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Mais de 300 pessoas "abraçam" hospital contra fechamento

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A população dos bairros e vilas na região do Pedra Mole, zona Leste, está mobilizada na manhã desta sexta-feira (25) em frente ao hospital do bairro, São Carlos Borromeu, contra a proposta de fechamento dos serviços de ambulatório, exames, cirurgias e internações. 

De mãos dadas, os manifestantes "abraçaram" o hospital contra a proposta de integrá-lo ao projeto de Cuidados Continuados, recebendo apenas pacientes do HUT e HGV para internação pós-operatório.

Maria Célia Alves, que é presidente da Associação de Moradores dos Conjuntos Pedra Mole, Vila Paraíso e Maurílio Araújo, disse que o projeto irá acabar com a saúde na região, visto que a maioria das pessoas não tem como se deslocar para o hospital mais próximo, que fica no bairro Satélite. 


"Aqui quando dá 23 horas não passa mais ônibus, como é que uma criança vai ser atendida na urgência sem esse hospital. O Satélite já não suporta a demanda que tem, com o povo daqui é que vai ficar superlotado mesmo", criticou.

A aposentada Francisca Maria Sousa, de 55 anos, disse que a população não é atendida sempre que precisa do Samu e que acabar com os serviços do hospital vai causar muito sofrimento para os moradores. "Quando a gente chama o Samu, eles não vem ou dizem que é trote. Agora imagine uma criança de madrugada passando mal, como a gente vai salvar essa criança. Não tem condição de fechar esse hospital, vai ser o fim. Esse aqui já é longe pra muita gente que não tem moto e vem de bicicleta, imagine em outro bairro", lamentou.


Os vereadores Teresa Britto (PV) e Paulo Roberto da Iluminação (PTB) participaram da manifestação. Teresa disse que a denúncia de fechamento dos serviços do hospital foi formalizada há 10 dias no Ministério Público Estadual, mas ainda não houve a confirmação da audiência para encontrar um acordo. Segundo a vereadora, os moradores não são contra o projeto, eles aceitam o projeto Cuidados Continuados, mas sem acabar com os serviços existentes.

"Esse hospital já foi premiado pelo Ministério da Saúde, ele não pode deixar de atender a população. São mais de 23 bairros que vem para cá, além da Zona Rural. Aqui existes duas salas de cirurgia, 50 leitos de internação, marcação de consultas e exames. Se querem trazer esse projeto, destina apenas parte dos leitos para o novo projeto e o restante do hospital continua funcionando normalmente", sugeriu.


Teresa Britto anunciou que na próxima semana será apresentada uma proposta de audiência pública na Câmara de Vereadores para que a Prefeitura de Teresina se posicione com novas propostas, a fim de não provocar o fechamento dos serviços do hospital. O padre Humberto Pietograde, fundador do hospital, participou da manifestação e se mostrou contemplado com o "abraço" simbólico em homenagem aos serviços do hospital. 

Segundo ele, é preciso o povo se indignar para conseguir provocar a mudança nessa decisão. Os moradores ainda fizeram um abaixo-assinado, que já contava com mais de 1 mil assinaturas, para ser entregue ao Ministério Público, contra a mudança no hospital. A expectativa é de coletar mais de 5 mil assinaturas.




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