Cidadeverde.com

Isolamento social: PRF estima que fluxo de veículos nas BRs reduziu 80%

Foto: PRF/PI

Ao que parece os piauienses estão atendendo aos apelos das autoridades públicas e decidiram não viajar na Semana Santa. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, até esta sexta-feira da Paixão o fluxo de veículos nas estradas federais que cortam o Piauí reduziu 80% em relação ao ano passado. 

A informação é inspetor Alexsandro Lima, coordenador de Comunicação da PRF no Piauí.  Ele conta que no ano passado mais de 20 mil veículos trafegaram nas BRs do estado na Semana Santa. 

Até a tarde desta sexta-feira (10) a PRF não registrou acidentes nem intercorrências graves no Piauí. Os policiais realizaram apreensões de moto roubadas. Um dos veículos foi recuperado em Colônia do Gurgueia, no Sul do Estado. “Essa moto tinha sido tomada de assalto há 10 anos”, conta o inspetor.

Para a PRF, a redução do tráfego é importante para evitar acidentes e não ocupar hospitais.

“É importante a redução no número de acidentes com feridos e mortos tendo em vista que essa situação poderá ocupar  leitos que poderiam estar disponíveis para o combate a pandemia do Covid-19”, analisa o inspetor Alexsandro.

A ação da PRF começou na quinta-feira (9), com efetivo reforçado de Norte a Sul do Estado.

O inspetor acredita que o até o fim da operação Semana Santa, que termina meia-noite domingo (12), a redução do fluxo de veículos seja ainda maior. 


Izabella Pimentel
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Contaminação por coronavírus para plataforma de petróleo

Foto: Cadu Rolim /Fotoarena/Folhapress

A Petrobras paralisou a operação de uma plataforma de petróleo no Espírito Santo após a contaminação de trabalhadores pela Covid-19. Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), chega a 34 o número de casos confirmados entre os tripulantes até o momento.

Proprietária da plataforma, a holandesa SBM Offshore não confirma números. Em nota, limitou-se a dizer que "número significativo" de tripulantes foi contaminado. A ANP diz ter sido informada que havia 53 pessoas a bordo, dos quais 15 tiveram testes negativos. Os quatro restantes são casos inconclusivos.

O Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo, porém, acredita que havia cerca de 80 trabalhadores embarcados. "A unidade precisa manter uns 15 a 20 por segurança e 53 desembarcaram", disse o coordenador da entidade, Valnisio Hoffmann. "Mas eles não informam os números", reclamou.

Segundo ele, dois dos contaminados foram levados a um hospital. Os outros estão em isolamento em hotéis em Vitória. A SBM diz que, a bordo, "medidas preventivas permanecem em vigor, como distanciamento social e reforço das regras para aumentar a higiene dentro do navio".

Plataformas de produção de petróleo são ambientes confinados, onde os trabalhadores dividem dormitórios, além dos espaços de trabalho e áreas comuns, como refeitório e academia. Em geral, as tripulações são compostas por pessoas de toda parte, tanto do Brasil como estrangeiros.

Segundo dados da ANP, o Brasil tem hoje 103 plataformas em operação, 91 delas operadas pela Petrobras. A prevenção à Covid-19 nessas unidades é um desafio para a indústria, diante da diversidade de origem dos trabalhadores e das complexidades logísticas para o embarque.

Os sindicatos pedem a realização de testes rápidos nos trabalhadores antes do embarque nos helicópteros que levam os trabalhadores às plataformas, mas até o momento as empresas têm feito apenas aferição de temperatura.

A Petrobras tem aplicado testes apenas nos empregados que apresentam sintomas e informou que uma estratégia em relação ao diagnóstico laboratorial está sendo definida por médicos e especialistas da empresa. Na quinta (8), a empresa doou 300 mil kits de testes ao Ministério da Saúde.

