Cidadeverde.com

“Somos nós que tocamos, quando ninguém mais quer”, diz enfermeira sobre profissão

Por Caroline Oliveira
[email protected]

A rotina de cuidados no ambiente de trabalho da enfermeira intensivista Zuila Brito de Araújo, não mudou com a pandemia do novo coronavírus, só ganhou uma atenção redobrada e uma maior frequência. Mas, o que ela percebeu nestes dias em que a crise sanitária tomou de conta do mundo, foi uma valorização da sociedade em relação aos profissionais da enfermagem e ao mesmo tempo, uma tensão e ansiedade no ambiente de trabalho com o vírus que ainda é desconhecido.

Zuila é enfermeira há 13 anos e trabalha na Unidade de Terapia Intensiva neonatal da Maternidade Dona Evangelina Rosa e em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do município de Teresina. 

Foto: Arquivo pessoal

Ela conta, emocionada, que gostou da visibilidade que os profissionais da enfermagem ganharam neste período, porque muitas vezes, eles ficam “invisíveis” e na verdade são os que mais possuem contato com os pacientes em qualquer doença, que cuidam e tocam por mais tempo durante uma internação, mesmo agora, com a Covid-19, quando nem familiares podem e ou querem tocar no infectado.  

“Vejo que nós ganhamos visibilidade, principalmente a enfermagem, porque vejo que a gente sempre agradece muito ao médico, ao dentista, quando termina um tratamento; ao fisioterapeuta, que lhe ajuda na sua reabilitação, mas muitas vezes o paciente não visualiza quem estava todo tempo ao lado dele, quem fez cada uma das medicações, quem mudou o decúbito dele, quem cuidou dele todos os momentos, durante algum tipo de internação, em qualquer tipo de doença que ele foi acometido. Esse momento tem nos dado essa visibilidade, porque enquanto todos estão correndo, ficando distante no mínimo dois metros das pessoas doentes, nós temos que criar coragem, nos paramentar, vencer todos os nossos medos, todos os nossos pânicos, e somos nós quem tocamos nos pacientes que ninguém mais quer tocar, quando nem mesmo a família pode tocar e somos nós que vamos lá e tocamos”, destaca.

A maternidade em que ela trabalha é referência para gestantes com Covid, no entanto, no setor de Zuila, que é o neonatal, apesar de estar preparado e ter tido os leitos separados para receber pacientes, não foi preciso. Mas, nem por isso, a tensão e a ansiedade deixam de tomar de conta da equipe, que a todo momento sofre quando há diagnóstico de novos casos. 

“O que me chama atenção é a tensão, a ansiedade, que nós profissionais temos vivido, porque nós temos presenciado não só os pacientes testando positivo, mas principalmente os profissionais, então a gente vive naquela ansiedade, se seu colega, de repente, não é um assintomático e então a gente passa o tempo inteiro com medo de tocar no outro, com medo do outro estar doente e você não saber, de você está doente e está passando para alguém sem saber... essa incerteza que a gente tem vivido, tem gerado uma tensão no nosso ambiente de trabalho, que nós não tínhamos antes”, ressalta a enfermeira que acrescenta, que mesmo sendo um ambiente fechado, as pessoas sempre são muito amigas, sorridentes e se abraçavam muito, mas que agora os momentos são mais estressantes pelo medo do desconhecido.

Foto: Roberta Aline

 Pai com Covid-19 

O aniversário da enfermeira Zuila Brito de Araújo este ano foi diferente. Ela que sempre passou ao lado do pai, o lanterneiro Antônio Hermes de Araújo, de 63 anos, teve que se contentar com uma vídeochamada, já que ele, um dia antes, foi diagnosticado com Covid-19. A profissional da saúde, que sabe bem como a doença tem afetado a vida dos pacientes, teve sua vida pessoal invadida pela Covid que também infectou outros familiares. Zuila não mora com os pais, mas fez o exame e testou negativo.

Foto: Arquivo pessoal

Família de Zuila reunida no aniversário dela no ano passado

Além do pai, mais quatro pessoas da família da enfermeira deram positivo, mas estão bem, com sintomas leves e cumprindo o isolamento em suas casas. 

