Cidadeverde.com

Ministério da Saúde muda protocolo e libera cloroquina para todos os pacientes com coronavírus

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

Atualizada às 10h39

Após determinação do presidente Jair Bolsonaro, o Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira (20) um documento que amplia a possibilidade de uso da cloroquina e hidroxicloroquina, medicamentos usados no tratamento da malária, também para pacientes com sinais e sintomas leves do novo coronavírus.

A decisão ocorre sem que haja evidências científicas de eficácia e em meio a alertas de especialistas sobre riscos do uso do medicamento para uso em situações não comprovadas.

Até então, o protocolo adotado pelo Ministério da Saúde previa o uso do medicamento apenas por pacientes graves e críticos e com monitoramento em hospitais.

Já o novo modelo traz "orientações" de uso também para pacientes com quadros leves da Covid-19 e traz dosagens específicas.

O documento prevê a indicação de cloroquina com azitromicina, com dosagens diferentes conforme a sequência do tratamento e o quadro do paciente.

A indicação deve ficar a critério médico e ocorrer após análise de exames.

"Apesar de serem medicações utilizadas em diversos protocolos e de possuírem atividade in vitro demonstrada contra o coronavírus, ainda não há meta-análises de ensaios clínicos multicêntricos, controlados, cegos e randomizados que comprovem o beneficio inequívoco dessas medicações para o tratamento da COVID-19", aponta.

"Assim, fica a critério do médico a prescrição, sendo necessária também a vontade declarada do paciente", completa.
Para isso, o paciente deve assinar um termo de consentimento que afirma que a cloroquina e hidroxicloroquina podem causar efeitos colaterais "como redução dos glóbulos brancos, disfunção do fígado, disfunção cardíaca e arritmias, e alterações visuais por danos na retina".

O termo frisa ainda que "não existe garantia de resultados positivos, e que o medicamento proposto pode inclusive agravar a condição clínica, pois não há estudos demonstrando benefícios clínicos".

A divergência em torno do uso da cloroquina é apontada como o principal motivo da saída do ex-ministro Nelson Teich, que pediu demissão na última sexta-feira (15).

Dias antes, Bolsonaro havia deixado claro que faria a mudança no protocolo, mesmo sem concordância do ministro.
"Votaram em mim para eu decidir e essa questão da cloroquina passa por mim", afirmou em teleconferência com empresários. "Não pode mudar o protocolo agora? Pode mudar e vai mudar", declarou na ocasião.

A possibilidade de mudança no protocolo gerou reação entre entidades da área médica.

Um documento divulgado pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira, Sociedade Brasileira de Infectologia e Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia recomenda a não utilização de hidroxicloroquina, cloroquina e de suas associações com azitromicina na rotina de tratamento da Covid-19.

Médicos que atuam na rede pública também vêm relatando temor de que a mudança aumente a pressão pela indicação do medicamento.

Antes de deixar a pasta, Teich também já havia alertado para a falta de evidências científicas no uso do tratamento. "Cloroquina hoje ainda é uma incerteza. Houve estudos iniciais que sugeriram benefícios, mas existem estudos hoje que falam o contrário", disse no fim de abril.

Uma primeira versão do documento foi apresentada ao presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira pelo ministro da Saúde interino, o general Eduardo Pazuello.

Horas depois, em live transmitida nas redes sociais, Bolsonaro informou que o documento seria divulgado nesta quarta e que o modelo não obrigaria o paciente a ser medicamento com a substância, mas daria a liberdade para que ele use o remédio quando necessário.

"O que é a democracia? Você não quer? Você não faz. Você não é obrigado a tomar cloroquina", disse. "Quem é de direita toma cloroquina. Quem é de esquerda toma Tubaína", ironizou, referindo-se a uma marca de refrigerante.

Segundo o Ministério da Saúde, o documento divulgado nesta quarta segue parecer do Conselho Federal de Medicina.
Ainda em abril, o conselho emitiu uma autorização para que médicos pudessem prescrever o medicamento também para casos leves e uso domiciliar, mediante termo de consentimento do paciente ou familiares.

A autarquia justificou o aval devido à ausência de outros tratamentos disponíveis, embora sem evidência científica.