Entre as medidas adotadas para reduzir o risco de contágio, a estatal reduziu o tamanho das tripulações, suspendeu manutenções e obras não essenciais e ampliou a duração do período embarcado, o que reduz a rotatividade de trabalhadores nas unidades.

No início da pandemia, instituiu um período de isolamento prévio em hotel de sete dias antes dos embarques, mas a medida foi suspensa após críticas dos trabalhadores, que teriam que ficar 28 dias longe de casa.

Em março, a Petrobras desembarcou oito trabalhadores de outra plataforma por sintomas semelhantes aos da Covid-19, mas os resultados dos testes não foram informados. A unidade, P-67, é uma das principais produtoras do país (em fevereiro produziu 108 mil barris por dia) e mantém suas operações.

A plataforma que teve as atividades paralisadas esta semana é chamada FPSO (sigla para unidade flutuante de produção, estocagem e transferência de petróleo) Capixaba. Está localizada o campo de Cachalote, no norte da Bacia de Campos. Em fevereiro, produziu 35 mil barris de petróleo por dia.

Desde o início da crise, a Petrobras já anunciou dois cortes de produção e estabeleceu um teto de 2,07 milhões de barris de petróleo por dia, em média, durante o mês de abril. O valor é 13,5% inferior à média atingida no quarto trimestre de 2019.

Para isso, vai hibernar plataformas de produção em campos em águas rasas, que têm rentabilidade negativa aos atuais preços do petróleo.

Em nota, a SBM Offshore disse que a segurança dos trabalhadores é prioridade e que "implantou um programa de resposta global que monitora de perto as operações da companhia no mundo", incluindo monitoramento das tripulações e gerenciamento de situações especiais.

A Petrobras disse, também em nota, que vem adotando medidas preventivas em linha com as recomendações de autoridades sanitárias e órgãos reguladores. "Um comitê de crise avalia diariamente a evolução do quadro no país e nas unidades, decidindo por novas ações preventivas", afirmou.

A companhia afirmou ainda que monitora os casos suspeitos, dentro ou fora de suas unidades e que toma todas as medidas preventivas para evitar o contágio, mas que não vai informar confirmações ou agravamento de quadros de Covid-19 nas suas unidades para garantir sigilo médico.

"A Petrobras está preparada para reduzir ou eventualmente interromper a produção em suas unidades offshore em caso de surto a bordo; e reporta aos órgãos reguladores e autoridades sanitárias sempre que necessário", diz o texto.


Fonte: Folhapress

Dom Jacinto diz que Semana Santa em casa estimula a comunhão fraterna

Foto: Arquivo/CidadeVerde.com

O isolamento social provocado pela pandemia do coronavírus mudou a rotina dos fieis nesta Semana Santa. Mas isso não significa que as celebrações religiosas vão deixar de acontecer, pelo contrário. O arcebispo de Teresina, Dom Jacinto, pede que a população acompanhe as celebrações pela internet e sem sair de casa. Com a proibição de sair de casa, o arcebispo explica que é uma oportunidade das famílias  exercitarem a comunhão fraterna. 

“Semana Santa é tempo de oração e de maior comunhão com Deus e com os  irmãos. Uma Semana Santa diferente, sem dúvida, com o  isolamento social, o confinamento familiar, mas há nisto também uma oportunidade de vivermos mais essa comunhão fraterna, na família, com os parentes, com os amigos, para podermos experimentar que a fé se vive em comunidade. Experimentar que podemos mesmo com a dificuldade  de não estarmos juntos em uma igreja,  acompanhar pelos meios de comunicação as celebrações. Tantos as celebrações  locais quanto as que são exibidas em rede nacional ou até mesmo com o Santo Padre, em Roma. Vamos aproveitar esse momento e tirar um momento para nossa oração pessoal, para a leitura da Bíblia, para a celebração comunitária da família. Nossa arquidiocese preparou um livrinho com orientações para esses dias até o domingo de Páscoa”, afirma. 

