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Covid: Lutador de MMA diz ter superado o rival mais difícil da vida

Reprodução/Instagram

Quando se fala em coronavírus, todos sabem que é preciso dar atenção aos grupos de risco, formado por idosos e pacientes com comorbidades. Mas ninguém pode se descuidar. Quem sabe bem disso é o lutador Sergio Moraes, de 37 anos, tetracampeão mundial de jiu-jítsu e vice-campeão do reality "The Ultimate Fighter Brasil 1", em 2012.

Morador de Curitiba (PR), ele veio para São Paulo no início da quarentena para cuidar dos pais, mas foi contaminado com a Covid-19 e acabou sendo cuidado por eles.

"Foram 16 dias bem difíceis, com febre variando entre 38ºC e 40ºC. Um dia cheguei a tomar três comprimidos de dipirona seguidos para baixar a febre. Mas é só passar o efeito que volta tudo de novo", lembra o ex-lutador do UFC, que agradece ao médico e amigo Felipe Carnevale, que foi até sua casa e o ajudou no processo de recuperação.

Um dos remédios que ele tomou foi a cloroquina, mas não tem boas lembranças dela. "Quando comecei a tomar a cloroquina, fiquei dois dias sem tomar água nem comer. Mexe com tudo e a gente fica muito fraco", diz.

Durante o auge da crise, Serginho conta que chegou a pensar em desistir, mas seu espírito de guerreiro acabou falando mais alto.

"Eu não aguentava mais. Se soubesse onde era o botão de desligar, teria desligado. Mas o importante foi conhecer o meu corpo, meu limite. Isso foi fundamental na recuperação", comenta.

Após ter-se recuperado, ele foi atrás para tentar descobrir como havia sido contaminado. Mas não chegou a uma conclusão.

"Liguei para meus amigos, para todo mundo com quem tive contato, e ninguém estava com o vírus. Como eu tomei a vacina contra a gripe em Curitiba, ela deve ter diminuído minha imunidade e acabei pegando no caminho para São Paulo", diz.

 

 

CLAUDINEI QUEIROZ
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) 

 

Fim da pandemia não fará a humanidade melhorar, diz Débora Bloch

Fotos: Reprodução/instagram/@deborablochoficial

Na noite de 17 de fevereiro do ano passado, Débora Bloch subiu ao palco do Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, para receber o prêmio de melhor atriz de televisão de 2019, outorgado pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).

Por causa das inúmeras categorias contempladas, a organização do evento pediu aos vencedores que limitassem seus discursos de agradecimento a apenas 30 segundos. Mas Bloch ignorou o pedido. Tirou algumas páginas de caderno do bolso e leu-as em voz alta, durante mais de três minutos.

A atriz começou agradecendo à diretora Joana Jabace, às autoras Carla Faour e Joana Spadaccini e a todo o elenco de "Segunda Chamada", da Rede Globo. Sua personagem na série é uma professora, Lúcia, que dá aulas noturnas em uma escola pública voltada para adultos que não completaram o ensino básico. O papel fez com Bloch se conscientizasse dos problemas educacionais do Brasil, o que deu um tom abertamente político à conclusão do discurso.

"Este governo está atacando, perseguindo e censurando abertamente os professores e pensadores deste país. Está acabando com o que há de mais precioso, que é o acesso à educação publica, laica, gratuita e de qualidade para todos, independente de classe social, cor da pele ou origem", disse a atriz.

"Cortando verbas de creches, de escolas públicas, de universidades e da pesquisa científica. Censurando livros, desfazendo bibliotecas. Atacando as artes e a ciência. É uma catástrofe o que está acontecendo com a educação, a cultura, e a pesquisa e produção de conhecimento no Brasil hoje".

Foi a mais aplaudida da noite.

Quase três meses depois, a atriz está confinada em sua casa, no Rio de Janeiro, com o marido, o produtor português João Nuno Moreira, e o filho Hugo, 22, de seu casamento com o chef Olivier Anquier. Sua outra filha com Anquier, Julia, de 26 anos, vive em São Paulo, onde trabalha como diretora e roteirista.

As gravações da segunda temporada de "Segunda Chamada", que aconteciam na capital paulista, foram bruscamente interrompidas na primeira quinzena de março. Prevista para estrear no final de abril, esta nova fase do seriado agora não tem mais data para ir ao ar.

"Gravamos durante dois meses, mas ainda faltavam dois e meio", conta Débora, em entrevista por telefone. "Eu voltei ao Rio num fim de semana, para descansar, e não pude mais retornar a São Paulo."