A medida, no entanto, aumentou a pressão do Planalto por mudanças no protocolo, até então rechaçadas pelo ex-ministro.
Indicada para tratamento de doenças como malária, artrite e lupus, a cloroquina passou a chamar atenção após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar que o medicamento poderia ter resultado positivo para o coronavírus.
Trump disse na segunda-feira (18) que está tomando hidroxicloroquina como prevenção contra o coronavírus. Não há, porém, evidência científica de que o remédio tenha eficácia no tratamento de Covid-19 nem que sirva como barreira contra a infecção pelo vírus.

No fim de abril, o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (Niaid, na sigla em inglês), dos EUA, contraindicou o uso da associação de hidroxicloroquina e azitromicina para tratamento da Covid-19 fora de ensaios clínicos.

Um dos maiores estudos feitos até agora também não encontrou redução de mortalidade por Covid-19 entre pessoas que foram medicadas com hidroxicloroquina. A pesquisa com 1.438 pacientes foi publicada na segunda (11) na revista Jama (Journal of the American Medical Association), um dos principais periódicos médicos do mundo.

Outra grande pesquisa, com 1.376 pacientes de Nova York, publicada no The New England Journal of Medicine, outro respeitado periódico científico, também apontou que não foram encontradas evidências de que o uso da hidroxicloroquina influencia na redução de mortes ou nas intubações.

NATÁLIA CANCIAN
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

 

Oscar pode ser adiado devido à pandemia, diz revista americana

Foto: Pixabay / download gratuito

A cerimônia do Oscar do ano que vem pode ser adiada devido às interrupções em Hollywood provocadas pela pandemia do novo coronavírus, reportou a revista americana Variety nesta terça-feira, 19. A grande noite da indústria cinematográfica está marcada para o dia 28 de fevereiro de 2021. Mas, com os cinemas fechados, os sucessos de bilheteria adiados e as produções interrompidas, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas foi obrigada a fazer mudanças significativas nas regras.

Uma das várias fontes anônimas disse à Variety que é "provável" que a cerimônia seja adiada. Não houve, no entanto, nenhuma proposta formal ou discussão detalhada sobre a mudança ou possíveis novas datas, informou a reportagem. A Academia não respondeu de imediato ao pedido de comentários feito por agências de notícias.

No mês passado, a Academia - considerada a principal autoridade da indústria cinematográfica em Hollywood - facilitou as regras de elegibilidade, permitindo que filmes não exibidos nas telonas este ano disputem o Oscar. Na ocasião, a entidade também alertou que "ajustes adicionais às regras da Academia, requisitos de elegibilidade e programação poderiam ser necessários".

"Como anunciado anteriormente, a cerimônia do 93º Oscar está programada para ser transmitida no domingo, 28 de fevereiro de 2021, pela ABC. Quaisquer informações atualizadas sobre a programação serão divulgadas posteriormente", afirmou o comunicado no mês passado.

Atualmente, os filmes devem ser lançados até 31 de dezembro para serem considerados no Oscar do ano seguinte, que geralmente acontece em fevereiro ou março.

Não ficou claro qual o impacto, se houver, de um atraso na cerimônia sobre as regras de elegibilidade.

Outras premiações ainda não anunciaram atrasos em suas cerimônias, embora muitas também tenham facilitado as regras de elegibilidade. .

Fonte: Estadão Conteúdo (Com agências internacionais)

Gil Vianna, deputado estadual no Rio, morre vítima da Covid-19

Foto: Divulgação Alerj

 

O deputado estadual Gil Vianna (PSL-RJ) morreu na noite desta terça-feira (19) vítima da Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. Ele estava internado há oito dias no hospital da Unimed de Campos dos Goytacazes, no interior do Rio de Janeiro.

Segundo informações da Assembleia Legislativa do Rio, o deputado de 54 anos piorou no início da noite, precisou ser entubado e morreu após sofrer uma parada cardíaca às 22h45.

"Infelizmente perdemos nosso Gil Vianna. Um ótimo sujeito, simples, um amigo nosso. É uma grande tristeza", afirmou o presidente da Assembleia, deputado André Ceciliano (PT).