Dom Jacinto afirma que a pandemia também é um momento  de se olhar para o próximo, principalmente, para aqueles que geralmente são esquecidos, como os idosos. 

Podemos combinar com a família um momento mais oportuno para fazermos essa celebração.  Tudo  isso estreita laços, nos une mais a Deus e aos outros. Então vamos caminhando com essa limitação, mas reforçando a nossa confiança. Se não sabemos o motivo de tudo isso vamos percebendo coisas  como pararmos um pouco, darmos mais atenção aos outros, escutarmos as pessoas, darmos mais atenção aos idosos, aos doentes, aos filhos e aos pais,. Isso vai sendo Páscoa porque significa passagem. É passar da morte para a vida, das trevas para a luz”, destacou. 

Lídia Brito
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Vídeo: em isolamento, vizinhos rezam terços na porta de casa na zona Sul

Com o hábito de rezar na vizinhança, moradores do Conjunto Santa Fé, zona Sul de Teresina, criaram uma alternativa para continuar rezando o terço coletivamente. Da porta de casa, os vizinhos se reúnem diariamente, às 18h, para dar início às orações.

“Estamos fazendo a quarentena sem sair de casa, mas quando é 18h fica todo mundo nas suas portas. Cada um da porta de casa acompanha com seu terço. É um momento de muita expectativa. Os vizinhos passam o dia em casa, e esse é um momento de alegria. Está fortalecendo, a gente nota mais esperança. Graças a Deus”, comemora Regina Mendes, que também é catequista na paróquia da comunidade.

Antes da pandemia, os moradores se reuniam todo dia 13 do mês na casa de um vizinho para a prática do terço que já perdurava há dois anos. Com o isolamento social, eles quebraram a prática e desde o dia 17 de março passaram a rezar diariamente o terço da misericórdia da porta de suas casas.

“A gente reza o terço da misericórdia e aos domingos o terço mariano. É uma maneira  que encontramos e de espantar a solidão e a tristeza por causa dessa pandemia”, revela Regina.

Foto: Enviada por moradores

Valmir Macêdo
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Bolsonaro é alvo de gritos de apoio e panelaço em novo passeio

Foto: Alan Santos/PR

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ouviu gritos de apoio, mas também panelaço em novo passeio por Brasília nesta Sexta-Feira Santa (10), em meio ao isolamento devido à pandemia de coronavírus.

Utilizando uma saída alternativa, Bolsonaro deixou o Palácio da Alvorada por volta das 9h15 e, acompanhado do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, foi até o HFA (Hospital das Forças Armadas) fazer uma visita ao corpo clínico da unidade.

Em seguida, o comboio presidencial foi até uma farmácia no Sudoeste, bairro de classe média alta de Brasília. Não foi possível identificar o produto comprado por Bolsonaro, que fez fotos com algumas pessoas e acenou para moradores dos apartamentos que ficam em cima do comércio.

Questionado pelos jornalistas sobre o que havia ido fazer no HFA, respondeu ironicamente. Primeiro, disse que havia ido "tomar um sorvete". Depois, afirmou que foi ao hospital "fazer um teste de gravidez".

Os repórteres também perguntaram se o presidente ainda iria a outro lugar. "Eu tenho direito constitucional de ir e vir. Ninguém vai tolher minha liberdade de ir e vir", retrucou.

Antes de retornar ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro foi a uma quadra residencial também no Sudoeste. De acordo com vizinhos, no prédio visitado mora o estudante de direito Jair Renan, filho do presidente. Neste sábado, o rapaz completa 22 anos.

Ao saber da presença de Bolsonaro na quadra, vizinhos começaram a aparecer nas janelas e na frente do prédio. Houve gritos de apoio, mas também panelaços. Também houve manifestações antagônicas, como "fica, Bolsonaro" e "vai para casa, Bolsonaro".

