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Mãe ganha "charreata", pede desculpas a prefeito por estar sem máscara, e viraliza

Quem é mãe sabe a importância de se realizar um chá de fraldas. Além de dar aquela ajudinha na economia, é um momento de celebrar com os amigos a chegada do filho tão aguardado. Na casa da Érica estava tudo planejado para ser assim, mas veio a pandemia do novo coronavírus e o tão esperado momento teve que ser cancelado, deixando a futura mamãe bastante triste. Casada com o auxiliar financeiro Junior Alves, ela espera o Ravi, o primeiro filho do casal. E foi ele, com a ajuda dos amigos de Érica, quem tratou de dar um jeito na situação e proporcionar uma surpresa à esposa. Ontem, por volta das 16h, a jovem de 26 anos foi surpreendida na porta de casa com uma "charreata".

Com os carros enfeitados com o nome do Ravi, nove amigos e familiares de Érica passaram em frente à sua casa, no Parque Ideal, região do Grande Dirceu. Sem acreditar, ela viu cada um passar, emocionar, e deixar uma lembrancinha para o Ravi.

"Eu estava planejando um chá de fraldas desde o começo da gravidez. Eu já tinha muita coisa feita, encomendada. Por conta da pandemia eu tive que cancelar. O chá ia acontecer em abril, por volta do dia 20, mas o isolamento começou ainda em março. Eu fiquei muito triste e decepcionada", disse Érica Vanessa, que trabalha em um escritório de contabilidade e aguarda a chegada do filho para 20 de junho.


Material para o chá de fraldas do Ravi já estava pronto. Foto: Arquivo pessoal

A tristeza deu lugar a emoção na tarde deste sábado, quando a mãe do Ravi foi chamada pelo marido para ir a calçada de casa.

“Ontem, por volta das 16h, meu marido me chamou pra fora de casa e eu fui. Foi quando me deparei com a - charreata. Foram meus amigos mais próximos e minha família. Foi um chá de fraldas improvisado para não passar em branco. Eles também estavam me ajudando na organização do outro chá que eu estava fazendo. Eu fiquei muito emocionada e não sabia do que estava acontecendo. Não tinha visto isso aqui”, afirmou ao Cidadeverde.com.

Além do amor dos familiares e amigos, Érica ganhou mais de 14 pacotes de fraldas, dentre outros presentes. O Ravi se deu bem.

“Eu ganhei 14 pacotes de fraldas, que dá mais de 100 ou 200 fraldas. Ganhei outros presentes como acessórios para decoração do quarto. Até agora eu não estou acreditando”, afirmou.

Como se não bastasse o momento especial, Érica ainda foi surpreendida pela repercussão do vídeo gravado durante a “charreata”. Tudo começou quando ela pediu desculpas ao prefeito de Teresina, Firmino Filho, no Twitter e ele respondeu. Nervosa com o evento, ela não usou máscara e foi repreendida pela mãe, que avisou: o prefeito vai ficar bravo.

“Eu estava sem máscara na hora. Fiquei muito emocionada e nervosa, daí tirei a máscara e minha mãe reclamou e disse: se o Firmino assistir esse vídeo ele vai ficar muito bravo, pois você está sem máscara. Aí fui logo para o Twitter e marquei ele explicando pra ele não ficar bravo. Mas ele não ficou bravo, ficou foi emocionado e me pediu o vídeo. Estou até agora sem acreditar em tudo isso e está sendo muito especial esse dia das Mães”, disse emocionada.

O prefeito postou o vídeo em suas redes sociais, disse que não ficou bravo e celebrou o momento junto com a Érica e seus seguidores. “Hoje foi um dia difícil. Tivemos que tomar medidas ainda mais duras para tentar conter o avanço do novo coronavírus em Teresina. Mas abri o Twitter e a Erica tinha me marcado nesse vi?deo, pedindo desculpas porque teve que retirar a ma?scara. Fiquei pensando sobre como num piscar de olhos o mundo muda. O cha? de fraldas virou “charreata” e o abrac?o ficou pra depois. Mas apesar de tudo, de todo o caos, o amor sabe se reinventar. Ainda mais no Dia das Ma?es. Que o Ravi nasc?a num mundo bem melhor, Erica. Grande abrac?o!”, disse o gestor.

