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Corra atrás de ser feliz!

Costumo a dizer para os que professo que, na caminhada pela vida, o mais importante é buscar a felicidade. Ser feliz é o alvo que precisamos almejar. Mas de repente surge uma dúvida bem cruel: como saberei se sou feliz?

Esta pergunta se encaixa muito bem na contra retórica dos que, por um lapso de algo que os torne infelizes, pronunciam: eu era feliz e não sabia! E isso é relativamente comum, tanto no plano individual, quanto no plano da coletividade. Quando uma regra muda, quando uma norma se torna mais rígida, quando há um controle mais efetivo sobre um bem, produto ou serviço, surge a conhecida: éramos felizes e não sabíamos! Mas tem como saber que estou sendo feliz?

A felicidade é um estado de espírito. Me refiro a felicidade de verdade, e não aquela que a sociedade atual percebe pelas redes sociais. Às vezes me espanto com o que as pessoas postam como algo que as torna ou as fazem felizes e de imediato percebo que nem sempre é a felicidade vivida, mas a que precisa ser demonstrada. E aí vem um problema meio sério: podemos basear a nossa felicidade nos modelos dos outros? Isto aqui tem resposta sem muito arrodeio: claro que não!

Creio que para um controle maior do seu momento, algumas coisas devem ser levadas em conta:

1) As pessoas que você mais ama estão bem de saúde? As que estão doentes ou adoentadas, estão sendo tratadas e confortáveis?

2) Você está vivendo uma vida equilibrada? Sua saúde está em dia? Há saúde financeira? Suas contas estão pagas e o que você recebe tá sendo suficiente?

3) Você está com suas metas de vida em dia? Alcançou o que desejava? Já tem outras coisas planejadas?

Se conseguiu dizer sim para pelo menos 70% destas perguntas creio que esteja em um momento muito bom da sua vida, e que, resumidamente, pode dizer que é feliz. Em resumo, na minha opinião, a felicidade passa pela conservação da vida no presente e pelo planejamento do que vem pelo futuro. Não dá para medir a felicidade apenas porque você conseguiu adquirir algo que te interessava e saber que sua tia está muito doente e não está tendo assistência à saúde, por exemplo. Que alguém com quem você convive perdeu o emprego e está sem dinheiro para comprar o mínimo de alimentação. Não dá para dizer que é feliz vendo os mais próximos mostrarem-se infelizes. Você não tem responsabilidade pela felicidade de todos. Nem os de perto e nem os de longe. Mas a sua felicidade é formada também pela felicidade das pessoas com as quais se relaciona.

Outro ponto que considero importante é que consiga dar atenção plena ao seu núcleo familiar. Seu companheiro ou companheira, seus filhos e filhas e seus pais. O tempo é inimigo da nossa felicidade, neste caso. Quando vemos nossos filhos estão crescidos, nossos pais envelhecidos e a nossa sensação de perda é muito grande, evocando a tristeza. A sensação de que muita coisa não é mais quando antes, sensações que vivemos pela primeira vez, dão lugar a um vazio difícil de preencher.

A felicidade já virou até disciplina nos cursos superiores. Descobri que estas disciplinas trabalham a educação socioemocional dos estudantes, para que consigam superar de forma mais suave o percurso da academia aliado a um ingresso mais seguro no mundo profissional.

Com este texto, gostaria de desejar a todos os que dedicam parte do seu tempo lendo o que escrevo no Ciência Viva, uma felicidade plena. Não a felicidade das redes sociais. Nem a felicidade do Natal (para mim uma época muito triste devido a maior expressão das desigualdades). A felicidade de verdade. A que se busca no cotidiano. Aquela das pequenas vitórias, e das pequenas derrotas sobrepujadas pela resiliência em seguir tentando. Em levantar a cabeça, bater a poeira e correr atrás. Precisamos urgentemente ser felizes. Aliás: é só disso que precisamos!

Até o próximo post e Feliz 2023!

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