Um apoiador do presidente gritava para que uma manifestante contrária fosse para Cuba e para a Venezuela. Uma mulher com o filho pequeno aproximou-se de Bolsonaro e foi repreendida por um vizinho, que, de sua janela, gritava "tira esta criança daí".

Bolsonaro não respondeu quando foi perguntando sobre as manifestações.

Ao longo desta semana, em meio à crise com seu ministro da Saúde, Henrique Mandetta, Bolsonaro deu outras escapulidas, contrariando as recomendações das autoridades de saúde para que se mantenha o isolamento social como medida de enfrentamento ao novo coronavírus.

Na terça-feira (7), ele saiu para jantar com um pastor. Nesta quinta (9), logo após o vazamento de uma conversa entre o ministro Onyx Lorenzoni (Cidadania) e o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) na qual criticam Mandetta, Bolsonaro deixou o Palácio do Planalto e foi até uma padaria na Asa Norte, área nobre de Brasília.
No domingo retrasado (29), Bolsonaro circulou pelo comércio de Brasília, provocando aglomeração.


Fonte: Folhapress

Madonna diz que três amigos seus morreram nas últimas 24 horas

Nos últimos dias, a cantora Madonna, 61, tem feito uma série de vídeos para registrar seu "Diário de Quarentena". Na publicação da última quinta-feira (9), seu nono dia de diário, ela afirmou que três amigos seus haviam morrido apenas nas últimas 24 horas.

A afirmação foi feita enquanto a cantora estava sentada em um quarto escuro, com uma máquina de escrever e sob o som de um jazz. "Nós não podemos ter sempre um dia bom... Eu não dormi na última noite, nem um minuto, e hoje eu tenho sido disfuncional", diz ela.

Dentre os mortos estão uma de suas primas, o irmão de seu segurança e o executivo de música Orlando Puerta, responsável por alguns remixes de sucesso da cantora.

"O medidor de dor estava em dez, e, quando está em dez, eu só preciso, quero, tenho que sair do meu corpo", continua a cantora. "Hoje não foi um bom dia. Já passou".

Em outro vídeo, publicado no final de março, Madonna polemizou ao dizer que a pandemia do novo coronavírus poderia ser vista através de uma perspectiva diferente e positiva.

"Tem uma coisa sobre a Covid-19: ela não liga se você é rico ou pobre, quão famoso você é, quão divertido você é, quão esperto você é, onde você vive, a idade que você tem, as histórias maravilhosa que você tem para contar. Ele é um grande 'equalizador', e o que é horrível sobre isso é também grandioso", declarou a cantora.

Após receber muitos comentários negativos, a cantora do álbum "Madame-X" resolveu apagar a publicação, mas mesmo assim não conteve as criticas dos internautas.

Fonte: Folhapress

INSS recebe atestado por aplicativo e auxílio pode ser pago sem perícia

Foto: Valmir Macêdo

O INSS informou nesta sexta-feira (10) que os segurados da Previdência que precisam pedir o auxílio-doença podem, a partir de agora, enviar o atestado médico pelo aplicativo para celular Meu INSS ou pelo computador (no site meu.inss.gov.br).A análise do atestado sem que o candidato ao benefício precise ir a um posto de atendimento é uma das medidas adotadas pelo INSS durante a pandemia do novo coronavírus.

A medida foi oficializada pela Portaria Conjunta 9.381, publicada na terça-feira (7) no Diário Oficial da União.

Entre outras medidas, a portaria permite também a antecipação de R$ 1.045 para segurados que solicitarem o auxílio-doença. Mas, para a liberação do pedido sem a realização da perícia presencial, o órgão ainda precisava liberar o envio do atestado pela internet.

Quem já usa o aplicativo Meu INSS pode baixar uma atualização, que já está disponível. Caso não tenha o aplicativo, ele está disponível para os sistemas Android e iOS.

O INSS também colocou em seu site oficial (inss.gov.br) um passo a passo sobre como utilizar a nova ferramenta.