“A minha família temos casos positivos, meu paizinho está internado em uma UTI com a Covid-19, ele ficou entre a vida e a morte. Desde o dia que ele foi internado, que nós não tivemos oportunidade de vê-lo, apenas por vídeochamada. Só temos notícias dele através dos médicos. Depois que ele foi testado e que mais pessoas da família precisaram fazer o teste e mais quatro foram positivos. Foi um impacto muito grande na nossa família”. 

Zuila disse que a fé em Deus e as orações têm ajudado muito a crerem na cura de todos. 

“Somos uma família de muita fé, acreditamos em um Deus poderoso, num Deus que cura, que faz milagre e desde o dia da internação do meu pai iniciou uma corrente de oração em várias igrejas da cidade. Todos os dias muitas pessoas têm mandado mensagens para mim e é isso que tem me fortalecido, ter essa fé, tem me fortalecido, a ficar nessa linha de frente, a estar cuidando da minha família, prestando todos os cuidados toda a assistência, e ainda tendo que trabalhar a gente precisa gerenciar, administrar muita coisa. Mas a fé que nós temos no Deus poderoso que nós servimos, tem nos feito acreditar que vai dar certo que vamos todos ficar bem”, afirma.

O estado de saúde do pai da enfermeira ainda inspira cuidados e ela detalha essa situação para rebater as críticas de que é “só uma gripezinha”. 

“Meu pai ficou entre a vida e a morte. Ele que era um homem tão ativo, tão cheio de saúde, precisou ser internado, passou 18 dias entubado, ainda hoje internado, todos esses dias e nós não podemos sequer vê-lo não é uma gripezinha, essa doença é devastadora, ela atinge vários órgãos vitais. Meu pai ficou a um passo de ter que fazer diálise, pulmão completamente comprometido, e só tem 63 anos, hipertenso, mas uma hipertensão controlada. Não é só uma gripezinha, as pessoas precisam se conscientizar, todos os dias vemos pessoas morrendo, os hospitais abarrotados, o sistema entrando em colapso. Nossa cidade ainda tem o privilégio de contar com leitos, e ainda não estamos com muito mortos, mas precisamos nos cuidar para não chegarmos a essa situação”. 

Valorização profissional 

Ela lamenta que essa mesma valorização não seja realizada pelos gestores e empresários da saúde, já que, para terem uma vida financeira mais equilibrada, os profissionais precisam trabalhar em vários locais.

“Infelizmente  nós não temos sido valorizados pelos nossos gestores, pelos patrões, quem trabalha na rede privada, porque muitas vezes precisamos trabalhar em dois três lugares tirar plantões extras, ir até o nosso limite físico para conseguir ter um salário digno, para conseguir viver com dignidade, enquanto que, se nós tivéssemos um vencimento mais adequado, fóssemos mais valorizado financeiramente, com certeza a realidade da enfermagem seria outra. E quem sabe nós não teríamos tantas pessoas da enfermagem morrendo hoje por conta da Covid, morreram porque adquiriram doenças crônicas, porque ficaram doentes de tanto trabalhar e não conseguiram cuidar de si”, desabafa a enfermeira. 

Foto: Roberta Aline

8 milhões podem começar a receber auxílio emergencial na semana que vem

Foto: Roberta Aline/ Cidadeverde.com

 

O pagamento da segunda parcela será feito na próxima semana, no entanto muitos ainda não receberam a primeira parte do auxílio, que pode pagar até R$ 1.200, no caso de mães chefes de família.

Segundo o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, na semana que vem será concluída a análise de 17 milhões de pedidos, incluindo os de reanálises.

A expectativa do ministro é de que 6 milhões a 8 milhões sejam elegíveis e, até segunda (11), 99% da primeira etapa esteja concluída.

A Dataprev, empresa de dados responsável pela checagem das informações do trabalhador, afirma que, até domingo (10), vai finalizar o processamento dos requerimentos apresentados entre os dias 23 e 30 de abril.

Após a liberação, o pagamento da parcela é feito pela Caixa ao beneficiário em até três dias.

O ministro garante que todos os que tiverem direito ao benefício, mesmo que ainda não tenham se candidatado, vão receber as três parcelas. O prazo para pedir o auxílio emergencial termina em 2 de julho.

" Quem eventualmente teve qualquer problema e não recebeu, fique tranquilo. Determinação do presidente e da lei é que as três parcelas estão garantidas para todos", afirmou o ministro.

