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Elenco do Flamengo faz exames e recebe protocolo para volta aos treinos

Foto: Alexandre Vidal/CRF

 

Sem realizar atividades e entrar em campo há mais de dois meses, o elenco do Flamengo retornou ao Ninho do Urubu nesta segunda-feira. Os atletas realizaram testes para o coronavírus e receberam informações do clube sobre o protocolo de segurança sanitária que vai ser adotado quando for possível voltar a treinar no CT.

"Todas as atividades estão sendo realizadas seguindo as medidas de higiene e distanciamento, como, por exemplo, higienização constante dos materiais esportivos e instalações, além da preparação de alimentos em kits individuais", afirma a equipe no comunicado.

Há quase duas semanas, o Flamengo comunicou que 38 pessoas vinculadas ao clube, sendo três deles jogadores, tinham testado positivo para o coronavírus. Naquela oportunidade, os exames - foram 293, no total - tinham sido realizados na residência dos atletas, colaboradores e funcionários. Além disso, 11 pessoas já se encontravam com anticorpos. Antes, o massagista Jorginho morreu em função de complicações provocadas pela virose.

Todos os infectados nesse primeiro teste foram colocados em quarentena e nenhum terá sua presença no Ninho do Urubu liberada enquanto não for comprovada, através de exame, a recuperação da covid-19.

"Neste primeiro período estão no CT os jogadores e funcionários que testaram negativo para a covid-19. Não será permitida a entrada de ninguém que não faça parte deste grupo de pessoas, já examinadas e comprovadamente sem o novo coronavírus", ressaltou o clube.

Em seu documento, o Flamengo listou medidas adotadas no Ninho do Urubu para viabilizar a volta das atividades no local. São elas: desinfecção das instalações do Centro de Treinamento, limpeza do CT, Diálogo Diário de Segurança, disponibilização de material de higiene, prevenção de contaminação por ar condicionado, impedimento da utilização dos vestiários, arrumação dos quartos, alimentação, prevenção de contaminação, orientações gerais de prevenção, manutenção do Centro de Treinamento, impedimento de uso da academia e piscinas, utilização de equipamentos de proteção.

O último treino do Flamengo no Ninho do Urubu ocorreu em 13 de março. No dia seguinte, já sem a presença do público no Maracanã por causa das medidas de isolamento social, derrotou a Portuguesa por 2 a 1, em partida válida pela Taça Rio.

Fonte: Estadão Conteúdo

Bolsonaro suspende atualizações nos cadastros do Bolsa Família

Foto: Ana Nascimento/CCE

 

O governo federal determinou a suspensão das atualizações cadastrais de beneficiários do Bolsa Família enquanto o auxílio emergencial de R$ 600 estiver sendo pago. Também estão paralisadas "ações de administração de benefícios", como o bloqueio ou suspensão do pagamento. A medida foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira, 18, em portaria do Ministério da Cidadania e já está em vigor.

Ao determinar as suspensões, o Ministério da Cidadania afirma considerar a necessidade de evitar aglomerações de pessoas que poderiam expor ao coronavírus os integrantes de famílias beneficiárias do Bolsa Família e os cidadãos que trabalham em unidades de cadastramento.

O governo destaca ainda que as operações do Bolsa Família e do Cadastro Único estão prejudicadas por situações como suspensão de aulas, direcionamento de unidades de saúde para atender aos infectados pela covid-19, e pelo fechamento dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e demais postos de cadastramento para recebimento do benefício.

Na portaria, o governo não fixa uma data para o fim da suspensão O texto diz apenas que as mudanças valerão enquanto o auxílio emergencial for pago. A segunda parcela do benefício começou a ser paga nesta segunda-feira. As datas de pagamento da terceira parcela ainda não foram informadas.

Por Rayssa Motta
Estadão Conteúdo

Sociedade de Imunologia diz que é 'precoce' uso de cloroquina para covid-19

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

A Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) divulgou nesta segunda-feira, 18, um parecer científico contrário ao uso, neste momento, da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento da covid-19. O comitê científico e a diretoria da entidade afirmam que é "precoce" recomendar os dois medicamentos para pacientes do novo coronavírus, pois "diferentes estudos mostram não haver benefícios" e pelos possíveis efeitos adversos graves.