As medidas duras a que Firmino se refere é o decreto que proíbe supermercados, hipermercados, mercados e estabelecimentos congêneres não poderão comercializar produtos eletrônicos, eletrodomésticos, artigos de vestuário e outros produtos considerados não essenciais.

Para Érica, ficou a lição de amor em um momento tão diferente que o mundo está passando. "Fica a licão de amor, que nesse momento tão difícil que o mundo está passando atitudes como essa conseguem nos dar um pouco de alegria e esperança de dias melhores", finalizou.

 

Hérlon Moraes
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Teresina finaliza 4ª etapa da pesquisa sobre coronavírus neste domingo

Segundo dados da Fundação Municipal de Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi), Teresina registrou, neste sábado (09) mais três mortes ocasionadas pela Covid-19, atingindo a marca de 22 óbitos de residentes na capital. Além disso, 22 casos novos da doença foram computados nas últimas 24 horas, totalizando 755 pessoas infectadas.

Uma das vítimas era um homem, 36 anos, imunossuprimido, residente na zona Norte e que estava internado no Hospital de Doenças Tropicais Natan Portela. A outra vítima era uma mulher, 76 anos, hipertensa e diabética, residente na zona Sul e que estava internada em hospital privado. A terceira vítima era um homem, tinha 90 anos, diabético, residente na zona Norte e estava internado no Hospital do Buenos Aires.

Neste domingo (10), a Prefeitura de Teresina finaliza a quarta etapa da pesquisa de investigação sorológica para conhecer a situação da pandemia do novo Coronavírus na capital. Teresina é a primeira cidade do Brasil a ter essa série de pesquisas e já testou 2.700 pessoas.

Na terceira sondagem, que aconteceu entre os dias 01 e 03 de maio, o índice de pessoas com a doença foi de 1,44%, ou seja, a cidade tinha 12.492 infectados, quantidade 53 vezes maior que os 237 casos notificados no domingo anterior à pesquisa. Da primeira etapa da sondagem para a segunda, houve um crescimento de 59% no número de infectados. Já da segunda para terceira, o aumento foi de 62%.

A Covid-19 é uma doença causada pelo Coronavírus SARS-CoV-2, que apresenta um quadro clínico que varia de infecções assintomáticas a quadros respiratórios graves. A transmissão acontece de uma pessoa doente para outra ou por contato próximo por meio de: toque do aperto de mão; gotículas de saliva; espirro; tosse; catarro; objetos ou superfícies contaminadas, como celulares, mesas, maçanetas, brinquedos, teclados de computador etc.

Da Redação
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Novo resgate será necessário, diz economista sobre pandemia

"O que já era complicado vai piorar", diz o economista Fabio Klein, da consultoria Tendência. Especialista em contas públicas, Klein destaca que os Estados que vinham tendo dificuldade para pagar os servidores e a dívida com a União sofrerão ainda mais após a pandemia da covid-19.

"Alguns Estados apresentaram uma tendência de melhora em 2019. Isso vai ser interrompido", afirma ele.

Segundo levantamento da Tendências que analisa a situação fiscal dos entes federativos, Rio Grande do Sul e Minas haviam melhorado a situação fiscal no ano passado, ainda que de forma muito tímida.

O Rio de Janeiro já vinha numa escalada mais concreta desde que aderiu ao regime de recuperação fiscal, em 2017, que lhe permitiu suspender o pagamento da dívida com a União por três anos.

Após o período mais agudo da crise, um novo plano de resgate federal aos Estados deve ser necessário, avalia Klein. "Ao voltar à normalidade, os Estados estarão mais machucados do que já estavam. É difícil imaginar que, sem uma renegociação, retornarão ao mundo como antes da pandemia."

