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Covid-19: Teresina tem seis mortes registradas em 24 horas

Foto: Cadu Rolim /Fotoarena/Folhapress

Mais uma vez, Teresina bate recorde em número de mortes registradas em um único dia por Covid-19. No boletim epidemiológico deste domingo (17), a Fundação Municipal de Saúde (FMS) e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) informaram a ocorrência de seis óbitos na cidade, sendo quatro ocorridos no próprio domingo e dois ocorridos antes, mas só confirmados por Covid-19 agora. A capital soma 39 mortes pela doença e 1.260 casos confirmados, sendo 15 casos novos somente nas últimas horas.

Os óbitos ocorridos neste dia 17 vitimaram quatro mulheres: uma, de 85 anos, com hipertensão arterial, residente na zona Norte, que estava internada no Hospital Universitário; outra, de 58 anos, também com hipertensão arterial, residente na zona Sul, que estava internada em hospital particular; outra, de 62 anos, com diabetes e doença cardiovascular, residente na zona Norte, que estava internada em hospital da rede privada; e a outra, de 63 anos, com hipertensão arterial sistêmica e diabetes, moradora da zona Sul, que estava internada no Hospital Universitário.

Entre as mortes ocorridas antes, mas com causa confirmada pelo novo Coronavírus só agora, estão uma mulher de 84 anos, com doença cardiovascular, residente na zona Sudeste, que estava internada no Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela, com óbito ocorrido dia 14; e um homem de 55 anos, com diabetes e doença cardiovascular, residente na zona Norte, que estava internado no Hospital do Monte Castelo, com óbito ocorrido dia 15.

Segundo os dados da startup InLoco, o índice de isolamento social em Teresina chegou a 49,7% no último sábado (16), o que configura uma queda de quase três pontos se comparado ao da sexta-feira (15), que foi de 52,6%, o maior registrado durante a semana.

O monitoramento, que é baseado em informações de localização de 217 mil aparelhos de celular na cidade, apontou também que a zona Leste apresentou melhor desempenho, com 51,2% da população ficando em casa. Em seguida, a região Norte aparece no ranking com índice 50%. As zonas Sul e Sudeste ocupam as duas últimas posições, com taxas de isolamento de 49% e 46,25%, respectivamente.


Da redação
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Fifa anuncia que organizará partida para arrecadar fundos ao combate à covid-19

Foto: Heuler Andrey / MOWA PRESS

 

A Fifa anunciou nesta segunda-feira que sua Fundação organizará uma partida de exibição, ainda sem data e local definidos, para arrecadar fundos que serão destinados ao combate do novo coronavírus (covid-19). A entidade espera que haja o comprometimento da comunidade futebolística mundial, assim como de governos, de organizações não-governamentais (ONGs) e do setor privado.

A ideia da Fifa é que a arrecadação ajude a acelerar o desenvolvimento, a produção e o acesso a novas tecnologias sanitárias essenciais para combater o novo coronavírus, incluindo nisso os diagnósticos, os tratamentos e as vacinas.

O presidente da Fifa, o suíço Gianni Infantino, afirmou em um comunicado oficial que a entidade tem a responsabilidade de mostrar solidariedade e tem que seguir fazendo todo o possível para participar de atividades na luta contra a pandemia.

"Temos participado ativamente na sensibilização através de várias campanhas e a Fifa também já contribuiu economicamente com esta causa. Mas agora nos comprometemos a organizar essa partida de arrecadação de fundos para quando a situação sanitária permitir. Mesmo que isso tarde alguns meses", disse Infantino.

No início da pandemia, em fevereiro deste ano, a Fundação Fifa já doou 10 milhões de euros (R$ 62,6 milhões na cotação atual) para esse fim. Agora pretende aproveitar a oportunidade de organizar a partida para ampliar o alcance do futebol para além da rede esportiva tradicional. Quer chegar na sociedade em geral e contribuir assim no esforço para combater o coronavírus.

"A Fundação chamará não apenas a comunidade futebolística mundial. Mas também outras partes interessadas, desde organizações não-governamentais até outras fundações, passando pelo setor privado e os governos, a fim de garantir que esta iniciativa seja uma ajuda significativa para quem está na vanguarda da luta contra a covid-19", declarou o argentino Mauricio Macri, presidente da Fundação Fifa.