"A SBI fortemente recomenda que sejam aguardados os resultados dos estudos randomizados multicêntricos em andamento, incluindo o estudo coordenado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), para obter uma melhor conclusão quanto à real eficácia da hidroxicloroquina e suas associações para o tratamento da covid-19", diz o parecer.

A entidade ressalta que são necessários estudos com maior abrangência amostral e feitos de forma randômica (em que os pacientes são escolhidos aleatoriamente e apenas metade recebe o tratamento, a fim de comparação). "A escolha desta terapia, ou mesmo a conotação que a covid-19 é uma doença de fácil tratamento, vem na contramão de toda a experiência mundial e científica com esta pandemia."

O parecer científico diz, ainda, que o posicionamento em defesa do amplo uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento da covid-19 é "perigoso" e "tomou um aspecto político inesperado". "Nenhum cientista é contra qualquer tipo de tratamento, somos todos a favor de encontrar o melhor tratamento possível, mas sempre com bases em evidências científicas sólidas "

O texto foi divulgado após o comitê científico da SBI analisar os estudos sobre os efeitos dos dois medicamentos para a covid-19. Ele lembra, por exemplo, que uma das primeiras pesquisas com essa proposta terapêutica - que envolvia o uso associado da hidroxicloroquina à azitromicina - era focada em 36 pacientes, o que seria uma "amostragem pequena e sem grupo de controle para comprovar qualquer resultado definitivo".

Além disso, são lembrados outros estudos mais abrangentes, como um que avaliou 1.438 casos confirmados da doença em 25 hospitais, divididos em quatro grupos de tratamento. Nessa pesquisa, foi identificada uma "maior incidência de falência cardíaca" entre as pessoas que tomaram hidroxicloroquina e azitromicina, além de não ter sido identifica "nenhuma melhora significativa quanto à mortalidade" entre aqueles que receberam os dois fármacos associados ou separadamente.

Outro estudo destacado pelo parecer avaliou 1.376 pacientes, mas também não identificou diferenças entre os dois grupos (divididos entre os que tiveram e os que não tiveram acesso à hidroxicloroquina). "Entretanto os autores ressaltam que estudos randomizados são necessários para uma melhor conclusão quanto a eficácia dessa terapia", ressalta o texto.

Além disso, a entidade lembra de estudos voltados a pacientes em estado moderado da doença. Um deles envolveu 150 pacientes, divididos em grupos que tomaram e não tomaram hidroxicloroquina, que não tiverem diferença quanto à evolução da covid-19, embora parte tenha enfrentado efeitos adversos do fármaco. Situação semelhante se repetiu em uma pesquisa com 90 pacientes.

Investimentos

O parecer também ressalta a necessidade de investimento em pesquisas que procuram outras possibilidades terapêuticas e que, até o momento, o isolamento social é a melhor forma de conter a disseminação da doença. "Dados colhidos em vários países do mundo mostram que esta é a única medida efetiva para desacelerar as curvas de crescimento dessa infecção."

"A avaliação de possíveis novas terapias, assim como o reposicionamento de fármacos, têm sido alvo de intensa investigação científica, sendo uma das principais prioridades da comunidade científica mundial. Entretanto, deve ser ressaltado que até o momento não foi descrita nenhuma terapia efetiva para o tratamento da covid-19 que tenha bases sólidas com resultados cientificamente comprovados."

A entidade ainda cita o recente editorial da revista médica Lancet, que diz que o presidente Jair Bolsonaro é a principal ameaça ao combate à pandemia do novo coronavírus no Brasil. "Reforçamos que o engajamento da sociedade brasileira é fundamental para superar a grande crise sanitária que estamos vivendo e que a condução para as soluções devem ser fundamentadas em bases científicas multidisciplinares sólidas, como uma política de Estado."

O parecer científico é assinado pelos 17 integrantes do comitê científico e pelos cinco diretores da SBI, presidida pelo cientista Ricardo Gazzinelli, pesquisador da Fiocruz e professor da UFMG.