Nos últimos dias, atualizações divulgadas pela assessoria informavam que o deputado apresentava quadro de saúde estável e respondia bem ao tratamento contra a Covid-19. Ele era atleta e chegou a coordenar o time de vôlei do Flamengo em Campos.

Eleito com 28.636 votos, Vianna estava no segundo mandato como deputado estadual. A primeira experiência na Assembleia foi como suplente. Filho de um garçom e de uma dona de casa, era ex-policial militar e ex-oficial do Exército. Foi vereador duas vezes em Campos dos Goytacazes, seu reduto eleitoral. Era pré-candidato a prefeito da cidade.

Vianna teve dois filhos e duas filhas. Uma delas, Gabriela, já morta, tinha necessidades especiais, o que levou o pai a definir a defesa dos direitos das pessoas com deficiências como uma de suas causas políticas.

A morte foi lamentada pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Os dois eram amigos e estiveram próximos na última campanha eleitoral.

"Cara do bem, trabalhador e meu colega de partido quando deputado estadual no Rio. Que Deus o tenha e conforte sua família", escreveu o senador em uma rede social.

O ex-governador Anthony Garotinho (PRP), que também tem sua base eleitoral em Campos, escreveu pedindo consolo aos amigos e familiares de Vianna.

Outros políticos do Rio, como os deputados federais Pedro Paulo (DEM-RJ) e Sóstenes Cavalcante (Democratas), também lamentaram a morte.

A Assembleia do Rio decretou luto oficial, com a suspensão de atividades durante três dias.

No início da semana, o ex-governador da Paraíba Wilson Braga morreu aos 88 anos vítima da Covid-19. De família tradicional na política paraibana, ele estava internado desde o dia 1º de maio no hospital Nossa Senhora das Neves, em João Pessoa.

A mulher dele, a ex-deputada federal Lúcia Braga, morreu no dia 8 de maio, também vítima da Covid-19. Ambos chegaram no mesmo dia no hospital, mas Lúcia, em estado mais grave, foi direto para a UTI (Unidade de Tratamento Intensivo). O ex-governador foi levado ao tratamento intensivo um dia depois do falecimento da esposa.

CRISTINA CAMARGO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) 

 

Trabalhadores demitidos em abril têm direito ao auxílio emergencial

Trabalhadores que foram demitidos no início do mês de abril têm direito ao auxílio emergencial pago devido à pandemia da Covid-19. A informação é do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, que informou que pode haver um atraso no pagamento devido ao tempo necessário para atualização na Receita. 

"O que mais vejo hoje são dúvidas de pessoas que estavam empregadas e que perderam o emprego desde o dia 02 de abril. Essas pessoas irão receber o seu benefício. O que pode acontecer é ter algum tipo de espera para que a Receita valide essa nova situação de desemprego da pessoa", explica Guimarães. 

O benefício de R$ 600 é pago a trabalhadores informais, contribuintes individuais do INSS, MEIs (microempreendedores individuais), beneficiários do Bolsa Família e inscritos no CadÚnico que atendem a regras como ser maior de 18 anos, não ter renda formal, ter renda por pessoa da família de até R$ 522,50 ou renda familiar total de até R$ 3.135.

No início desta semana, a Caixa começou o pagamento de beneficiários remanescentes da 1ª parcela e também a 2ª parcela para quem recebe Bolsa Família e também ela Poupança Social, de acordo com a data de nascimento.

Sobre os cadastros ainda em análise, Pedro Guimarães declarou que são menos de 10% dos 100 milhões de brasileiros.

"Aqueles que estão em análise, que são menos de 10% do total, essa é uma resposta que não podemos dar porque quem realiza toda a análise é a Dataprev e o Ministério da Cidadania. Mas, dos 100 milhões de brasileiros, mais de 90% tem uma  resposta definitiva, seja a grande maioria que recebeu o benefício, seja vários que não podem receber", declarou o presidente da Caixa Econômica Federal. 

 

Graciane Sousa
[email protected]

Depois de fazer piada com cloroquina, Bolsonaro lamenta mortes por Covid

Foto: Marcos Corrêa/PR

 

Pelas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o novo protocolo da cloroquina é uma "esperança" e lamentou as mortes pela covid-19. O presidente destacou que as novas recomendações para uso do medicamento serão divulgadas nesta quarta-feira (20). Na terça, em entrevista ao jornalista Magno Martins, Bolsonaro já havia anunciado a data.

