Cidadeverde.com

Parnaíba, Picos e Esperantina registram aumento de casos do novo coronavírus

A primeira semana de maio registrou o crescimento do número de infectados pelo novo coronavírus em alguns municípios do interior, de acordo com os dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi). O aumento dos testes positivos se deu tanto em cidades de maior porte como em outras com menor número de habitantes. 

Parnaíba é o segundo município em número de casos confirmados, atrás somente da capital Teresina. Na segunda-feira (4), eram 41. No chegou a 73 testes positivos no total. Três pacientes da cidade já morreram por Covid-19. 

Em Picos, a prefeitura adotou até bloqueio de ruas e avenidas para tentar evitar aglomerações no Centro. Na segunda-feira (5), eram 30 casos confirmados. Esse número subiu para 49, na sexta-feira (8), segundo a Sesapi - o boletim mais recente da prefeitura contabiliza 51. O município registrou um óbito por covid-19, em abril. 

Esperantina é o terceiro município em casos confirmados fora da capital. O número de casos passou de 20, na terça-feira (5), para 33, na última sexta-feira (8). A prefeita Vilma Amorim pediu reforço da Polícia Militar para fiscalizar o cumprimento das medidas de isolamento social. Barreiras sanitárias continuam a funcionar nos acessos da cidade. 

A situação de Esperantina chama a atenção porque a população da cidade é menor que a de Parnaíba e Picos. São cerca de 39 mil habitantes, o que gera um índice de 8,3 testes positivos para cada 10 mil moradores. 

Teresina tem quase 60% dos casos do estado e seu índice é 8,48 para cada 10 mil habitantes. Picos (6,26) e Parnaíba (4,77) têm índice menor que Esperantina e outras cidades, apesar do crescimento dos últimos dias. 

Em São Raimundo Nonato, o índice de infectados para 10 mil habitantes é ainda maior - 8,46 - mas a situação é diferente de Esperantina. O município do Sul do estado têm conseguido segurar o avanço do novo coronavírus - pelo menos no que diz respeito aos testes realizados. A cidade não tem novos casos confirmados desde a última terça-feira (5) - são 30 no total. 

Outro município com índice de infectados maior que o da capital é Água Branca: foram 15 testes positivos até agora - eram 8 no início da semana. A população tem aproximadamente 17 mil habitantes, o que gera um índice de 8,62. 

Também registraram crescimento considerável de casos: Piripiri (29), Miguel Alves (24), União (23), Campo Maior (20) e Floriano (17). 

Juntos, os 10 municípios citados nesta reportagem somam 313 casos confirmados do novo coronavírus. 

Outros 187 testes positivos estão espalhados em 76 municípios do Piauí - 43 deles têm apenas um caso confirmado. 

 

Fábio Lima
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Teresina Solidária faz entrega de 580 cestas arrecadadas em live

O programa Teresina Solidária realizou, nesta sexta-feira (08), a entrega de 580 cestas básicas arrecadadas durante live do grupo Xhenhenhem, com apoio do Lions Clube. A Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi), que coordena o programa, destinou as cestas a 13 comunidades terapêuticas de Teresina.

“As comunidades terapêuticas têm vivido um problema diferenciado. Primeiro a necessidade de manter um número muito grande de pessoas acolhidas, sobretudo porque fora das comunidades essas pessoas retornariam ao mundo das drogas. Segundo, a natural diminuição de doações e o recebimento de recursos para a manutenção dessas pessoas”, explica o secretário Samuel Silveira, da Semcaspi.

Foram beneficiadas com as cestas as comunidades terapêuticas Casa de Ester, Redenção, Nova Jerusalém, Associação Beneficente Manancial da Vida, Associação Beneficente o Bom Samaritano, Betesda, Associação Beneficente São Paulo Apóstolo, Associação Filantrópica Shalom, Fazenda Aguape, Associação Padre Pio, Fazenda da Paz, Grupo Oficina da Vida e Associação Terapêutica Nova Criatura.

