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Prefeitura revisa contrato de empresas e não descarta municipalização: “compramos os ônibus”

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A paralisação de motoristas e cobradores de ônibus da empresa Viação Santana nesta quinta-feira (4), trouxe à tona novamente a ideia da Prefeitura de Teresina de municipalizar o transporte público da capital. O vice-prefeito e secretário de Finanças, Robert Rios, chegou a dizer em entrevista na TV Cidade Verde que a paciência do prefeito Dr. Pessoa com o setor está se esgotando. Contratos com empresas já estão sendo revisados.

“A paciência do Dr. Pessoa está se esgotando. Ele está mostrando sinais fortes de impaciência com o setor de transporte coletivo. É um setor que nunca foi bem aqui em Teresina. A passagem não é barata, os ônibus não têm a qualidade devida, há demora na parada de ônibus numa cidade quente como Teresina”, disse o secretário em entrevista ao Jornal do Piauí.

Os trabalhadores da Viação Santana protestaram contra a falta de pagamento de férias, de 30% do salário por três meses e ainda o pagamento integral de trabalhadores que retornaram ao trabalho em dezembro. Parte da zona Leste ficou sem ônibus.

“Eu estava vindo pra cá quando soube que uma das empresas tinha parado. Na mesma hora eu liguei para o procurador do município e mandei que ele desse uma solução jurídica. Vamos lê o contrato, estudar e analisar se multamos a empresa ou se imediatamente rompemos com a empresa”, afirmou Robert Rios.

O secretário assegurou que “qualquer contrato é possível de rompimento” e disse que o poder público municipal não precisa colocar dinheiro em empresas privadas.

“Se os empresários estão achando que não estão sendo devidamente bem remunerados como queriam ou se eles acham que vão continuar pegando dinheiro da prefeitura e a prefeitura colocando dinheiro nas empresas, nós precisamos colocar dinheiro é na saúde pública, geração de emprego e renda, na fome da periferia, agora colocar em empresa de ônibus, por qual motivo? É um dinheiro do povo”, declarou.

Fotos: Yala Sena

Robert Rios deixou claro que o prefeito não vai admitir “faca no pescoço” e que se for necessário, rompe com as empresas e cria uma empresa pública de transporte.

“Os contratos feitos entre prefeitura e os empresários de transporte coletivo nós estamos revendo. A empresa de transporte coletivo é uma empresa privada. Eles têm que ser remunerados. É um setor que estão insatisfeitos os empresários, a prefeitura e os usuários. Está todo mundo insatisfeito e alguma coisa muito grave acontecendo, mas Dr. Pessoa já disse aos empresários que não vai aceitar chantagem e faca no peito e que vai fazer o que for preciso. Se preciso for, ele vai municipalizar o transporte coletivo de Teresina”, destaca o gestor, ressaltando que uma linha de financiamento pode ser feita para aquisição de ônibus.

“Os ônibus saem e nós contrataremos uma empresa para terceirizar motorista, cobrador e nós compramos a frota de ônibus rapidamente. É para isso que existe o BNDES. Existem linhas de financiamento. Aqueles que estão pensando que resolvem através da chantagem não conhecem o Dr. Pessoa. Ele é um homem de decisão. Não sei por qual motivo a prefeitura tem que transferir tanto dinheiro para empresa privada. Temos que subsidiar é quem não pode pagar”, finalizou.

No começo da tarde, a Strans informou que o transporte público voltou a funcionar. Os ônibus do consórcio Urbanus que haviam paralisado voltaram a circular. A Strans disse ainda que os veículos cadastrados permanecerão circulando até a normalização no serviço.

 

Hérlon Moraes
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