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Coronavírus supera câncer e enfarte; por dia, já é a 1ª causa de mortes no País

Foto: MARCELO CHELLO/CJPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

 

Com a marca de 1,1 mil mortes nesta terça-feira, 19, a pandemia do novo coronavírus se tornou a principal causa de mortes por dia no Brasil. A covid-19 superou a média de óbitos diários por câncer, que no ano passado matou mais de 230 mil pessoas no País, e por doenças isquêmicas do coração, grupo que inclui o enfarte e mata mais de 100 mil brasileiros por ano.

Os números do Ministério da Saúde mostram que, em média, as doenças do aparelho circulatório causaram 987 mortes por dia no ano passado. Esse grupo de doenças inclui desde Acidentes Cerebrais Vasculares (AVCs) até enfartes, uma das maiores causas para mortes no País, com mais de 94 mil vítimas por ano - ou 258 pessoas por dia.

Já o câncer matou em média 613 pessoas por dia no ano passado. As mortes diárias por coronavírus superaram esse patamar há 12 dias, quando os óbitos pela pandemia ultrapassaram a barreira dos 700 em um só dia, de acordo com os números divulgados pelo Ministério da Saúde.

O resultado chamou atenção do coordenador do centro de contingência para a covid-19 no Estado de São Paulo, Dimas Tadeus Covas, que comentou os números nesta quarta, 20, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.

"Mil mortes por dia é a maior causa, neste momento, de mortalidade no Brasil. Superou doenças cardíacas, superou câncer", disse Dimas. Ele ressaltou o ritmo acelerado das infecções por coronavírus no País. "O Brasil passou a Grã Bretanha para o terceiro lugar (em número de casos) e os dados de hoje já mostram que ele tem 21 mil casos a mais do que a Grã Bretanha."

Como mostrou o Estadão, o País já responde por um em cada sete novos casos de coronavírus no mundo. Isso ocorre quase três meses após a notificação do primeiro caso confirmado no Brasil. Até a noite de terça, eram 17.971 mortes confirmadas por covid-19.

No centro de contingência paulista, a principal medida contra o avanço da epidemia tem sido reforçar a necessidade de manter a população em casa. Após a cidade de São Paulo antecipar dois feriados municipais para esta semana, o governador de João Doria (PSDB) espera aprovar a mudança do feriado de 9 de Julho para a próxima segunda-feira, 25, em um esforço para diminuir a circulação de pessoas no Estado. A Assembleia Legislativa deve votar a proposta nesta quinta, 21.

Por Tulio Kruse
Estadão Conteúdo

Empresa de robótica montará leitos de UTI para testar respirador e servir de apoio


A empresa de robótica aplicada Tron, que iniciará a fabricação de respiradores em baixo custo na próxima segunda-feira (25), também irá montar 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para testar 24 horas o equipamento, além de servir como apoio ao sistema de saúde caso o seu uso seja necessário para tratar pacientes com Covid-19. 

"Nós estamos montando 10 leitos. Esses leitos vão servir para os respiradores ficarem sendo testados, mas, no caso emergencial, nós vamos preparar esses 10 leitos para que possam ser utilizados como uma espécie de apoio. A nossa premissa é poder usar em um momento emergencial se for preciso. Estamos trabalhando  o mais próximo da realidade possível", conta o sócio-fundador da Tron, Gildário Lima. 

Na sexta-feira (22),  a equipe terá uma reunião com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para demonstrar o uso e a eficácia do respirador. "Nós vamos começar a fabricar esses aparelhos na segunda-feira. Então, a partir de segunda-feira já tem um processo de fabricação. Se a Anvisa aprovar na sexta-feira que vem a gente já deve ter de 70 a 100 aparelhos fabricados,  e vamos continuar no ritmo. A nossa meta é em 40 dias após iniciar o processo de fabricação chegue na entrega dos 300 protótipos". 

Gildário Lima demonstrou ao vivo no Jornal do Piauí como funciona o respirador alternativo e de menor custo que será fabricado para ajudar a abastecer o sistema de saúde devido a pandemia do novo coronavírus. O equipamento ficou conhecido como airtron. Veja vídeo acima. 

