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Porque os painéis solares da sonda japonesa que pousou na Lua não funcionam

Crédito: Divulgação

Na madrugada do dia 19 de janeiro de 2024, a sonda japonesa SLIM (Small Lunar Impactor for Investigating Moon) pousou com sucesso na Lua. A sonda foi lançada em dezembro de 2023 e, após uma viagem de cerca de dois meses, atingiu sua meta com precisão, pousando em uma cratera na região do Oceanus Procellarum. O pouso foi um grande sucesso para o Japão, que se tornou o quinto país a pousar uma sonda na Lua, depois dos Estados Unidos, União Soviética, China e Índia. A SLIM foi projetada para coletar dados sobre a composição do solo lunar e a presença de água.

Duas horas após o pouso, a Agência Espacial Japonesa (JAXA) anunciou que os painéis solares da SLIM não estavam funcionando. Os painéis são responsáveis por gerar a energia necessária para o funcionamento da sonda, incluindo seus instrumentos científicos. A JAXA ainda não sabe o que causou a falha nos painéis solares. Uma possibilidade é que eles tenham sido danificados durante o pouso. Outra possibilidade é que um problema com os componentes eletrônicos da sonda tenha impedido que ela recebesse energia dos painéis solares.

Eu arriscaria outra possibilidade, dentre tantas, que é a de que a posição dos painéis após o pouso não favoreceu a exposição ao Sol das “faces” dos painéis. Isso é um problema, pois enquanto a Terra leva 24h para girar em torno do próprio eixo (em média 12h de sol e 12h de escuridão), a Lua leva cerca de 28 dias para girar em torno do próprio eixo.  Ou seja, imaginando que você esteja em um ponto qualquer da Lua, seriam 2 semanas inteiras de iluminação solar, seguidas de outras 2 na total escuridão. Se as “faces” dos painéis não estiverem adequadamente posicionadas para aproveitar estes 14 dias de sol, o carregamento das baterias fica comprometido.  Isso sem falar da enorme amplitude térmica na superfície da Lua. A temperatura durante o dia pode chegar a 107 ºC enquanto à noite pode chegar a -153 ºC.

A falha nos painéis solares significa que a SLIM terá um tempo de operação limitado. A sonda tem uma bateria interna que pode fornecer energia por algumas horas, mas isso não é suficiente para que ela complete sua missão. Para poupar energia da bateria, a mesma está sendo desligada remotamente e religada somente no momento de necessidade. A JAXA está trabalhando para tentar recuperar o máximo de dados possível da sonda antes que ela fique sem energia. A agência está usando o telescópio espacial Hubble para observar a SLIM e tentar identificar o problema com os painéis solares.

Apesar da falha nos painéis solares, a missão da SLIM ainda é importante. A sonda já coletou dados valiosos sobre a composição do solo lunar. Esses dados podem ajudar os cientistas a entender melhor a história e a evolução da Lua. A JAXA ainda não decidiu o que fará com a SLIM após a falha nos painéis solares. Uma possibilidade é que a sonda seja abandonada na Lua. Outra possibilidade é que ela seja recuperada por uma missão futura.

 

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