Fonte: Estadão Conteúdo

Infectologista diz que uso da hidroxicloroquina precisa de avaliação criteriosa

Desde o mês de abril, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) adotou protocolo com hidroxicloroquina, azitromicina e outros antibióticos para o tratamento da Covid-19. O infectologista Walfrido Salmito alerta para a falta de fortes evidências científicas contra o novo coronavírus e diz que é necessário uma avaliação criteriosa do profissional de saúde para o uso da medicação. 

"Não é pra se fazer como receita de bolo, fazer para todos os pacientes indiscriminadamente. É preciso uma avaliação criteriosa do profissional", disse o médico. 

O infectologista explica que por orientação do Conselho Regional de Medicina e Conselho Federal de Medicina, os pacientes que optarem por serem tratados com a medicação devem assinar um termo de consentimento livre e esclarecido de que estão fazendo o uso de uma substância que não tem as evidências necessárias para uma prescrição segura. 

"Existem efeitos colaterais, eventos adversos ao uso da hidroxicloroquina. Por termos manejado a droga durante algum tempo para a malária, nós infectologistas sabemos que não são tantos os efeitos colaterais, a droga pode ser utilizada, mas a gente sempre espera que evidências melhores cheguem pra gente fazer o uso seguro da medicação", reitera o infectologista. 

Walfrido Salmito reforça que a medicação pode ser usada em casos leves, moderados e graves, desde que o médico tenha discricionariedade para prescrevê-la.

"Autonomia para fazer a prescrição juntamente com o termo de consentimento do paciente. O protocolo é um orientador. O médico à beira do leito, vendo o estado do paciente, se está evoluindo, se vai evoluir para o estado grave, ele tem autonomia de prescrever  a hidroxicloroquina, azitromicina e outras medicações que julgar necessária, a depender do quadro clínico. O protocolo não é algo engessado, que tem que ser obedecido de qualquer maneira. O paciente precisar ser avaliado e de acordo com essa avaliação o médico prescreve a medicação", concluiu o infectologista. 

 

Graciane Sousa
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Cidades do interior têm UTIs lotadas e pressionam capitais

Foto: MARCELO CHELLO/CJPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

 

Além da concentração de casos do novo coronavírus nas capitais, o Brasil já vive outro cenário preocupante: cidades de interior estão em colapso ou com alta ocupação de leitos de terapia intensiva para tratamento da Covid-19.

Municípios da Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Amazonas e Pará enfrentam dificuldades para conseguir absorver a crescente demanda de pacientes graves, pressionando o sistema de saúde das capitais e regiões metropolitanas.

Na Bahia e no Rio Grande do Norte, há cidades com 100% de ocupação, enquanto ainda há vagas nas capitais. No Amazonas, pacientes do interior têm a capital Manaus como única opção de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Em Pernambuco, com o sistema de saúde em estágio de colapso, o interior já registrou mais de cem óbitos em decorrência do novo coronavírus.

Nesta quinta-feira (14), de um total de 249 pacientes, 48 aguardavam na fila por uma vaga de UTI em unidades de pronto atendimento e emergências de hospitais localizados no agreste, zona da mata e sertão do estado.

Há casos em que doentes esperam há mais de uma semana. No Hospital João Murilo, em Vitória de Santo Antão, zona da mata de Pernambuco, cinco pacientes aguardavam a transferência para uma UTI nesta quinta. Em um dos casos, a espera ocorria desde o dia 6 de maio.

Neste mesmo hospital, a enfermeira Williane Lins dos Santos, 30, morreu no dia 17 de abril, antes de conseguir acessar um leito de UTI no Recife. A confirmação para Covid-19 só veio quatro dias depois.

A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. "Às 8h30, fui informada de que já tinham solicitado vaga na UTI. Bateu 16h e nada. Eu sem ter contato com minha filha e sem conseguir vê-la", diz.

Conta que só às 22h recebeu a informação de que haviam conseguido uma vaga de UTI para ela na capital. "Ela morreu às 23h45 no mesmo lugar. Minha filha tinha 30 anos e tudo para ser salva. Morreu por falta de atendimento".

A Secretaria de Saúde do estado alega que o leito foi disponibilizado no mesmo dia, mas que a paciente teve piora súbita antes da transferência.

Neison Freire, pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco que atua no mapeamento da doença em Pernambuco, avalia que a pressão nas capitais é crescente.

"Nos locais de maior vulnerabilidade social, onde mais se precisa de leitos do SUS, muitas vezes há um desequilíbrio. Sem opção local, só resta uma alternativa: transportar o doente para a capital", explica.

No Amazonas, cujo território equivale à soma das regiões Sul e Sudeste, a maioria das cidades só é acessível por meio fluvial ou aéreo.