A quarentena forçou uma pausa em uma das carreiras mais interessantes da TV brasileira. Na última década, talvez nenhuma outra atriz tenha acumulado tantos papéis complexos na teledramaturgia, a maioria deles em séries ou minisséries. Débora só participou de três novelas ao longo desse período, e em apenas uma delas -"Avenida Brasil", de 2012- sua personagem tinha traços humorísticos.

"Minha participação no 'TV Pirata' [1988-1990] me deixou muito marcada como atriz cômica. Passei anos sendo chamada para o mesmo tipo de papel. Agora não faço comédia há um tempão, e estou morrendo de vontade de voltar a fazer."

É compreensível. As mulheres que Débora Bloch vem encarnando na televisão carregam fardos pesados e são cheias de contradições, como a Elisa da minissérie "Justiça", de 2016.

"Ela era uma mãe que transava com o assassino da própria filha. 'Eu sou mãe, como vou fazer isto?', perguntava à autora Manuela Dias. Trabalhei muito com o preparador de elenco Chico Accioly. Fiz muitas improvisações com o Jesuíta Barbosa, que interpretava o matador. Foi dificílimo."

"Aí, veio mais uma personagem que perde o filho: a professora Lúcia, de 'Segunda Chamada'. Eu mergulhei no universo da educação pública. Frequentei unidades da EJA [Educação para Jovens e Adultos] no Rio e em São Paulo", prossegue a atriz. "Nesta nova temporada, o enfoque é na população de rua. Gravamos em lugares onde não tem esgoto. Como vamos combater uma pandemia num país como este?"

Débora não esconde a revolta com o atual governo. "Estou apavorada com o momento atual, que é de muita insegurança. Estamos no meio de uma guerra, e tiraram o general [o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta]. O coronavírus trouxe à tona nossos problemas e nos deixou em carne viva. A gente normalizou a miséria, a falta de moradia, de saúde. Agora ficou claro o papel fundamental do SUS. Ficou evidente o abismo da nossa desigualdade."

"É uma loucura termos um presidente que vai contra tudo, que é conduzido pela ignorância. Como é possível pensar em salvar a economia, quando tem tanta gente morrendo? Que projeto desumano."

Absorvida pelas tarefas domésticas, Débora Bloch só tem um plano para depois da quarentena: concluir as gravações da nova temporada de "Segunda Chamada". E desdenha das previsões róseas para o futuro próximo.

"Não sou otimista. Não acho que a humanidade irá melhorar quando a pandemia passar."

 

Fonte: Folha Press

'É um vírus bandido', diz a cirurgiã Angelita Gama após passar 50 dias na UTI

Foto: Instituto Angelita & J Gama

 

Após deixar o Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP) no domingo (10), onde ficou 54 dias internada, 50 deles na UTI, para tratamento da Covid-19, a cirurgiã Angelita Habr-Gama diz que sua meta é voltar ao local em breve, mas para fazer o que mais gosta: operar.

"Seguramente, voltarei a trabalhar, a fazer as minhas cirurgias. O susto já passou. Agora é um período de recuperação, de fisioterapia. Daqui para frente é outro dia", diz ela, que faz parte do corpo clínico do Oswaldo Cruz há 60 anos.

A médica, que chama o coronavírus de "vírus bandido", diz que ficou muito feliz ao acordar sem sequelas do período em que passou intubada na UTI, em sedação profunda.

"Pés, mãos, cabeça, tudo está funcionando perfeitamente. Eu só fiquei com uma fraqueza muscular porque perdi um pouco de peso, massa magra. Mas isso seguramente recuperarei em pouco tempo."

Nascida na Ilha de Marajó (PA), Gama entrou na Faculdade de Medicina da USP em 1952, aos 19 anos. Já ganhou mais de 50 prêmios científicos e é uma referência mundial em coloproctologia, especialidade que cuida das doenças do intestino grosso, do reto e ânus.

A médica é a primeira mulher titular em cirurgia da USP, a primeira a ser aceita pela sociedade americana de cirurgia e a primeira premiada pela sociedade europeia de cirurgia.

Gama, que não gosta de revelar a idade, acredita que tenha se infectado durante o lançamento da sua biografia "Não, não é resposta", escrita por Ignácio de Loyola Brandão. A festa reuniu cerca de 400 pessoas no último dia 8 de março, período em que ainda não havia orientação de isolamento social.

O marido, o também cirurgião Joaquim Gama, foi infectado, mas não manifestou sintomas da doença.