Klein acredita que, dado o tamanho da crise, esse resgate não deverá ser mais modesto que o Plano Mansueto original nas condicionalidades exigidas dos Estados e nos prazos de pagamento 

Fonte: Estadão Conteúdo

Avião de operação para trazer 15 milhões de máscaras da China desembarca em SP

A compra de 15 milhões de máscaras da China está sendo entregue em dois voos. Nesta manhã, às 7h, pousou no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, o primeiro voo com equipamentos para combate a Covid-19, com 7,5 milhões de unidades. A outra metade deve chegar nesta segunda-feira, 11.

Conforme comunicado conjunto, a Americanas doou R$ 5,7 milhões para o transporte, feito pela LATAM Airlines Brasil. O primeiro voo (JJ9518), em Boeing 777, decolou no sábado às 16h de Xangai (horário local), com escala em Amsterdã. O segundo (JJ9516) está previsto para pousar às 8h40 desta segunda-feira.

O Ministério da Infraestrutura é responsável pela operação especial para trazer da China as máscaras compradas pelo Ministério da Saúde, que serão distribuídas aos Estados.

Fonte: Estadão Conteúdo

Mães gravam vídeos e fazem homenagem surpresa a filhos confinados em hospitais



Se o comum são os filhos se declararem para a matriarca da família no Dia das Mães, hoje as declarações ganharam o sentido inverso: longe dos filhos profissionais de saúde que estão na linha de frente no combate ao novo coronavírus, muitas mães fazem questão de declarar todo o amor, orgulho e a saudade dos seus amados neste domingo (10).  As mães Edna, Ana Maria e a Maria do Carmo convivem com esses sentimentos desde o início do isolamento social. Sem a companhia dos filhos nesta data especial, elas gravaram vídeos para dizer o quanto é grande o amor que sentem por eles. 

Com saudade do abraço e do convívio com a filha, a enfermeira aposentada, Edna Nogueira, de 66 anos,  diz que o momento é de oração para a médica Amanda Nogueira, de 31 anos, que atua nas Unidades de Terapias Intensivas (UTI) de Teresina com pacientes infectados pelo novo coronavírus. Edna está há mais de dois meses sem ter contato presencial com a filha, desde quando começou o isolamento social. Uma medida de amor adotada pela filha para evitar qualquer possível contaminação. 


Edna e Amanda Nogueira (Foto: arquivo pessoal)

Ao resgatar na memória as datas comemorativas, Edna acredita que esse será o primeiro Dias das Mães sem a presença física da filha, pois, sem aviso, 2020 veio e mudou "o nosso jeito de viver". Com fé e rezando pela saúde da filha, Edna acredita que "este pesadelo está chegando ao fim". Para Edna, a filha é motivo de inspiração e orgulho ainda mais agora que está na linha de frente desse desafio contra a Covid-19.  

"Amanda, quero que saiba que apesar da preocupação com a sua saúde tenho que lhe agradecer por esse momento tão difícil: que é abandonar o convívio com a sua família, o conforto do seu lar para cuidar e salvar muitas vidas. Ser médica, filha, não é apenas uma profissão, e sim uma missão das mais sublimes sobretudo em uma pandemia. Saiba que sua dedicação ao encarar essa nobre missão muito nos inspira e nos orgulha. Nós estamos todos em casa, mas com o coração juntinho de você. Fica com Deus, filha muito amada", diz. 

A ausência temporária da médica infectologista Elna Joelane Silva das visitas diárias à casa dos pais é motivo de saudade para a mãe, a radialista Ana Maria Silva, que neste domingo também ficará sem o afago da filha e a alegria dos netos pela casa. "Estou com saudade de tudo, nunca passei tanto tempo assim sem vê-los". 

Ana Maria assim como outras mães se agarra na esperança de proteger sua filha, que está na "trincheira do combate a essa doença", com o poder da oração, para que "ela não vivencie a doença e que possa fazer a travessia desse caminho turbulento sem nenhum transtorno".  


Ana Maria e Elna Joelane (Foto: arquivo pessoal)

Elna Joelane Silva merece "toda a minha reverência pelo trabalho que desempenha com a sua equipe de profissionais, que - assim como ela - tem o mesmo zelo e carinho pelo próximo", diz a mãe, sem esquecer do lado materno da filha. "Ela também merece minha homenagem por multiplicar o seu tempo e dar toda atenção e carinho aos filhos, Arthur e Álvaro".