"Dias difíceis. Lamentamos os que nos deixaram. Hoje teremos novo protocolo sobre a Cloroquina pelo Ministério da Saúde. Uma esperança, como relatado por muitos que a usaram. Que Deus abençoe o nosso Brasil", escreveu o mandatário.

O lamento do presidente ocorre após ele ter brincado ontem na entrevista com o uso da cloroquina, que foi uma das divergências que pesaram para o pedido de demissão do então ministro Nelson Teich na semana passada. "Quem é de direita toma cloroquina, quem é de esquerda, Tubaína", repetiu ontem o presidente.

A piada foi feita na terça-feira, dia em que o País bateu recorde de novas mortes registradas nas últimas 24h com 1.179 novas óbitos, chegando ao total de 17.971. Já os novos casos confirmados do novo coronavírus somam 271.628, dos quais 17.408 foram registrados ontem.

Para o jornalista Magno Martins, Bolsonaro ressaltou que o novo protocolo não obrigará nenhum paciente a ser medicado com a substância, mas permitirá o uso do remédio mesmo que não seja em casos graves da doença.

Por Emilly Behnke
Estadão Conteúdo

Novo exame de Mourão dá negativo para coronavírus, e vice deixará isolamento

Foto: Romério Cunha/VPR

 

A contraprova do exame do vice-presidente Hamilton Mourão para detectar o novo coronavírus também teve resultado negativo, segundo informou em nota, nesta quarta-feria (20), a assessoria de imprensa da Vice-Presidência.

O teste de sua esposa, Paula Mourão, também deu negativo. Diante destes resultados, o vice-presidente, que estava em isolamento, retornará ao trabalho nesta tarde.

"Negativo foi o resultado da contraprova do teste para Covid-19 do senhor vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e de sua esposa, Paula Mourão. O vice-presidente retornará ao expediente normal em seu gabinete na parte da tarde de hoje", informa o comunicado divulgado nesta manhã.

No domingo (17), a assessoria de Mourão havia informado que o exame já havia dado negativo.

Ambos tinha se submetido ao exame no sábado (16), após o vice ter sido avisado que um servidor com quem manteve contato na semana passada foi infectado pela Covid-19.

No dia 6 de maio, a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto confirmou que o porta-voz da presidência, Otávio Rêgo Barros, foi diagnosticado com a doença.

Rêgo Barros foi mais um auxiliar próximo do presidente Jair Bolsonaro que contraiu a Covid-19.

O primeiro caso no Palácio do Planalto foi o do chefe da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social), Fábio Wajngarten, diagnosticado com o vírus logo após o retorno da comitiva presidencial que viajou aos EUA no início de março.

Entre membros da comitiva oficial e pessoas que estiveram com Bolsonaro nos EUA, mais de 20 pessoas tiveram teste positivo para a doença.

Entre eles, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS); o diplomata Nestor Forster, indicado para o cargo de embaixador do Brasil em Washington; a advogada Karina Kufa, tesoureira do Aliança pelo Brasil; o número 2 da Secom, Samy Liberman; o chefe de cerimonial do Ministério de Relações Exteriores, Alan Coelho de Séllos; e o presidente da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações), Sergio Segovia.

Dois ministros do governo já receberam teste positivo para o novo coronavírus: o general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Bento Albuquerque (Minas e Energia).

O próprio presidente Jair Bolsonaro apresentou ao STF (Supremo Tribunal Federal) os resultados de três exames que ele realizou para a Covid. Os laudos atestam resultados negativos, mas só foram entregues após uma batalha judicial em que o mandatário alegava ter direito a não divulgar seus diagnósticos.