Gildário Lima conta que foram feitos sete modelos e, a cada modelo, a equipe buscava os componentes mais disponíveis para a venda no Brasil. "Quando achava um componente mais difícil, a gente buscava uma alternativa mais barata e mais simples. Vou dar um exemplo: os respiradores usam válvulas, são válvulas eletromecânicas que têm aliação de abrir e fechar. O airtron foi inspirado em válvulas de máquina de lavar porque existem uma quantidade abundante no mercado, logicamente com toda responsabilidade e testes".  

O airtron também possui sensores de gás, fluxo e pressão, "necessários para que a automação dentro do processo de respiração possa funcionar bem e que em nenhum momento o paciente possa ter uma parada, ou algo do tipo". Os governos começaram uma corrida contra  o tempo para adquirir respiradores para auxiliar na recuperação emergencial de pacientes com Covid-19, que sofrem, em muitos casos, com a falta de ar. 

No momento, a ideia é abastecer o sistema de saúde com pelo menos 300 equipamentos. A criação do respirador contou com a participação de uma série de profissionais da saúde, pesquisadores da  Universidade Federal do Delta do Parnaíba e da Universidade Federal do Piauí. 

"Hoje, com o que nós temos de estoque, temos a capacidade de produzir de 300 a 350. Porém, se tivermos parcerias, investimentos, e que outras empresas queiram nos apoiar é possível construir milhares desses equipamentos". 

Sobre o custo de fabricação, Gildário relatou que ele "não é bem definido porque se tem dois momentos em uma tecnologia como essa: tem um momento de estabilização, que geralmente o custo é maior porque você ainda está investindo em pesquisa e o cenário está mudando muito - algo que você comprova por 'x' no tempo normal agora você compra por '2x', mas, de qualquer forma, o custo é muito menor". 

"A gente acredita que o nosso respirador, hoje,  em condições normais, ele é equiparável a um respirador de R$ 70 mil; e ele deve sair na faixa de R$ 6 a R$ 8 mil em condições normais. O que são conduções não normais? é porque esse respirador que hoje custa R$ 70 mil às vezes chega a custar R$ 150 mil porque tem uma série de dificuldades", 

"Um dos diferenciais do airtron é que ele sempre foi pensando para ser replicável. Então, todos os componentes que fazem parte desse processo são componentes abundantes no Brasil e de fácil acesso. Por exemplo, nós aqui já temos material para construção de pelo menos 300 protótipos".
 


Carlienne Carpaso
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Procon investiga aumento abusivo de preços em supermercado e pede ajuda dos consumidores

O Procon do Ministério Publico do Piauí baixou uma portaria para investigar se os supermercados estão aumentando abusivamente os preços dos produtos durante a pandemia do novo coronavírus. 

"O Procon baixou uma portaria para investigar se os fornecedores estão ou não abusando da prática de preços. É um trabalho que nós queremos contar com a ajuda de todos os consumidores, que no momento que for efetivar a conta, vejam se o aumento está abusivo e denunciem para o canal de atendimento [email protected]", comentou o coordenador do Procon, Nivaldo Ribeiro.

Na terça (19), o Procon divulgou uma tabela com preços  de itens da cesta básica para dar conhecimento aos consumidores dos valores praticados pelas grandes redes de supermercados em Teresina. A data dos valores faz referência ao dia 12 de maio de 2020. " A tabela quer evitar que pesquisas presenciais dos consumidores e prevenir práticas de preços abusivos", confirma o Procon. 

 

Carlienne Carpaso
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Governador anuncia prorrogação do decreto de isolamento social por mais 17 dias

Foto: Reprodução/Youtube

Atualizada às 19h38

O governador Wellington Dias (PT) prorrogou por mais 17 dias, o decreto que estabelece o isolamento social no estado, como forma de combater a disseminação do coronavírus. A decisão tomou como base orientações do Comitê de Operações Emergenciais (COE) e foi anunciada nesta quarta-feira, dia 20, durante uma live nas redes sociais. O decreto de quarentena vence nesta quinta. O novo prazo vai até 7 de junho.