O gargalo deve aumentar nas próximas semanas, já que a Covid-19 se espalhou rapidamente pelo estado e chegou a 59 dos 62 municípios.

Para atender a essa demanda, o governo do Amazonas dispõe de apenas seis UTIs aéreas, cada uma capaz de fazer uma viagem por dia, ou seja, seis transferências. Por terra, são seis ambulâncias, das quais quatro apenas para pacientes com a Covid-19. Pontualmente, prefeituras pagam pela remoção.

No Pará, cidades como Santarém, Altamira e Parauapebas enfrentam problemas.

Em Santarém (a 700 km em linha reta de Belém), com 1,2 milhão de habitantes, os 27 leitos de UTI do Hospital Regional do Baixo Amazonas e os 8 de UTI do hospital municipal estão lotados.

"Temos 22 pacientes esperando vaga e não estou conseguindo transferência para Belém", diz Marcela Tolentino Matos, diretora do 9º Centro Regional de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde Pública. "Nunca vivenciei isso nos meus 25 anos de enfermeira."

Com a epidemia, o centro regional de Santarém passou a atender mais nove municípios, mas a equipe está desfalcada: 40 dos 383 funcionários contraíram Covid-19.

A atenção aos pacientes ganhou o reforço de 63 máscaras de saúde adaptadas para o tratamento respiratório e que reduzem a dependência de respiradores. O equipamento foi doado por um projeto das ONGs Motirõ, Expedicionários da Saúde e Projeto Saúde e Alegria.

Em Altamira (a 820 km de Belém), um grupo de 68 médicos da região divulgou carta advertindo para a deficiência de UTI, profissionais de saúde e de equipes de higienização.

A cidade é o polo médico de uma região com 400 mil habitantes, mas que dispõe de apenas 14 leitos, dos quais 5 eram da ala infantil e foram adaptados. Nesta sexta-feira (15), 11 estavam ocupados.

Em Parauapebas (a 709 km da capital), oito dos dez leitos de UTI estão com pacientes da Covid-19. Para ampliar a oferta, o antigo hospital municipal foi reformado em parceria com a mineradora Vale para abrigar 40 leitos semi-UTI que estão em fase de montagem.

No Rio Grande do Norte, a segunda maior cidade do estado, Mossoró, tem 26 dos 35 leitos de UTI com pacientes, uma ocupação de 74%.

Entre os dias 18 de março e 7 de maio, foram registradas 206 hospitalizações em Mossoró, sendo 66 pessoas de outros municípios. Em todo o interior do Rio Grande do Norte, são 51 leitos de UTI para Covid, 70,1% ocupados.

A situação se repete no Ceará, onde só 2 em cada 10 leitos de UTI para Covid-19 estão no interior. Ao todo, são 128 leitos no interior, 93 deles com as vagas preenchidas.

Com cerca de 70 mil habitantes, Quixeramobim (a 246 km de Fortaleza) é a cidade que enfrenta situação mais crítica, com 100% dos 30 leitos de terapia intensiva com pacientes. Em Sobral (200 km da capital), quase 90% dos 36 leitos de UTI estavam ocupados.

"A situação nos preocupa muito", afirma o secretário de Saúde do Ceará, Dr. Cabeto. Ele diz que serão abertas novas UTIs no hospital regional de Sobral.

No Maranhão, os 105 leitos de UTI no interior do estado têm ocupação de 82%. Em algumas cidades, já não há mais vagas, caso de Imperatriz, segunda maior cidade do estado. Lá, todos 22 leitos de UTI para Covid-19 estavam ocupados nesta quarta-feira (13).

Em nota, o governo do Maranhão informou que vai ampliar a rede de Imperatriz com 30 novos leitos de UTI.

Mesmo em estados com situação relativamente mais tranquila há regiões com maior disseminação da doença no interior. É o caso da Bahia, que tem ocupação geral de 51% dos leitos de UTI. Mas cidades do sul do estado já registram ocupação acima de 90% dos leitos de UTI e começaram a adotar toque de recolher.

Em Jequié, o Hospital Prado Valadares tinha 100% dos nove leitos de terapia intensiva ocupados na sexta. A situação é semelhante em Itabuna, que chegou a ter 90% de ocupação de UTIs esta semana.

"Precisamos abrir novos leitos rapidamente", resume o secretário de Saúde de Itabuna, Wildson Nascimento. Ele aguarda a abertura de 15 novos leitos para pacientes graves nas próximas semanas.