*

Pergunta - Como foi o diagnóstico do coronavírus?
Angelita Habr-Gama - É um vírus bandido. Eu senti uma dor no corpo intensa, uma febrícula. Não tive tosse, secreção. Como eu nunca tive absolutamente nada parecido com isso, fui para o hospital.

O atendimento foi rápido. Quando fizeram a tomografia de pulmão, o vírus realmente tinha invadido, havia um comprometimento pulmonar. Já estava sentindo falta de ar e precisei ser intubada.

Foi a primeira vez que precisou ficar numa UTI?
AHG - Não, foi a segunda. A primeira vez foi num passado distante. Fui operada e precisei ser intubada.

Alguma recordação desse período de intubação?
AHG - Nenhuma, não me lembro de absolutamente nada. É angustiante para amigos e familiares, mas a pessoa não se recorda de absolutamente nada.

Qual foi a sua reação acordar 52 dias depois?
AHG - Eu acordei, constatei o que tinha ocorrido e fiquei feliz de estar viva. Como médica, eu sei que ter esse vírus, passar por uma sedação profunda e acordar sem sequelas é realmente para comemorar.

Pés, mãos, cabeça, tudo está funcionando perfeitamente. Eu só fiquei com uma fraqueza muscular porque perdi um pouco de peso, massa magra. Mas isso, seguramente, recuperarei em pouco tempo.

Dez dias antes da internação, a sra. tinha lançado sua biografia em que conta as lutas que já travou na vida. Essa é mais uma para constar?
AHG - Certamente vai merecer um capítulo à parte. Pouca gente no mundo que teve essa forma mais séria do vírus se recuperou.

Acho que essa experiência pode trazer esperança a quem tem a doença. Ela pode ser grave, mas pode acabar sem sequelas. Isso dá um conforto extraordinário para quem está contaminado ou que eventualmente será contaminado, já que estamos ainda numa linha ascendente.

Mas diante de tantos mortos no país, dá para inferir que parte do sucesso depende também do cuidado recebido. A sra. teve acesso a uma medicina de primeira qualidade. Isso faz diferença, não?

AHG - Sim, é fundamental. Ter uma equipe de médicos, de enfermagem, nutrólogos, de fisioterapia, tem que ser uma equipe multidisciplinar.
Aqui em São Paulo, o governo paulista, a sociedade, tem procurado contornar essa situação, mas, infelizmente, quem não tiver condições de acesso a um bom atendimento pode não terminar bem.

O que a sra. tira como aprendizado dessa experiência?
AHG - É como renascer. Eu gosto de viver, gosto da vida, dos meus amigos, da minha família. Depois de passar por uma experiência dessa, é valorizar cada minuto que passa, as coisas pequenas do dia a dia. A vida se movimenta, a gente nunca sai de mesmo ponto.

A sra. pretende rever alguma coisa na vida. Trabalhar menos?
AHG - Eu sempre trabalhei por gosto. Trabalhar em medicina e cirurgia sempre foi um prazer enorme. Eu sempre saí alegre de cirurgias de muitas horas, com o coração radiante.

Sempre fui muito chegada aos meus pacientes. Agora mesmo, recebi uma chuva de mensagens carinhosas deles.

Seguramente, eu voltaria a trabalhar, a operar, já estou planejando isso. O susto já passou, agora é um período de recuperação, de fisioterapia. Daqui para frente é outro dia. Eu sou capaz de reagir a isso.

Alguma mensagem que gostaria de deixar para as pessoas?
AHG - Eu quero deixar uma mensagem de otimismo. Essa é uma doença curável. Os que se infectarem precisam de cuidados e paciência.

Nossa imprensa tem divulgado todos os dias os cuidados necessários para que as pessoas não se contaminem. Eu provavelmente me contaminei durante uma celebração em que tive contato com muita gente.

Foi no lançamento do seu livro, em 8 de março?
AHG - Sim, havia umas 400 pessoas. Eu beijei muita gente. Provavelmente foi lá que eu me contaminei. A população tem que seguir as recomendações de isolamento social feita pelas secretarias de saúde, pelo governo do estado. Tem que entender que é possível prevenir, evitar que as pessoas morram por falta de assistência, de leitos.

CLÁUDIA COLLUCCI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) 

Pedidos de seguro ao desemprego sobem 22,1%

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

O número de pedidos de seguro-desemprego aumentou 22,1% em abril na comparação com igual mês de 2019, com 748.484 solicitações feitas pelos trabalhadores, informou na segunda-feira, 11, o Ministério da Economia. Em abril do ano passado, foram 612.909 pedidos.

