados ascendentes, quando iniciam no solo (isso mesmo, no solo) e sobem em direção à tempestade, ou descendentes, quando iniciam na tempestade e descem em direção ao solo (ELAT/INPE, 2020). A corrente elétrica presente em um raio é da ordem de 20 mil ampères, o que equivale a 44 mil lâmpadas de 100 Watts. Já o trovão equivale ao som produzido pelo deslocamento do ar na região da atmosfera onde a corrente elétrica do raio passa. Os raios atingem e matam mais de forma indireta por meio de correntes que vêm pelo chão ou por objetos próximos. Estar embaixo ou próximo de uma árvore é um exemplo no qual muitas pessoas são atingidas indiretamente por uma descarga lateral. Um raio também pode atingir uma pessoa diretamente e causar a sua morte imediata se ela estiver, por exemplo, numa área “aberta” sendo o ponto mais alto debaixo de uma forte tempestade (ELAT/INPE, 2020).

O Brasil é líder mundial no ranking de incidência de raios e é atingido, em média, por 78 milhões de descargas atmosféricas por ano. A cada 50 mortes por raios no mundo uma é no Brasil. A cada ano, o fenômeno mata no país, aproximadamente 110 pessoas e deixa em torno de 200 feridos. Os raios podem acontecer pouco antes da chuva começar ou no estágio final da tempestade. Assim é importante buscar abrigo tão logo apareçam nuvens carregadas no céu ou som de trovão, que sinalizam o início da tempestade. O Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) dá algumas dicas de boas práticas, as quais elencamos abaixo, para que uma pessoa não seja atingida por raios:

O que não fazer sob os riscos de uma tempestade na área rural:
• Colher frutas, abrigar-se ou caminhar perto de árvores;
• Ficar próximo a animais ou andar a cavalo;
• Ficar próximo a cerca de arame;
• Portar ou ficar próximo a objetos metálicos pontiagudos, como enxadas, pás e facões;
• Ficar próximo de veículos, como tratores, carros ou dentro de carroceria de caminhão;
• Abrigar-se em áreas cobertas, que protegem da chuva, mas não dos raios, como varandas, barracos e celeiros.

O que não fazer sob os riscos de uma tempestade ao ar livre:
Continuar jogando futebol ou permanecer no campo;
• Caminhar em áreas descampadas, como terreno baldio, cemitério e canteiro de obra;
• Caminhar ou ficar parado em rodovias, ruas ou estradas;
• Subir em locais altos, como telhados, terraços e montanhas;
• Ficar próximo a varal de metal, antena ou portão de ferro.

O que não fazer sob os riscos de uma tempestade em praia, rio e piscina:
• Permanecer dentro da água;
• Caminhar às margens da água na faixa de areia, calçadão, beira de rio ou piscina;
• Permanecer embaixo de guarda-sol, tendas e quiosques;
• Ficar próximo a embarcações atracadas;
• Realizar atividades de pesca navegando em embarcações ou na beira da água.

O que não fazer sob os riscos de uma tempestade dentro de casa:
• Utilizar equipamentos elétricos ligados à rede elétrica ou ficar perto de tomadas;
• Falar ao telefone com fio ou utilizar celular conectado ao carregador;
• Tomar banho em chuveiro elétrico;
• Ficar próximo a janelas e portas metálicas;
• Ficar próximo à rede hidráulica (torneiras e canos).

Opções mais seguras de abrigo para qualquer cenário:
• Entre em um veículo não conversível e feche as portas e vidros, evitando contato com a lataria;
• Entre em moradias ou prédios, mantendo distância das redes elétrica, telefônica e hidráulica, de portas e janelas metálicas;
• Entre em abrigos subterrâneos, tais como metrôs ou túneis.
• Se não houver abrigo seguro, afaste-se de qualquer ponto mais alto e de objetos metálicos, mantenha os pés juntos e agacha-se até a tempestade passar. Não fique deitado.

Mesmo em edificações protegidas por para-raios ainda há risco para as pessoas, pois quando um raio atinge o sistema de proteção do edifício, são induzidas correntes elétricas por toda a fiação, o que oferece risco aos seus ocupantes. Portanto, a recomendação de evitar contato com a rede elétrica e telefônica durante uma tempestade também vale para edifícios com para-raios (ELAT/INPE, 2020).

 

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