"Filha, quero parabenizar pelo trabalho que vem enfrentando. Você está na trincheira do combate a essa doença, que tem assolado o mundo todo: a Covid-19.  Quero agradecer por todas as alegrias que tem nos preparados. Eu e seu pai estamos aqui em oração para que o sangue do Cordeiro lave suas vestes, e você fique imune dessa doença tão desafiadora". 

 

É na "reza de todos os dias", que a mãe do enfermeiro Diego Afonso Cardoso se encontra para enviar energias positivas ao filho, que trabalha como plantonista em um hospital de Parnaíba. A professora aposentada Maria do Carmo tem 53 anos e a última vez que esteve com o filho foi em primeiro de abril deste ano.  Ela mora em Inhuma, mas viaja com frequencia para vê-lo. 

Antes de ir embora em sua última viagem, Maria do Carmo ficou assustada com uma fala do filho: a de que possivelmente só iriam se ver em outubro, "quando tudo isso passar. A sensação foi horrível". Ela conta que o ritmo de trabalho do filho é intenso no hospital e isso a preocupa, mas que sempre "coloca os joelhos no chão e roga a Deus para que Ele o livre do vírus".

"Diego, você é um grande profissional de enfermagem, que você continue sendo esse profissional dedicado e amoroso, que você possa crescer na fé e na esperança, cuidando daqueles que tanto precisam de cuidados especiais e indispensáveis neste momento de grande aflição no mundo inteiro. Nesse Dia das Mães nós não vamos estar unidos fisicamente, mas com certeza estaremos juntos porque você está dentro do meu coração".

Em momento de pandemia, a oração aos que estão na linha de frente da luta contra o coronavírus passou a ser o hábito diário de muitas famílias. Às mães, o nosso carinho. Aos filhos profissionais que estão combatendo a doença, o nosso reconhecimento e muito obrigado. 

 


Maria do Carmo, Diego e a filha Maria Clara (Foto: arquivo pessoal)

Carlienne Carpaso
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Timon registra 55 casos confirmados de coronavírus

Foto: Prefeitura de Timon

O boletim epidemiológico dos casos referentes a Covid-19 em Timon foi atualizado na noite deste sábado (09) pela Secretaria Municipal de Saúde. Até o momento são 361 casos notificados da doença, 160 casos suspeitos, 146 casos descartados, 55 casos confirmados e 17 curados. 

Até o momento não foi registrado nenhum óbito no município. De acordo com o boletim, dos 55 confirmados: 36 estão em isolamento domiciliar, 02 casos estão internados em enfermaria da rede pública de saúde e 17 já se recuperaram.

Dentre os casos confirmados, 54,55% são do gênero masculino (30 casos) e 45,45% (25 casos) são do gênero feminino. A maioria está na faixa etária de 30 a 39 anos (22 casos), seguido de 20 a 29 anos (11), 40 a 49 anos (8 casos), 60 a 70 anos (5 casos), 50 a 59 anos (4 anos), 10 a 19 (3 casos) e não informado (1). O boletim epidemiológico também aponta que os casos confirmados estão distribuídos por 25 bairros de Timon, sendo que os que possuem o maior número de casos são: Parque Piauí (9), Povoado Bom Viver (6), Parque União (5) e Santo Antônio (4).

Da Redação
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Após País ultrapassar marca de 10 mil mortes, especialistas cobram bloqueio total

Foto: Roberta Aline

O Brasil ultrapassou no sábado, 9, a marca de 10 mil mortos De acordo com boletim do Ministério da Saúde, o País tem 10.627 vítimas. E 155.939 casos confirmados. Em 24 horas, o registro de óbitos oficial foi de 730. Para os especialistas, ao lado da chegada ao limite dos leitos no sistema de saúde e da falha no oferecimento de testes - trata-se da nação que menos testa entre os oito países com mais casos -, é o indicativo para ampliar as restrições, sobretudo usando Lockdown (bloqueio total), como ocorre, por exemplo, em São Luís, no Maranhão.