O aumento de cerca de 135 mil requerimentos em termos absolutos vem na esteira da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. O governo estima que ainda há até 250 mil requerimentos que ficaram represados entre março e abril por causa do fechamento de agências do Sine, que são de administração municipal e estadual e estão sem atendimento presencial para evitar risco de alastramento da covid-19.

Os trabalhadores demitidos sem justa causa têm até 120 dias para requerer o seguro-desemprego. O governo tem buscado orientar os cidadãos sobre a possibilidade de solicitar o benefício pela internet ou por aplicativo para smartphone.

Na primeira quinzena de abril, a quantidade de requerimentos pela internet chegou a 90,2%. Depois, houve uma redução com o aumento de atendimentos presenciais nos últimos dias do mês. No acumulado de janeiro a abril, foram contabilizados 2.337.081 pedidos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Estadão Conteúdo

Em um mês, Samu de Teresina atendeu mais de 200 pacientes com suspeita de Covid-19

Em abril, o Samu atendeu 206 casos suspeitos de Covid-19 em Teresina. Segundo Francine Amorim, diretora geral do serviço médico na capital, em  maio houve aumento considerável no número de atendimentos de pacientes com síndromes gripais, sintomas semelhantes ao do coronavírus. Um novo balanço deve ser divulgado na primeira quinzena deste mês.

Com aumento da demanda cresce também o risco de contaminação do profissionais do Samu. Para diminuir os riscos, socorristas terão suas vestimentas especiais pulverizadas, o que inativa o coronavírus em até um minuto. Até agora, uma profissional do Samu de Teresina testou positivo para a doença. Um dos principais riscos de contaminação dos socorristas é na desparamentação, ou seja, no momento da retirada dos equipamentos de proteção individual (EPIs) quando, sem se dar conta, os profissionais podem levar as mãos contaminadas aos olhos, boca e nariz e se infectarem.

"Realizamos 220 testes rápidos e os demais profissionais testaram negativo", reitera Francine Amorim. 

Atualmente, 12 ambulâncias atuam estrategicamente na cidade, sendo nove de suporte básico e três de suporte avançado, além de quatro motolâncias. O serviço é gratuito e acionado pelo 192.


Graciane Sousa
gracianesousa @cidadeverde.com

Brasil registra 396 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas

 

O Brasil registrou 396 mortes decorrentes do novo coronavírus nas últimas 24 horas, segundo atualização feita pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira, 11. Com isso, o total oficial de vítimas da covid-19 no País subiu de 11.123 para 11 519. O número de casos confirmados da doença saltou de 162.699 para 168.331, com 5.632 novos registros entre ontem e hoje.

São Paulo é o Estado que apresenta os maiores números, com 3.743 óbitos decorrentes do novo coronavírus e 46.131 casos confirmados. Em segundo lugar, o Rio de Janeiro já contabiliza 1 770 óbitos em função da doença e 17.939 casos confirmados. Em seguida, vêm Ceará (1.189 óbitos, 17.599 casos confirmados), Pernambuco (1.087 óbitos, 13.768 casos confirmados) e Amazonas (1.035 óbitos, 12.919 casos confirmados).

Arte/Ministério da Saúde

O governo ressalta que o número de mortes registradas nas últimas 24 horas não indica efetivamente quantas pessoas faleceram de um dia para o outro, mas sim o número de óbitos que tiveram o diagnóstico de coronavírus confirmado nesse intervalo. Mesmo assim, este número vem crescendo. Apenas nos últimos sete dias, incluindo novos registros de segunda, 4 de maio, até domingo, 10, foram 4.098 novos registros de óbito por covid-19 no País. Especialistas apontam ainda que o número real de infectados e mortos pela doença deve ser maior que o indicado pelas estatísticas oficiais, uma vez que nem todos os casos chegam a ser testados.

Além disso, no Brasil, a epidemia tem assumido um perfil diferente do que outros lugares apresentaram. Conforme mostrou reportagem do Estado, pelo menos 45% das pessoas internadas no País por causa do novo coronavírus têm entre 20 e 59 anos.

Foto: JORGE HELY/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

 

Segundo autoridades sanitárias, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), o isolamento social é a "ferramenta" capaz de conter a disseminação rápida do vírus e assim evitar a sobrecarga dos sistemas de saúde. Especialistas brasileiros também já apontam a necessidade do chamado 'lockdown' nos locais mais afetados, o que caracteriza o grau mais extremo do distanciamento social, no qual ele se torna obrigatório.