“Esse trabalho que a Prefeitura disponibilizou de assistência às comunidades terapêuticas por meio da Fenat [Federação Nacional das Comunidades Terapêuticas] só foi possível através da ação do Iate Clube e do Lions, que, por meio de uma live solidária, conseguiram arrecadar e encaminhar para o programa Teresina Solidária as 580 cestas. Essa atitude, que exalta a natureza humana de solidariedade, faz com que, de uma maneira menos sofrida, passemos por esse momento de enfrentamento ao coronavírus”, completa Samuel.

O Teresina Solidária já fez a distribuição de mais de 10 mil cestas básicas a profissionais autônomos na capital durante a pandemia. As cestas são doadas pelos teresinenses e distribuídas a pessoas que se cadastraram junto a Semcaspi.

As categorias de profissionais autônomos contempladas com o benefício são taxistas, mototaxistas, lavadeiras, horticultores, carroceiros, músicos, garçons, trabalhadores do Shopping da Cidade, trabalhadores do setor de hotelaria e garçons.

A entrega das cestas dos cadastros válidos está sendo realizada nas Unidades da Assistência Social, como Centros de Convivência nas quatro zonas de Teresina, com agendamento telefônico direto com o titular do cadastro, de forma organizada para evitar aglomerações.

 

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Prefeitura de Porto distribui mais de 7 mil máscaras para grupos de risco

A Secretaria Municipal de Saúde de Porto distribuiu cerca de 7.200 máscaras de TNT no município, para os grupos de riscos e para a população da cidade. 

A distribuição iniciou no dia 28 de abril e idosos e pessoas com doenças crônicas como: asma, cardiopatias, diabetes, hipertensão arterial, entre outras,  tiveram prioridade no recebimento. 

A entrega está acontecendo na sede da Secretaria, nos postos do PSF e em uma tenda da Saúde instalada no centro da cidade. Também então sendo entregues panfletos com orientações sobre a prevenção e combate ao novo coronavírus.

É mais uma ação da gestão municipal sendo realizada com o objetivo de prevenir a propagação do novo coronavírus na população portuense.

Para os profissionais da Saúde que estão na linha de frente no combate ao vírus, a Secretaria Municipal de Saúde comprou 391 máscaras N95 e 20 máscaras de carbono grafite.

 

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Teresina atendeu 85 pacientes de 15 cidades do Maranhão com sintomas de Covid

Foto: Folhapress

Teresina registrou 85 atendimentos de pacientes oriundos de cidades do interior do Maranhão com sintomas de Covid-19, de 22 de fevereiro, quando se iniciou a vigilância epidemiológica do novo Coronavírus na capital, até esta sexta-feira (08). Desses, 45 tiveram o diagnóstico confirmado e 26 ainda estão em análise.

Segundo registros do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE Covid-19 Teresina) da Fundação Municipal de Saúde de Teresina, 13 casos foram descartados, entre eles, um óbito, e foi registrado um caso de H1N1.

“Entre os 45 casos confirmados de Covid-19, foram registradas 17 internações, sendo 02 em hospitais públicos e 15 em hospitais privados. Foi ainda registrado um óbito. Os casos confirmados com orientações de isolamento domiciliar foram repassados ao setor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão, bem como os internados, e foram orientados sobre a necessidade de isolamento para evitar que outras pessoas se contaminem”, explica Francisca Rodrigues, coordenadora do COE Covid-19 Teresina.

Os pacientes do Maranhão atendidos em Teresina eram oriundos das cidades de Alto Alegre do Maranhão, Bacabal, Balsas, Barão de Grajaú, Buriticupu, Caxias, Codó, Coelho Neto, Lagoa do Mato, Parnarama, Pedreiras, Presidente Médici, São Luís, São Mateus do Maranhão e Timon.

