Cidadeverde.com

Governo britânico decide que Campeonato Inglês poderá voltar em junho

O Campeonato Inglês poderá voltar a ser disputado em junho, informou o governo britânico nesta segunda-feira. A definição consta em um guia com determinações sobre a gradual flexibilização do lockdown na Inglaterra. E prevê que o retorno dos jogos de futebol aconteçam sem a presença da torcida nos estádios.

O isolamento social e a quarentena foram impostos no país em março, o que impediu a continuação do Campeonato Inglês, paralisado na 29ª rodada (são 38 no total). A liberação das partidas faz parte do "Passo Dois" do guia divulgado pelo primeiro-ministro Boris Johnson.

A medida liberando as restrições de lockdown nesta fase inclui "permitir a realização de eventos esportivos e culturais, somente com os portões fechados, e liberados somente para transmissão televisiva, evitando o alto risco de contato social" O "Passo Dois" só estará em funcionamento a partir do dia 1º de junho "desde que estas condições sejam atendidas".

O documento do governo diz ainda que a liberação dos torcedores nos locais dos jogos "só poderão se tornar totalmente possível mais tarde, dependendo da redução do número de infectados". Desta forma, é possível que o Inglês seja finalizado sem a presença de torcida nos estádios.

Quanto a outras modalidades, entidades que comandam o críquete e o rúgbi, outros esportes populares na Inglaterra, já avisaram que não vão retomar suas ações antes de julho. No caso do turfe, havia a expectativa de voltar ainda neste mês de maio, o que agora não será mais possível.

O guia do governo britânico sobre a flexibilização do lockdown foi publicado no mesmo dia em que os clubes do Inglês vão se reunir para definir como será o retorno aos gramados. O chamado "Projeto Reinício" já conta com polêmica porque prevê a disputa das partidas em um menor número de sedes para evitar maior movimentação dos times pelo país.

As sedes seriam neutras, como o tradicional estádio de Wembley. Mas os times menores já demonstraram oposição à ideia. Eles argumentam que esta medida beneficiaria os clubes maiores.

Quando foi paralisado, o Campeonato Inglês tinha o Liverpool na liderança disparada, com 82 pontos, 25 à frente do vice-líder Manchester City. O tradicional clube inglês precisa de apenas duas vitórias para selar o título nacional.

Fonte: Estadão Conteúdo

Morre o sambista David Corrêa, aos 82 anos, por coronavírus

 

 

O cantor e compositor David Corrêa morreu no domingo, dia 10, aos 82 anos, vítima do novo coronavírus. Ele criou inúmeros sambas-enredo para a Portela desde 1972, quando ingressou na ala de compositores da escola de samba carioca.

Entre suas composições estão Pasárgada, O Amigo do Rei, O Mundo Melhor de Pixinguinha, Amazonas, Esse desconhecido! (Delírios do Eldorado Verde), Amor Atrevido, Barquinho Branco, Bom-dia, Portela, Bonde Piedade e Condomínio - algumas composições feitas em parceria com outros compositores.

Sua obra inclui ainda Macunaíma, Herói de Nossa Gente, de 1975, criado com Norival Reis, e que se eternizou na gravação de Clara Nunes e, depois, de Angela Maria. E ainda Hoje tem Marmelada e Das Maravilhas do Mar e Fez-se o Esplendor de Uma Noite - que foi cantado por Maria Bethânia no show gravado em CD e DVD Dentro do Mar Tem Rio.