O País já está entre as nações com maior número de mortes pela doença, ficando atrás de Estados Unidos (77.344), ainda epicentro mundial, Reino Unido (31.662), Itália (30.201), Espanha (26.299) e França (26.233), esses últimos países europeus castigados pelo vírus. Isso considerando os dados compilados pela Universidade John Hopkins. O Brasil já havia ultrapassado a China, marco zero da covid-19, dia 28 de abril.

Já em número de casos confirmados, ainda de acordo com John Hopkins, o Brasil está na oitava posição, atrás de EUA (1.286 833), Espanha (222.857), Itália (217.185), Reino Unido (212 629), Rússia (198.675), França (176.202) e Alemanha (170.643). O dado oficial apontava nos sábado 155.939 infecções, ante 145.238 na véspera.

Ao longo da semana, o Brasil veio batendo recordes de registros de mortes em 24 horas. Na sexta-feira, foram 751. Diante desse cenário, especialistas afirmam que o Lockdown é uma medida necessária para evitar uma explosão ainda maior de casos em capitais e regiões metropolitanas.

"Vários Estados têm a demanda dos serviços de saúde no limite e tudo indica que teremos um forte aumento de casos e de óbitos nas próximas semanas. Este cenário indica a necessidade de que as autoridades indiquem o Lockdown, medida que deve ser associada a ações de apoio a populações socialmente vulneráveis", diz o epidemiologista Eliseu Alves Waldman, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Luciana Costa, diretora adjunta do Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), vai além sobre a possibilidade de eficácia do bloqueio total.

"O Lockdown é a única solução neste momento que pode ter alguma eficácia para controlar a curva epidêmica, que está indo para o descontrole. As medidas de isolamento social não tiveram adesão da população como deveriam. Isso foi consequência de informações truncadas e mensagens opostas enviadas por prefeitos e governadores e o presidente da República", diz ela. "A epidemia pode se expandir rapidamente diante de mais aglomerações e atividades. Se não for feito nada que interrompa as novas transmissões, o Brasil pode se tornar o novo epicentro da pandemia, juntamente com os Estados Unidos", defende a especialista do Laboratório de Genética e Imunologia das Infecções Virais.

A medida de quarentena compulsória, em que ficar em casa é uma obrigação e não uma recomendação, já foi adotada pelo governo do Pará na capital, Belém, e em outras grandes cidades do Estado desde terça. No Nordeste, Maranhão e Ceará decretaram medidas similares.

Lição de casa

O momento atual se tornou "preocupante" na opinião dos pesquisadores porque o Brasil não fez a lição de casa. O virologista Flávio Guimarães da Fonseca, que atua no Centro de Tecnologia de Vacinas (CT Vacinas), afirma que o Brasil desperdiçou a oportunidade de observar a evolução da pandemia em outros países, como Itália, Espanha e Reino Unido, que começaram a sofrer antes os efeitos da pandemia. "A realidade de outros países, até os ocidentais, poderia ser utilizada como modelo para preparar a população. Isso não foi feito de uma forma uniforme em todo o Brasil", diz o pesquisador do Departamento de Microbiologia da UFMG.

No início do mês de março, a Itália, por exemplo, era o país mais afetado da Europa pela covid-19. Lá, a primeira morte foi confirmada no dia 21 de fevereiro. Quase cinco semanas depois, o país já ultrapassava as 10 mil vítimas. A Itália demorou para responder à emergência e registra mais de 30 mil mortes.

Rafaela Rosa-Ribeiro, doutora em biologia celular e estrutural, que trabalha atualmente com um grupo de virologistas no Ospedale San Raffaele em Milão, afirma que está assistindo ao mesmo filme pela segunda vez. O primeiro foi em solo italiano; o segundo, no Brasil.