Na vizinha Ilhéus, a ocupação chegou a 100% há duas semanas. Nesta sexta, 20 dos 31 leitos estavam com pacientes.

Uma das consequências do avanço da doença no interior da Bahia é a pressão sobre o sistema de saúde de Salvador. Na capital, a ocupação dos leitos de UTI públicos já chega a 81%, com muitos pacientes de outras cidades.

Em outros estados, há casos em que o movimento de pressão se dá no sentido contrário, com pacientes da capital rumando para o interior. É o caso de Caruaru (135 km do Recife), que atualmente tem 100% de seus 30 leitos de terapia intensiva ocupados.

"Recebemos muita gente vinda da capital, mas, agora, esse fluxo diminuiu", afirma Marcelo Cavalcanti, diretor do hospital da rede estadual Mestre Vitalino, em Caruaru.

Na cidade, seis pacientes internados em um hospital municipal e em uma UPA aguardavam uma vaga de UTI desde 11 de maio.

Para ampliar a oferta de leitos, o governo de Pernambuco anunciou a construção de três hospitais de campanha em Caruaru, no agreste, Serra Talhada e Petrolina, no sertão.

Outros estados também registram essa movimentação da capital para o interior, caso do Rio de Janeiro, onde pacientes da capital tem sido transferidos para um hospital em Volta Redonda, a duas horas de distância.

Já no estado de São Paulo, prefeituras como a de Campinas (a 98 km da capital) solicitaram formalmente que a secretaria Estadual de Saúde não envie pacientes com Covid-19 à cidade.

JOÃO VALADARES, JOÃO PEDRO PITOMBO E FABIANO MAISONNAVE
RECIFE, PE, SALVADOR, BA, E MANAUS, AM (FOLHAPRESS) 

 

Saída de Guedes é o maior temor do mercado financeiro

Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

 

O pedido de demissão de Nelson Teich do cargo de ministro da Saúde, na manhã da última sexta-feira, 15, não chegou a ser uma surpresa. Ele não se mostrou disposto a ceder à pressão do presidente Jair Bolsonaro em dois aspectos importantes envolvendo a pandemia do coronavírus: o uso da cloroquina no tratamento de pacientes com a covid-19 e o relaxamento das medidas de isolamento social, que tentam conter a disseminação do vírus.

"O mercado financeiro já tomou isso como dado: o próximo ministro da Saúde será alinhado à visão de Bolsonaro, que ignora completamente a ciência", afirma Solange Srour, economista-chefe da ARX Investimentos. "E isso vem no pior momento da pandemia no País, com expectativa de que o número de mortos suba muito nos próximos dias."

Na opinião de Rafael Panonko, chefe de análises da Toro Investimentos, a instabilidade política é ainda mais preocupante para o mercado do que a posição adotada pelo próximo ministro da Saúde. Ele critica a falta de alinhamento e comunicação do presidente com seus ministros, o Legislativo, os Estados e municípios. "Isso atrasa a recuperação, as coisas ficam para o ano que vem. E isso tem um custo. O crescimento torna-se pífio, muito abaixo do esperado", comenta ele.

Como consequência, o investidor reage com desconfiança - sendo que o estrangeiro passa a preferir direcionar o seu dinheiro para outros países - e a Bolsa entra no que Panonko chama de "zona de congestão".

A saída de Teich marca a nona baixa de um ministro no governo Bolsonaro e a terceira após o início da pandemia do coronavírus. Antes dele, Luiz Henrique Mandetta, que também ocupava a cadeira da Saúde, e Sérgio Moro, que estava no Ministério da Justiça e da Segurança Pública, divergiram do presidente e deixaram o cargo.

Agora, o que continua preocupando os principais agentes do mercado financeiro é o futuro de Paulo Guedes, ministro da Economia.

"Não existe hoje outra pessoa ou entidade que possa fazer o trabalho dele: alguém do Congresso mais alinhado com o presidente, ou um cara forte no Senado que puxasse votos para a aprovação das reformas. Quem pode manter as reformas em pauta é apenas o Paulo Guedes", diz Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo. "Sem ele, Bolsonaro pode querer dar uma guinada populista para tentar se reeleger."

Fernando Borges, gestor de ações da Garde Investimentos, compartilha a mesma opinião. "Bolsonaro está vivendo aquele 'momento Dilma', quando ela se viu obrigada a mudar o rumo do governo para permanecer no poder", compara ele. "Que ele faça um ajuste em menor escala, então. Mas não vá em direção à expansão fiscal."