Da redação
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Bolsonaro desiste de churrasco no Alvorada após ironia e recorde de mortes por coronavírus

Foto: Folhapress

Diante de quase 10 mil mortes provocadas pelo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não vai mais levar adiante seu plano de fazer um churrasco no Palácio da Alvorada neste sábado (9).

De acordo com aliados do presidente ouvidos reservadamente, ele decidiu cancelar na sexta-feira (8) o convite que havia sido feito a ministros e outros integrantes do governo. Não foi apresentada uma justificativa oficial, mas eles dizem acreditar que a grande repercussão negativa pesou para a decisão.

Para minimizar o desgaste com a convocação de uma confraternização em meio à pandemia que, até sexta-feira, havia matado 9.897 pessoas no Brasil, algumas pessoas próximas ao presidente chegaram a dizer que o convite era "fake", que não havia passado de uma provocação.

Apesar do cancelamento, auxiliares do presidente disseram que o núcleo duro do governo, formado pelos ministros que despacham de dentro do Palácio do Planalto, pode aparecer no Alvorada. O ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, chegou de moto por volta das 10h30.

Na sexta-feira, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, fez piada quando questionado se haveria o churrasco neste sábado e reclamou, ainda em tom de brincadeira, do valor da vaquinha para a compra das carnes.

"O presidente ainda não falou comigo sobre churrasco, e está caro. R$ 70 tá muito caro", disse Mourão no fim da tarde de sexta-feira, após deixar uma reunião com Bolsonaro e outros ministros no Ministério da Defesa.

Logo depois desta fala, Bolsonaro também falou sobre o churrasco ao parar para falar com apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada.
No mesmo dia em que o país registrou recorde de mortes em 24 horas pelo coronavírus, Bolsonaro fez ironias sobre a realização de um churrasco na residência oficial e chegou a falar em 3.000 convidados.

Na quinta-feira (7), o presidente havia dito que faria um churrasco apenas com a presença de sua equipe ministerial, cerca de 30 pessoas, o que foi criticado por deputados e senadores por desobedecer as recomendações das autoridades de saúde.

Na entrada da residência oficial, na sexta, Bolsonaro foi questionado se promover um evento com aglomeração de pessoas não seria um mau exemplo para o país.

Em tom irônico, o presidente convidou apoiadores que estavam no local para participar da festa e disse que serão convidadas pessoas de diferentes cidades do Centro-Oeste, como Águas Lindas (GO) e Taguatinga (DF).

"Está todo mundo convidado aqui,? 800 pessoas no churrasco. Tem mais um pessoal de Águas Lindas. Tem umas 900 pessoas para o churrasco amanhã", disse. "Tem 1.300 convidados. Quem estiver amanhã aqui a gente coloca para dentro. Vai dar mais ou menos 3.000 pessoas no churrasco amanhã", acrescentou.??

O presidente foi questionado pelo menos seis vezes pelos veículos de imprensa na sexta-feira se o gesto não é um exemplo negativo para a população.? Ele, no entanto, não respondeu e continuou a fazer ironias.

Os dados do Ministério da Saúde apontaram nesta sexta-feira (8) que o Brasil registrou 751 novas mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas. É o quarto dia seguido com mais de 600 óbitos por dia.

Na quarta-feira (6) o Brasil superou a Bélgica e se tornou o sexto país com mais mortes no mundo. Os cinco primeiros são Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Espanha e França.

Segundo especialistas, os números reais no Brasil devem ser maiores, já que há baixa oferta de testes no país e subnotificação.

Fonte: Folhapress

Mãe com Covid recebe alta da UTI e é aplaudida no corredor da maternidade

 

Foi ao som da música "Conquistando o Impossível", cantada em coro por profissionais da saúde, que uma das pacientes da Maternidade Dona Evangelina Rosa deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) onde estava internada com Covid-19 nesta sexta-feira(08). 

O estado era grave e inspirava cuidados, mas a mãe conseguiu responder ao tratamento, foi para uma ala isolada e evolui bem ao tratamento, podendo ter alta ainda neste final de semana. 