"Parece um filme que está se repetindo com um roteiro diferente. A Itália subestimou a doença de certa forma, não por maldade, mas por ignorância. Fomos o primeiro país atingido fora da China Depois, o país chegou a ser elogiado pelas medidas rápidas. No dia 11 de março já estava tudo fechado, com exceção de farmácias e supermercados. Foram dois meses de Lockdown", diz a cientista brasileira. "Tenho família no Brasil e estou preocupada. As pessoas não estão conseguindo entender a gravidade da doença. Na Itália, os cientistas foram ouvidos", diz. "Entendo que o Brasil é um país muito diferente dos países europeus. É mais complicado tomar medidas drásticas, por causa da quantidade de pessoas, condições sanitárias e econômicas. Mas muita gente que pode ficar em casa e empresas que poderiam deixar funcionários em home office não estão pensando na doença."

Testes

O infectologista Antonio Bandeira, diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professor da Faculdade de Tecnologia e Ciências Uniftc, lembra que o Brasil também não se preparou em relação à realização de testes. O especialista afirma que o Brasil fez 340 mil testes enquanto o número nos Estados Unidos é de 2 milhões.

Dos oito países com maior quantidade de casos, o Brasil é o que menos testa. De acordo com o número de testes por 1 mil habitantes, apresentados nesta sexta-feira pelo Observatório Covid-BR, os Estados Unidos registram a média de 24,4, a Espanha, de 28,9, a Itália, 38,3, a Alemanha, 32,8. O índice no Brasil é de apenas 1,4.

"Os testes moleculares (PCR) precisam ser expandidos. Isso é fundamental. O teste permite captar o número de pacientes, ajudar no planejamento de saúde e reduzir a subnotificação. Com o teste, é possível definir o isolamento domiciliar para que a pessoa infectada não contamine outros pacientes", explica ele.

Por causa da falta de testes, Jean Pierre Schatzmann Peron, pesquisador líder da Plataforma Pasteur/ USP, que desenvolve estudos com foco em anticorpos e imunopatogênese, calcula que o número de contaminados seja de três a cinco vezes maior no País. "A gente não consegue testar todo mundo", resume.

Alexandre Cunha, infectologista do Grupo Sabin e vice-presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, afirma que a principal preocupação tem de ser com a velocidade de propagação da doença e não necessariamente com os números absolutos. "Nos países onde se conseguiu manejar a epidemia sem sobrecarga do sistema de saúde, a mortalidade foi a esperada. Nos países com situação hospitalar razoável, mas onde o sistema de saúde entrou em colapso, a mortalidade foi várias vezes maior do que em países onde o sistema suportou", argumenta. "Nossa grande preocupação é a velocidade com que esses casos e a capacidade de absorção do sistema de saúde. No Brasil, a situação tem de ser analisada em cada município. O que é bom para uma região pode não ser boa para outra. Cada município vai atingir o pico em momentos diferentes", diferencia. 

Fonte: Estadão Conteúdo

Com mortes em Teresina e Ilha Grande, Piauí chega a 42 óbitos por Covid-19

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

O Piauí confirmou, neste sábado (9), mais quatro mortes de pessoas que foram infectadas pelo novo coronavírus - três pacientes de Teresina e um de Ilha Grande, no litoral. O total de vítimas da pandemia no estado é 42. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí. 

A paciente de Ilha Grande era uma idosa de 81 anos, que estava internada no hospital estadual Dirceu Arcoverde, em Parnaíba. 

Outras três mortes são de pacientes de Teresina: uma idosa de 76 anos, nascida em Palmeirais, mas que morava na capital e tinha hipertensão; um idoso de 90 anos, com histórico de diabetes, e um homem de 36 anos, imunossuprimido (tinha baixa imunidade).

São 22 mortes de de pacientes de Teresina. Os outros casos são de Parnaíba (3), Piracuruca (2), Buriti dos Lopes, Canto do Buriti, Bom Princípio do Piauí, Baixa Grande do Ribeiro, Cocal, Colônia do Gurgueia, Júlio Borges, Itaueira, Ilha Grande, Luzilândia, Pedro II, Picos, Santa Luz, São Francisco do Piauí e São José do Divino (1). 