NOVA CHANCE
Trabalhadores que preencheram dados errados ou deixaram de preencher tiveram o cadastro analisado como "inconclusivo", ou seja, pelos dados informados por esses trabalhadores, o governo federal não chegou a uma conclusão se eles têm ou não o direito de receber o auxílio emergencial.

Neste caso, é possível fazer outro pedido, pelos mesmos canais da Caixa ou pelo novo site, do Dataprev, e tentar novamente ser aprovado para o benefício.

Quem está no CadÚnico e foi reprovado para o auxílio emergencial também pode fazer a solicitação e tentar receber as três parcelas do benefício federal.

Como acompanhar seu pedido:
O trabalhador pode acompanhar seu pedido pelo:
- Aplicativo CAIXA Auxílio Emergencial
- Site: auxilio.caixa.gov.br
- Telefone 111
- Site https://consultaauxilio.dataprev.gov.br

ANA PAULA BRANCO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) 

'Esse vírus ainda é um desconhecido', diz presidente da Fiocruz

Foto: Governo do Piauí/Arquivo/2019

Primeira mulher a assumir a presidência da Fiocruz em 120 anos da existência da instituição, Nísia Trindade faz um balanço do trabalho da fundação no combate à epidemia de covid-19. "Não é um esforço de guerra, é um grande esforço de paz." Em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo, a socióloga diz que a pandemia é o evento histórico que inaugura o século 21.

O relatório que vocês encaminharam ontem (quarta-feira) ao Ministério Público recomenda o lockdown para o Rio. Essa é a única forma de impedir o colapso do sistema de saúde?

O isolamento é a melhor medida que temos disponível para frear a disseminação da doença e esse isolamento mais rigoroso é o que pode evitar um longo período de falta de leitos, médicos e equipamentos. Como sabemos, os efeitos das atitudes que tomamos hoje serão sentidos em uma ou duas semanas, que é o tempo entre o contágio e a evolução do quadro da doença. Então, é muito importante agirmos agora. Outro aspecto fundamental é que as medidas restritivas devem vir acompanhadas de apoio às populações vulneráveis para que possam cumprir o isolamento, particularmente aqueles que dependem de trabalho informal ou precário, bem como suporte a pequenas empresas que geram empregos e podem sofrer grande impacto da pandemia.

A Fiocruz foi denominada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) o laboratório de referência para covid-19 na América Latina. É um reconhecimento importante desse papel histórico?

Sim, é um importante reconhecimento, sobretudo para o nosso laboratório de vírus respiratórios e sarampo, que se ergueu no fim dos anos 1970, durante a epidemia de meningite. Significa o reconhecimento ao nosso trabalho de formação de pesquisadores, treinamento para diagnóstico e identificação do vírus Sars-Cov-2 e o papel central nas pesquisas sobre a mutação do vírus em territórios brasileiro e latino-americanos, que é importante para o desenvolvimento de vacinas, além de orientar protocolos e padrões de trabalho para os laboratórios de toda a região. A Fiocruz também é responsável pela criação de um pensamento integrado na pandemia, de juntar todas as peças de todos os trabalhos. Isso não é um esforço de guerra, é um grande esforço de paz.

Ao mesmo tempo, muitos pesquisadores estão sendo duramente atacados...

O trabalho da ciência voltado para a saúde sempre gera conflitos Há muitas incompreensões, muitos interesses envolvidos. Mas toda a nossa argumentação está baseada em dois pilares, excelência da pesquisa e ética.

A senhora tem comparado o momento atual ao da gripe espanhola de 1918. A situação só é comparável à dessa outra epidemia, de um século atrás?

É mais um paralelo que uma comparação; são mundos muito diferentes, a atividade científica é diferente. Mas fiz o paralelo pensando no impacto social, econômico e na vida das pessoas de uma pandemia de grande letalidade. Há vários estudos mostrando que, na gripe espanhola, houve medidas de isolamento, fechamento de atividades de serviço, e também muita controvérsia A gripe espanhola é uma grande referência para os virologistas, ela matou mais do que a guerra, e tem uma importância crucial para os grandes movimentos da sociedade e possíveis mudanças. Como a gripe espanhola, a covid-19 é uma doença nova, que se dissemina em alta velocidade e para a qual não temos vacina nem medicamentos. Mas temos hoje algo importante que não tínhamos no passado: um sistema universal de saúde e instituições mais robustas, como a Fiocruz, institutos de pesquisa, universidades

Qual a perspectiva para o fim da epidemia?