Na cabeça do gestor

Para sentir os temores dos principais gestores do País, o Bradesco BBI tem feito periódicas consultas neste período de pandemia. Durante os dias 4 e 5 de maio, 101 representantes das principais casas de gestão de recursos do Brasil avaliaram as perspectivas para os mercados e a economia do País. Esse foi o terceiro levantamento da instituição desde que a pandemia começou. Os anteriores foram feitos em março e abril.

Nesta nova pesquisa, o Bradesco BBI verificou que a saída de Paulo Guedes do governo é o principal risco que o País corre, na visão dos agentes do mercado financeiro. Além disso, houve uma nítida piora na avaliação sobre o tempo necessário para a volta à normalidade e, consequentemente, sobre o desempenho esperado da economia.

A reportagem listou as principais conclusões que o Bradesco BBI fez com base nas respostas das gestoras:

Principal risco

Segundo o levantamento, o principal risco que os gestores enxergam para o País no momento é o ministro da Economia sair do governo (40,6%). Em seguida, estão a segunda onda da covid-19 (34,7%) e a falência das empresas brasileiras (14,9%). Sobre a probabilidade de Guedes deixar o cargo, 41,6% acreditam que há entre 10% e 30% de chances. Outros 24,8% responderam que essa possibilidade está entre 30% e 50%, enquanto 14,9% apontaram entre 50% e 70%.

Demora na retomada

Há também uma nova avaliação sobre a retomada da economia. No levantamento feito há um mês, 16% dos consultados acreditavam que as atividades voltariam ao normal até o fim de maio e 56% somente de julho em diante. Agora, ninguém espera que isso ocorra até o fim de maio: 68% creem que ocorra no terceiro trimestre do ano e 24% somente depois de setembro.

Dólar alto

Na primeira enquete, 30,7% dos gestores acreditavam que o valor da moeda americana no final do ano seria entre R$ 4,91 e R$ 5,10 ou acima de R$ 5,10. Agora, 40% deles acreditam que a cotação será acima de R$ 5,30 no final deste ano, 27% entre R$ 5,10 e R$ 5,30 e 23% entre R$ 4,91 e R$ 5,10. Há um mês, o valor esperado para a moeda americana era de R$ 5 no final de 2020. A cotação atual é de R$ 5,86.

Varejo em alta

Segundo dados da enquete de abril, o top 3 de setores que os gestores comprariam para adicionar ao seu portfólio seriam o elétrico (20,2%), o de bancos (20,2%) e o do varejo (16%). Na pesquisa do mês de maio, o top 3 continua o mesmo, mas em ordem diferente. Segundo os dados, agora os gestores têm preferência para adicionar ao seus portfólios ações de empresas do setor de varejo (20,2%), bancos (18,2%) e elétrico (15,2%).

Fugindo do risco

Os dados do segundo levantamento mostraram que 65,3% dos gestores responderam "não" quando perguntados se pretendiam aumentar o beta (maior risco para buscar mais retorno) do seu portfólio nos próximos dez dias. Já na terceiro, 80,08% responderam que "não" têm a intenção de aumentar o beta do seu portfólio nos próximos 30 dias.

Ofertas secundárias

Perguntados na pesquisa do Bradesco BBI se teriam interesse em participar de ofertas secundárias de ações e de quais setores, 40% dos gestores responderam que estão de portas abertas para a área da saúde. Na sequência, 37,9% indicaram preferência pelo varejo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Por Mateus Apud e Thiago Lasco
Estadão Conteúdo

Brasil ultrapassa 240 mil infectados e 16 mil mortes pela Covid-19

Foto: MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO

 

Após ultrapassar o número total de casos confirmados da Covid-19 de França e Espanha, o Brasil, neste domingo (17), registrou 7.938 novos casos da doença, chegando a 241.080 pessoas com diagnóstico confirmado. Também foram documentadas 485 novas mortes pela Covid-19 no país, acumulando 16.118 vidas perdidas.

No sábado, o Brasil havia registrado 14.919 novas confirmações de infecção e 816 novas mortes, levando o total oficial a 233.142 casos confirmados e 15.633 mortes desde o início da pandemia no país, em fevereiro. Domingos e segunda-feiras costumam ser marcados por um menor número de casos, pois os registros são mais lentos no final de semana.

O país não tem conseguido manter as taxas de isolamento social que, no começo da pandemia, ajudaram a evitar uma explosão de casos, segundo especialistas. Neste domingo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a participar de um ato com aglomeração em Brasília. Tem sido constante o apoio de Bolsonaro a tais manifestações, ignorando o risco de contaminação das pessoas ali presentes.