Os medicamentos, usados originalmente contra malária e lúpus, foram aplicados no começo da pandemia em alguns poucos pacientes na China com resultado promissor, foram defendidos por um controverso cientista francês e pelos presidentes Donald Trump (que mudou de posicionamento posteriormente) e Jair Bolsonaro.

Fonte: Estadão Conteúdo

Novo decreto autoriza apreensões e multas em barreira entre Timon e Teresina

Foto: RobertaAline/Cidadeverde.com

O prefeito de Teresina, Firmino Filho, baixou decreto endurecendo a fiscalização nas barreiras sanitárias montadas nas pontes que ligam Teresina ao município de Timon (MA). O documento prevê punições para quem desrespeitar o decreto, como pagamento de multas e apreensão de veículos. Essa é mais uma medida para tentar diminuir a disseminação do novo coronavírus na capital.

Os motorista deverão ficar atentos a documentação necessária para passar nas barreiras. Pelo novo decreto, todas as pessoas que pretendam ingressar no município de Teresina, a partir de agora, deverão apresentar, perante as autoridades de fiscalização presentes nas barreiras sanitárias, documentos de identificação pessoal, documento de habilitação do condutor e comprovante de endereço residencial, assim como documentos referentes ao veículo, como Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo.

Os profissionais que trabalham em Teresina  deverão ter a comprovação da necessidade de trafegar entre os dois municípios, seja por motivos de saúde, trabalho, ou qualquer outro. Está permitido o tráfego para servidores e empregados públicos, trabalhadores de empresas privadas, funcionários que atuem em serviços essenciais que morem no Maranhão e trabalhem em Teresina. Alguns casos de atendimentos de saúde também serão permitidos, além de outros casos especificados no decreto.

Cadastro

As pessoas que se enquadrem nos critérios do decreto e que necessitem de acesso frequente ao município de Teresina, poderão se cadastrar em site público (http://barreiracovid19.fms.pmt.pi.gov.br) para obter documento digital comprobatório a ser apresentado sempre que passar  no controle das barreiras. Em relação ao deslocamento de pessoas com sintomas relativos à Covid-19, os pacientes deverão ser orientados a procurar atendimento no sistema de saúde do Estado do Maranhão, a fim de serem inseridos na Regulação do Sistema Único de Saúde, no município de Teresina.

Os veículos flagrados trafegando em Teresina, em desacordo com o estabelecido no decreto, estarão sujeitos a multa no valor de R$ 195,23, por cada passageiro transportado. Além disso, está autorizada a apreensão de qualquer veículo ou meio de transporte, inclusive fluvial, que esteja transportando passageiros em desacordo com o decreto. O veículo ou meio de transporte apreendido será conduzido ao local adequado e ficará sob a tutela dos órgãos do poder municipal.

As barreiras sanitárias serão coordenadas e orientadas pela Fundação Municipal de Saúde – FMS, Vigilância Sanitária, Guarda Civil Municipal – GCM, Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito – STRANS e/ou Polícia Militar do Piauí – PMPI. As barreiras sanitárias já estão montadas nas proximidades das três pontes que ligam Teresina a Timon desde o mês passado. A prefeitura afirma que wlaa são necessárias para controlar a entrada de pessoas em Teresina e monitorar o estado de saúde delas. Desde o início, está sendo medida a temperatura de quem trafega entre as duas cidades. Timon tem hoje, segundo o último boletim divulgado pela Prefeitura do município, 95 casos confirmados, 272 casos suspeitos e dois óbitos.

Lotação

A prefeitura afirma que a vinda de pacientes com covid-19 do Maranhão pode levar a sobrecarga do sistema de saúde de Teresina. Dados do Censo Hospitalar apontam que a quantidade de leitos das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) começam a ficar reduzidos. Os 165 leitos de UTI destinados exclusivamente para os pacientes com sintomas de Covid-19, 110 já estavam ocupados, um percentual de 66,67% do total. O percentual de ocupação dos leitos de UTI geral também já está em 71,13%, quando 202 dos 284 leitos já estão ocupados com pacientes.