Nesta segunda, 11, os conselhos de saúde que representam Estados e municípios rejeitaram a nova diretriz do Ministério da Saúde sobre o distanciamento social, principal promessa de Nelson Teich ao assumir a pasta para rever a estratégia de combate a covid-19.

A proposta de Teich levanta uma série de dados, como capacidade de atendimento, ocupação de leitos, e número de casos e óbitos. Cada item teria uma pontuação. Somados, mostrariam em que situação está cada local e qual intervenção específica é sugerida. A medida, no entanto, gerou temor de que as diretrizes virassem arma para discurso contrário ao isolamento. Além de considerarem inoportuna a discussão, secretários também afirmam que seria inviável levantar os dados especificados, que mudam diariamente.

Teich se disse surpreso com a rejeição e disse que, no fim de semana, tratou do assunto com representantes dos conselhos e que houve consenso de que as medidas seriam anunciadas para balizar e orientar cada gestor local a tomar suas medidas.

Em coletiva de imprensa na tarde de hoje, o ministrou voltou a afirmar que não se trata de dizer se é melhor flexibilizar ou isolar certa população por causa da disseminação do novo coronavírus, mas sim de trabalhar sem "interesse pessoal", pela coletividade.

Por André Borges
Estadão Conteúdo

Estudo da UFPR indica que jogos com torcida só poderão ser disputados após vacina

Pesquisadores da Universidade Federal do Paraná apontam que o retorno dos torcedores aos estádios de futebol do Brasil, sem maiores riscos, ainda pode demorar para acontecer. De acordo com estudo divulgado nesta segunda-feira, a presença da torcida nas arquibancadas só deve acontecer após as descobertas de uma vacina ou de um medicamento retroviral contra a covid-19.

Os autores do estudo são o professor Fernando Mezzadri e o advogado Paulo Schimitt, coordenador da comissão de integridade da Federação Paulista de Futebol. Mezzadri é doutor em educação física e lidera o projeto de pesquisa "Inteligência Esportiva", uma parceria do Centro de Pesquisa em Esporte, Lazer e Sociedade (CEPELS), da UFPR, e a Secretaria Especial do Esporte, do Ministério da Cidadania.

Na pesquisa, eles desenharam quatro possíveis cenários para a retomada do esporte nacional, sendo o primeiro o mais restritivo de todos e o quarto, o de abertura total à prática esportiva e disputa das competições oficiais.

Neste cenário, de retomada completa das atividades da sociedade, eles apontam a necessidade de uma vacina ou remédio contra o novo coronavírus para que a torcida possa voltar aos estádios sem preocupações.

"A retomada total das atividades esportivas e competições só será possível com a existência de medicamento retroviral eficaz ou vacina que previna e proteja tanto os praticantes/atletas quanto os espectadores", apontam os autores no estudo.

Mezzadri, que já foi consultor da Unesco sobre políticas públicas de controle de dopagem, acredita que muitas adaptações precisarão ser feitas para que o futebol possa retomar sua rotina de campeonatos.

"Tanto os atletas quanto as pessoas (torcedores) devem fazer os testes como uma forma de controle e precaução, mas a volta aos treinamentos normais e as competições ainda não devem ocorrer agora. Consideramos muito precipitado o retorno as competições pelo atual estágio da pandemia no Brasil", disse o professor, em entrevista ao site da UFPR.

Os pesquisadores chegaram a estas conclusões a partir das orientações das autoridades mundiais na área de saúde, epidemiologia e higiene e também a partir de um ciclo de debates semanais realizados no canal do YouTube do grupo.

Fonte: Estadão Conteúdo

Bolsonaro diz que atenderá Guedes '100%' e vetará reajuste de servidores

Foto: Marcos Corrêa/PR

 

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 11, que irá atender em "100%" a demanda do ministro da Economia, Paulo Guedes, e manterá a proposta de congelamento salarial para servidores públicos até dezembro de 2021.

A proposta é a contrapartida de Estados e municípios para a que fosse aprovado o projeto de socorro financeiro, de R$ 60 bilhões em injeção de recursos do Tesouro para minimizar os impactos do novo coronavírus na economia local. A proposta incluiu a renegociação e postergação de dívidas. No entanto, várias categorias foram excluídas na tramitação do projeto no Congresso, o que levou Guedes a pedir o veto de Bolsonaro às mudanças.

