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"Aquele maldito tirou o ouro da minha vida", diz mãe em enterro de Eduardo

  • corrente-enterro-7.jpg Terezinha chora na despedida do filho Eduardo, morto no Rio de Janeiro
    Foto: Wilson Filho/Cidade Verde
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  • corrente-enterro-9.jpg Jesualdo Cavalcante, prefeito de Corrente-PI, foi ao sepultamento
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Choro, aplausos, desmaio e gritos da mãe marcaram nesta segunda-feira (6), em Corrente (874 km de Teresina), o velório e o enterro do menino Eduardo de Jesus Ferreira, 10, que foi assassinado na porta de casa no Complexo do Alemão, no Rio, na última quinta-feira (2).

O corpo do garoto, que foi sepultado por volta das 16h30, e a família chegaram à cidade natal de sua mãe às 9h30 desta segunda. Na sequência, houve um cortejo pelas ruas do município, pequena cidade do sul do Estado, com cerca de 26 mil habitantes. O velório foi realizado na casa de uma tia, no bairro Vermelhão.

O bairro, de cerca de 2.000 habitantes, parou para receber o corpo. A casa da tia, uma residência simples de dois quartos com chão de terra batida, recebeu visitantes que vieram se solidarizar com a família.

Duas tendas foram montadas na residência para receber o público na pequena casa. Até as 14h, 500 pessoas já haviam se deslocado até o imóvel para acompanhar o velório, segundo funcionários da prefeitura.

Abraçada ao caixão e chorando muito, Terezinha disse que vai fazer justiça e desabafou referindo-se ao policial suspeito de efetuar o tiro que matou Eduardo de Jesus. "Aquele maldito vai pagar pelo que fez com você. Se eu pudesse, eu mesmo acabaria com a vida dele". No enterro, havia cerca de 300 pessoas, segundo a prefeitura. Antes do corpo ser sepultado, foi rezado um pai nosso. Na sequência, aplausos. 

Terezinha chorou bastante e foi consolada pelo marido, José Maria Ferreira de Sousa, e pela filha mais velha, Patrícia, de 17 anos.

 

 

Um dos momentos mais emocionantes do enterro aconteceu quando Terezinha gritou pelo filho morto. "Dudu, mamãe te ama. Não esquece. Aquele maldito tirou o ouro da minha vida".

Durante o sepultamento, os presentes rezaram a oração do Pai Nosso e aplaudiram a descida do caixão em homenagem a Eduardo de Jesus.

Pai de Eduardo de Jesus, o ajudante de pedreiro José Maria também disse que quer justiça e que, assim como Terezinha, voltará ao Rio de Janeiro para brigar para que os culpados pela morte do filho sejam punidos.

Crime e comoção

O menino Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, foi morto na porta de casa no fim da tarde da última quinta-feira, no Conjunto de Favelas do Alemão, no Rio de Janeiro. Seu corpo chegou a Teresina na madrugada desta segunda-feira e parte do velório aconteceu em uma funerária na avenida Miguel Rosa, no Centro da capital. Em seguida, seu corpo foi levado a Corrente, no Sul do Piauí, em um avião fretado pelo Governo do Estado.

Em Corrente, Eduardo de Jesus foi velado na casa de uma tia, que desmaiou e foi internada após ter sido diagnosticada com pressão baixa. Ao longo de todo o dia, a mãe, Terezinha Maria de Jesus Ferreira, se mostrou abalada e indignada com a perda do filho. Emocionada, ela negou perdão ao policial suspeito do disparo que matou o menino de 10 anos e prometeu lutar por justiça.

Dor de Terezinha

O velório começou por volta das 10h30. No quintal da casa, sentada e abraçada no filho mais velho, Terezinha contava aos presentes memórias do filho. "Ele gostava de estudar, só tirava notas boas, e foi morto de forma cruel".

A aposentada Maria Arlene Batista da Silva, 70, antiga vizinha de infância da mãe, emocionou-se com as palavras de Terezinha. "Não sei nem o que dizer. Não há palavras que consolem. Todo o bairro está comovido com a dor de Terezinha", disse à reportagem.

A estudante Maiara Francisca da Silva Amorim, 17, estava no velório e disse que foi se despedir de Eduardo, que visitou Corrente pela última vez há dois anos.

"A última vez que eu o vi foi em 2013. Era um garoto conversador, brincalhão. Soube da morte pela TV. Tomei um susto e tive que olhar duas vezes para acreditar", contou.

No velório, um policiar militar que atua na cidade fazia a segurança da família. Uma missa foi realizada na capela do bairro, com o corpo da vítima, antes do enterro. O sepultamento ocorreu no cemitério municipal, no centro.

 

Flash de Yala Sena
Redação de Flávio Meireles
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