Mãe de uma menina que nasceu no dia 23 de abril, a paciente ficou na UTI durante 15 dias. A bebê não foi contaminada e já está em casa.    

Além dela, outra paciente, que teve gêmeos, transferida da maternidade do Promorar, para a Evangelina Rosa, também contraiu o vírus e precisou de UTI. Ela também já recebeu alta da unidade e está em uma ala isolada, também respondendo ao tratamento. Ela precisou de menos tempo na UTI. 

Os gêmeos, que nasceram no dia 03 de maio, não contraíram o vírus e já estão em casa. 

A Maternidade Evangelina Rosa é referência no atendimento da doença para gestantes e bebês neonatal. E está com todos os setores orientados e treinados para trabalhar no combate à pandemia que envolve todos as áreas da instituição. A MDER tem disponíveis dez leitos de UTI e 16 leitos de internação clínica. Além da Ala E que está disponibilizada para receber gestantes e puérperas com casos confirmados da doença.

Cuidados para evitar a contaminação

Foi instalado, na parte externa da maternidade, um estande com consultório e recepção para receber gestantes e orientá-las, testá-las e classificá-las quanto ao risco, além encaminhá-las para o local indicado. Uma ambulância é disponibilizada para transferência pacientes em casos necessários.

Quanto a supostos casos de profissionais e pacientes testados e possivelmente infectados, a MDER informa que, assim como em todos os órgãos de saúde, os testes são encaminhados para Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) e Ministério da Saúde. Além disso, vem tomando medidas especiais para proteger pacientes e colaboradores, como, por exemplo, não está sendo permitida a presença de acompanhantes nos Centros Cirúrgicos (CC), Obstétrico (COS) e Sala de Recuperação pós-anestésica. As visitas a pacientes estão suspensas.

A diretoria da Casa também orientou a ficar em casa em isolamento social os servidores que têm mais de 65 anos e aqueles acima de 60 que possuem comorbidades (associação de duas ou de várias doenças que aparecem de modo simultâneo) ou sintomas da Covid-19. Os setores administrativos estão trabalhando em escalas alternadas para evitar aglomerações. O uso de aparelho celular também está proibido em alas de tratamento da Covid-19.

 

Caroline Oliveira
Com informações da Mder
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“Esse vírus não escolhe cultura, raça e cor”, diz fiscal que está há 50 dias em barreira sanitária

Foto: Prefeitura de Fronteiras


Hérlon Moraes
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A pandemia causada pelo novo coronavírus mudou a rotina de profissionais na tentativa de barrar a disseminação da covid-19 no Brasil. Na área de saúde, por exemplo, muitos estão se desdobrando para dar conta de inúmeras demandas. É o caso dos fiscais das vigilâncias sanitárias dos municípios piauienses. Eles estão na linha de frente das barreiras sanitárias instaladas em mais de 70 cidades. O objetivo é evitar que pessoas que chegam de outros estados transmitam o coronavírus no interior. O Cidadeverde.com foi atrás desses profissionais e encontrou a Tailândia Sousa, que está há mais de 50 dias comandando a fiscalização no município de Fronteiras.

O município - que fica a 400km ao Sul de Teresina - é estratégico para o combate ao coronavírus, já que faz divisa com o Ceará, um dos mais afetados no país pela covid-19, com 14.956 casos e 966 mortes. “Estamos há mais de 50 dias nesse trabalho. Tem sido muito intenso e cansativo, mas é gratificante em poder ajudar a população do meu município no combate ao covid-19. Trabalhamos com fiscalização de estabelecimentos essenciais e não essenciais e o monitoramento na barreira”, disse ao Cidadeverde.com.


BR-230 liga o municipio de Fronteiras ao Ceará. Foto: Google Maps

Tailândia trabalha na área de vigilância sanitária há 15 anos, destes, dez anos são como gerente da Vigilância Sanitária de Fronteiras. Mãe do Bruno e do Gustavo, ela se considera uma guerreira, mas não esconde o medo do coronavírus.