"Manifestação pura da democracia. Estou muito honrado com isso. O governo federal tem dado todo o apoio para atender as pessoas que contraíram o vírus e esperamos brevemente ficar livre dessa questão, para o bem de todos nós. O Brasil, tenho certeza, certeza, voltará mais forte", declarou Bolsonaro.

Na mesma semana em que registrou em apenas sete dias um aumento superior a 50% do total de mortes acumuladas, o país também perdeu o segundo ministro da Saúde em um mês. Nelson Teich pediu demissão na sexta-feira (15) após ser pressionado pelo presidente a ampliar o protocolo de uso da cloroquina, medicamento sem eficácia comprovada no combate à Covid-19 e com riscos associados.

 

Arte: Ministério da Saúde

Fonte: FOLHAPRESS

 

Piauí tem 8 novas mortes confirmadas por covid; total é de 80 óbitos

Foto: Claudio Furlan/Dia Esportivo/Estadão Conteúdo

Oito novos óbitos no Piauí tiveram teste confirmado, neste domingo (17), para covid-19, nome dado para a doença causada pelo novo coronavírus. Com cinco perdas na capital e outras três no interior, o estado soma 80 mortes desde o início da pandemia. 

Em Teresina, são 39 mortes confirmadas. Os novos registros são de um homem de 55 anos e quatro mulheres, de 58, 62, 63 e 85 anos de idade. Todos tinham alguma comormidade - doença ou condição que os colocava em grupo de risco, como cardiopatia, diabetes e hipertensão. 

Teresina tem 1.260 casos confirmados, uma incidência de 14,7 testes positivos para cada grupo de 10 mil habitantes. 

Água Branca, que tem incidência de casos maior que a capital (18,38 para 10 mil habitantes), registrou sua quarta morte - uma idosa de 78 anos. 

As outras mortes do interior são de pacientes de José de Freitas, um homem de 72 anos, e Barras, uma mulher de 77 anos.

As confirmações não coincidem necessariamente na data do óbitos. 

Casos confirmados
Como tem ocorrido nos finais de semana, o domingo foi de menos casos confirmados em relação aos dias úteis - foram 35, sendo 21 mulheres e 14 homens. O mais jovem a testar positivo tem apenas 1 ano de vida, e o mais velho, 91. 

O boletim da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi) deste domingo retirou as cidades de Pavussu e Dirceu Arcoverde, que teriam registrados seus primeiros casos nos últimos dias. O órgão informou que houve erro de digitação. 

São 105 municípios com Piauí com casos confirmados desde o início da pandemia. O total de testes positivos em todo o estado chegou a 2.287. 

 

Situação hospitalar
Mais 13 pacientes tiveram alta nas últimas 24 horas - 293 no acumulado desde o início da pandemia. Mesmo assim, o número de pessoas internadas nos leitos destinados ao tratamento de covid-19 subiu no mesmo período - de 353 para 359. 

A ocupação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) foi reduzida. São 121 internados, 50,2% da capacidade atual - eram 52,3% no sábado. 

Somados os dois pacientes em leitos de estabilização e os 121 nas UTIs, são 123 ocupando leitos com respiradores - 43,9% das vagas. 

O crescimento nas internações se deu nos leitos clínicos, para pacientes com quadro de saúde menos grave. São 236 internados em todo o estado - ontem eram 225.  

 

Fábio Lima
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Oito em cada dez professores não se sentem preparados para ensinar online

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

Quase dois meses depois de as escolas fecharem no País todo por causa da pandemia do coronavírus, 83% dos professores não estão preparados para ensinar online. E são eles que dizem isso, em pesquisa realizada pelo Instituto Península, à qual o Estadão teve acesso com exclusividade. Os docentes de redes públicas e particulares ainda se declaram ansiosos e nada realizados com o trabalho no momento atual.

Estudos internacionais e experiências em países que são considerados exemplos de educação mostram que o professor é fator determinante para o ganho de aprendizagem do aluno, principalmente para os mais vulneráveis. Em tempos de isolamento, a importância aumenta, já que muitas vezes o profissional é o único vínculo com a escola.

Quase 90% dos docentes informaram na pesquisa que nunca tinham tido qualquer experiência com um ensino a distância e 55% que não receberam, até agora, suporte ou treinamento para atuar de maneira não presencial. Sem orientação clara, os profissionais têm criado as próprias atividades. Não é à toa que 83% afirmaram se comunicar pelo WhatsApp com as famílias, em vez de usar ferramentas pedagógicas.

