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PI: Sindicato dos Delegados repudia ações de sindicato dos agentes

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A diretoria do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Piauí (Sindepol) divulgou nesta sexta-feira (05) uma carta aberta a sociedade do Estado em que repudia ações do Sindicato dos Policiais Civis do Piauí (Sinpolpi).


No documento, encaminhado à imprensa, assinado pela diretoria do Sindepol, é comentada "estratégia" que "desvirtua" o foco de negociações salariais e o movimento Policia Legal, desencadeado no Piauí pelos agentes de polícia. 

Confira a carta na íntegra:

SINDICATO DOS DELEGADOS DE POLÍCIA CIVIL DE CARREIRA DO ESTADO PIAUÍ – SINDEPOL

Rua Olavo Bilac, 1293, Centro, Teresina-PI, telefax: (86)3233-6105

www.sindepolpiaui.com.br

CARTA ABERTA À SOCIEDADE PIAUIENSE

O Sindicato dos Delegados de Polícia Civil de Carreira do Estado do Piauí – SINDEPOL vem a público esclarecer que até o presente momento não havia comentado as notícias, reportagens e entrevistas veiculadas pelo Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Piaui - SINPOLPI, por meio da imprensa, por entender que os seus pleitos estavam relacionados a uma negociação salarial, junto ao Governo do Estado do Piauí, não sendo razoável, de nossa parte, interferir em negociação de outra carreira, como de fato nunca fizemos.

Todavia, diante dos últimos acontecimentos, temos a noticiar que lamentamos profundamente que a estratégia utilizada pelos Agentes e Escrivães de Polícia Civil para a sua negociação salarial tenha desvirtuado de seu foco, e agora passa a denegrir, sem motivo aparente, os Delegados de Polícia, fazendo-os parecer, perante a sociedade, como os principais responsáveis pela falta de estrutura da Polícia e pela omissão na instauração de procedimentos policiais. 

Ainda nesse diapasão, ressalte-se que referidos policiais recusaram a última proposta oferecida pelo Governo, de um aumento salarial em torno de 90%, equivalente a um salário aproximado de R$ 7.000,00, (sete mil reais). No Estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, um policial que executa o mesmo trabalho que um agente ou escrivão do Piauí tem um rendimento mensal de R$ 3.782,59 (três mil setecentos e oitenta e dois reais e cinquenta e nove centavos).

Cabe, portanto, acentuar que Delegados, Agentes e Escrivães, são carreiras distintas, tendo cada uma, seu grau de importância, mas, que por lei, possuem atribuições diferentes, cabendo a todas, proporcionar segurança e tranquilidade à sociedade, destacando ainda que os delegados correspondem a uma das carreiras jurídicas do Estado.

Contudo, infelizmente, a atitude de uma pequena parcela de policiais, que pregam o MOVIMENTO POLICIAL LEGAL, ora conduzido pelo SINPOLPI, pois, frise-se temos policiais comprometidos que não fazem parte de tal movimento e nem concordam com a postura adotada pelo referido sindicato, está sim prejudicando a sociedade em geral, por vários motivos.

Tal prejuízo ocorre sempre que há uma injustificada recusa em registrar boletins de ocorrência, mesmo já havendo parecer da Corregedoria de Polícia Civil, no sentido da não necessidade da presença do Delegado para um simples registro, seja quando não dão cumprimento às ordens de missão, alegando motivos diversos, atrasando assim as investigações; seja diante de outras injustificáveis recusas.

Tudo isso é pregado por citado movimento, sob a argumentação de cumprimento à “legalidade”, todavia, em sua essência tem a conotação de reivindicação salarial e utilizam esses meios como forma de pressionar e obstacularizar a boa prestação do serviço público.

Também, acrescente-se a dificuldade dos Delegados em atender a grande demanda, diante do ínfimo contingente policial diário, sendo que, insensíveis a isso, existe a relutância de alguns policiais em deixar os respectivos plantões, mesmo tendo esses, já demonstrado, suas ineficiências do ponto de vista investigativo.

Eis que tais policiais, que poderiam estar a serviço da população todos os dias, estão na verdade em regime de plantão, em que trabalham 01 (um) dia e folgam 03 (três), e ao mês perfazem, no máximo, 8 (oito) plantões, e ainda assim, recebem adicionais noturnos e extraordinários.

Saliente-se que o contrário não ocorre, pois, a maioria esmagadora de Delegados trabalha no regime diário, estando todos os dias nas delegacias, fazendo audiências, oitivas, presidindo procedimentos policiais, cumprindo seus horários, realizando vários outros afazeres funcionais e ainda os de gestor, ou seja, bem atendendo a população, e ainda assim, ficam de sobreavisos em seus horários de folga, participam de operações, reforçam os plantões na Central de Flagrantes, devido à necessidade e demanda.

Por fim, deve-se frisar que somente nos cinco primeiros meses do ano de 2013 foram instaurados mais de 2.500 procedimentos policiais, e mais de 1.300 pessoas foram autuadas em flagrante delito pela Central de Flagrantes, apenas na cidade de Teresina. Isso demonstra o compromisso dos nossos Delegados plantonistas, bem como o valoroso e reconhecido trabalho dos Delegados do interior que atendem a várias comarcas simultaneamente.  

Os Delegados de Polícia Civil afirmam nesse ato o seu compromisso com a sociedade, de desempenhar sua função com observância à lei e à constituição, assegurando os direitos fundamentais do cidadão, buscando melhoria estrutural para a Polícia Civil e um melhor atendimento à população.

Teresina, 05 de julho de 2013.

A Diretoria

Sinpolpi reage
O Cidadeverde.com tentou contato com o presidente do Sindicato dos Agentes da Polícia Civil do Estado, Cristiano Ribeiro, mas recebeu a informação de que ele estava em viagem a serviço da categoria.

Conversamos com o diretor jurídico da instituição, Constantino de Sousa Barros Júnior, que reagiu às declarações pertinentes na carta e respondeu com posicionamento do Sinpolpi.

"Essa reação do sindicato dos delegados acontece porque o Polícia Legal está se fortalecendo e pela adesão do desembargador Raimundo Alencar, que atestou que nosso movimento é legal. Dados estatísticos mostram que os delegados são ineficientes. De 1 de janeiro até 10 de junho de 2013 foram 5.363 crimes de roubos registrados e apenas 110 inquéritos abertos. Isso mostra a falta de compromisso de grande parte dos delegados. Eles também não cumprem a carga horária total. Eles deveriam trabalhar 8 horas e alguns só trabalham no máximo 3 horas”, disse Constantino Júnior. 

Lívio Galeno
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