Na mesma transmissão ao vivo, Dias anunciou a elaboração de protocolos para a retomada de atividades, de acordo com as normas de saúde necessárias durante a pandemia. Uma reunião no dia 2 de junho foi marcada para anúncio dessas medidas. 

Outra reunião deverá ocorrer nos próximos dias com gestores municipais, para definição de uma nova estratégia na atenção básica de saúde. 

O governador afirmou que há a expectativa de estabilização do número de casos, com menor demanda hospitalar. Wellington Dias elogiou os esforços de todos os setores e da sociedade para que o coronavírus não avance de forma rápida e sobrecarregue o sistema de saúde. 

"Nós chegamos até aqui juntos. É como diz o ditado: nadamos, nadamos e não queremos morrer na praia. Queremos garantir que o Piauí tenha uma condição segura e responsável, e possamos enfrentar e vencer o coronavírus com menos perdas", declarou. 

Decisão pelo adiamento
O governador levou em consideração os índices de isolamento que, em média, giram em torno de 50% no Piauí, além da taxa ainda alta de transmissão do vírus e a demanda por leitos de UTI, que já se aproxima do esgotamento.

Segundo dados da prefeitura de Teresina, a ocupação dos leitos de UTI já chega a 64% na capital, entre públicos e privados. Nesta quarta, a Secretaria de Saúde informou que, durante a pandemia do coronavírus, o sistema de saúde do Piauí já atendeu mais de  80 pacientes de estados como Maranhão, Pará, Ceará, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal. Até o momento, o Piauí identificou 86 casos positivos de Covid-19 em pacientes oriundos de outros estados. 

Desde ontem e hoje, o governador mantém reuniões com a classe médica, cientistas, empresários, deputados e o Ministério Público para discutir as novas medidas. A previsão é que no final do mês e início de junho, o número de casos da covid-19 comece a se estabilizar no Piauí.

Volta das atividades
Sobre a retomada das atividades econômicas, Wellington Dias vai criar um comitê formado por gestores das secretarias de Planejamento e Desenvolvimento Econômico para fechar um plano de retorno gradual das atividades econômicas.

O governador afirmou que quer contar com a participação de empresários, Ministério Público, Defensoria Pública e outros órgãos que possam contribuir na elaboração dos protocolos. A intenção é anunciar no dia 2 de junho o pacote de medidas e quais setores vão ser abertos primeiro. 

Yala Sena e Fábio Lima
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Senadora Mara Gabrilli está com a Covid-19

Foto: Roque de Sá/Agência Senado

 

A senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) anunciou que foi contaminada pelo novo coronavírus. Ela recebeu o teste positivo durante a manhã de terça-feira (19) e relatou ter sido infectada mesmo estando em casa desde o início da pandemia. A senadora, que é tetraplégica, foi contaminada por uma das cuidadoras, que perdeu a mãe para a Covid-19.

Ela chamou a atenção para a situação de outras milhares de pessoas que precisam de cuidadores para realizar as atividades diárias.

"É preciso alertar para o fato de que eu, uma senadora da República, com todos os cuidados tomados, não consegui ficar imune à doença. Imaginem quantos brasileiros, espalhados por todo o Brasil, não estão passando pela mesma situação", disse.

Gabrilli pediu o apoio dos demais senadores a propostas que apresentou para um pacote emergencial destinado a pessoas com deficiência e em situação de vulnerabilidade.

"Que meu caso sirva para dar luz à necessidade urgente de um plano emergencial às pessoas com deficiência nessa pandemia", afirmou.

A senadora disse que está fazendo repouso e em isolamento domiciliar.

Fonte: FOLHAPRESS

 

Data do Enem deve estar ligada a calendário pós-isolamento, diz ex-diretora do Inep

A professora Maria Inês Fini, ex-diretora do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) criticou a manutenção do calendário do Enem durante o período de isolamento social e suspensão das aulas presenciais nas escolas. Para ela, a data deve ser dialogada após a queda da curva epidemiológica do novo coronavírus no Brasil.

Em entrevista ao Jornal do Piauí nesta quarta-feira (20), Fini citou a aprovação, feita pelo Senado Federal, da suspensão da data do Enem marcada para os dias 1º e 8 de novembro, e a versão digital para 22 e 29 de novembro. 