“Está na linha de frente dá medo. A gente sai cedo e não tem hora pra voltar pra casa. Estamos lidando com todo público. Estamos atuando nas barreiras sanitárias fazendo o monitoramento das pessoas que estão chegando. O meu maior medo como profissional de vigilância sanitária é contrair esse vírus e trazer pra dentro da minha casa. O medo faz parte e nos dá coragem de continuar a batalha todos os dias para retardar a chegada do vírus em nosso município. Esse trabalho precisa seguir. A população precisa muito, nesse momento, desse trabalho da vigilância sanitária”, afirma.


Fiscal higieniza clientes de uma lotérica em Fronteiras.

Para Tailândia, evitar o coronavírus é uma tarefa de todos, já que ele não distingue classe social. 

“A lição que eu tiro é que nós somos acostumados a viver em sociedade e por razões obvias hoje a gente tem que se recolher. Não ir às ruas sem necessidade e em estabelecimentos não essenciais. A sensação de fragilidade hoje toma conta da gente. A gente não sabe como lidar.  Esse vírus não escolhe cultura, raça e cor. Estamos todos em um mesmo barco. É difícil para a sociedade distinguir este problema. Problema que não é só meu, mas do mundo todo”, ressalta, lembrando que a “guerra” contra o coronavírus requer união.

“Ricos e pobres estão sendo enterrados ao redor de todo o mundo. O momento atual traz a oportunidade de exercitar a solidariedade e se preocupar com o bem de todos. A lição que eu tiro, é que em relação à covid-19, somos todos iguais e estamos no mesmo barco. Ou cada um faz a sua parte ou a gente não vai conseguir vencer essa guerra. Juntos somos mais fortes”, afirma.

A gerente de Vigilância Sanitária relata os mesmos medos de toda a população, só que com uma particularidade: sai de casa todo dia para tentar barrar o vírus.

“Minha rotina nesses 50 dias é trabalho e casa. Eu tenho muito medo. Como eu moro próximo aos meus pais e eles já moram em cidade com casos positivos, a tensão só aumenta. O medo de você não poder estar do lado das pessoas que você ama. Tenho dois filhos que ficam comigo. Meu medo é intenso. Mal se consegue dormir direito, mas estamos aqui firmes e fortes que tudo isso vai passar e vamos sair sem maiores estragos”, declarou.

Além da barreira sanitária, Tailândia atua na fiscalização de estabelecimentos, outro desafio. “Tem sido muito difícil esse trabalho de rua, já que tem as loterias e bancos onde concentra um fluxo de pessoas muito grande devido ao pagamento do auxilio emergencial. A gente tem tentado. É muito intenso o trabalho”, finalizou.

Mais de 4 mil pessoas assinaram termo de quarentena

Desde o início das medidas de isolamento, mais de 4.500 pessoas assinaram termos de quarentena. Essas pessoas vieram de outros estados e passaram pelas barreiras sanitárias, que no Piauí foram instaladas em 80 municípios.

Segundo a diretora da Vigilância Sanitária do Piauí, Tatiana Chaves, ao longo do tempo de isolamento, conforme o protocolo da Organização Mundial de Saúde (OMS) e Ministério da Saúde, se a pessoa que não apresentar os sintomas da Covid-19, ela é liberada. “O objetivo é fazer que as pessoas que vêm de fora, de outros estados não propaguem doenças em seus municípios”, disse a diretora. 

Em dia de recorde de mortes por coronavírus, Bolsonaro ironiza e fala em 3 mil em churrasco no Alvorada

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

No mesmo dia em que o país registou recorde de mortes em 24 horas pelo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro fez ironias sobre a realização de um churrasco no Palácio da Alvorada neste sábado (9) e chegou a falar em 3.000 convidados.