O segurado deve ficar atento aos procedimentos de como devem ser enviados os documentos, informados no momento do pedido.

Todos os atestados serão submetidos à análise preliminar pela Subsecretaria da Perícia Médica Federal da Secretaria de Previdência e pelo INSS.

O atestado médico deverá ser legível, sem rasuras e conter as seguintes informações:

-Assinatura e carimbo do médico, com registro do CRM (Conselho Regional de Medicina)

-Informações sobre a doença ou a respectiva numeração da CID (Classificação Internacional de Doenças) Prazo estimado do repouso necessário

-A concessão do auxílio-doença continuará considerando os requisitos necessários, como carência, para que o segurado tenha direito ao benefício.

O beneficiário poderá pedir a prorrogação da antecipação do auxílio-doença, com base no prazo de afastamento da atividade informado no atestado médico apresentado inicialmente ou mediante envio de novo atestado médico. No entanto, o prazo total não poderá ultrapassar os três meses.

Com o fechamento das agências para o combate à propagação da pandemia do novo coronavírus até, pelo menos, 30 de abril, o INSS liberou os segurados da perícia médica presencial para requerer auxílio-doença e BPC (benefício assistencial), transferindo esses serviços para o Meu INSS.

Fonte: Folhapress

Isolamento social em Teresina fica em 51% e prefeito faz novo apelo

Foto: PMT

O índice de isolamento social em Teresina que já chegou a 64% caiu para 51% nesta quinta-feira (9). A informação fez com o prefeito de Teresina, Firmino Filho, fosse às redes sociais classificar a situação como preocupante. Só a capital do Piauí  já registrou 5 óbitos dos 7 que aconteceram no estado por conta do coronavírus.

"Chegamos à sexta-feira santa ainda mais preocupados com a situação do novo coronavírus em Teresina. Na contramão de mais casos confirmados e um óbito, o nosso índice de isolamento social ontem foi de 51%.  
O número mais baixo da semana, atrás apenas da quarta, que registrou 50%", disse o prefeito em seu perfil no Twitter.

Segundo ele, os dados continuam bem abaixo do mínimo recomendado para diminuir a disseminação da doença na capital, que é de 73%. "A falta de informação traz o benefício da dúvida. Mas quando se tem o conhecimento, a autorresponsabilidade costuma ser cobrada. Que estejamos preparados pra isso", afirmou.

Ontem, Firmino disse que tem pedido repetidamente que Teresina fique em casa. Segundo ele, a atual notificação de casos de Covid-19 no Piauí, especialmente em Teresina, não reflete a realidade.

"Isso não é aleatório, isso não é por capricho. Não sou de bravatas. Isso não seria diferente agora", declarou.

Os índices são monitorados diariamente através de um sistema de georreferenciamento da startup recifense InLoco, que atua em parceria com a Prefeitura de Teresina.

Casos no Piauí

Nesta quinta-feira, a Secretaria Estadual de Saúde informou que dois novos casos de Covid-19 foram confirmados  no Piauí. Uma mulher de Teresina,  de 52 anos e um homem de Piracuruca, de 64 anos. O boletim revela que o estado registra 40 testes positivos para a Covid-19.  O secretário estadual de Saúde, Florentino Neto, divulgou no início da tarde que foi registrado o sétimo óbito no Piauí pelo novo coronavírus. A vítima é uma jovem de 22 anos de Teresina e que era do grupo de risco, devido a obesidade.

Hérlon Moraes
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'Ninguém vai tolher meu direito de ir e vir', diz Bolsonaro em novo passeio

Foto: Marcos Corrêa/PR

O presidente da República, Jair Bolsonaro, aproveitou a Sexta-feira Santa para fazer um novo passeio por Brasília, contrariando novamente as recomendações sanitárias de isolamento social para evitar a propagação do novo coronavírus. Bolsonaro deixou o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, pouco depois das 9 horas. Na saída, a comitiva do presidente evitou passar pela portaria principal, onde tradicionalmente os jornalistas e apoiadores permanecem à espera de Bolsonaro.

