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Mundana companhia leva “O Duelo” ao Parque Nacional da Serra da Capivara

Conhecido por sua riqueza natural, o Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, se prepara para receber de 15 e 18 de agosto, às 19h, no palco da Pedra Furada o espetáculo O Duelo, da Mundana Companhia (SP). Inspirada na novela do escritor e dramaturgo russo Anton Tchekhov, a peça conta com a produção dos atores Aury Porto e Camila Pitanga e da produtora Bia Fonseca. 


A entrada é franca e o número de espectadores é limitado. Para assistir à peça, patrocinada pela Caixa Econômica Federal via Lei Rouanet, foram entregues senhas nas cidades de São Raimundo Nonato e Coronel José Dias. A classificação indicativa é de 12 anos.

"Trazer o espetáculo para o Parque Nacional da Serra da Capivara, local onde a Mundana se apresenta pela primeira vez, é a realização de um desejo acalentado desde que conheci esse parque-referência da história do homem americano. Nele há uma enorme riqueza de perspectivas possíveis para repensarmos a trajetória do homem na terra", destaca Aury Porto.


O escritor russo Anton Tchekhov (1860-1904), que se consagrou como contista e dramaturgo, é também conhecido como um notável novelista. Nome forte dessa vertente é O Duelo (1891), narrativa que aborda a desavença entre duas hombridades e duas ideologias em meio às supostas civilização e barbárie. Ou seja, o conflito entre duplos díspares, mas complementares. Rússia versus Cáucaso, humanismo versus determinismo. A história, inquietante e surpreendente, acontece sob o calor quase alucinógeno do litoral do lendário Mar Negro.

“Desde a primeira leitura dessa novela (O Duelo) fiquei interessado na forma inusitada e irônica como a situação duelar, tão característica da sociedade humana, é superada. E o que me fez idealizar este projeto foi a possibilidade de superação do duelo, no qual necessariamente um homem tem que exterminar o outro para seguir vivo. Essa história nos mostra que podemos superar o duelo em nome da vida.”, diz Aury Porto.


O ator lembra ainda de outro traço desse projeto inovador, que tem a ver com a filosofia da companhia, reforçada em cada montagem: “Interessa-me muito esse paralelo, esse atrito entre culturas aparentemente tão distantes como a russa e a brasileira”, diz.

A equipe da Mundana companhia está sempre em transformação. A cada nova peça, um diretor com afinidades afetivas e estéticas com o projeto e membros da companhia é convidado a integrar a equipe. Para O Duelo o convite foi feito para a atriz e também diretora Georgette Fadel. Esta é a quarta encenação da mundana companhia a partir de um autor russo e encerra, assim, a tetralogia que se iniciou com O Idiota, de Fiódor Dostoiévski.

Auri Porto fala também sobre a experiência vivida pela companhia antes de chegar ao Piauí, que residiu durante seis semanas, entre ensaios e oficinas, em municípios do interior do Ceará. “Dessa forma, o espetáculo ganha ainda mais fôlego com os elementos resultantes do intercâmbio com o povo e os artistas de cada uma dessas regiões. O objetivo é extrair o máximo da experiência cênica de cada local e transformá-la em algo único, próprio deste espetáculo.” diz Aury Porto.

A diretora do espetáculo, Georgette Fadel, explica a importância de se iniciar a turnê longe do eixo Rio-São Paulo “Ao sairmos de São Paulo e do Rio de Janeiro, passamos a ver, com o estranhamento de quem chega a um local diferente, a dificuldade e a descoberta de habitar um espaço com características distintas do local de origem, o que é muito rico para a construção do que acontece no palco”, declara.


Com informações Saoraimundo.com
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