Ligado à Portela desde o início da carreira, o carioca David Corrêa teve passagens por outras escolas de samba. Na Mangueira, foi um dos quatro compositores do inesquecível samba Atrás da Verde e Rosa Só Não Vai Quem Já Morreu. Antes, para o Salgueiro, foi coautor de Skindô, Skindô.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Morre o compositor David Correa, maior vencedor de sambas-enredo da história da Portela Morreu neste domingo (10), aos 82 anos, David Corrêa, o maior vencedor de sambas-enredo da história da Portela (sete vezes), ao lado de Noca da Portela. O compositor também fez história ao vencer sambas em diversas outras agremiações, como Mangueira, Salgueiro, Estácio e Imperatriz, além de ser autor de clássicos gravados por Elza Soares, Almir Guineto, Maria Bethânia, Reinaldo e outros grandes nomes. David estava internado no CTI do Hospital Naval Marcílio Dias, no Lins, desde o último sábado (2), e faleceu após apresentar piora no quadro de insuficiência renal. Neste domingo, ele chegou a passar por uma sessão de hemodiálise, mas não resistiu. Familiares, no entanto, dizem que o hospital informou que a causa da morte foi covid-19. Em abril, o sambista havia passado por uma cirurgia no pulmão após ser atropelado em Jacarepaguá, mas chegou a receber alta. Na Portela, David venceu as disputas de samba em 1973, 1975, 1979, 1980, 1981, 1982 e 2002. Na década de 1970, ainda ajudou a defender o samba na Avenida por diversas vezes. Viúvo, ele deixa cinco filhos. A família ainda não informou o local do sepultamento. O presidente Luis Carlos Magalhães, o vice-presidente Fábio Pavão e toda a diretoria da Portela lamentam profundamente o falecimento de David Corrêa, um dos maiores expoentes da Ala de Compositores Ary do Cavaco, e se solidarizam com seus familiares e amigos. Perdemos um gigante! Carreira brilhante David Correa ingressou na ala de compositores da Portela em 1972. No ano seguinte, venceu seu primeiro samba na Azul e Branco, "Passárgada, o Amigo do Rei". Em 1975, com o samba-enredo "Macunaíma, Herói de Nossa Gente"", viu sua carreira decolar após defender o samba-enredo na Avenida, ao lado de Clara Nunes e Silvinho do Pandeiro. A composição, ainda, seria gravada por Clara Nunes, com direito a clipe.

Uma publicação compartilhada por Portela (de ????) (@oficialportela) em

 

Fonte: Estadão Conteúdo

Dólar sobe a R$ 5,80 com exterior e política local

Foto: Willian Moreira/Futura Press/Folhapress

 

O dólar opera em alta no mercado doméstico, alinhado ao sinal predominante no exterior em meio à cautela com a crise política interna. Na máxima, o dólar à vista atingiu R$ 5,80 na manhã desta segunda-feira. Lá fora, as bolsas recuam com investidores atentos a sinais de uma segunda onda de infecções por covid-19 em partes da Ásia, como China e Coreia do Sul.

No Brasil, o Relatório de Mercado Focus mostra que a projeção para o PIB de 2020 passou de queda de 3,76% para -4,11%. A mediana para o IPCA neste ano foi de alta de 1,97% para 1,76%. Há um mês, estava em 2,52%. A mediana das previsões para a Selic neste ano passou de 2,75% para 2,50% ao ano.

E apesar do País ter ultrapassado 11 mil mortes pela covid-19 no domingo, o presidente Jair Bolsonaro pretende ampliar o rol de atividades essenciais autorizadas a funcionar a despeito das medidas de distanciamento social e "lockdown" (bloqueio) adotados por alguns Estados e municípios por causa da pandemia.

O mercado espera que Bolsonaro cumpra sua promessa de vetar a brecha para reajuste de servidores públicos, prevista na lei de auxílio aos Estados e municípios. Também estão no radar os gastos com cartão corporativo da Presidência da República, de R$ 3,76 milhões, que dobraram nos quatro primeiros meses de 2020 na comparação com a média dos últimos cinco anos, mas o detalhamento é trancado a sete chaves pelo Palácio do Planalto.

As atenções ficam ainda nas oitivas do inquérito que investiga a acusação do ex-ministro Sérgio Moro de tentativa de interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal. Hoje, devem ser ouvidos o ex-diretor-geral da PF Maurício Valeixo e o delegado Alexandre Ramagem, indicado para substituir Valeixo, mas que não assumiu o cargo por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes.

Também é aguardada a definição de uma data em que o procurador-geral da República Augusto Aras, o advogado-geral da União e o ex-ministro Moro terão acesso integral à gravação da reunião ministerial de 22 abril, na qual o ex-juiz afirma que Bolsonaro teria cobrado a substituição do diretor-geral da PF e do superintendente no Rio.

Em entrevista à Band na madrugada desta segunda, Aras, afirmou que apenas os diálogos entre Jair Bolsonaro e o ex-ministro Sérgio Moro nessa reunião devem ser divulgados, porque a revelação integral poderia vir a criar embaraços não só internos, mas também nas relações internacionais. Esse assunto poderá ser mencionado nesta manhã em uma videoconferência com a participação da ministra Rosa Weber e os ministros Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, do STF.

A participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de reunião promovida pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS) fica ainda no radar dos investidores, além de reunião de Campos Neto com o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni.

Mais cedo, o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) despencou 42,9 pontos na passagem de março para abril, para 39,7 pontos, menor nível da série histórica iniciada em 2008. A queda mensal foi recorde.

O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) desacelerou em seis das sete capitais analisadas do fechamento de abril para a primeira quadrissemana de maio. No período, o indicador intensificou a deflação, de 0,18% para 0,34%.

Às 9h22 desta segunda, dólar à vista registrava máxima a R$ 5,8003, em alta de 1,02%. O futuro teve máxima em R$ 5,8070, alta de 0,98.

Por Silvana Rocha
Estadão Conteúdo

Medalhista olímpico no vôlei de praia está internado com coronavírus

Reprodução/Instagram

O vice-campeão olímpico no vôlei de praia Márcio Araújo, 46, está internado em hospital de Fortaleza após ter sido infectado pelo novo coronavírus.

Ele divulgou, na manhã desta segunda (11), foto em que aparece deitado numa cama usando máscara de proteção.

"Infelizmente, precisei retornar ao hospital, mas desta vez para ser internado. A falta de oxigênio estava me matando", escreveu o ex-atleta em seu Instagram.

No sábado (9), ele relatou ao site Web Vôlei que não havia conseguido vaga em hospital da capital cearense e precisou voltar para casa. Ao blog Olhar Olímpico, do UOL, relatou estar respirando com 60% da sua capacidade pulmonar.

Márcio Araújo foi medalhista de prata nos Jogos de Pequim-2008, ao lado de Fábio Luiz, com quem também conquistou o título do Campeonato Mundial da modalidade, em 2005. Ao longo da carreira, recebeu vários prêmios individuais nos circuitos brasileiro e internacional.

Até domingo (10), o estado do Ceará havia registrado 16.692 casos de contaminados pelo novo coronavírus e 1.114 mortes em decorrência da Covid-19. Na sexta (8), Fortaleza começou a adotar o lockdown, com medidas mais rigorosas para restringir a circulação de pessoas.

Fonte: FOLHAPRESS

 

Secretário diz que não tem como barrar saída de paciente do Maranhão para o Piauí

O secretário Estadual de Saúde do Maranhão, Carlos Lula, afirmou nesta segunda-feira (11) que não tem como estabelecer fronteiras rígidas entre o Piauí e o Maranhão, devido a relação cultural entre os dois estados, principalmente no atendimento a saúde. Carlos Lula considerou "irrisório" e "não relevante" a quantia de 85 pacientes do Maranhão que buscaram atendimento em hospitais de Teresina. 

"O rio Parnaíba sempre uniu o Piauí e o Maranhão. Não vai ser a doença que vai nos afastar", disse o secretário, que concedeu entrevista ao Notícia da Manhã.    

Mesmo com leitos desocupados no município maranhense de Timon, 85 pacientes do estado vizinho com sintomas do novo coronavírus procuraram atendimento em Teresina, no Piauí. Carlos Lula pontua que o sistema de saúde no Brasil é único e que os casos não impactam no Piauí. 

"A gente sempre teve, infelizmente, essa migração de maranhenses para o sistema  de saúde no Piauí e a gente começou a mudar essa realidade nos últimos anos. Tanto hoje temos um sistema de saúde interiorizado, algo que não acontecia há 50 anos, e aí a gente passou a ter um sistema maior que o Piauí. Mas tenho um problema cultural de décadas e isso não vai deixar de acontecer. 85 pacientes em Teresina, eu diria que é um número pequeno, não é revelante e não vai causar impacto na saúde de Teresina", explica Lula. 

Em entrevista ao Notícia da Manhã, ele disse que foram disponibilizados leitos recém-inaugurados em Timon-MA que também estão disponíveis para Teresina. 

"Para se ter uma ideia, em cada UPA do Maranhão, a gente atende uma média de 1 mil pacientes por dia. Então, 85 pessoas que estão na rede de saúde em Teresina é um número pequeno [...] se fosse há cinco anos esse número seria bem maior e bem mais impactante. Nesse momento agora, tenho certeza que esse número é irrisório e não vai causar transtornos à rede de saúde do Piauí", explica Carlos Lula. 

