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Coluna 09/10/23

O calo no sapato entre Sílvio e os tucanos

A coluna espera que o leitor viciado em política tenha aproveitado o final de semana para descansar, ler livros e ir para a missa. Feitos os cumprimentos iniciais, vamos às novidades. Chegaram aos ouvidos da coluna informações de que setores da oposição, principalmente os tucanos, estão bastante insatisfeitos com a postura de um dos pré-candidatos do grupo. Sem mistério, é Sílvio Mendes. Eles avaliam que o real motivo da ausência dele nas agendas de oposição, principalmente nas visitas às obras paradas, é não querer embate direto com o prefeito Dr. Pessoa. 

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Nem hoje, nem amanhã nem nunca

Ora, mas por quê?, o leitor pode se perguntar, com razão. É que num eventual segundo turno, numa eleição que promete ser acirrada, todo apoio conta. “É inegociável, em qualquer circunstância e em qualquer momento, ficar longe de uma aproximação do grupo que está à frente da PMT”, resumiu, direto e reto, um tucano influente à coluna.

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Força total

Do evento de lançamento da pré-candidatura de Fábio Novo em Teresina, algumas conclusões do mundinho da política: percepção de volume e força (a coluna não vai entrar em detalhes sobre quantidade de presentes). “Foi positivo pro Fábio, ficou a imagem de que o Rafael (Fonteles) vai entrar na campanha, que era a grande dúvida”, avaliou uma fonte insuspeita, pois nem é muito fã de Novo. “Animou muito, daqui pra frente é só somar adesão", resumiu outro petista de carteirinha.

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Chico Lucas nega, mas...

Durante participação na rádio Cidade Verde, no programa comandado por Bartolomeu Almeida, a coluna perguntou ao secretário de Segurança Pública do Piauí, Chico Lucas, se ele seria mesmo ministro da Justiça e Segurança Pública do lugar de Flávio Dino, caso o atual ministro vá mesmo para o Supremo Tribunal Federal. O tema circulou nas redes sociais. A resposta de Chico: “Isso é mais uma torcida de algumas pessoas, por eu ser o único secretário de Segurança que é advogado e estarmos fazendo um trabalho com alguns cases de sucesso nacional como a questão da recuperação de celulares”. Pode até não ter ido em frente, mas a coluna saiu com a impressão que o tema foi aventado em algum momento, será?

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Aulinha

Um político precisa pensar sempre em três categorias de posição discursiva: autoridade, legitimidade e credibilidade. Favor não confundir. A legitimidade é como uma procuração dada pelo olhar social. Pode ser forte ou fraca. Ex: a ex-presidente Dilma Rousseff tinha legitimidade fraca. A autoridade é outra coisa: uma posição no processo de influência que permite ao político a condição de submeter o outro à aceitação do que ele diz. 

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Prove o que você falou

Por fim, e muito importante, a credibilidade, que está relacionada à capacidade de dizer ou fazer. Se você questiona a legitimidade de um político, está questionando um direito; mas quando se questiona a credibilidade, questiona-se diretamente a pessoa. Caso o eleitor tenha a sensação de ter sido enganado, é difícil reverter essa mácula no imaginário social. Como ter credibilidade, então? Especialmente pelo fornecimento de provas daquilo que se fala. Fácil de ler, um pouquinho mais difícil de aplicar... Se fosse fácil, todo mundo fazia.

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Se conselho fosse bom

É do ser humano apreciar o que não tem e ainda supervalorizar o que é dos outros. Tudo que é distante e misterioso se torna maior. Até coisas medíocres, por serem novas, são valorizadas. Mas, como tudo na vida, a glória da novidade é que ela passa e o calor do inédito, no fim, esfria. Tudo tem seu momento, e tudo passa.

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Cifrada do Quarto Suplente

Depois que o quarto suplente Antônio José Lira assumiu o cargo de vereador na Câmara de Teresina, a coluna já soube de outro quarto suplente interessado em ocupar a função no Parlamento. Claro que Lira conseguiu segurar bem o mandato no gogó autêntico, além da força do então presidente da Câmara, Jeová Alencar, nas articulações – isso não se pode negar. O problema desse outro quarto suplente é que antes dele conseguir assumir, precisa que um (a) vereador (a) seja secretário (a) e depois tem que convencer outros dois suplentes a declinarem do cargo através de um acordo. O segundo suplente é de conversa, mas a terceira suplente... “Se ele conseguir convencê-la, pode se credenciar hoje mesmo para negociar o fim da guerra Israel/Palestina”, aposta uma fonte. Não custa tentar...

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Ilustre Leitor

Quando não está articulando para que o ex-senador João Vicente Claudino seja o candidato a prefeito de Teresina pelo PSDB, o empresário Jorge Lopes arruma dois minutos para ler a coluna. Lopes é figura conhecida nos bastidores da política, tendo sido coordenador para implantação das subprefeituras nas gestões tucanas, subsecretário de agricultura de Teresina na administração de Wall Ferraz, secretário de esportes e lazer de Teresina em 88 a 90, diretor administrativo do Emater na época do Mão Santa e ex-presidente da Fundespi. Ah, Jorge Lopes contou à coluna que tem o hábito de anotar as “frases para pensar” publicadas por aqui diariamente. Sabendo do gesto, a colunista tem a responsabilidade aumentada. Ao invés de passar 2h pesquisando frases em livros, vai passar 4h. É o peso!

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Foto do dia

Andando sempre na linha de frente, preferindo o avanço ao recuo, o deputado federal Jadyel Alencar (ainda no PV), apareceu em uma foto no perfil de Instagram de Fábio Novo (PT) que deu o que falar. “O deputado Jadyel Alencar decidiu abraçar o nosso projeto para a capital”, escreveu Novo, no final de semana. Bom, a coluna soube que a foto foi printada em menos de um minuto e enviada assim, com um recado em anexo, para os líderes do Republicanos em Brasília. “Tudo o que puder ser feito para impedir Jadyel de não comandar o Republicanos, vai ser feito”, resumiu um interlocutor bem informado. Eita!

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A frase para pensar

“O outro lado tem que ganhar algo também”, John McCain (1936-2018), ex-senador dos Estados Unidos sobre a arte de construir consensos.

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