A professora defende que a data seja agendada após as escolas brasileiras visualizarem o retorno presencial e reprogramarem seus calendários letivos. “O calendário do Enem, tal como foi hoje o parecer do Senado Federal, ele deverá estar submetido à volta às aulas e se colocar após o término do ano letivo”, explicou Maria Inês.

De acordo com a professora, a manutenção das datas do Enem ainda em período de pandemia não correspondia ao cenário de paralisação das atividades não só nas escolas como nas universidades

“Pouquíssimos jovens estão tendo acesso, por meio desse sistema remoto, a uma informação qualificada, aquela que prepara para o exame (Enem). Daí a nossa preocupação em se colocar uma data, começar inscrição , uma vez que as escolas estão paradas”, comentou Maria Inês. “Para que fazer um exame, preparar para que se a universidade também está parada”, completou.

Fini pontuou que as universidades não possuem  “bola de cristal” para definir o fim do período letivo de 2020 e que por isso não sabem sequer quando iniciarão o período de 2021, ano letivo que admitirá os estudantes que tiverem bom desempenho no Enem deste ano.

A professora avalia ainda que não deveria ser prioridade estipular novos prazos para o exame após a suspensão aprovada pelo Senado. “Nesse cenário maior, acho que a menor preocupação do governo deveria ser estabelecer um sistema que é altamente competitivo  e que é altamente injusto para a maioria dos jovens brasileiros”, afirmou Maria Inês que ainda pontuou que o Enem sem as aulas presenciais é “uma covardia” para os estudantes com menor poder aquisitivo. 

Maria Inês reconhece que o adiamento é prejudicial principalmente para os jovens que não foram aprovados pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificado) em 2020 mas reforçou que a manutenção das datas iria ser prejudicial para a maioria dos jovens que não estão tendo acesso à escola e não têm as condições necessárias para se preparar para o exame durante o isolamento. 

Valmir Macêdo
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Flamengo descumpre ordem do prefeito e treina em campo do CT do Ninho do Urubu

Apesar do prefeito do Rio, Marcelo Crivella, ter liberado na terça-feira a volta apenas para fisioterapia dos jogadores dos clubes de futebol da cidade, os jogadores do Flamengo treinaram nesta manhã de quarta-feira no gramado do Ninho do Urubu.

Com imagens do site globoesporte.com, é possível ver 19 jogadores do elenco rubro-negro se exercitando em dois campos do CT, auxiliados por nove membros da comissão técnica.

Os jogadores foram submetidos a testes da covid-19 na segunda-feira, quando dois atletas deram positivo pela segunda vez. Na terça, o elenco voltou após o isolamento, mesmo dia que o presidente do clube, Rodolfo Landim, o médico Márcio Tannure e o diretor de marketing do clube, Alexsander Santos, se reuniram em Brasília com o presidente da República, Jair Bolsonaro.

Além do Flamengo, apenas os times de Minas Gerais e Rio Grande do Sul estão de volta aos treinos, mas com autorização governamental. Grêmio e Internacional foram autorizados pelo governador Eduardo Leite no dia 11 para trabalhos individuais. Já o Atlético treinou na terça, enquanto o Cruzeiro volta na quinta.

Fonte: Estadão Conteúdo

Renúncias, desafios e gratidão de médicos recém-formados no Piauí

Foto: arquivo pessoal

Por Graciane Sousa
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A pandemia do novo coronavírus surpreendeu o mundo em março, transformando rotinas, pessoas e vidas como a de estudantes de Medicina no Piauí que se tornaram médicos em meio à crise causada pela Covid-19. No estado, dezenas de universitários de instituições públicas e privadas tiveram as formaturas antecipadas para se unirem na guerra invísível contra o vírus que já matou mais de 315 mil pessoas em todo o mundo. 

Aniceto Lopes é um dos médicos recém-formados pela Universidade Estadual do Piauí (Uespi) e teve a formatura antecipada no ínicio da pandemia no Brasil.