O secretário disse ainda que não tem como estabelecer fronteiras entre os dois estados para limitar a busca por atendimento de pacientes do Maranhão no Piauí. 

"No interior do Maranhão, temos pouco mais de 50% de ocupação dos leitos. Só que se a  pessoa se desespera e vai atrás de um sistema de saúde que ela acha que está mais preparado, eu não tenho como tirar essa pessoa da porta do hospital. A gente tem conversado, tenho uma ótima relação com o secretário de Saúde do Piauí (Florentino Neto) [...] uma parte dos maranhenses têm Teresina como referência por conta da distância porque é mais perto chegar em Teresina que chegar em São Luís, por exemplo, e esse fluxo vai acontecer. Mas, na medida do possível, estamos fazendo tudo para evitar isso porque temos leitos vagos em Timon e outras UTis. Temos mais de 900 respiradores em funcionamento no estado pra Covid e não Covid,  mas nem sempre o maranhense busca esse sistema por conta de algo cultural", reitera Lula. 

De acordo com o boletim mais recente da Secretaria de Estado da Saúde (SES), o Maranhão chegou a 399 mortes por Covid-19 e 8.144 pacientes infectados pelo novo coronavírus. 

 

Graciane Sousa
[email protected]

Vôlei e basquete brasileiros vivem angústia com futuro

Foto: William Lucas/Inovafoto/CBV

Bruninho voltou para jogar no Brasil, mas deve ser exceção entre atletas

Enquanto os clubes de futebol brasileiros ainda discutem maneiras de retomar os campeonatos paralisados pela pandemia de Covid-19, os principais times de vôlei e basquete do país entenderam que continuar vivendo na incerteza não seria viável.

Por isso, decidiram encerrar suas competições da temporada 2019/2020 quando elas se aproximavam dos playoffs, sem coroar vencedores, e centrar esforços na busca por continuar existindo.

Os torneios masculino e feminino da Superliga de vôlei já haviam sido finalizados por votação das equipes, e o mesmo ocorreu como o NBB (Novo Basquete Brasil) nesta semana. A LBF (Liga de Basquete Feminino), que diferentemente dos demais havia acabado de dar a largada para o campeonato de 2020, ainda não tomou uma decisão.

O período que marca o fim de uma temporada e o início de outra costuma ser atribulado nesses esportes. Sem contratos longos, a maioria dos times está acostumada a ter que correr ano após ano atrás de renovações com patrocinadores que garantem sua existência e reformular boa parte do elenco. Agora, o cenário se mostra bem mais ameaçador.

A crise econômica e a perda de apoios já era uma realidade presente principalmente para as equipes que disputavam a Superliga masculina.

O Sesc-RJ, um dos quatro times do primeiro pelotão do torneio nacional, anunciou em fevereiro o fim da equipe. Já durante a pandemia, o Sesi-SP, que também figurava nesse grupo de elite, dispensou todo o seu time adulto.

Cruzeiro e Taubaté, vencedores das últimas seis edições do torneio, conseguiram se reforçar e serão candidatos a estender seu domínio pelos próximos anos. Isso não significa, porém, que vivam situações financeiras confortáveis.

Os mineiros já anunciaram cortes nos salários dos jogadores, enquanto os paulistas, comandados pelo técnico da seleção brasileira Renan Dal Zotto e que acabam de contratar o levantador Bruninho, chegaram a atrasar pagamentos no início deste ano.

Apesar do retorno de Bruninho, que estava na Itália, vários jogadores ouvidos pela Folha acreditam que a tendência nos próximos meses será de muitos atletas percorrendo o caminho oposto.

"Os campeonatos lá fora estão muito fortes, diferentemente da Superliga de vôlei, que há anos está decaindo porque perdeu patrocinadores e onde muitos times não têm condições de ter atletas da seleção. É complicado bater de frente com Polônia, Rússia e Itália", afirma Douglas Souza, 24, do Taubaté.

Marlon, 42, que estava no Sesc-RJ, não vê como o vôlei brasileiro possa absorver tantos jogadores que até meses atrás contavam com um bom padrão salarial. "Gera ansiedade. Gostaria de estar mais otimista, mas não estou, porque as notícias não surgem, as movimentações de mercado não acontecem", diz.