 

Casos confirmados
Foi um sábado de 45 novos casos confirmados, bem abaixo da média diária - o que tem sido comum nos finais de semana. O Piauí agora tem 1.278 testes positivos para Covid-19. 

Entre os novos casos confirmados, estão um bebê de 6 meses e uma pessoa de 84 anos. São 26 mulheres e 19 homens. 

Simplício Mendes e Morro do Chapéu registraram seus primeiros casos. O total de municípios com testes positivos é 88. 

Teresina continua com o maior número de casos (755), seguido por Parnaíba (76) e Picos (57). 

Situação hospitalar
Mais 10 pacientes tiveram alta e houve um ligeiro recuo no número de internações: são 285 em unidades de saúde - quatro a menos que na sexta-feira (8). 

Nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), são 86 pacientes. Outros 199 estão em leitos clínicos e nenhum em leito de estabilização. 

 

Fábio Lima
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Brasil chega a 10 mil mortes por coronavírus com 730 novos registros nas últimas 24 horas

Foto: Sandro Pereira /Fotoarena/Folhapress

 

O Brasil ultrapassou a marca de 10 mil mortos pela Covid-19, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados neste sábado (9). Com 730 novos registros de óbitos causados pela doença nas últimas 24 horas, o número total de mortes confirmadas oficialmente é de 10.627.

O país é o sexto em número de mortes no mundo todo, de acordo com a plataforma da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, que faz o acompanhamento dos da pandemia.

Os casos de infectados pelo novo coronavírus no Brasil somam 155.939. Neste sábado, foram incluídos mais 10.611 novos registros a essa lista.

Os novos óbitos anunciados, porém, não necessariamente ocorreram nas últimas 24 horas - há um intervalo de tempo entre o registro do óbitos e a confirmação da infecção por coronavírus.

 

O número de mortes divulgado na sexta (8) foi o último recode diário do país - 751 óbitos registrados em 24 horas. No mesmo dia, o presidente Jair Bolsonaro fez ironias sobre a realização de um churrasco no Palácio da Alvorada neste sábado (9) e chegou a falar em 3.000 convidados.

De acordo com aliados do presidente ouvidos reservadamente, ele decidiu cancelar o convite que havia sido feito a ministros e outros integrantes do governo. A repercussão negativiva teria pesado em sua decisão.

Até o dia 7 de maio, pelo menos 4 estados registravam ocupação dos leitos de UTI maior do que 90%: Pernambuco, Rio de Janeiro, Ceará e Roraima. São Luís e Belém também registram uso da capacidade das UTIs superior a 90%.

Os números da pandemia no Brasil levaram o Congresso Nacional a decretar luto de três dias.

Pelo ato assinado pelos presidentes do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), "ficam proibidas quaisquer celebrações, comemorações ou festividades, no âmbito do Congresso Nacional, enquanto durar o luto".

Em São Paulo, estado com os piores números da doença, o governador João Doria prorrogou a quarentena obrigatória até o dia 31 de maio. Prefeitos do interior do estado se opuseram à decisão. O prefeito de São José dos Campos, Felicio Ramuth (PSDB), foi à Justiça para tentar reabrir o comércio nas últimas semanas e classificou a decisão como decepcionante.

Em Santa Catarina, onde o comércio é reaberto progressivamente em algumas cidades desde o começo de abril, o número de infectados cresceu 173% no primeiro mês de flexibilização.

Segundo especialistas, os números reais no Brasil devem ser maiores, já que há baixa oferta de testes no país e subnotificação.

Fonte: FOLHAPRESS

 

Ficar longe das mães é prova de amor, dizem profissionais de saúde que combatem à Covid

Izabella Pimentel
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Um Dia das Mães sem presença física, almoço com casa cheia, abraço apertado, beijo, mas com muito amor. Profissionais de saúde do Hospital Regional Tibério Nunes, em Floriano, que atuam no atendimento à pacientes com Covid-19, contam que este domingo, 10 de maio, será de saudade, mas ao mesmo tempo, de orgulho por estarem salvando os amores da vida de outras mães.

