O deputado estadual Fábio Novo (PT) voltou a cobrar da presidente Dilma Rousseff (PT) a nomeação de um piauiense em cargo federal no seu governo. No Jornal do Piauí desta terça-feira (12), o parlamentar reafirmou as críticas feitas em uma rede social após a saída do piauiense Nelson Antônio de Souza da presidência do Banco do Nordeste.
Fotos: Wilson Filho/Cidade Verde
Fábio Novo explicou que o Piauí perdeu a indicação para o Ceará para acomodar a base aliada. "O PT tem que repensar o limite das suas alianças. Não dá para tirar alguém que está dando certo (...) Tem que ter coalisão, mas tem que se ter um limite", declarou.
"O PT não pode se sujeitar a chantagem", acrescentou Fábio Novo. Questionado se a chantagem era do PMDB, o petista respondeu que sim. "Esse tipo de aliança não é boa para o país", emendou.
Novo elogiou a gestão de Nelson, que teria assumido um banco que dava prejuízo e vivia nas páginas policiais, segundo o parlamentar. "Antes de ser petista eu sou piauiense. Acho que todo piauiense que se preze tem que ter um sentimento de bairrismo por seu estado", defendeu. "Nós temos que parar com esse sentimento de compensação. O Piauí não precisa ser compensado. Ele precisa ser contemplado. (...) Senhora presidente, nós lhe demos um milhão de votos de maioria. Nós temos técnicos bons para assumir em Brasília qualquer cargo".
Salários
Durante a entrevista, o deputado defendeu o diálogo ao se discutir a situação financeira do Piauí. O governo pretende renegociar reajustes salariais para não ultrapassar o limite imposto pela lei de responsabilidade fiscal. "É preciso conversar, dialogar com as categorias e obviamente ter serenidade. O ano de 2015 é um ano difícil. É difícil porque nós recebemos um passivo muito grande que ficou do governo anterior", disse o petista, apontando que projetos foram aprovados "jogando para a plateia", sem que os cofres públicos tivessem condição de bancar todas as despesas.
Previdência do Piauí
Fábio Novo defendeu o projeto do governo que faz mudanças na previdência do estado. "Eu acabei de chegar da Europa e voltei mais convencido ainda de que devemos botar o dedo na ferida de uma coisa que ninguém quer falar: previdência". O deputado afirmou que o problema fez a Europa quebrar e é preciso tomar providências para que no Brasil não ocorra o mesmo.
"Acho que o PT inclusive errou agora e a sociedade, de forma preconceituosa, apelidou mal a PEC da Bengala. Essa PEC é fundamental para a reestruturação da Previdência nesse país e deve ser estendida para outras categorias", disse Novo sobre o aumento do tempo para aposentadoria compulsória de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
O deputado lembrou que o brasileiro hoje tem uma qualidade de vida maior, o que faz o número de aposentados crescer. Segundo Fábio Novo, hoje são 55 mil servidores estaduais na ativa e outros 45 mil inativos. Em cinco anos, o número de aposentados será maior. "Nós estamos vivendo uma nova realidade. O Brasil inteiro tem que despertar para ver".
Fábio Lima
[email protected]