Antes da pandemia, as equipes femininas em geral tinham condições mais estáveis. Agora, mesmo atletas de ponta passam a se preocupar.

"Vamos ficar meses sem entrar em quadra e não temos ideia do futuro. Se vai voltar à normalidade. Não é o meu projeto, mas se tiver uma proposta aceitaria sim jogar no exterior", afirma Carol Gattaz, 38, que ainda não teve seu contrato renovado pelo Minas.

Segundo Renato D'Ávila, superintendente da Confederação Brasileira de Voleibol, a partir de junho será possível saber quais equipes deverão continuar na Superliga. Nenhum time, inclusive Sesc-RJ e Sesi-SP, formalizaram suas desistências até agora.

Se no vôlei o mercado europeu surge como opção para alguns, no basquete esse caminho é mais complicado. Muitas ligas adotam limite no número de jogadores estrangeiros e é comum que esse espaço seja ocupado por americanos talentosos que não conseguiram chegar à NBA.

O ala Betinho, 31, defendia o Pinheiros e até março fazia a melhor temporada da carreira. Antes mesmo de o NBB ser encerrado, porém, o clube comunicou a dispensa do elenco profissional, numa ação motivada não só pela paralisação, mas também pela ampla política de cortes que a entidade tem feito no alto rendimento.

Um dos cotados ao prêmio de melhor jogador do torneio, Betinho talvez não tenha dificuldades para se encaixar em uma nova equipe na próxima temporada, mas sabe que cada equipe vive uma realidade financeira bem diferente.

"Existe um receio de não saber se os projetos continuarão. Isso causa aflição entre nós, jogadores. Tenho amigos desde o Flamengo, que tem mais estrelas, até o Pato Branco, último colocado, e todo mundo sente de alguma forma", diz o jogador.
Com muitas interrogações pela frente, a Liga Nacional de Basquete, responsável pelo NBB, já se prepara para organizar uma temporada mais barata no fim do ano.

"Todo o mundo terá que se readequar. E talvez isso represente darmos um passo atrás em alguns pontos em que evoluímos bastante", diz o presidente da liga, Nilo Guimarães.

Betinho acredita que será o momento de as equipes abrirem espaço para os jovens da base, o que futuramente poderá se mostrar positivo para o basquete brasileiro.

A opinião é similar à de Murilo Endres, 39, que vê a mesma possibilidade para o vôlei caso a saída em massa de jogadores de renome se confirme.

"Isso aconteceu alguns anos atrás, de 2003 a 2009, quando quase toda a seleção estava na Europa. A Superliga se manteve num nível bom, muitos talentos foram revelados", diz.

CARLOS PETROCILO E DANIEL E. DE CASTRO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) 

 

Na volta do futebol na Coreia do Sul, torcida só é ouvida pelo alto-falante

O atacante brasileiro Júnior Negão deixou o gramado do Ulsan Munsu Football Stadium, no último sábado (9), extasiado após marcar os dois primeiros gols na vitória por 4 a 0 do Ulsan Hyundai contra o Sangju Sangmu.

Quase três meses depois de sua última partida oficial, disputada em 11 de fevereiro pela Liga dos Campeões da Ásia, não pensou duas vezes quando avistou um ex-companheiro de equipe, o meio-campista sul-coreano Park Yong-woo.

"Quando estava descendo para os vestiários e o vi, já fui abraçá-lo, mas ele recuou rapidamente, lembrou que não podemos. Ainda não estamos totalmente acostumados a tudo isso", conta o jogador à reportagem.

O abraço entre os jogadores seria um ato falho na lista de protocolos recém-criados pela Coreia do Sul -um dos países mais elogiados pelo sucesso na contenção do novo coronavírus- para a retomada de seu principal campeonato de futebol, a K-League, após a paralisação do esporte durante a pandemia de Covid-19.

O retorno do esporte no país asiático abre um caminho para que centros com maior relevância no esporte mundial comecem a planejar a volta à normalidade. Algumas ligas menores, como as de Belarus, Nicarágua, Turquemenistão, Burundi e Mianmar, não chegaram a parar.

"O governo da Coreia do Sul sempre teve o controle da Covid. No nosso celular recebíamos mensagens avisando sobre lugares com pessoas infectadas", conta o meia Murilo, primeiro entre os brasileiros a jogar, ainda na sexta-feira (8), quando estreou com o Jeonbuk Motors, atual campeão. A equipe venceu por 1 a 0 o Suwon Bluewings.