Lídia Brito
Com infomrações da Prefeitura

Secretário afirma que UTI do Hospital da Polícia Militar aguarda respiradores

Foto: Arquivo/CidadeVerde.com

O secretário de Saúde, Florentino Neto, afirma que o Governo do Estado espera a entrega de respirados para que a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Polícia Militar comece a funcionar. O Ministério Público do estado, por meio do promotor Eny Pontes, cobra o funcionamento diante da demanda de crescimento dos casos de covid-19 no estado. 

Florentino não precisou a quantidade de respiradores que são aguardados, mas afirma que os equipamentos devem chegar da China e da Turquia. 

“Temos compras internas da China e Turquia que esperamos receber. É claro que a partir do momento que os respiradores chegarem, vamos ampliar nossa capacidade no Hospital Natan Portela, no Hospital Getúlio Vargas, nas salas de estabilização nos hospitais estaduais locais e pelos hospitais regionais.  E vamos instalar definitivamente a UTI  do Hospital da Polícia Militar. Já reformamos, colocamos equipamentos e faltam apenas os respirados. Quando chegarem esses respiradores, a UTI passa a funcionar pois já existe até a equipe  selecionada para trabalhar”, afirmou. 

Segundo o secretário, durante a pandemia, o Piauí conseguiu montar mais 191 leitos com respiradores. “Já conseguimos montar 191 leitos com respiradores. Nenhum desses leitos  existia. É um esforço muito grande. Além destes, conseguimos mais 89 leitos da rede privada que somam 280 leitos de terapia intensiva e de salas de estabilização, leitos que anteriormente não estavam ativos. Esse esforço empreendido de fevereiro até agora é continuado. Temos um planejamento e data para colocar outros leitos de terapia intensiva.  Não temos governabilidade sobre tudo. Tenho vindo aos meios de comunicação falar das dificuldades que enfrentamos”, explica. 

O Governo do Estado também aguarda o envio de 80 respiradores que foram retidos pelo Ministério da Saúde. A liberação do equipamento foi determinada pelo  juiz Márcio Braga Magalhães, da 2ª Vara da Justiça Federal no Piauí. 

Segunda parcela do auxílio de R$ 600 começa a ser paga nesta segunda

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

 

A Caixa Econômica Federal começa a pagar nesta segunda-feira (18) a segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600.

O dinheiro será liberado para beneficiários do Bolsa Família cujo final do NIS (Número de Inscrição Social) seja 1. Ao todo, 1,9 milhão terá os valores hoje.

Os pagamentos seguirão até o dia 29 deste mês para quem faz parte do programa do governo federal.

Já os trabalhadores informais que se inscreveram por meio do aplicativo Caixa | Auxílio Emergencial ou pelo site auxilio.caixa.gov.br e os inscritos no CadÚnico que tiveram a primeira parcela do benefício liberada até 30 de abril recebem os valores a partir do dia 20 de maio, quando a grana começa a ser depositada nas contas.

Os saques em dinheiro para esses cidadãos só serão possíveis a partir do dia 30. O valor será liberado conforme o mês de nascimento do beneficiário.

A cada dia, será pago um mês diferente. O calendário começa com nascidos em janeiro e termina no dia 13 de junho, com o pagamento de quem faz aniversário em dezembro.

Segunda parcela Nesta terça (19), será feita ainda a liberação da grana para um novo lote de beneficiários inscritos para receber a primeira parcela. Ao todo, são 8,3 milhões.

Boa parte destes trabalhadores se inscreveu nos primeiros dias, mas teve que passar por uma reanálise de dados por parte da Dataprev (empresa de tecnologia do governo federal)

O calendário de liberação destes valores também será por mês de aniversário do cidadão. Começa nesta segunda, para nascidos em janeiro, e vai até 29 de maio, para quem faz aniversário no mês de dezembro.

De acordo com a Caixa, até agora, 50,4 milhões de pessoas receberam o auxílio emergencial, liberado pelo Congresso para compor a renda de famílias carentes na pandemia do coronavírus.