DANIEL CARVALHO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) 

 

Barreira sanitária entre Teresina e Timon gera fila quilométrica

  • barreia3.jpg Tiago Melo/ TV Cidade Verde
  • barreia2.jpg Tiago Melo/ TV Cidade Verde
  • barreia1.jpg Tiago Melo/ TV Cidade Verde
  • barreia.jpg Tiago Melo/ TV Cidade Verde

Atualizada às 10h58

Uma longa fila se formou na subida da Ponte da Amizade entre as cidades de Timon-MA e Teresina-PI, nesta quarta-feira (20). O motivo é a instalação de uma barreira sanitária para monitorar o tráfego de veículos para a Capital, permitido somente para trabalhadores de serviços essenciais, os quais devem comprovar a situação por meio de documentação. 

Motoristas relataram que, no início da manhã, a demora na Ponte da Amizade era em média de 30 minutos sem sair do lugar. Diante da situação, alguns se deslocaram até à Ponte Metálica onde também há um longo congestionamento e o tempo para atravessar a via é em torno de 40 minutos.

Nas barreiras sanitárias, motoristas são parados por agentes da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) e profissionais de saúde que respondem a um breve questionamento sobre o estado de saúde e apresentam documentação do serviço de essencialidade. 

A ínstalação de barreiras sanitárias entre as duas cidades é uma medida tomada pelo prefeito de Teresina Firmino Filho como forma de conter a disseminação do novo coronavírus na Capital. No Estado vizinho já são 14.198 casos confirmados da doença, com 604 óbitos, segundo boletim do Ministério da Saúde.

Após avaliação, representantes Secretaria Municipal da Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi ), Vigilância Sanitária, Strans, Guarda Municipal e Fundação Municipal de Saúd  definiram que todos os órgãos vão dobrar o efetivo. 

“Definimos que todos os órgãos vão dobrar os seus efetivos para que as fiscalizações ocorram na sua totalidade e também maior agilidade”, informou o secretário Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas, Samuel Silveira.

As pessoas que se enquadrem nos critérios do decreto e que necessitem de acesso frequente ao município de Teresina, poderão se cadastrar em site público (http://barreiracovid19.fms.pmt.pi.gov.br) para obter documento digital comprobatório a ser apresentado sempre que passar no controle das barreiras.


Graciane Sousa
[email protected] 

Lanterneiro de 63 anos tem alta depois de 40 dias com Covid

 

Em meio a tantas mortes registradas nos últimos dias no Piauí pela Covid-19, mais uma pessoa teve alta depois de passar 40 dias internado com a doença. O lanterneiro Antônio Hermes de Araújo, de 63 anos, que estava em um dos leitos do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (UFPI), voltou para casa na última segunda-feira(18). 

A família está feliz pela recuperação do seu Antônio Hermes que passou 18 dias entubado, depois precisou de oxigênio, teve o pulmão comprometido e por pouco não precisou fazer diálise.
 
“Meu pai ficou entre a vida e a morte, ele que era um homem tão ativo e cheio de vida, mas somos uma família de muita fé, acreditamos em um Deus poderoso, num Deus que cura e que faz milagre e deu certo”, afirmou uma das filhas do lanterneiro, Zuila Araújo. 

Ela conta que foram dias angustiantes, em que só conseguiam falar com ele por vídeochamadas ou através dos médicos. “Foi um impacto muito grande na nossa família”, destacou Zuila. 

Além do lanterneiro, a técnica de enfermagem Elaine Aragão, de 38 anos, também recebeu alta médica nesta segunda(18). Até ontem, a Secretaria Estadual da Saúde (Sesapi) havia registrada 297 altas médicas em todo o estado de pacientes que tiveram internados com a Covid-19. 

No Piauí, são 2.440 casos confirmados, com 85 mortes. Pelo menos 113 municípios já registraram a doença. 

 

Caroline Oliveira
[email protected]

Bundesliga admite que casos de Covid-19 podem estender torneio até julho

De volta aos gramados no último fim de semana, após mais de dois meses de paralisação, a Bundesliga fez um balanço positivo de sua primeira rodada em "modo pandemia" e está confiante de que poderá encerrar, no campo, a atual temporada do futebol alemão.

A liga, contudo, já admite a possibilidade de estender até julho a disputa do campeonato em razão de futuros casos de Covid-19 que possam surgir nos clubes e, dessa forma, forçar uma mudança no calendário do torneio, previsto para acabar no dia 27 de junho.