Para a retomada do futebol local, clubes e autoridades sul-coreanas elaboraram um rígido protocolo para evitar o contágio dos envolvidos nas partidas. Na primeira rodada, a temperatura dos atletas, funcionários e envolvidos foi medida pelo menos três vezes: de manhã, pouco antes da partida e também na saída do estádio.

Adversários entraram em campo em momentos distintos, evitando contato. Cumprimentos, apenas com cotovelos ou um leve soco entre mãos. Nos gols, nada de abraços. A recomendação é que até mesmo conversas entre companheiros sejam evitadas.

"Nos policiamos o tempo todo. O nosso time costuma sempre se reunir abraçado em campo antes dos jogos, por exemplo. Durante os gols, a vontade era de abraçar e comemorar de verdade, mas conseguimos nos conter", conta Júnior Negão.

Durante os gols, foram constantes entre os jogadores sinais com as mãos voltados para as câmeras. Júnior Negão ainda comemorou exibindo uma camisa branca, por baixo do uniforme, com os dizeres "Força, Brasil! #StaySafe" (#FiqueSeguro, em inglês).

O jogador é baiano, mas se mudou com apenas um ano com a família para Manaus, uma das cidades mais afetadas pela pandemia no Brasil. Até sábado (9), o município registrava 660 mortes por Covid-19, mais do que toda a Coreia do Sul, que contabiliza 256 óbitos pela doença segundo dados compilados pela Universidade Johns Hopkins, dos EUA, que monitora o contágio global.

"Tenho familiares que trabalham lá na área da saúde, familiares que foram contaminados e pessoas bem próximas que faleceram. Estamos bem preocupados", disse o jogador, que começou a carreira no Nacional-AM.

Os jogos foram realizados com estádio vazio. As torcidas organizadas, porém, puderam deixar faixas estendidas na arquibancada, e os alto-falantes entoavam cânticos dos torcedores para quebrar o silêncio.

Na semana da estreia, a federação local visitou todos os clubes para dar explicações detalhadas sobre como funcionaria o novo protocolo. Se algum jogador for infectado, sua equipe e o time que a enfrentou ficarão isolados durante duas semanas.

"Nos pediram para não cuspir em campo ou fazer coisas que pudessem deixar rastros", diz Murilo.

"As garrafinhas de água que ficam espalhadas ao redor do campo agora temos que beber e jogar tudo fora para que ninguém tome mais", relata o atacante Éder Lima, há seis temporadas no país. A sua equipe, o Jeju United, estreou na segunda divisão com um empate por 1 a 1 com o Seoul E-Land.

A partida de estreia do campeonato foi transmitida para 36 países depois que a K-League, aproveitando a falta de futebol no mundo, fechou contrato com emissoras do exterior para a transmissão internacional da competição. Na temporada passada, apenas seis países, todos da Ásia, adquiriram os direitos de transmissão.

Originalmente, a temporada da K-League começaria em 29 de fevereiro. Com o adiamento, sofreu um encurtamento de 11 rodadas em seu calendário. Ao invés de três turnos, serão disputados apenas dois e os mata-matas, totalizando 27 rodadas -antes, seriam 38.

KLAUS RICHMOND
SANTOS, SP (FOLHAPRESS) 

 

Médica explica como funciona o teste rápido para a Covid-19

A infectologista Elna Joelane Silva esclareceu dúvidas sobre o funcionamento do teste rápido para detecção da Covid-19. Em entrevista ao Notícia da Manhã,  a médica explicou quando o exame dá positivo ou negativo.  

Ela pontua que o teste rápido não é vendido em farmácias. Para o exame é colhida uma gota de sangue e em até 20 minutos, no máximo, sai o resultado. Se a faixa aparecer somente nas letras indicativas 'C e T' o teste terá dado positivo para o novo coronavírus. 

 

Da Redação
[email protected]

Em UTI paulistana, pacientes graves 'caçam ar' para sobreviver à Covid-19

Foto: Eduardo Anizelli/ Folhapress

Lina, 63, não respira sozinha e está intubada. Carlos, 77, não respira sozinho, está intubado e faz hemodiálise. Idalina, 90, não respira sozinha, está intubada, faz hemodiálise e tem as funções cardiovasculares comprometidas.