Na quinta-feira (7), o presidente havia dito que faria um churrasco apenas com a presença de sua equipe ministerial, cerca de 30 pessoas, o que foi criticado por deputados e senadores por desobedecer as recomendações das autoridades de saúde

Na entrada da residência oficial, nesta sexta-feira (8), Bolsonaro foi questionado se promover um evento com aglomeração de pessoas não seria um mau exemplo para o país.

Em tom irônico, o presidente convidou eleitores, que o esperavam no local, para participarem da festa e disse que serão convidadas pessoas de diferentes cidades do Centro-Oeste, como Águas Lindas (GO) e Taguatinga (DF).

"Está todo mundo convidado aqui, 800 pessoas no churrasco. Tem mais um pessoal de Águas Lindas. Tem umas 900 pessoas para o churrasco amanhã", disse. "Tem 1.300 convidados. Quem estiver amanhã aqui a gente coloca para dentro. Vai dar mais ou menos 3.000 pessoas no churrasco amanhã", acrescentou.

O presidente foi questionado pelo menos seis vezes pelos veículos de imprensa se o gesto não é um exemplo negativo para a população. Ele, no entanto, não respondeu e continuou a fazer ironias.

Os dados do Ministério da Saúde apontaram nesta sexta-feira (8) que o Brasil registrou 751 novas mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas. É o quarto dia seguido com mais de 600 óbitos por dia.

Com isso, chega a 9.897 o número de mortes pela doença confirmadas. O país também tem, ao todo, 145.328 casos confirmados.

Na quarta-feira (6) o Brasil superou a Bélgica e se tornou o sexto país com mais mortes no mundo. Os cinco primeiros países da lista são Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Espanha e França.

Segundo especialistas, os números reais no Brasil devem ser maiores, já que há baixa oferta de testes no país e subnotificação.

Na entrada do Palácio da Alvorada, o presidente também ironizou os jornalistas e disse, em tom de brincadeira, que retirará a classificação da imprensa como atividade essencial durante a pandemia.

"Eu vou tirar os jornalistas das essenciais, falou?"

Na quinta, Bolsonaro ampliou a lista de serviços essenciais durante a pandemia, atendendo à demanda de empresários que se reuniram com ele naquela manhã.

Além da construção civil, que ele havia anunciado mais cedo, o presidente incluiu, em edição extra do Diário Oficial da União, mais três categorias: atividades industriais, setor de produção, transporte e distribuição de gás natural e o ramo químico e petroquímico de matérias-primas, bem como o de produtos de saúde, higiene, alimentos e bebidas.

Com a inclusão na relação, esses setores passaram a ser autorizados a funcionar mesmo diante das restrições de circulação determinadas por estados e municípios.

Na semana passada, Bolsonaro já havia incluído na relação 13 serviços, entre eles a locação de veículos, o comércio de produtos de higiene e alimentação e o transporte de carga.

 

Fonte: Folhapress

Maior parte das pessoas com Covid-19 desenvolve anticorpos, mostra estudo

Foto: Folhapress

A imunidade adquirida ou não após a infecção pelo novo coronavírus é uma das perguntas centrais no debate atual da pandemia do novo coronavírus, ainda sem muitas respostas. Um grande estudo com pessoas de Nova York que tiveram Covid-19 traz o que parece ser uma boa notícia: a maior parte das pessoas infectadas desenvolve anticorpos.

O estudo, financiado pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (Niaid, na sigla em inglês) e ainda não revisado por pares, analisou 1.343 pacientes com Covid-19 confirmada em testes ou com sintomas autodeclarados da doença. Praticamente todos tiveram sintomas de leves a moderados e só 3% tiveram que ir a um pronto-socorro.

Entre 26 de março e 10 de abril, uma parte das pessoas que fizeram parte do estudo fez testes do tipo PCR (o mais preciso) e outra parte fez testes de detecção de anticorpos. Todos que participaram deveriam já estar assintomáticos.