Aprovado em 30 de março no Senado Federal, após passar pela Câmara, o auxílio emergencial só foi oficialmente lançado pelo governo em 7 de abril, quando começaram as inscrições.

Para receber, o trabalhador deve ter mais de 18 anos, não ter renda formal e fazer parte de família com renda, por pessoa, de R$ 522,50 ou renda total de R$ 3.135.

CRISTIANE GERCINA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) 

 

Wilson Braga, ex-governador da Paraíba, morre vítima da Covid-19

Foto: David Ribeiro/Câmara dos Deputados

Wilson e a esposa Lúcia Braga, que também faleceu de Covid-19

Aos 88 anos, o ex-governador da Paraíba Wilson Braga morreu na noite de domingo (17) vítima da Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus.

De família tradicional na política paraibana, ele estava internado desde o dia 1º de maio no hospital Nossa Senhora das Neves, em João Pessoa.

A mulher dele, a ex-deputada federal Lúcia Braga, morreu no dia 8 de maio, também vítima da Covid-19. Ambos chegaram no mesmo dia ao hospital, mas Lúcia, em estado mais grave, foi direto para a UTI (Unidade de Tratamento Intensivo). O ex-governador foi levado ao tratamento intensivo um dia depois do falecimento da esposa.

Advogado e empresário, Braga foi vereador, prefeito de João Pessoa, deputado estadual e federal por vários mandatos desde a década de 1960 e governador da Paraíba (1983-86). Passou por vários partidos: Arena, PDS, PFL, PSDB, PSB, PDT e PSD. Na área empresarial, era proprietário de várias emissoras de rádio.

Na tarde de domingo, a Secretaria de Estado da Saúde divulgou que a Paraíba tinha 4.347 casos confirmados de contaminação pelo novo coronavírus, com 194 mortes no estado desde o início da pandemia.

No sábado (16), o governador João Azevêdo assinou decreto prorrogando o isolamento social no estado até o dia 31 de maio. Ele também ampliou as medidas restritivas para todas as cidades paraibanas, mesmo para as que não têm casos confirmados da Covid-19.

Fonte: FOLHAPRESS

 

Festa no apartamento pode pôr em risco a saúde dos vizinhos

Foto: Clauber Cleber Caetano/PR

 

A pandemia do novo coronavírus tornou a vida em condomínio mais restrita. Quando o assunto é festa, fatores como o barulho e a presença de convidados externos podem incomodar os vizinhos e até gerar riscos para a saúde. Segundo o advogado Rodrigo Karpat, o ideal é adiar festas e comemorações para depois da pandemia.

"É um momento crítico, com muita contaminação", justifica. Neste momento, ele recomenda apostar nas alternativas virtuais e, em casa, limitar a interação com quem mora junto. Caso um morador queira tocar violino na sacada, por exemplo, a mesma ação que relaxaria algumas pessoas, poderia prejudicar outras. Além disso, iniciativas do tipo precisam da autorização do síndico para acontecer.

"É necessário ter ponderação e se colocar no lugar do outro. No interior de outras unidades pode ter gente doente, se recuperando, em luto, etc", diz o advogado Alexandre Berthe. Decretos estaduais e municipais impedem aglomerações por causa da pandemia. Devido o excesso de pessoas circulando no prédio, Karpat destaca que uma festa com convidados externos pode colocar a saúde de vizinhos e funcionários do condomínio em risco.

O síndico não pode interferir dentro da unidade e nem proibir que as pessoas entrem. Porém, ele deve zelar pelo interesse coletivo. Assim, caso um morador perturbe o sossego e coloque os outros em risco, o síndico deve aplicar advertência e, se for o caso, multa. Síndicos e vizinhos também podem chamar a polícia e, se necessário, entrar com ação na Justiça.

Desde que a pandemia começou, o síndico Reginaldo Queiroz, 48 anos, tem acompanhado as recomendações das autoridades de saúde para implementá-las em um condomínio da Chácara Klabin (zona sul).