Lina, Carlos e Idalina, cujos nomes foram trocados para preservar sua privacidade, travam uma batalha contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

As histórias dos três pacientes estão pelos corredores da UTI do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, na Bela Vista, no centro da cidade de São Paulo.

A reportagem entrou na UTI do hospital privado, fundado há 122 anos, na última quarta-feira (6).

Para entrar lá, na tarde de quarta-feira (6), a reportagem precisou cumprir protocolos como higienizar as mãos, usar máscara N95, gorro e óculos e trocar a roupa pelo uniforme desinfetado do hospital.

A reportagem da Folha já esteve na UTI do Instituto Emílio Ribas em abril. A unidade, que é referência na área de infectologia da rede pública paulista, foi a primeira a ter seus leitos 100% ocupados apenas por infectados pelo vírus Sars-Cov-2.

Naquela ocasião, a superlotação e o esgotamento de recursos estavam forçando a equipe médica do hospital público a correr contra o tempo para escolher quem devia continuar vivo e quem não.

Os problemas estruturais do Emílio Ribas passam ao largo do cotidiano do Oswaldo Cruz. Não há correria nos corredores. O silêncio só é quebrado quando um equipamento nos leitos apita, e a equipe de enfermagem precisa verificar o problema.

Mesmo com a doença em plena expansão, sobram leitos no hospital privado, diz a enfermeira Cristiane Schmitt, gerente da UTI. "Temos 38 leitos para pacientes com Covid-19; 24 estão ocupados e 14 estão vagos. Na UTI para pacientes com outras enfermidades, a gente tinha um leito sobrando nesta quarta".

"As pessoas com outros diagnósticos tinham medo de procurar o hospital por causa da pandemia e isso está mudando agora", completa.

Mas no começo da crise, quando a rede hospitalar privada absorveu a maioria dos infectados, o Oswaldo Cruz precisou criar uma operação especial para não ficar sem suprimentos e dar conta da quantidade de pacientes graves que chegavam.

Foram contratados cerca de 50 profissionais de saúde e abertos dez leitos, conta Schmitt. "Também redimensionamos as equipes que faziam os procedimentos eletivos, todos suspensos agora, para o reforço contra a Covid-19."

Com 95% dos leitos de UTI ocupados em metade dos hospitais designados para tratar a Covid-19, a gestão Covas (PSDB) tem buscado os hospitais privados para ampliar a oferta. O Oswaldo Cruz vai disponibilizar leitos de sua unidade no bairro da Liberdade.

A semelhança entre Emílio Ribas e Oswaldo Cruz está mesmo na gravidade do quadro clínico dos internados. Na UTI do hospital da Bela Vista, a reportagem viu pacientes "caçando o ar", situação que levou a maioria a serem intubados.

O tempo de permanência nos leitos tem sido longo. Carlos, 77, por exemplo, está internado desde o dia 26 de março. Na média, segundo o hospital, os pacientes têm ficado mais de 12 dias na UTI.

Os leitos são individuais e se parecem com uma caixa de vidro. A estrutura envidraçada ajuda o corpo clínico a acompanhar visualmente os pacientes e a monitorar as funções vitais deles, medidas por aparelhos como os respiradores.

Os aparelhos de ventilação mecânica, também posicionados de frente aos corredores por onde circulam a equipe médica, ajudam a manter o pulmão aberto dos pacientes para eles receberem a quantidade complementar de oxigênio que necessitam.

No esforço pela recuperação, sobressai o trabalho das técnicas de enfermagem, profissionais que cuidam da medicação, da comida, do banho e dos aparelhos.

A enfermeira Myrcea Maria de Carvalho Suzuki, 43, chefia um grupo de técnicos de enfermagem do Oswaldo Cruz. Ela diz que quando um paciente com Covid-19 começa a falar, é o sinal de que o tratamento está no rumo certo.

"Falar já é uma fase bem adiantada, embora ele ainda tenha um longo caminho a percorrer", afirma.

Quem tem melhora clínica e deixa a UTI é levado para outra área de internação isolada.

O paciente que permanece em estado grave recebe a visita diária de uma equipe composta por médico, enfermeiro, fisioterapeuta, nutricionista e farmacêutico. Dessa reunião saem protocolos de tratamento individualizado.

