Nesta terça (04), 24 governadores, as coordenadorias de bancadas e entidades representantes de mais de 5 mil municípios estarão em Brasília para uma reunião com o presidente do Congresso Nacional, José Sarney (PMDB). A comitiva pretende pressionar José Sarney para que a votação do veto da presidente Dilma ao projeto de redistribuição dos royalties aconteça ainda este ano.

Segundo o senador Wellington Dias (PT), autor do projeto, o veto representa uma “frustração” e nega o argumento de quebra de contrato dado pela presidente para justificar o ato. “É uma frustração. Estamos falando de petróleo em mar. Me dói todas as vezes que vejo a imprensa nacional falando em estados produtores porque esses estados não produzem o petróleo, o petróleo está no mar, que é uma riqueza da União. O interesse nacional está acima de tudo”, explicou o senador em entrevista ao Notícia da Manhã de hoje (03).

Wellington Dias afirmou ainda que apresentará, durante esta reunião, um requerimento solicitando urgência na votação do veto.

Ainda segundo o senador, no texto, não há nenhuma menção à quebra de cláusulas contratuais com as empresas que exploram o petróleo. De qualquer forma, foram sancionadas três partes do projeto e os leilões para Piauí, Maranhão e Ceará já serão lançados no início do ano.

Com o veto, a popularidade da presidente entre esses estados que deixariam de ser beneficiados deve diminuir. Na avaliação de Wellington Dias, que é do mesmo partido da presidente, a imagem de Dilma ficou desgastada. “Não há alteração nos contratos. Não sei qual o efeito político, mas há um desgaste. Esperava que ela tomasse uma decisão como presidente do Brasil. Qualquer brasileiro compreende que é uma riqueza nacional. Mesmo quando chegar em 2020, o Rio de Janeiro e o Espírito Santo estarão recebendo 20%. Antes, só o Rio de Janeiro recebia 80%. Defendo com toda força e trabalharei para derrubar esse veto”, disse.

Leilane Nunes