Enquanto não tivermos uma vacina ou um porcentual alto de imunidade da população - lembrando que ter anticorpos não implica necessariamente imunidade -, e com o comportamento que vem sendo observado na nossa população, tudo aponta para um problema de saúde pública de longa duração.

Quanto tempo a senhora estima para termos uma vacina, uma vez que a própria Fiocruz participa dos esforços mundiais pelo desenvolvimento de uma?

De 18 a 24 meses. Mas a vacina precisará ser acessível a todos, ou não resolverá o problema. Não adianta termos uma vacina caríssima.

O vírus Sars-Cov19 já sofreu mutações no Brasil? Quais as implicações dessas mudanças?

Nossos estudos já apontam mutações - que é uma característica dos vírus. Mas ainda estamos estabelecendo correlações entre essas mutações e o tipo de manifestação clínica relacionada. Não quero causar pânico, mas esse vírus ainda é um grande desconhecido, um estrangeiro.

A senhora mencionou que as pandemias, historicamente, têm um papel fundamental nas mudanças sociais. Qual seria o dessa pandemia?

(O historiador Eric) Hobsbawm falava que os grandes marcos dos séculos não seriam os marcos de cronologia imediata, mas grandes eventos que marcam esses séculos. Não tenho dúvida que essa epidemia é o grande marco do século 21, que inaugura o século 21 E ela nos mostra a vulnerabilidade do nosso modelo de desenvolvimento, da globalização sem cuidado às populações, do turismo intenso. Mas ainda não é possível pensar, como seria desejável, que teremos um mundo mais solidário. Nos deparamos com a fragilidade da civilização, mesmo no caso de nações mais ricas e sobretudo no caso de um país tão desigual como o nosso.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Roberta Jansen
Estadão Conteúdo

 

'Bolsonaro é maior ameaça no Brasil', alerta revista

Foto: GABRIELA BILó/ESTADÃO CONTEÚDO

 

Uma das mais prestigiosas publicações médicas do mundo, a "Lancet" afirma em seu editorial desta semana que a maior ameaça à resposta do Brasil aos desafios da covid-19 é o presidente Jair Bolsonaro.

Com o título "Covid-19 in Brazil: 'so what?'", a revista repercute o já criticado "E daí? O que quer que eu faça?" dito por Bolsonaro no dia 28 de abril, quando questionado sobre o aumento do número de mortes no País. O texto estará disponível na edição do dia 9, mas acabou caindo nas redes mais cedo nesta quinta-feira.

Esta é a segunda vez ao longo da pandemia que a revista critica a postura de Bolsonaro em editorial. A cobrança anterior, porém, foi mais suave. Em 27 de março, em meio a uma análise de outros líderes, foi dito que o presidente enfrentava "reação pública crescente pelo que é visto como sua fraca resposta". Agora a carga veio mais pesada.

"Ele não apenas continua a semear confusão, desrespeitando abertamente as medidas sensatas de distanciamento e bloqueio físico trazidos pelos governadores estaduais e prefeitos, mas também perdeu dois ministros importantes e influentes nas últimas três semanas", pontuou a revista, lembrando as quedas de Luiz Henrique Mandetta, da Saúde, e Sérgio Moro, da Justiça.

A publicação afirma que Mandetta "foi demitido após uma entrevista na televisão, na qual criticou fortemente as ações de Bolsonaro e pediu unidade, sob o risco de deixar os 210 milhões de brasileiros totalmente confusos". A publicação pondera, no entanto, que mesmo se não houvesse esse "vácuo de ações políticas em nível federal", o País teria dificuldade em combater a covid-19. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Giovana Giradi
Estadãao Conteúdo

Bloqueio total já atinge ao menos 6,8 milhões de brasileiros

Foto: Marcelo Seabra/Ag. Pará

Policiais controlam presença de pessoas que passam pela praça Amazonas, em Belém (PA)

Ao menos 6,8 milhões de brasileiros já vivem em cidades sob regime de bloqueio completo por causa do novo coronavírus. A medida está em vigor em três capitais, São Luís, Belém e Fortaleza, mas também é alvo de estudo ou foi aplicada parcialmente em outros 13 Estados, incluindo Rio e São Paulo.