O médico intensivista Estevão Bassi, 36, cuida de cerca de dez leitos da UTI só para internados com Covid-19 do Oswaldo Cruz. Ele diz que a doença predomina entre idosos, mas tem afetado jovens.

Quando a Folha esteve no hospital, Bassi monitorava dois pacientes com suspeita da doença. Eles apresentavam baixo nível de saturação no sangue e falta de ar.

A saturação é o índice que mede a quantidade de oxigênio transportada pelo sangue. Um dos pacientes, disse Bassi, apresentava índice de 80% –o ideal é entre 95% e 100%.

"A maior parte dos pacientes vem pra UTI à procura de oxigênio em nível mais alto. Só intubamos os que não conseguem respirar", afirma.

Para Bassi, a pandemia mudou a sua própria rotina. "UTI sempre foi o meu ambiente de trabalho. A diferença é, que agora, se eu não tomar todos os cuidados, também posso pegar o vírus", diz.

O médico já assinou quatro atestados de óbito por Covid-19 –a taxa de mortalidade da UTI, segundo o hospital, é de 1,8%. "Sempre fica aquela sensação: o que eu poderia ter feito a mais para salvar aquelas vidas?", pergunta ele.

DHIEGO MAIA E ZANONE FRAISSAT
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) 

 

Covid-19: desafio é encontrar um fármaco que funcione e seja seguro

Foto: EDUARDO MATYSIAK/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

 

Para o físico Antonio José Roque, diretor-geral do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) de Campinas, ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, o grande desafio na pesquisa pela cura da covid-19 é encontrar um fármaco que funcione contra o coronavírus, mas que seja seguro para o paciente. Segundo ele, o CNPEM não trabalha com a produção de vacinas.

O trabalho de uma centena de cientistas da instituição se concentra na identificação de medicamentos, entre os já existentes, que ofereçam a maior possibilidade de enfrentamento da doença. Para isso, segundo o diretor do órgão, os cientistas vão usar análises de dados fornecidos ao moderno sistema de computadores conhecido como Sírius, um projeto de quase R$ 2 bilhões, iniciado em 2012.

Ao todo, estão sendo analisados cerca de 2 mil remédios com potencial para combater o Sars-CoV-2.

Somente uma vacina desenvolvida rapidamente poderá evitar que milhões de pessoas morram e permitir que a economia volte a funcionar.

A avaliação é do médico Edecio Cunha Neto, professor da USP que faz parte da equipe da pesquisa do Incor. O estudo já foi iniciado com o primeiro grupo de cem doadores de sangue voluntários.

De acordo com o médico, há hoje cerca de 170 grupos de cientistas no mundo trabalhando em uma vacina para a covid-19.

O grupo de cientistas do Incor, em conjunto com o Instituto de Ciências Biomédicas da USP e a Escola Paulista de Medicina (Unifesp), tem a coordenação de Jorge Kalil e opera para detectar anticorpos e linfócitos T de células de defesa do organismo de pacientes que tiveram a doença para, com esse material de doadores, descobrir quais partes do vírus podem ser atacadas pela vacina, com segurança, para evitar a invasão celular e replicação do vírus.

A questão da imunização, de acordo com os cientistas, é que o grupo que sair na frente com uma vacina terá de apresentar um produto de qualidade, ou seja, com a capacidade de imunizar por longo prazo e com segurança.

O time que conseguir resultado positivo primeiro, argumentam os cientistas, vai abastecer seus doentes, depois os infectados dos parceiros de seus países de origem para, depois, permitir a exportação do produto. Essa operação significa que, se o Brasil ficar dependente de descobertas estrangeiras, pode ficar por longo período sem acesso à vacina. Por isso, raciocinam os pesquisadores nacionais, é preciso desenvolver aqui uma tecnologia.

Há ainda um ponto pouco destacado: é pouco provável que a primeira ou segunda vacina seja altamente eficaz. O desenvolvimento de imunizantes é imprevisível até o fim.

"Temos então essas que já estão sendo testadas em humanos e sairão mais rápido, mas não se pode garantir que alguma dessas vai funcionar", diz o médico.

No caso da vacina do HIV, de todas as que foram testadas até agora, nenhuma funcionou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Pablo Pereira
Estadão Conteúdo

Posts anteriores