O alarme foi ligado pelo Dynamo Dresden, da segunda divisão alemã, que registrou dois casos confirmados da doença no elenco, foi obrigado a colocar todo o grupo de atletas em quarentena e teve seu jogo contra o Hannover, que deveria ter sido disputado no último domingo (17), cancelado pela organização da Bundesliga 2.

"Estamos muito contentes com o desenrolar da última rodada. Foram horas e horas discutindo os protocolos com a DFL [liga profissional de futebol], os médicos especialistas e os governos locais", disse nesta terça-feira (19) o CEO da Bundesliga na América Latina, Robert Klein, em entrevista coletiva virtual.

Participaram da conversa com o dirigente, além da Folha, jornalistas do GloboEsporte.com, da The Economist e da Forbes.
"Quando há um teste positivo, o protocolo diz que os clubes devem notificar as autoridades locais. As informações de treinos e jogos são compartilhadas e as autoridades decidem se apenas o jogador entra na quarentena ou se entra o time todo.

Ainda temos muito tempo para completar a temporada. Há a possibilidade também de terminarmos em julho", afirmou Klein.
Em entrevista na semana passada, Christian Seifert, CEO da liga profissional de futebol, disse que casos como o do Dynamo Dresden já eram esperados e que não haveria necessidade de colocar em dúvida a continuidade do futebol.

Até o fim da temporada, a Bundesliga prevê que serão necessários de 22 mil a 25 mil testes de Covid-19 para cobrir toda a estrutura do campeonato. As autoridades realizam ao menos dois blocos de testes semanais para monitorar a situação dos clubes.

O Campeonato Alemão retornou à atividade no último fim de semana com dez partidas da 26ª rodada, todas sem a presença de público.

Jogadores, comissões técnicas e demais profissionais envolvidos na realização dos jogos tiveram de obedecer a um rígido protocolo de medidas sanitárias, cujo documento tem 50 páginas com diretrizes que consistem na diminuição de riscos de contágio.

Alguns dos aspectos principais do documento são o distanciamento mínimo entre pessoas, como os jogadores reservas, que precisaram utilizar as arquibancadas para se sentarem longe uns dos outros, e o controle de aglomerações nas áreas do estádio -o pico aceitável, segundo a liga, é de aproximadamente 110 pessoas em uma mesma área.

No campo, porém, a recomendação de evitar o contato desnecessário foi quebrada em alguns momentos. O brasileiro Matheus Cunha, por exemplo, recebeu abraços e um beijo no rosto depois de marcar um dos gols da vitória de 3 a 0 do Hertha Berlim sobre o Hoffenheim. Não existem punições previstas para esses casos.

Apesar de alguns casos esporádicos de quebra das recomendações, Robert Klein crê que a adoção do protocolo sanitário, ao menos nesta primeira rodada após o retorno, teve o sucesso desejado pela liga e despertou mais curiosidade de federações e autoridades estrangeiras.

"Quando começamos essa jornada, no meio de março, ficou claro que também teríamos a oportunidade de sermos transparentes quanto ao processo e que pudéssemos compartilhar nossa experiência com todas as ligas ao redor do mundo.

Assim que publicamos o nosso protocolo, gerou um nível alto de interesse. E não só do futebol. No fim de semana, houve muito contato do mundo do esporte com a gente", disse o CEO da Bundesliga na América Latina.

"As ligas estão em constante contato. Mas cada liga e cada país tem um processo distinto, um diferente estágio da Covid-19", completou Klein.

A Alemanha registra, segundo a Universidade Johns Hopkins, pouco mais de 176 mil casos confirmados da doença, com 8.000 mortes até o momento.

BRUNO RODRIGUES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) 

 

Estudo comprova que isolamento social adiou o pico de infecções por Covid-19 no Piauí

Estudo realizado pelo Comitê de Crise da Universidade Federal do Piauí (UFPI) comprova que o isolamento social fez baixar o número de infectados pelo novo coronavírus, tanto em Teresina como no Piauí, e adiou o pico dos casos de Covid-19 em todo o Estado. Segundo o estudo, caso não houvesse isolamento, o estado estaria na mesma situação que o Maranhão e Ceará. 

