O ex-governador Freitas Neto (PSDB), em entrevista ao Jornal do Piauí desta terça-feira (14), criticou o sistema político atual onde os processos eleitorais estão caros. O tucano também disparou contra a bancada federal do Estado, dizendo que os parlamentares estão “acomodados”.

“As pessoas sempre me perguntam porque eu não me candidato mais a nenhuma cargo. Uma eleição hoje do jeito que está é muito cara. Para você se eleger hoje a deputado estadual é uma fortuna. Chega ao ponto de que não vale a pena”, disse Freitas Neto.

O ex-gestor disse que a grande quantidade de partidos políticos existente atrapalha o processo eleitoral. Ele agradeceu o Estado e disse que o Piauí já lhe deu tudo possível quando a questão é política. 

“As pessoas têm utilizado os partidos com interesses não muito republicanos. Existem muito partidos. As ideologias ficariam muito bem representadas em 7 partidos”, opinou o ex-governador do Estado.

“Temos visto e comprovado que o Piauí não tem muita força política. Aí que temos que ter mais atuação. Os deputados têm que saber quais são os problemas do Estado e lutar por isso e não se prender atrás de bancada”, afirmou Freitas Neto.

Na oportunidade, o tucano garantiu que segue filiado ao PSDB e disse que não tem motivos para deixar o partido. Em nova crítica, o político lamentou, ainda, a extinção da figura da “oposição” no Brasil.

“Temos no Piauí uma bancada unificada. Toda unanimidade é burra. Está se acabando a oposição no Estado e no país. Hoje em dia, todos são da base do governo. Isso é triste”, disparou o ex-governador.

Freitas Neto assumiu recentemente cargo de direção na Federação das Indústrias do Estado do Piauí (Fiepi). Ele analisou que a indicação ocorreu devido ao bom relacionamento com o pai do vice-governador, Antônio José Moraes Souza Filho. 

“O pai dele foi meu secretário por muito tempo. Na Fiepi, já estou participando das discussões sobre a necessidade de modificar a legislação tributária do Estado”, antecipou o tucano.

 

O ex-governado acredita que uma das decisões capazes de influência as eleições municipais em Teresina é o lançamento, ou não, de candidatura própria do Partido dos Trabalhadores, o PT.

“Desde dezembro de 2010 já se está discutindo as eleições 2012. Agora a partir de março é que as coisas ficarão definidas. Nos resta aguardar”, analisou.