"O isolamento social tinha sido implantado há menos de sete dias. Foi um turbilhão de informações conflitantes ao mesmo tempo. Mas nessa história toda, o mais complicado sempre foi lidar com a incerteza de como tudo ia se desenrolar no nosso país e no nosso estado. O meu sentimento nunca foi propriamente de medo, mas de insegurança e angústia, por estar lidando com algo novo. De toda forma, posso garantir que a opção de não trabalhar pra não me expor, nunca passou pela minha cabeça", disse o médico. 

Foto: arquivo pessoal

Médico Aniceto Lopes em um dos plantões no Posto de Saúde da Família em Miguel Alves, no interior do Piauí

Ao Cidadeverde.com, Aniceto Lopes relata que, assim como era na rotina acadêmica, renúncias fazem parte do dia a dia de um médico. Para se ter uma ideia, das 24 horas de um dia, ele chegar a trabalhar até 14 horas, dependendo dos plantões, se revezando no atendimento em um Posto de Saúde da Família na cidade de Miguel Alves, no interior do Piauí, e como médico plantonista de urgência em hospitais das redes privada e pública.

O jovem médico conta que, felizmente, não vivenciou a morte de nenhum paciente em decorrência da Covid-19 e questionado sobre salvar vidas, ele diz: 

"Quanto a salvar alguém, isso nunca deve ser atribuído a um único profissional. Mas sim, a toda a equipe multiprofissional que atende esses pacientes e que dá o seu melhor na busca de um desfecho positivo", disse Aniceto Lopes. 

Ele conta que cursar Medicina era um sonho desde a infância e que, apesar dos riscos à propria saúde potencializados devido à pandemia, o sentimento é de gratidão. 

"Gratidão por exercer a profissão que escolhi pra minha vida em um momento tão nobre e ser parte ativa no enfrentamento à maior crise de saúde pública. Além disso, guardo junto a todos os medos e inseguranças, o sentimento de esperança de que dias melhores estão por vir e a confiança de que no tempo mais breve possível poderemos voltar a nossa rotina normal", disse o médico. 

Foto: arquivo pessoal

Vinícius Peixoto, 23 anos, teve a conclusão do curso antecipada em quatro meses, se formou no início de maio e, uma semana depois, já estava em seu primeiro plantão como médico em um hospital municipal no interior do Maranhão. Ele é formado pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar), instituição criada a partir do desmembramento da Universidade Federal do Piauí (UFPI), em Parnaíba. 

O jovem médico também compartilha do amor pela Medicina e diz que "não se veria em outro lugar que não fosse na linha de frente".

"É a realização de um sonho, apesar de toda a pandemia. Tem sido uma realização atender e até carimbar, sempre me preparando para o pior para tentar fazer o melhor para todo mundo que eu atenda. Tem sido muito prazeroso, apesar da aflição, preocupação, pelos riscos que corremos, mas faz parte, é inerente á profissão", disse Peixoto.

Ele diz ainda que, independente da situação de pandemia, o médico tem que ter empatia e fomentar o cuidado pelo próximo. 

"Médico, independente de qualquer tempo, qualquer hora, com ou sem pandemia, a Medicina é baseada em evidências. Não podemos ficar em achismos, remédios milagrosos. É o ser humano que está em jogo, tanto você próprio como a pessoa que está do outro lado. Às vezes não tem indicação remédio, internação ou outro procedimento, tem apenas um outro ser humano na sua frente que busca um cuidado, atenção ou simplesmente uma informação", disse o médico. 

Foto: arquivo pessoal

Vinícius Peixoto optou por exercer a Medicina no Maranhão e, entre as renúncias que fez pela profissão, abdicou de morar com a mãe.

"Foi uma decisão muito difícil sair do conforto da sua casa, do contato com sua mãe e se isolar por completo é muito difícil", desabafa. 

Logo no primeiro plantão, Vinícius Peixoto  se deparou com vários casos de pacientes com síndromes gripais e até mesmo confirmados da Covid-19 e reforça que o momento é de pensar na coletividade. 