"Enquanto uma série de profissionais no meio de uma pandemia está fazendo seu trabalho de casa e já é difícil, o professor ainda está tendo de se reinventar completamente", diz a diretora executiva do Instituto Península, Heloisa Morel. "Imagine a sobrecarga e o estresse." Desde meados de março, quando as aulas foram paralisadas, as secretarias de Educação têm oferecido programas a distância, alguns pela TV, e feito parcerias para usar ferramentas online. "Mas é preciso uma organização maior para que o professor entenda o que ele tem de fazer."

A professora Márcia Cristina Amorim Chagas, de 50 anos, decidiu gravar vídeos com o celular no sítio onde mora em Itapecerica da Serra. É a filha de 17 anos que faz as filmagens, "quando está de bom humor", brinca. Em um deles, Márcia teve a ideia de mostrar aos alunos como as cinzas das queimadas podem ajudar a adubar a terra para plantar cebolinha. Depois, o material vai sempre por WhatsApp para os pais das crianças.

Márcia ainda pede que os alunos escrevam ou gravem em áudio o que aprenderam. "Uso o meu celular, com a minha internet, que às vezes não funciona, e meu computador que paguei durante dois anos", diz ela, que dá aulas para 4.º e 5.º ano em uma escola estadual na Vila Madalena, zona oeste. "Eu trabalho numa escola integral e tive alguma formação em tecnologia, mas, para o que estamos precisando agora, o que aprendi foi mínimo." A professora diz que ainda não conseguiu usar com suas turmas o Centro de Mídias, plataforma criada pelo governo do Estado para o ensino remoto durante a pandemia.

Na rede particular, o WhatsApp é menos comum e 56% disseram usar o aplicativo de mensagens para se comunicar com o aluno. Mais frequente é a comunicação por meio de plataformas da escola. Mesmo assim, o sentimento de despreparo diante do desafio de ensinar online é o mesmo. "As coisas foram impostas de um dia para o outro, com o isolamento. Ninguém teve tempo de se preparar", diz a professora de ensino fundamental de uma escola particular de elite da capital, que pediu para seu nome não ser divulgado. Ela dá aulas para a fase de alfabetização e passou a criar jogos em aplicativos, com quebra-cabeça, localização de palavras, para seus alunos. "Estamos fazendo o melhor possível, mas não é nem de longe o que a gente entende por educação. Isso é bastante angustiante."

A presidente executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, diz que poucas secretarias de Educação ou mesmo escolas particulares no País deram formação ou infraestrutura para professores em aulas não presenciais. A maioria dos profissionais tem usado seus próprios computadores, Wi-Fi ou celulares. "Não há preparação para aulas a distância e que são muito diferentes das presenciais. Não é intuitivo saber o que fazer online para assegurar a aprendizagem dos alunos", diz. "Os professores estão indo na tentativa e erro. E isso tem causado ainda mais estresse a um profissional que está sendo muito demandado nesse período."

Emocional

A pesquisa ainda mostra que o cenário inclui uma saúde mental já prejudicada do professor. Quase 70% deles se disseram ansiosos e só 3%, realizados. E a maioria (75,2%) relatou que não recebeu até agora nenhum apoio emocional da escola em que trabalha. Mesmo em redes particulares, as equipes costumam se reunir online para discutir as abordagens pedagógicas durante a pandemia, mas raramente há grupos com psicólogos para que os professores possam expor o que sentem.

Em documento divulgado pelo Todos pela Educação na semana passada, o impacto emocional em professores foi um dos pontos principais apontados para que as escolas se preocupem na volta às aulas. O grupo de especialistas que analisou 43 pesquisas sobre momentos semelhantes ao atual, como desastres e guerras, diz que o suporte psicológico para professores é crucial porque, além de serem diretamente impactados pela crise, precisarão atuar na minimização dos efeitos sentidos pelos alunos.

A pesquisa "Sentimento e percepção dos professores brasileiros nos diferentes estágios do coronavírus no Brasil", do Instituto Península, ouve profissionais desde março e continuará até o fim da crise. Participaram nesta etapa 7.734 professores de escolas públicas e particulares do País, entre os dias 13 de abril e 14 de maio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Fonte: Estadão Conteúdo

Prefeito de Demerval Lobão, Júnior Carvalho, testa positivo para Covid-19

O prefeito Júnior Carvalho, do município de Demerval Lobão, a 35 quilômetros ao Sul de Teresina, testou positivo para o novo coronavírus. Sem sintomas, o prefeito foi submetido a teste na sexta-feira (15). O exame passou por análise em laboratório e o resultado saiu neste domingo.

