Os proprietários da empresa de ônibus São Joaquim que faz linha de Teresina para a Cidade de José de Freitas, 48 quilômetros, temem a depredação de seus veículos durante manifestação que já duras três dias e pede reforço policial. Nesta sexta-feira (28), um ônibus foi apedrejado e sofreu princípio de incêndio. 

Segundo a advogada Maria Leda Andrade de Barroso e uma das proprietárias da empresa, um grupo formado por motoqueiros que segundo ela se dizem manifestantes atacaram na tarde desta sexta-feira (28) um ônibus apedrejando e quebrando os vidros e para-brisas e ateando fogo em seu interior causando princípio de incêndio.

“O grupo que estava encapuzado jogou gasolina dentro do veículo, causando um princípio de incêndio. O motorista teve que implorar para eles parassem, pois eles estavam o ameaçando. Eles diziam que iam queimar o carro. Eles jogaram até bombas dentro carro”, relata a advogada.

O motorista Francinaldo Soares Viana, 23 anos, mais de um na empresa, conta toda a história. Ele estava com o veículo lotado na localidade Caiçara, 10 quilômetros distante de José de Freitas, quando foi cercado por cinco ou seis motoqueiros encapuzados na PI-113. Eles começaram a atirar pedras no local. 

O condutor do veículo desceu e pediu que os motoqueiros parassem. Alegou que dentro do ônibus estavam pessoas que não tinham culpa de nada. Depois disso, os passageiros desceram e o apedrejamento recomeçou. Em seguida, na versão do motorista, dois carros chegaram com pneus, colocados debaixo dos ônibus, e gasolina, derramada dentro do veículo. 

Foi necessário que um outro grupo de manifestantes interferisse na questão. Só depois disso, os encapuzados foram convencidos a irem embora, mas prometeram que só não iriam repetir o ato se nenhum outro ônibus seguisse viagem. A São Joaquim resolveu tirar a frota de circulação pelo resto da sexta-feira (28). 

A advogada Maria Leda Andrade de Barroso afirma ter procurado a auxílio da polícia em Teresina, pedindo reforços para os motoristas da empresa. Segundo ela, policiais informaram que nada poderiam fazer. 

Maria Barroso ainda afirmou ter tentado contato, sem sucesso, com a polícia de José de Freitas. Depois disso, o ônibus foi trazido pela própria São Joaquim para a garagem em Teresina, sem que a perícia fosse realizada.

O principal motivo de reclamação dos manifestantes e José de Freitas é o preço da passagem de ônibus para Teresina, hoje em R$ 4,60. 

A advogada defendeu a empresa e disse que seu proprietário, Raimundo Barroso, distribuiu para usuários uma carteirinha que garante 50% de desconto. Segundo ela, 90% dos trabalhadores e estudantes de José de Freitas que usam a linha contam com esse benefício, mas muitos não sabem disso. 

Outra informação diz respeito aos subsídios para redução da tarifa. A empresa afirma ter assinado acordo com a prefeitura de José de Freitas. O contrato, que garantiria o benefício para novas carteirinhas emitidas em 2010, não foi cumprido. Por isso, só os cadastros de 2008 estão valendo.