Ele se dirigiu primeiro ao Hospital das Forças Armadas (HFA). Ainda não há informações oficiais sobre o motivo da visita ao HFA.

Questionado, ele não quis dizer o que foi fazer no hospital. Na agenda oficial não constava esse compromisso.

Em seguida, às 10h30, o presidente parou em uma drogaria, onde tirou fotos com apoiadores. "Ninguém vai tolher meu direito de ir e vir", afirmou.

Ao ser indagado sobre o que comprou na farmácia, ele não quis dizer.

Ministério recomenda evitar aglomerações

A recomendação do Ministério da Saúde é permanecer em casa e evitar aglomerações, como forma de não facilitar a transmissão do novo coronavírus.

Ao sair da drogaria, Bolsonaro foi para o Sudoeste, uma das regiões administrativas do Distrito Federal. Ele visitou o filho Renan e, na saída, ouviu gritos de apoio e de críticas. Depois, voltou ao Alvorada.

Outros passeios

Na quinta-feira, Bolsonaro saiu do Palácio do Planalto e foi a uma padaria da Asa Norte de Brasília, onde comeu um pão doce e bebeu refrigerante.

Segundo decreto do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), o comércio pode vender alimentos, mas não é permitido comer no local. Nas imagens, é possível ver que o presidente da República abraçou funcionários do local, cumprimentou pessoas com abraços e apertos de mão, além de posar para fotos. Também há sons de vaias e de algumas panelas em vídeos registrados.

No dia 29 de março, Bolsonaro já havia quebrado o isolamento ao percorrer comércios em Taguatinga e Ceilândia, regiões administrativas do Distrito Federal. O passeio havia ocorrido um dia após o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reforçar o pedido para que as pessoas mantenham o distanciamento social.

Bolsonaro tem reiterado seu posicionamento contrário ao isolamento social como método para conter a epidemia de coronavírus. Ele considera que esse método prejudica a economia, responsabiliza os governadores que determinaram o fechamento de lojas e defende a reabertura do comércio.

Fonte: Estadão Conteúdo

Flexibilização de licitações na pandemia acende alerta e leva gestões à Justiça

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

A flexibilização nas contratações públicas durante a pandemia do novo coronavírus acendeu o alerta de órgãos de controles e entidades de combate à corrupção e tem levado estados e municípios a serem cobrados por mais transparência. Alguns casos já chegaram à Justiça.

Em crises como essa, apontam esses órgãos e entidades, os riscos de desvios de dinheiro, favorecimento de empresas e mudanças legislativas que afrouxem o controle sobre a destinação do dinheiro público aumentam exponencialmente.

O TCU (Tribunal de Contas da União), por exemplo, já colocou em operação desde o mês passado um plano de acompanhamento das ações de combate à pandemia em âmbito federal.

Um dos primeiros governos a parar na Justiça foi o de Ibaneis Rocha (MDB), no Distrito Federal, após uma ação do Ministério Público que pedia a divulgação na internet, em tempo real e numa página específica, de todas as contratações emergenciais para combater a Covid-19.

O governo federal já tem feito isso, em conformidade com uma lei de fevereiro que estabeleceu medidas contra a pandemia.

"Temos o direito de saber de forma imediata e clara de que forma os recursos públicos estão sendo aplicados", diz o procurador distrital José Eduardo Sabo, que lidera força-tarefa local de combate à pandemia.

No mês passado, a Justiça determinou que o Governo do Distrito Federal cumprisse o pedido da Promotoria. A gestão Ibaneis acatou o pedido, sem recorrer, e criou um portal com as informações sobre os gastos com a pandemia.