O lockdown, termo usado para designar o fechamento das cidades, é considerado o último recurso contra o avanço da covid-19 e foi adotado em outros países, como Itália e Espanha. Com modelo mais rígido de isolamento, os moradores só podem sair de casa em casos autorizados, como para comprar alimento, remédio ou ir ao médico, sob pena de multa ou até de responder a ações penais.

Nesta semana, o ministro da Saúde, Nelson Teich admitiu, pela primeira vez, que locais mais afetados pela pandemia devem endurecer o confinamento. Dez Estados são responsáveis por 90,6% dos óbitos registrados no Brasil. Entre eles, Maranhão, Pará e Ceará já anunciaram fechamento de 15 cidades. Na Bahia e no Rio, os prefeitos das capitais anunciaram "lockdown parcial", com bloqueios em alguns bairros.

Com os sistemas de saúde já sobrecarregados, Pernambuco e Amazonas chegaram a pedir o fechamento, mas a medida foi negada pela Justiça. Os governos de São Paulo e Espírito Santo admitem a possibilidade de restringir mais o isolamento social. No Paraná, o 10.º no ranking de vítimas por coronavírus, o prefeito de Curitiba afastou a hipótese até o momento.

Em Fortaleza, o "confinamento obrigatório" passa a valer hoje imposto por decretos publicados pelo prefeito e pelo governador ( mais informações nesta página). "Nas poucas vezes que saí de casa percebi que o isolamento social em Fortaleza não está acontecendo da forma correta", diz a professora Fernanda Valente, de 41 anos, que aprova a medida. No Pará, o bloqueio total começou a valer ontem. A decisão inclui Belém, além de municípios da região metropolitana e do interior.

A primeira iniciativa ocorreu no Maranhão - após decisão da Justiça, que foi acatada pelo governador Flávio Dino (PCdoB). Sob argumento de ocupação total de leitos, São Luís e as cidades vizinhas São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar foram fechadas.

O lockdown começou a valer na terça-feira e bloqueios foram adotados. Para circular, as pessoas precisam estar de máscara e comprovar, por documento, que trabalham em serviço essencial ou precisam sair de casa por abastecimento ou socorro. Parcial.

No Rio, o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) anunciou "lockdown parcial" a partir da zona oeste, região onde há mais aglomerações. A medida foi tomada após o Ministério Público encaminhar relatório da Fiocruz defendendo a adoção urgente de medidas rígidas de isolamento. O governador Wilson Witzel (PSC) vem sendo pressionado a adotar o bloqueio total. Ele acredita, porém, que cabe a cada município impor medidas restritivas.

Por Felipe Resk, com colaboração de Caio Sartori
Estadão Conteúdo

Piauí registra mais duas mortes por Covid-19; casos confirmados passam de 1.100

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

O Piauí chegou a 37 mortes e 1.131 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus. Nesta quinta-feira (7), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) confirmou mais dois óbitos de pacientes da capital Teresina e de Baixa Grande do Ribeiro, Sul do estado. 

Em Teresina, faleceu um homem de 74 anos, que tinha problema pulmonar e estava internado no Hospital Getúlio Vargas. Foi a 18ª morte de paciente da capital. 

Em Floriano, no hospital Tibério Nunes, uma mulher de 52 anos, natural de Baixa Grande do Ribeiro, também teve morte confirmada após infecção pelo novo coronavírus. 

São 37 óbitos de pacientes de Teresina (18), Parnaíba (3), Piracuruca (2), Buriti dos Lopes, Canto do Buriti, Bom Princípio do Piauí, Baixa Grande do Ribeiro, Cocal, Colônia do Gurgueia, Júlio Borges, Itaueira, Luzilândia, Pedro II, Picos, Santa Luz, São Francisco do Piauí e São José do Divino (1). 

Casos em novas cidades
Mais cinco municípios tiveram seus primeiros casos confirmados, nesta quinta-feira. Além de Baixa Grande do Ribeiro, entraram no mapa da Covid-19: Coivaras, Currais, São José do Peixe e São Luís do Piauí 

Com isso, 83 municípios do Piauí - 37% do total - já tiveram algum paciente com teste positivo para Covid-19. 

O boletim da Sesapi confirmou mais 80 casos de Covid-19 no Piauí, com pacientes de 1 a 89 anos de idade. A maioria é do sexo feminino - 45 mulheres e 35 homens. 

