Gabriel disse que soube de seu sepultamento ao ouvir uma rádio da cidade. ?Fiquei assustado, porque eu estava vivo. Fiquei com receio de sair na rua e alguém achar que estava usando o documento de um morto e ter problemas por aí.?
Ele afirmou ainda que saiu para ver se encontrava logo algum conhecido para explicar que ele estava vivo. ?Felizmente eu achei uma vizinha e pedi para ela avisar minha família que estava vivo. Logo em seguida, encontrei um primo e fomos falar com minha mãe.?
O rapaz disse que nunca imaginou que poderia ter sido confundido com um morto. ?Olha, foi uma felicidade, uma emoção muito grande reencontrar minha mãe. Ela ficou bem aliviada e eu também.?
Corpo errado
O drama da família começou no sábado, quando o corpo de um jovem foi encontrado em um terreno atrás do parque da cidade. ?A gente tinha dúvidas de que era ele (Gabriel) mesmo. Eu mesma não reconheci o corpo como sendo dele, mas a mãe fez o reconhecimento, então, tratamos de enterra-lo?, disse a madrinha de Gabriel, Relindes Henklein Zapella, 57 anos.
Segundo ela, o enterro do afilhado foi realizado às 8h30 desta terça-feira. ?Nem tínhamos saído direito do cemitério e tivemos a feliz notícia de que tinham encontrado o Gabriel vivo. De início, ninguém sabia o que fazer. Só acreditamos quando o encontramos?, disse Relindes.
A madrinha afirmou que Gabriel tinha saído de casa havia seis meses, por dificuldades de relacionamento com padrasto. ?Ficamos sem notícias dele desde essa época. No sábado, quando soubemos que o corpo encontrado poderia ser o dele, esperamos até domingo para saber se ele votaria. Se não fosse votar, o corpo seria dele mesmo. E ele não foi votar?, lembrou Relindes.
Gabriel disse que não foi votar porque não teve vontade. ?Fiquei esses seis meses fora de casa e trabalhei em uma campanha política, mas o candidato não se elegeu?, afirmou o jovem, que não quis especificar se atuou em uma campanha para vereador ou prefeito.