No Tocantins, o Ministério Público do estado ingressou com ações civis públicas tanto contra o governo Mauro Carlesse (DEM) como contra a Prefeitura de Palmas, também cobrando transparência nas contratações.
"Cumpre observar que a transparência ativa e passiva se revela como uma das mais eficazes formas de prevenção à corrupção e aos ilícitos administrativos", diz ação civil pública assinada pelos promotores Edson Azambuja e Thais Massilon Bezerra.

No último dia 1º, o Governo do Tocantins passou a publicar todos os gastos emergenciais em seu Portal da Transparência. A reportagem não conseguiu contatar a Prefeitura de Palmas.

Em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, a Promotoria instaurou processo administrativo e pediu cópias de contratações sem licitação por causa da pandemia, com a justificativa para cada escolha de fornecedor e a justificativa de preço.

A prefeitura informou que todas as suas licitações seguem a legislação vigente e que as dispensas de concorrências estão sendo publicadas no Portal da Transparência da cidade. "Portanto, não há descumprimento da legislação, de qualquer natureza", diz a prefeitura, em nota.

"Eventualmente, em razão do quadro reduzido de servidores públicos pelo alto grau de afastamentos decorrentes do coronavírus, pode haver um atraso na disponibilização dos respectivos processos no sistema, o que já está sendo regularizado através do sistema de revezamento entre os servidores."

Além dessas medidas, o Ministério Público Eleitoral em diversos estados emitiu recomendações às prefeituras com o objetivo de prevenir eventuais processos. O órgão pede a prefeitos e secretários que evitem usar os recursos emergenciais em benefício de candidatos ou partidos políticos.

A recomendação foi expedida ao menos nos estados de São Paulo, Piauí, Bahia, Amazonas, Acre e Amapá.
"Não distribuam nem permitam a distribuição, a pessoas físicas ou jurídicas, de bens, valores e benefícios durante o ano de 2020", diz documento do Ministério Público.

"Como [por exemplo] doação de gêneros alimentícios, materiais de construção, passagens rodoviárias, quitação de contas de fornecimento de água e energia elétrica, doação ou concessão de direito real de uso de imóveis para instalação de empresas e a isenção total ou parcial de tributos."

A preocupação com o bom uso de recursos públicos durante a pandemia também chamou a atenção de entidades não governamentais. Uma delas, a Transparência Internacional, lançou um guia elaborado por membros de 13 países da América Latina para "reduzir riscos de corrupção e uso indevido de recursos extraordinários".

O guia sugere que a solução para que não se perca o controle das despesas no período emergencial é um aumento da transparência e do rastreamento de dados.

Além das contratações emergenciais, a organização vê risco de corrupção nos pacotes de estímulo econômico e, também, na modificação de leis que combatem irregularidades e dão mais transparência às decisões governamentais.

Segundo Bruno Brandão, diretor-executivo da entidade no Brasil, essas modificações já começaram a ocorrer. Ele cita como exemplo a tentativa do governo Bolsonaro de modificar as regras da Lei de Acesso à Informação durante a crise ""barrada pelo Supremo Tribunal Federal– e a lei que tirou poder da Controladoria-Geral do Município de São Paulo.

Essa mudança, inserida em pacote da Câmara Municipal de medidas contra o novo coronavírus, foi sancionada pelo prefeito Bruno Covas (PSDB). "Criaram uma segunda instância política para aplicação da lei anticorrupção na cidade de São Paulo, que era a capital que mais aplicava a lei anticorrupção", afirma Brandão.

Após essa mudança, o controlador-geral do Município, Gustavo Ungaro, pediu demissão do cargo. Procurados, o prefeito Covas e a prefeitura não se manifestaram.

Outra organização, a Transparência Brasil (que não tem ligação com a Transparência Internacional), tem apontado que a maioria da comissão do Congresso que acompanha os gastos federais com o novo coronavírus já foi condenada ou responde a processos de improbidade administrativa.

A entidade defende que representantes da sociedade civil também participem da comissão.

Fonte: Folhapress

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