No prédio, é necessário utilizar máscaras e as áreas comuns estão fechadas. Além disso, ele orientou os moradores a evitarem receber visitas neste período. "O pessoal aceitou muito bem e até agora não tivemos nenhum problema."

Queiroz também é dono da administradora Illuminati. A empresa teve contato com um caso de uma festa, com som alto até a madrugada e vários morados na mesma unidade, em um condomínio na zona leste. Houve muita reclamação e "isso gerou um desconforto bem grande". A situação resultou em multa.

LARISSA TEIXEIRA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

 

Cresce o número de casos de estresse e ansiedade durante a pandemia

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde

Com o avanço da pandemia do novo coronavírus, medidas têm sido adotadas mundialmente para reforçar o isolamento social, afim de conter a contaminação da doença em larga escala. Contudo, tais medidas podem afetar a saúde mental das pessoas que estão em casa. Um estudo realizado pela Universidade do Estado do Rio (Uerj) publicado online pela revista científica The Lancet, revela que casos de ansiedade e estresse mais do que dobraram durante a pandemia, enquanto os de depressão tiveram aumento de 90%.

A psicóloga, Denise Rocha, informa que o isolamento social além de prejudicar diretamente a economia, comércio e, principalmente, pequenos e médios negócios, também afeta diretamente a saúde mental.

"Essa situação somada a todo o estresse ao qual estamos submetidos nesse período, está sem dúvidas nos trazendo enormes prejuízos, como o aumento dos níveis de ansiedade, pois o excesso de informações fornecidas pela mídia aumenta a insegurança, o medo, a dúvida, e pode até provocar reações mais intensas como o pavor e o pânico. Essas sensações contribuem para o aumento da incidência de quadros depressivos e outros transtornos mentais", afirma.

O Brasil é o país campeão em casos de ansiedade. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que cerca de 9,3% da população já sofria com o problema antes da pandemia, sendo as mulheres as mais afetadas. Os sintomas psicológicos mais comuns são apreensão, medo, angústia, inquietação, insônia, dificuldade de concentração, incapacidade de relaxar, sensação de estar no limite, preocupação excessiva com o futuro, pensamentos catastróficos, entre outros.

Denise Rocha explica ainda a importância do acompanhamento profissional, em casos necessários, para a proteção da saúde mental.

"As pessoas que já estavam em acompanhamento psicológico e psiquiátrico devem continuar seus tratamentos, além das que começarem a apresentar algum sintoma durante esse período, principalmente, para evitar a deterioração do equilíbrio psicológico, surtos psicóticos, dependência do álcool e até suicídio, nos casos mais graves. Qualquer pessoa que se sinta ameaçada, desamparada ou angustiada, deve buscar ajuda profissional. Não deixem para depois, se cuidem", finaliza a especialista.

 

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OMS: reabertura rápida demais traz riscos e pode prejudicar recuperação econômica

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, reforçou nesta segunda-feira, 18, que uma retomada "rápida demais" das atividades produtivas, após o período de isolamento social, traz risco de prejudicar a própria recuperação econômica.

Em discurso na 73ª Assembleia Geral da Saúde, evento que elege a próxima comissão diretora da entidade, Tedros, além de destacar seu trabalho à frente da OMS no combate à pandemia, insistiu que deve haver cautela na reabertura das economias para evitar uma segunda onda de covid-19. "Convoco todas as nações do mundo a fazerem o que for possível para que essa epidemia não volte no futuro", clamou no evento, que neste ano acontece, pela primeira vez, de forma virtual.

Tedros destacou que a OMS tem atuado com transparência durante a pandemia e informado a população diariamente sobre o avanço da doença. Ainda que não tenha citado nominalmente os Estados Unidos, a fala soa como uma resposta ao presidente americano, Donald Trump, que vem criticando a entidade por supostamente esconder o novo coronavírus por algum tempo para preservar a China.

O diretor-geral também fez um apelo para que investimentos em saúde sejam ampliados em todos os países, de forma que o mundo esteja preparado para eventuais próximas pandemias. A Assembleia Geral da Saúde começa nesta segunda e termina na terça-feira, dia 19.

Por Eduardo Gayer
Estadão Conteúdo

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