"Quer você acredite ou não, a pandemia é uma realidade. Nesse momento, o mais importante do que pensar em si é ter um olhar para a coletividade. Que todas as pessoas que não acreditam, que falam na recuperação econômica, de pessoas passando fome, olhem para essa pandemia também pela coletividade , pela questão de saúde. Não usem máscaras porque vocês acreditam, mas porque as outras pessoas acreditam, porque as outras pessoas vão estar em risco por você ,simplesmente, não usar uma máscara que não vai fazer nenhum mal", disse Peixoto.

Foto: arquivo pessoal

O jovem médico também faz um apelo para que as pessoas evitem aglomeração e reforça que o isolamento social é a medida mais eficaz contra a Coviud-19. 

 

"Por favor, se isolem, evitem agloremação. Essa é a medida mais eficaz e que pode ajudar nesse combate. Infelizmente, hoje, a gente não conta com nenhum tratamento que possa mudar a história da doenças. Do isolamento, a gente tem dados firmes que isso ajuda. Basta comparar no mundo quem está bem: Alemanha, Córeia do Sul, países que desde o começo encararam a quarentena precoce, o isolamento horizontal, que fizeram testagem em massa.  Faça sua parte. Sei que é difícil, até mesmo quando não acredita, mas é a realidade.  A gente não chegou nem perto do que eu acredito que vai ser o pico. Enquanto isso, faça seu sacrifício pessoal em prol da socidade, mesmo que não acredite", conclui o jovem médico concluindo que a população, de todos os lugares, só devem procurar o hospital em caso de urgência. 

 

Lula pede desculpas após ter enaltecido a natureza pela criação do monstro do coronavírus

Reprodução/Twitter

O ex-presidente Lula (PT) se desculpou na tarde desta quarta-feira (20) por ter ter dito que o surgimento da pandemia do coronavírus foi positivo para alertar o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a importância de um Estado forte para conter o avanço da crise econômica.

"Usei uma frase totalmente infeliz. E a palavra desculpa foi feita pra gente usar com muita humildade. Se algum dos 200 milhões de brasileiros ficou ofendido, peço desculpas. Sei o sofrimento que causa a pandemia, a dor de ter os parentes enterrados sem poder acompanhar", afirmou.

Um dia antes, em entrevista à Carta Capital, Lula afirmou que "ainda bem" a natureza havia criado "o monstro chamado coronavírus".

"O que eu vejo? Quando eu vejo essas pessoas acharem que tem que vender tudo que é público e que tudo que é público não presta nada... Ainda bem que a natureza, contra a vontade da humanidade, criou esse monstro chamado coronavírus, porque esse monstro está permitindo que os cegos enxerguem, que os cegos comecem a enxergar, que apenas o Estado é capaz de dar solução a determinadas crises."

Na entrevista à revista, Lula ainda criticou os problemas envolvendo o auxílio emergencial de R$ 600. Há relatos de problemas para retirada do benefício. "Eles prometeram e sequer eles cumpriram com a tarefa de dar R$ 600 e as pessoas ficarem em casa e se protegerem do coronavírus."

A conduta de Bolsonaro na pandemia também foi observada pelo ex-presidente. Lula diz que o atual presidente que Bolsonaro está cometendo um genocídio ao "receitar remédio contra toda a comunidade científica". Para o petista, Bolsonaro está cometendo crime de responsabilidade ao "não respeitar a ciência".

 

 

Lula foi solto no início de novembro, após 580 dias preso na Polícia Federal em Curitiba, beneficiado por um novo entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal) segundo o qual a prisão de condenados somente deve ocorrer após o fim de todos os recursos.

O petista, porém, segue enquadrado na Lei da Ficha Limpa, impedido de disputar eleições.

Lula permaneceu preso de 7 abril de 2018 a 08 de novembro de 2019 em uma cela especial da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. O local tinha 15 metros quadrados, com banheiro, e ficava isolado no último andar do prédio. Ele não teve contato com outros presos, que ficavam na carceragem, no primeiro andar.

Lula foi condenado em primeira, segunda e terceira instâncias sob a acusação de aceitar reformas e a propriedade de um tríplex, em Guarujá, como propina paga pela empreiteira OAS em troca de contrato com a Petrobras, o que ele sempre negou.

A pena do ex-presidente foi definida pelo Superior Tribunal de Justiça em 8 anos, 10 meses e 20 dias, mas o caso ainda tem recursos pendentes nessa instância e, depois, pode ser remetido para o STF.