Dos 1.343 pacientes, 624 tiveram confirmação da Covid-19 por PCR. Nesse grupo, 511 tinham altos níveis de anticorpos presentes (o que os tornava também possíveis doadores de plasma sanguíneo para pacientes ainda afetados pelo novo coronavírus, uma opção terapêutica em estudo), 42 tinha níveis fracos e em 71 não foram detectados os anticorpos.

Os pesquisadores da Escola Icahn de Medicina Monte Sinai então voltaram a testar 64 das pessoas com fraca presença dos anticorpos ou nas quais tais defesas não foram encontradas.

Observaram que 57 delas tinham tido aumento de anticorpos entre os dois testes (um intervalo de tempo médio de 13 dias). Ao todo, nesse subgrupo, somente quatro pessoas permaneceram com presença fraca de anticorpos e três continuaram como negativos para a presença da proteção.

Já entre os 719 pacientes sem confirmação por testes de Covid-19, 250 apresentavam altos níveis de anticorpos, 19 tinham níveis fracos e 436 deram negativo para a presença deles –o que, segundo os pesquisadores, indicaria que essas pessoas na verdade não estavam infectadas, que os testes de detecção de anticorpos falharam ou que não houve tempo suficiente para uma resposta imune. Esse grupo foi testado, em média, 19 dias após o fim dos sintomas.

Os cientistas responsáveis pela pesquisa afirmam que os resultados não permitem afirmar que haja imunidade após a infecção pelo Sars-CoV-2, mas que, pelo que se conhece sobre outros patógenos, é possível que as pessoas que já ficaram doentes criem algum nível de proteção contra o vírus.

Também observaram que a resposta de anticorpos no corpo demora de 7 a 50 dias para ser detectada após o início dos sintomas.

Os cientistas vão acompanhar os níveis de anticorpos dos participantes do estudo por seis meses para ver a duração dessa resposta imune.

Chamou a atenção dos pesquisadores que 19% dos participantes da pesquisa continuaram com testes PCR positivos mesmo após afirmarem que os sintomas da Covid-19 tinham acabado completamente. Isso pode influenciar a janela de transmissão do vírus. A detecção, porém, também pode apontar somente a presença de fragmentos não infecciosos do vírus na pessoa.
Uma das limitações do estudo foi o fato de os pacientes terem casos não tão graves de Covid-19, o que impede conclusões sobre os casos mais graves da doença. Além dia, pode ter ocorrido um viés de seleção dos participantes, considerando que os participantes foram recrutados a partir de relatos feitos por eles mesmos.

Os pesquisadores também afirmam que é necessário entender, em estudos futuros, quais são os pacientes que não desenvolvem resposta imune diante do coronavírus e por quê.

 

Fonte: Folhapress

Brasil é exceção no mundo com Enem durante pandemia

Foto: Arquivo CV

A insistência do governo Jair Bolsonaro em manter as datas do Enem, apesar da pandemia do novo coronavírus e do fechamento de escolas, vai na contramão do ocorre no resto do mundo.

A maioria dos países adiou exames de acesso à universidade, como é o caso do Enem. Só 5 países de 19 com provas similares, mantiveram o cronograma, segundo levantamento do Instituto Unibanco.

A preocupação com a manutenção do Enem envolve o risco de agravamento das desigualdades educacionais. Todas as redes estaduais de ensino, que concentram mais de 80% dos alunos de ensino médio no país, interromperam aulas. Como estudantes mais pobres enfrentam maiores dificuldades para estudar com as escolas fechadas, terão menores chances no Enem.

O Enem é a principal porta de entrada para o ensino superior no país. A aplicação em papel está prevista para os dias 1º e 8 de novembro, e as digitais, para 22 e 29 de novembro. Com datas mantidas, as inscrições abrem na segunda-feira (11) e vão até 22 de maio.