Preocupados com os familiares, sobretudo as mães, parte dos profissionais decidiu sair de casa para morar temporariamente com companheiros de trabalho ou se hospedou em hoteis da cidade para evitar contaminar suas famílias. Médico recém formado, João Pedro Torres passou seis anos e meio no Ceará para cursar medicina. Voltou para Floriano no ano passado  e, quando achava que, enfim, passaria o Dia das Mães ao lado de sua mãe, a pandemia de Covid-19 acontece e o obriga a não poder sequer abraçar a mulher que ele mais ama no mundo: a professora Girlene Torres.

"Minha mãe faz parte da população de risco e há quase dois meses resolvi sair da casa, uma vez que aceitei o desafio de trabalhar na linha frente contra a Covid-19. Decidi sair de casa porque era a maneira que eu tinha de protegê-la", conta o médico. 

A mãe do médico João Pedro, Girlene, tem 55 anos  de idade e é asmática. "Quando não estou no hospital me hospedo nos hoteis de Floriano. A maior prova de amor que eu poderia dar a ela é esse distanciamento social. Mãe, queria dizer que tenho  muita saudade da senhora e logo estarei voltando para casa e que eu a amo muito", se declara João Pedro.

Foto: Arquivo Pessoal

Saudade acumulada

E por falar em saudade, a enfermeira Mila Rodrigues de Aquino, também não tem contato físico com a mãe, Nilsa Alves, 56 anos, há mais de um mês. Ela  foi morar com uma amiga enfermeira porque sabe que há riscos de contaminação. A profissional também trabalha no setor de isolamento da Covid-19. Atualmente no Hospital Regional Tibério Nunes atende sete pacientes internados com coronavírus.

Apesar de estar acostumada a passar  datas comemorativas em plantões, a enfermeira diz que o dia Dia das Mães é especial e diferente, ainda mais quando se tem uma "saudade acumulada".

"Trabalho no setor de isolamento da Covid-19 e tive que sair de casa devido à preocupação com meus  pais por querer poupá-los, zelá-los. Os dias que são datas comemorativas não são tão difíceis quanto os Dias das Mães. Mas foi preciso pois me preocupa muito a quantidade de profissionais da área da saúde que estão sendo contaminados, apesar do de toda paramentação.  A gente tem medo, mas hoje aflora bastante nossa ética profissional de que fizemos muitos juramentos e um dos principais foi cuidar do próximo. Me sinto feliz em estar contribuindo para combater uma pandemia. Mãe, nesse Dia das Mães saiba que meu coração estará bem pertinho de você. E eu te amo muito", conta a enfermeira Milla. 

Foto:Arquivo Pessoal

A enfermeira Crislaynne Alves, que também atua no setor Covid do Hospital Regional Tibério Nunes, não vê pessoalmente a mãe há dois meses. Este domingo será o primeiro Dia das Mães em que ela passa longe da sua casa.   

"Toda vez que entro aqui eu tento lembrar que estou cuidado do amor da vida  de alguém. O meu maior medo ultimamente é cuidar de alguém que eu amo. Por isso eu resolvi sair de casa. Há quase dois meses moro com uma colega. Nesse Dia das Mães vai ser a primeira vez que  vou passar longe da minha mãe. Estou morrendo de saudade dela, das minhas avós, da minha família", disse. 

A enfermeira Crislaynne faz uma apelo para que as pessoas cumpram as medidas de isolamento social e evitem ter contato físico. "Quero pedir que vocês se protejam, se cuidem, não saiam de casa. Estamos aqui por vocês", alerta. 

Esperança

O técnico em enfermagem Paulo Roberto está fora de casa há dois meses e se diz isolado de todos. Ele lamenta ficar longe da mãe, mas apesar das dificuldades enfrentadas no combate à Covid-19, ele acredita que dias melhores virão.

"Estou afastado da minha família. Isolado de todos.  Estou com muita saudade da minha mãe. Infelizmente não vou passar o Dia das Mães com ela, mas tenho certeza que logo tudo isso vai passar. Mãe, te amo. Juntos somos mais fortes. Estou aqui por vocês. Fiquem em casa por nós ", pede. 

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