A bancada federal do Piauí irá realizar uma audiência pública ainda este mês para pressionar a Eletrobras a resolver o problema dos apagões no Estado. A informação foi dada pelo deputado federal Osmar Júnior (PCdoB), em entrevista ao Jornal do Piauí desta quinta-feira (14). Amanhã, os parlamentares que estão em Teresina, irão visitar o diretor de Operações da Eletrobras, Marcelino Cunha, às 9h.

"É fato que o consumo de energia cresceu bastante, mas não justifica a falta de energia 'em série' no Estado. O nosso litoral todo ficou sem luz e esse é um caso muito grave. Não foram uma ou duas praias sem luz, foi todo o litoral e isso não é normal", enfatizou o parlamentar, ressaltando que os moradores do conjunto habitacional João Emílio Falcão, zona Sul de Teresina, passaram a noite sem energia elétrica.

Para Osmar Júnior, a audiência pública tem que ser marcada com urgência. "Vamos voltar para Brasília na segunda-feira (18) e já vamos tratar desse assunto e do Luz Para Todos, que é outro problema. Quero informações precisas da Eletrobras. Confesso que antes eu estava até animado com a previsão de investimento da empresa, que era de R$ 1 bilhão", destacou.

O deputado considerou a atitude do governador do Estado como "correta e firme". Ontem, Wilson Martins (PSB) declarou, em entrevista coletiva, que irá ajuizar ação civil pública contra a Eletrobras e que levará o caso à presidenta Dilma Rousseff (PT). "Ele agiu corretamente, com a firmeza necessária para o caso e não só eu, mas acredito que toda a bancada apoia sua atitude", disse.

O parlamentar não acredita na opção de privatização da Eletrobras ou na possibilidade da empresa voltar ao poder do Estado. "Retornar ao Estado é muito complexo porque não há capacidade de investimento. A área do Piauí é muito grande e requer investimentos elevados. Privatizar também não resolveria. Tomo como exemplo a questão da telefonia, que é privatizada, mas hoje mesmo tentei ligar e não consegui", relatou.

Osmar Júnior voltou a comentar sobre sua relação com o deputado estadual Robert Rios, que se nega a seguir as escolhas do partido. "Robert e eu somos amigos há muitos anos e essa amizade continua, mas ele escolheu outro caminho. Se ele não concorda com a política do partido, com as coligações e escolhas, como ele pode ficar? Ele mesmo fez a opção de sair, mas nossa relação não está afetada", afirmou.

Questionado sobre se ele convidará Robert a sair do partido, Osmar foi cauteloso. "Tudo tem sua hora".