Nessa condenação, Lula já havia atingido em setembro a marca de um sexto de cumprimento da pena imposta pelo STJ. Por isso, mesmo antes da recente decisão do Supremo, ele já reunia condições para deixar o regime fechado de prisão.

Ainda neste ano, porém, o Supremo pode anular todo esse processo do tríplex, sob o argumento de que o juiz responsável pela condenação, o ex-ministro Sergio Moro, não tinha a imparcialidade necessária para julgar o petista. Não há data marcada para que esse pedido da defesa do ex-presidente seja analisado.

Além do caso tríplex, Lula foi condenado em segunda instância a 17 anos e 1 mês de prisão por corrupção e lavagem no caso do sítio de Atibaia (SP).

O ex-presidente ainda é réu em outros processos na Justiça Federal em São Paulo, Curitiba e Brasília. Com exceção de um dos casos, relativo à Odebrecht no Paraná, as demais ações não têm perspectiva de serem sentenciadas em breve.

CAROLINA LINHARES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) 

 

 

Covid-19: Sesapi mapeia pacientes do MA e identifica três cidades do PI com maior presença

O secretário estadual de Saúde, Florentino Neto, confirma que os municípios de Teresina,   Floriano e Parnaíba são os principais destinos dos pacientes do Maranhão que buscam por tratamento contra a Covid-19 no Piauí.  Ele cita que o único paciente em UTI no hospital de Floriano, por exemplo, é maranhense. 

"Estamos em tratativas com o (Governo do) Maranhão para  que a gente possa preservar os leitos do estado do Piauí e garantir esses leitos da forma que estão dimensionados. Nós fizemos uma grande ampliação de leitos de UTI no Piauí, mas toda essa programação está vinculada à população do Piauí. Demonstramos isso para o estado do Maranhão e é com essa demonstração que nós estamos buscando a construção de soluções para esse problema", ressalta o secretário.   

Florentino Neto destaca que a Secretaria Estadual do Maranhão já se pronunciou e vai reforçar os leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na cidade de Chapadinha e implantar novos leitos de UTI na cidade de Tutóia, ambas no Maranhão. "Buscando assim resolver a situação do norte do estado, estimulando que os prefeitos enviem os casos para Chapadinha e para Tutóia assim que estiver a instalação dos leitos", disse.

Em relação a Teresina, Florentino Neto disse ainda que a Secretaria do Estado do Maranhão confirmou a instalação de UTI em hospital de Timon. "Nós estamos com o hospital averiguando o atendimento e o estudo dessa demanda. Nós também solicitamos providencia em relação a Floriano. Ontem nós tínhamos apenas um paciente na UTI de Floriano, e esse era do estado vizinho Maranhão".

Tratamento

O secretário de Saúde Florentino Neto voltou a falar sobre o tratamento da Covid-19. Ele ressalta que a Secretaria Estadual de Saúde adotou um protocolo de atendimento, por meio do Centro de Operação de Emergência, que estabelece a conduta clínica no tratamento da doença. 

"A gente tem percebido uma discussão na classe médica, alguns apóiam o uso da cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina, inclusive de corticoide em determinada fase da Covid-19, mas outros profissionais condenam esse uso. Ainda não existe, no momento, uma pesquisa científica que se estabeleça que esse é o tratamento cientificamente comprovado para a Covid-19". 

O secretário explica que o protocolo diz o seguinte:   "o médico resolvendo prescrever a cloroquina, em ele resolvendo adotar outro protocolo, ele pode adotar, desde que ele, além de prescrever, colha a anuência do paciente".

"O estado do Piauí garantiu esse medicamento em todos os seus hospitais. Não cabe a secretaria condenar o uso ou aprovar um determinado uso, cabe a secretaria dar condição para o médico exercer a sua faculdade técnica de prescrever ou não e do paciente autorizar ou não o uso do medicamento". 

Florentino Neto reforça que o Governo do Piauí apoiará pesquisas científicas para estudar a eficácia do tratamento da Covid-19 por meio dos medicamentos citados. 



Carlienne Carpaso
[email protected] 

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