A pesquisa realizada pela UFPI aponta que, de 14 a 19 de abril, o Piauí tinha 1 infectado a cada 865 habitantes. Na semana de 7 a 11 de maio - menos de um mês depois - já era 1 infectado para cada 190 habitantes.

Em Teresina, a situação é mais preocupante. De 16 a 19 de abril, era 1 infectado a cada 179 habitantes e de 8 a 10 de maio já se tem 1 infectado a cada 50 habitantes.

A estimativa é feita com base nos testes sorológicos já realizados pelos Institutos Opinar e Amostragem.

"Foi o isolamento social que evitou que o Piauí estivesse vivendo hoje a mesma situação que São Luís (MA) e Fortaleza (CE), que são os Estados vizinhos. Nós começamos o isolamento social no mesmo período do Maranhão, mas lá, o número de casos já estava muito mais avançado. Aqui, o isolamento foi mais precoce e isso tem nos ajudado muito", comenta o professor Jefferson Leite, doutor em Matemática, que está a frente dos estudos relacionados aos casos de Covid-19 no Piauí.

Só ontem(19), o Maranhão registrou 28 mortes em 24 horas. Já são 14.198 casos confirmados com 604 mortes. No Ceará são 28.112 casos com mais de 1800 mortes. 

Pico da doença em Teresina

De acordo com o estudo da UFPI, sem o isolamento social, Teresina chegaria ao pico da doença entre os dias 8 e 12 de junho deste ano, com mais de 120 mil infectados.

Em outra possibilidade, caso haja 30% de isolamento social, o pico deve acontecer entre 10 e 14 de junho, com o número de infectados variando de 90 mil a 120 mil.

Porém, com o isolamento social em 50%, o pico fica mais distante - entre 16 e 20 de junho - e o número de infectados cai, ficando entre 60 e 80 mil habitantes.

Pico da doença no Piauí

No Estado como um todo, com apenas 25% de isolamento social, o número de infectados ficará entre 450 e 550 mil, com pico entre os dias 13 e 16 de julho.

Já com 35% de isolamento social, o pico seria entre 18 e 23 de julho, com 400 a 500 mil habitantes infectados.

Todavia, se o isolamento social se mantiver em 50%, o número de infectados, segundo a previsão da pesquisa, cai para 350 a 400 mil e o pico passa a ser previsto para acontecer de 2 a 6 de agosto, dando mais tempo para a construção de novos leitos clínicos e de UTI, e para a aquisição de respiradores e demais aparelhos e medicamentos.

Necessidade de UTI

Pela estimativa da pesquisa, sem as medidas de isolamento social, Teresina precisará ter entre 360 a 480 leitos de UTI para não entrar em colapso em junho. Com isolamento parcial, o número de leitos necessários fica entre 300 e 420. Por outro lado, se houver 50% de isolamento social, serão necessárias entre 210 e 300 leitos em junho.

No Piauí, a situação é semelhante. Sem isolamento, são necessários entre 1.350 e 1.800 leitos de UTI para evitar o colapso. Com isolamento parcial, o número cai para entre 1.050 e 1.200 leitos. Com 50% de isolamento, serão necessários ter entre 550 e 800 leitos de UTI.

Hospital de Campanha Estadual

O professor Jefferson, que liderou o estudo da UFPI, é doutor em Matemática aplicada pela Unicamp, com pesquisas na área de Lógica Fuzzi e Modelos Epidemiológicos. Atualmente é professor do Departamento de Matemática da UFPI e coordenador do NINTEC - Núcleo de Desenvolvimento e Transferência de Tecnologia e Inovação. É também coordenador da OBMEP - Olimpíadas de Matemática das Escolas Públicas.

Ele integra o projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI), que inclui a gestão do Hospital de Campanha Estadual, e ficará responsável pelo monitoramento dos dados de Covid-19 registrados na unidade hospitalar. Esses dados serão usados em futuros estudos e artigos científicos para contribuir com pesquisas do mundo inteiro.

Participam do projeto pesquisadores de várias áreas da UFPI – Medicina, Direito, Farmácia, Engenharia Elétrica, Matemática e Ciências da Computação.

Clique aqui para conferir o modelo matemático

 

Da Redação
Com informações da Fadex
[email protected]

Posts anteriores