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Pai é o que cria

Na natureza é muito frequente verificarmos mães que são capazes de doar a própria vida para que ocorra o sucesso evolutivo de suas crias. Já enfocamos aqui, em outras datas alusivas ao dia dos pais, os cuidados deixados por alguns como um legado para sobrevivência dos filhos. Já falei aqui em 2017 sobre os cuidados especiais dos peixes do gênero Hippocampus, conhecidos popularmente como cavalos-marinhos, que guardam os filhotes numa bolsa e do peixe amazônico aruanã que protege seus filhotes guardando-os dentro da boca. Relembre aqui.

Em 2018 falei do Pinguim-Imperador da espécie Aptenodytes forsteri que passa boa parte do tempo protegendo o único ovo que sua fêmea põe durante o ano para garantir a continuidade da família. Quer ver de novo, clique aqui.

Os exemplos que citei são alguns dentro de uma seara muito grande de espécies que só continuam existindo por causa do aprendizado evolutivo para os chamados cuidados parentais. Isso aconteceu não somente com o homem, mas com muitas espécies de aves e mamíferos. Por vezes os filhotes são tão frágeis que a simples falta de cuidados dispensados é o fator preponderante para definir a sobrevivência da não sobrevivência. No caso humano isso é inquestionável.

Algumas espécies de anfíbios como os dos gêneros Hyalinobatrachium e Rheobatrachus estão entre os que dispensam cuidados parentais ainda na fase dos ovos ou mesmo depois das fases metamórficas dos girinos. Estes cuidados são essenciais para a sobrevivência, pois os anfíbios de forma geral dependem da água. Aqueles que vivem onde há escassez de água criam estratégias para fazer com que seus filhotes superem os momentos difíceis de escassez. Alguns chegam a transportar ovos ou os girinos agarrados ao próprio corpo para garantir uma maior sobrevivência.

Apesar de encontrarmos muito mais exemplos de mães perfeitas na natureza, quando comparados com machos que desenvolvem estes mesmos cuidados, cientistas da área de ecologia apontam para uma alta valoração deste papel paterno. Há de se ponderar que este investimento nos cuidados parentais dedicados pelos pais (machos) tem um custo mais alto do que o dispensado pelas mães (fêmeas), sobretudo pela incerteza da paternidade. É o que dizem os modelos matemáticos desenvolvidos pelos ecólogos.

De sorte que há um dito popular que reforça isso: pai é o que cria! O detalhe do DNA importa muito pouco na definição do real papel da paternidade.

Feliz Dia dos Pais!

 

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