"Conversei de manhã com Paulo Guedes. Economia trabalha na questão dos vetos e vamos atender 100% o Paulo Guedes", disse Bolsonaro ao chegar ao Palácio da Alvorada. Segundo ele, os vetos devem ser publicados até quarta-feira, 13. "Talvez quarta-feira vamos decidir. Servidor público vai estar congelado, a tendência neste ano é ter deflação, porque todo mundo perdeu poder aquisitivo, exceto servidor público", disse.

Para o presidente, a grande maioria dos servidores públicos é consciente que se a economia não se recuperar não haverá dinheiro para pagar os salários. "Até 31 de dezembro do ano que vem, se for vetado e não derrubarem o veto, não tem mais nada que fazer na economia a não ser desburocratizar", disse Bolsonaro, citando um novo decreto assinado por ele que teria revogado mais de 300 outros decretos.

Por Gustavo Porto
Estadão Conteúdo

Decreto inclui salões de beleza e academias de esporte como atividades essenciais

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

O governo federal decidiu incluir os salões de beleza e barbearias e academias de esporte de todas as modalidades no rol de atividades essenciais durante a pandemia da covid-19. Com isso, esses setores passam a ter resguardado o exercício e o funcionamento a despeito das medidas de distanciamento social.

Nesta segunda, 11, ao chegar no Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro tinha anunciado a inclusão dos salões de beleza e academias de ginástica na lista de atividades consideradas essenciais. O Decreto que confirma a decisão do governo está publicado em edição extra do Diário Oficial da União que circula nesta segunda-feira.

Com essa ampliação de hoje, a lista, que foi definida pelo Decreto 10.282, de 20 de março, já tem 57 atividades. No último dia 7, o presidente já tinha incluído o setor da construção civil e atividades industriais como essenciais, após reunião com empresários no Supremo Tribunal Federal (STF).

Neste domingo, 10, Bolsonaro tinha prometido ampliar o rol de atividades consideradas essenciais durante a pandemia. "Amanhã devo botar mais algumas profissões como essenciais. Vou abrir, já que eles não querem abrir, a gente vai abrindo aí", afirmou Bolsonaro a apoiadores, em frente ao Alvorada no domingo.

Por Sandra Manfrini
Estadão Conteúdo

Empresa cancela contrato com prefeitura de Teresina por não ter respiradores

Foto: Folhapress

A empresa Oxynit Soluções em Gases Eireli informou à Prefeitura de Teresina a impossibilidade de fornecimento dos 70 respiradores mecânicos comprados pela administração municipal para ampliar a estrutura de atendimento durante a pandemia do Coronavírus. 

Diante da impossibilidade de fornecimento, pela escassez do produto no mercado nacional e internacional, foi realizada a rescisão do contrato no valor de R$12.592.650,00 e a devolução integral do dinheiro aos cofres públicos.

O cancelamento da venda se deu em razão de o fabricante chinês ter desistido do fornecimento dos respiradores, impossibilitando a entrega do produto contratado. 

“A Prefeitura tinha feito um investimento muito alto, mas necessário para salvar vidas, que é o nosso bem mais valioso. O respirador é um sistema eficiente e necessário na rede hospitalar, ajudando a salvar vidas. Está escasso no mundo inteiro e teve seu valor de mercado aumentado, em razão da pandemia de Covid-19. Agora, diante dessa impossibilidade da empresa contratada, vamos buscar com urgência outro fornecedor. Os respiradores realmente estão em falta em todo o mundo, comprá-los tem sido muito difícil, porque os fabricantes não conseguem atender a demanda e isso eleva ainda mais o preço. Mesmo assim, a Prefeitura de Teresina não mede esforços e vai adquirir os equipamentos, por sabê-los necessários. Nós estamos adotando várias medidas, como a melhor estruturação da rede, e isso representa a nossa busca por aperfeiçoar a assistência prestada à população”, explica Manoel Moura Neto, presidente da Fundação Municipal de Saúde. 

Para Rogério Medeiros, médico com atuação em Unidade de Pronto Atendimento (UPA), a disponibilização de mais respiradores representa um avanço na rede de saúde: “Se a situação do paciente com Coronavírus evoluir para quadro grave, o pulmão pode entrar em colapso, não vai funcionar e ele pode ir a óbito. Esse quadro pode ser reversível. Ele precisará respirar artificialmente e esse equipamento dará suporte de ventilação, aumentando a possibilidade de sobrevida”.

Da Redação
[email protected]

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