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Vitória da oposição não provocará grandes mudanças no Chile

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A vitória do candidato de oposição no Chile, Miguel Sebastián Piñeira, sobre o candidato governista, Eduardo Frei Ruiz, não deve provocar grandes mudanças no cenário chileno, de acordo com o professor da Universidade de Brasília (UnB), Carlos Eduardo Vidigal.

A disputa foi a mais apertada das duas últimas décadas no país – Piñeira obteve 51,8% dos votos contra 48,1% de Frei. Para o professor, o fato de a atual presidente do Chile, Michele Bachelet, não ter conseguido transferir os mais de 80% de popularidade a Frei se deve à má escolha do candidato, que já tinha uma imagem desgastada.

“O Chile tem uma extensão internacional muito particular e as mudanças serão poucas. Continuará com uma política econômica essencialmente liberal e um diálogo fluido com os vizinhos da região, porém, com alguma distância”, disse, ao comentar o cenário sul-americano em entrevista hoje (18) à TV Brasil. Além disso, a relação amistosa entre a presidente Bachelet e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de acordo com o professor, deve ser mantida.

Vidigal explicou que a direita que vai assumir a presidência do Chile não é a mesma comandada pelo ex-presidente Augusto Pinochet (1973-1990). Segundo ele, o partido já se converteu para o centro e provavelmente irá manter as principais políticas desenvolvidas pela coligação Concertación (de centro-esquerda) nos últimos 20 anos.

Ele descartou a possibilidade de o Chile ingressar no Mercosul após as eleições deste ano. Atualmente, o país aparece como associado ao bloco, mas não como membro. “A mudança de governo não interfere”, afirmou, destacando que o governo chileno adota tarifas de importação muito baixas para os países do Mercosul.

Ao avaliar a possibilidade de um governo de coalisão no Chile, Vidigal não acredita que Frei possa fazer parte do governo de Piñera, mas considera provável que outros membros da Concertación tenham participação. “A proximidade dos dois candidatos é muito grande, os pais eram amigos”, disse.
 
Fonte: Agência Brasil

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