Júnior Carvalho publicou um vídeo nas redes sociais para comunicar os familiares, amigos e conterrâneos. 

“Gostaria de comunicar a toda a minha família, a toda a população, a todos os meus amigos que estou bem, estou assintomático, não estou sentindo sintoma nenhum, estou tomando as devidas providências que os médicos estão me aconselhando. Vou ficar 14 dias em casa na quarentena”, disse.

O prefeito, que é filiado ao Progressistas, disse que decidiu fazer o teste porque circulou em locais de risco. “Estava saindo, estava andando em alguns lugares”, disse. 

A namorada, Juliana Martins, e o enteado de Júnior Carvalho, que residem com o prefeito, fizeram o teste e tiveram resultado negativo. Ainda assim, Juliana e o filho agora estão em isolados outra residência.

“Fiquem em casa e se sair, bote a máscara”, aconselhou o prefeito.

Esse não é o primeiro caso de prefeitos diagnosticados com o vírus no Piauí. Na sexta-feira (15) o prefeito de Palmeirais, no médio Parnaíba, Reginaldo Júnior (Republicanos) testou positivo para o novo coronavírus. Primeiro óbito da covid no Piauí, o prefeito de São José do Divino, Antônio Nonato Lima Gomes, conhecido como Antônio Felicia (PT), também testou positivo para a doença após passar por complicações e morrer no hospital de Piracuruca, no Norte do estado.

Valmir Macêdo
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Juiz do Piauí prorroga para setembro prisão domiciliar de presos do semiaberto

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

O juiz José Vidal de Freitas Filho, titular da Vara de Execuções Penais de Teresina, prorrogou para setembro a portaria que prevê prisão domiciliar para os apenados do regime semiaberto. A decisão, que valia para Teresina até o dia 31 de maio, tem como novo prazo o dia 31 de setembro e vale para outras comarcas do estado.

O objetivo é evitar a circulação e aglomeração de detentos do regime semiaberto durante a pandemia de Covid-19. 

“Após pedido formulado pelo apenado, será apreciada judicialmente a possibilidade de concessão do recolhimento domiciliar noturno e nos dias de folga, até 30 de setembro deste ano, aos reeducandos do regime semiaberto com autorização para o trabalho externo e para os que, no mesmo regime semiaberto, apresentem declaração de trabalho, em Teresina e em outras comarcas”, garante o juiz na decisão.

A medida considera  “superlotação” da Colônia Agrícola Major Cesar Oliveira e de suas “deficiências estruturais”, assim como a “falta de espaço separado para as apenadas do regime semiaberto”, na Penitenciária Feminina de Teresina e a superlotação da Penitenciária José Ribamar Leite e Penitenciária Irmão Guido.

Segundo o magistrado, o recolhimento dos presos do semiaberto durante o período da noite e aos finais de semana gera “movimentação que pode contribuir para a disseminação do vírus”.

Foto: Roberta Aline

O juiz também cita o entendimento do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça que cabe aos magistrados das Varas de Execução Penal de todo o país analisar a situação individual de cada preso. 

A decisão também aponta que em caso de demissão ou suspensão das atividades trabalhistas, os presos terão que se reapresentar.. “Não sendo verídica a declaração apresentada ou, no caso de perda do trabalho, sem a necessária reapresentação do apenado, serão adotadas as providências relativas à falta grave cometida”, alerta José Vidal.

Caberá a Secretaria Estadual de Justiça fiscalizar o cumprimento da medida. Com o auxílio da Secretaria de Ação Social, conforme Termo de Cooperação já firmado com o Tribunal de Justiça, a Sejus também deverá “fornecer o apoio necessário para o deslocamento dos apenados beneficiados, que o necessitarem, até o local de sua residência”.

O Cidadeverde.com entrou em contato com a Sejus que preferiu, por hora, não se manifestar sobre a decisão.

Presos do semiaberto com comorbidades

A decisão da Vara de Execuções Penais de Teresina também beneficia presos do regime semiaberto com doenças crônicas.

“Os reeducandos do regime semiaberto que, não sendo beneficiados com medida desta Portaria, estiverem, em virtude de comorbidade, em maior risco dos sintomas da Covid 19, poderão requerer, em seus processos de execução penal, a prisão domiciliar excepcional e temporária até 30 de setembro deste ano”, assegura o documento.

Valmir Macêdo
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