 

Cenário nos municípios
Teresina chegou a 697 casos confirmados. Depois da capital, Parnaíba registra o maior número de testes positivos, e em crescimento: passou de 55 para 64 em um dia. Picos chegou a marca de 40 e tem o maior número no Sul do estado. 

Em São Raimundo Nonato, onde o crescimento de casos desacelerou (um a cada dois dias), a prefeitura decidiu flexibilizar o funcionamento dos escritórios de advocacia e contabilidade, que devem seguir horários específicos e medidas preventivas. 

Piripiri teve mais dois casos confirmados - 19 no total, com quatro pacientes internados, sendo três em UTI. São 57 pessoas em isolamento domiciliar por suspeita, teste positivo e residir no mesmo imóvel de quem positivou. 

O hospital regional Deolindo Couto confirmou mais dois casos em Oeiras - 10 no total. Um paciente de Colônia do Piauí se recuperou e foi o terceiro a ter alta na unidade de saúde, no Sul do estado. 

Internações crescem mais que altas médicas
Mais nove pessoas tiveram altas médicas - 200 no total. Em que pese a importância da recuperação desses pacientes, a descoupação dos leitos é mais lenta que o volume de internações, que cresceu de 254 para 275 em apenas um dia. 

São 190 pacientes em leitos clínicos (25% da capacidade ocupada, contra 22% do dia anterior), três em leitos de estabilização e 82 em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) - número que não se alterou nas últimas 24 horas. 

 

Fábio Lima
[email protected] 

Brasil tem 610 novas mortes por coronavírus; total é de 9.146 óbitos

Foto: JORGE HELY/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

Dados do Ministério da Saúde desta quinta-feira (7) apontam que o Brasil registrou 610 novas mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas. É o terceiro dia seguido com mais de 600 óbitos novos por dia –foram 615 no dia anterior, o maior número até agora, e 600 na terça (5).

Ao todo, o país tem 9.146 mortes por coronavírus confirmadas. O Brasil também registrou 9.888 novos casos confirmados de Covid-19 e tem, ao todo, 135.106.

Na quarta (6), o Brasil superou a Bélgica e se tornou o sexto país com mais óbitos no mundo, segundo a Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, que monitora dados da pandemia. Os cinco primeiros países com mais óbitos são EUA, Reino Unido, Itália, Espanha e França .

Segundo especialistas, os números reais devem ser maiores, já que há baixa oferta de testes no país e subnotificação. Atualmente, o Brasil tem 1.643 mortes em investigação.

 

NATÁLIA CANCIAN E PAULO SALDAÑA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) 

 

Pesquisadores da Ufpi estimam que pico da covid-19 em cidades do Piauí será em agosto

Foto: Claudio Furlan/Dia Esportivo/Estadão Conteúdo

Estudo feito por pesquisadores da Universidade Federal do Piauí estima que o pico de casos da Covid-19 nos municípios do interior será no início agosto. A projeção é do Grupo de Trabalho de Saúde do Comitê Gestor de Crise (CGC) que também prevê que o pico da doença em Teresina será no início de junho. 

De acordo com o matemático e professor da UFPI, Jefferson Cruz, os picos são distintos para Teresina e para os municípios do interior, tanto pelo nível populacional, quanto pelo número de infectados detectados. 

“O pico do Piauí deve ser para o início de agosto. Deve ser, pelo que se apresenta, para o início de agosto e de Teresina para o início de junho, 5 a 10 de junho. Vão ter vários picos. As regiões vão tendo os seus volumes máximos de atendimento mas tudo isso com muito reflexo na cidade de  Teresina”, explicou o professor.

A estimativa atual do estudo é que Teresina chegue a 4 a 5 mil pessoas com infecção de Covid-19 confirmada no pico no início de junho.

Para o Piauí, a previsão, mesmo com apenas uma etapa da amostragem de testes rápidos, é que 15 a 20 mil pessoas tenham testagem positiva até o início de agosto. Os dados também foram apontados por estudo encomendado pelo governo.

Os números apontam que, no pico de casos confirmados, o Piauí precise de 600 leitos de UTI. 

Nesta quarta-feira (6), a Secretaria Estadual de Saúde confirmou mais cinco mortes de pacientes infectados pelo novo coronavírus - 35 no total. O anúncio dos óbitos ocorre no dia no qual o estado ultrapassou a marca dos mil casos confirmados da Covid-19. É o maior número de óbitos confirmados em um único dia no estado desde o início da pandemia. Os 102 testes positivos em apenas 24 horas também são a maior marca do Piauí desde março, quando os primeiros casos foram confirmados. 