De 19 países com exames de acesso à universidade similares ao Enem, dez já adiaram ou cancelaram suas provas: China, EUA, Espanha, Irlanda, Malásia, Polônia, Rússia, Singapura, Gana e Colômbia (para partes das escolas, na região norte). A prova foi substituída por outra forma de avaliação na França e Reino Unido e a situação segue indefinida na Finlândia e na Itália.

Apesar de cada país ter calendário escolar e panorama da doença diversos, a perda de aulas por causa do fechamento de escolas –e o prejuízo dos alunos– está no centro das preocupações da maioria.

Os EUA, por exemplo, mudaram o cronograma do SAT (teste de aptidão escolar) e algumas universidades retiraram a exigência do exame. Na China, o Gaokao –maior exame de admissão do mundo– foi adiado por um mês e será realizado em julho.

É a primeira vez desde 1977 que essa prova é adiada nacionalmente. Já a decisão para uma nova data do exame russo só será tomada após o fim do recesso escolar de maio.

Alemanha, Japão e a Colômbia (para parte das escolas, do sul do país) mantiveram as provas. Também houve manutenção no Chile e no Egito, mas os exames nesses países terão adaptações para exigir apenas conteúdos de anos anteriores ou já abordados antes do fechamento das escolas.

Politização do Enem

Por aqui, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, contraria sugestões de secretários de Educação pelo adiamento e politiza o tema.

O superintendente do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, afirma que a perda de aulas tem maior impacto para estudantes mais pobres, mas impacta também os outros.

"A programação da vida escolar tem como ápice esse momento, que agora está desestruturado em termos objetivos [de aprendizado] e subjetivos [emocional]. E a capacidade de compensar esse choque é muito menor na população mais vulnerável", diz.

Henriques ressalta que manter o Enem não é uma decisão isolada do MEC, mas mantém coerência com "certa síndrome do negacionismo que assola o governo". O presidente Jair Bolsonaro tem minimizado os efeitos da pandemia, a quantidade de mortes, e defende o relaxamento da quarentena e volta das aulas.

Segundo Henriques, o MEC abriu mão da capacidade e obrigação de articulação com universidades e redes de educação básica para que houvesse, por exemplo, um novo arranjo de calendário de provas ou outras formas de ingresso no ensino superior.

"Por incompetência da gestão da crise, só estudantes estão pagando", afirma.

Weintraub tem se esforçado, em postagens pelas redes sociais, em dar cores ideológicas para a pressão pelo adiamento do Enem. "Políticos de esquerda querem 'adiar' o Enem, que será lá em novembro. Adiar para março? Abril? Na prática, perde-se o ano", escreveu ele em 4 de maio em sua conta no Twitter.

Em reunião com senadores na última terça-feira (5), o ministro disse não ver motivos para alterar a data da prova e afirmou que o exame não foi feito para corrigir injustiças.

O Consed (órgão que representa os secretários estaduais de Educação) têm insistido com a revisão do cronograma do exame. O CNE (Conselho Nacional de Educação) sugeriu em parecer que a definição de cronogramas de avaliações considere o período de interrupção de aulas.

A Justiça paulista chegou a determinar adiamento, mas a decisão foi revertida. O TCU (Tribunal de Contas da União) também analisa o tema.

Há na Câmara projeto de decreto legislativo para suspender o edital do Enem. "A pandemia já aprofunda o fosso da desigualdade educacional e o MEC vive uma alienação profunda e se nega a aceitar essa realidade", diz o deputado Israel Batista (PV-DF), secretário-geral da Frente Parlamentar Mista de Educação.

O deputado e outros co-autores buscam assinaturas para dar urgência ao projeto, mas a aproximação de Bolsonaro com partidos do centrão tem sido um obstáculo. "Essa não é uma questão partidária", diz.

Procurado, o MEC não respondeu aos questionamentos da reportagem.

O levantamento do Instituto Unibanco ainda mostra que, de 27 países analisados, 14 alteraram as datas, cancelaram ou substituíram exames regulares ou provas de conclusão de ensino fundamental ou médio.

 

PAULO SALDAÑA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

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