Ainda segundo Jefferson Cruz, o isolamento social, mesmo não se mantendo alto,  foi imprescindível para a redução das confirmações no Piauí. Segundo o professor, se o isolamento o estado teria alcançado cerca de 2 mil casos por volta do dia 20 de abril, ou seja, o dobro do que os 1 mil dessa quarta-feira, dia 6 de maio.

“Fizemos essa estimativa baseados no protocolo da Organização Mundial de Saúde, que estima a quantidade de pessoas que podem ser infectadas por um indivíduo contaminado”, explica o matemático. 

Sem o isolamento, o estado já poderia ter entre 100 mil a 200 mil casos, com 600 a 700 óbitos. Se o Piauí já tivesse chegado a esse total de infectados, o sistema de saúde estadual entraria em colapso, pois não haverá leitos para o percentual de pacientes que apresenta casos de média e alta complexidade que necessitam de internação.

Valmir Macêdo
[email protected]

Bolsas de NY fecham em alta, com dados da China e Nasdaq

As bolsas de Nova York continuaram em trajetória positiva nesta quinta-feira, 7, apoiadas pelas notícias de gradual reabertura da economia em vários Estados americanos e em nações da Europa e também por dados da balança comercial da China melhores do que a previsão. Além disso, ações dos setores de tecnologia e serviços de comunicação levaram o Nasdaq a se destacar.

O índice Dow Jones fechou em alta de 0,89%, a 23.875,89 pontos, o Nasdaq avançou 1,41%, a 8.979,66 pontos, e o S&P 500 teve ganho de 1,15%, a 2.881,19 pontos.

Com a alta de hoje, o Nasdaq se recuperou de alguns períodos bastante negativos neste ano e agora avança 0,08% em 2020. Entre algumas ações que apoiaram o índice hoje estiveram Apple (+1,03%), Microsoft (+0,58%), Alphabet (+1,77%) e Facebook (+1,34%).

Entre outros papéis importantes, Boeing também se saiu bem, em alta de 5,57% e ajudando o Dow Jones, mas Caterpillar recuou 0,35%. Entre os bancos, Citigroup subiu 3,93% e Goldman Sachs, 3,05%.

A LPL Financial afirmou em relatório hoje que alguns balanços recentes positivos ajudavam o humor, ainda em meio ao "continuado otimismo em relação às reaberturas" da economia. Por outro lado, ela apontou que há vozes questionando se as ações não estariam muito valorizadas.

Entre algumas ações em foco hoje, Moderna subiu 8,66%, após a empresa de biotecnologia informar que recebeu aval para iniciar a segunda fase das pesquisas clínicas para o desenvolvimento de uma vacina para a covid-19.

Por Gabriel Bueno da Costa
Estadão Conteúdo

Decreto classifica construção civil e atividades industriais como essenciais

Foto: José Paulo Lacerda / CNI

O governo federal publicou nesta quinta-feira o Decreto que inclui no rol de atividades essenciais o setor de construção civil. O presidente Jair Bolsonaro já tinha anunciado a assinatura desse decreto, após reunião com empresários no Supremo Tribunal Federal (STF). O Decreto, publicado em edição extra do Diário Oficial da União que circula no período da tarde, inclui também as atividades industriais como essenciais, mas faz a ressalva de que, nesse caso, desde que "obedecidas as determinações do Ministério da Saúde".

Mais cedo, o presidente disse que está fazendo isso para que alguns setores da economia possam funcionar durante a pandemia.

A lista das atividades consideradas essenciais está definida pelo Decreto 10.282, de 20 de março, o primeiro ato editado sobre o tema, definindo serviços públicos e atividades que deveriam ter resguardado o exercício e funcionamento por serem considerados "indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, assim considerados aqueles que, se não atendidos, colocam em perigo a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população".

"Vamos colocar novas categorias com responsabilidade e observando as normas do Ministério da Saúde. Porque senão, depois da UTI, é o cemitério, e não queremos isso para o Brasil", disse nesta quinta o presidente Bolsonaro ao falar do decreto.

Fonte: Estadão Conteúdo

Posts anteriores