Cidadeverde.com

Dudu afirma que elenco do Palmeiras reduziu salários para preservar funcionários

Foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras

O atacante Dudu, do Palmeiras, comentou nesta quarta-feira a situação econômica do futebol brasileiro durante a pandemia do novo coronavírus. Na opinião dele, o time do técnico Vanderlei Luxemburgo teve postura exemplar ao aceitar a redução salarial de 25%, proposta pela diretoria. Desta maneira, segundo o jogador, foi possível evitar a demissão de funcionários que têm remunerações baixas.

Em entrevista à Band, Dudu contou que o elenco não questionou a proposta apresentada pela diretoria para reduzir os salários temporariamente. "A gente vê outros clubes mandando embora funcionários que ganham R$ 1,5 mil, R$ 2 mil, R$ 3 mil. A diretoria chamou (os jogadores), falou de diminuir salário e dissemos que aceitávamos, mas que não era para demitir funcionários", disse.

O elenco palmeirense aceitou tanto reduzir os salários em 25%, como também distribuir o pagamento mensal de direitos de imagem entre alguns meses do próximo ano. A medida serve para o clube economizar, já que, sem calendário, as receitas de bilheteria com jogos e cotas de televisão sumiram. A economia salarial vai se estender também a membros da comissão técnica e da diretoria

"Como manda embora um roupeiro, por exemplo, que ganha R$ 2 mil? Onde ele vai arrumar trabalho em uma situação destas? Um roupeiro que tem uma família para criar. Ficamos muito felizes pela diretoria estar cumprindo essa palavra", comentou Dudu. No Palmeiras, as conversas sobre redução salarial foram lideradas pelo técnico Vanderlei Luxemburgo e pelo capitão Felipe Melo.

Dudu explicou que, pelo convívio diário com funcionários do Palmeiras, os jogadores torcem para que essas pessoas não sofram com a pandemia. "São pessoas importantes, que não aparecem, que precisam, que gostam, amam estar no dia a dia do clube. Falo diariamente com eles. Se um cara desse é mandado embora, se mata", disse o jogador.

Fonte: Estadão Conteúdo

FMS: veja onde ir para atendimento de casos suspeitos de Covid-19

Foto: cidadeverde.com 

Febre, dor de garganta, tosse, falta de ar. Estes são os sintomas mais comuns da Covid-19, doença causada pelo novo Coronavírus, que tem afetado o mundo. Para enfrentar a pandemia, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) organizou seu atendimento em diferentes níveis, de acordo com a gravidade dos casos, e lança orientações à população sobre quais serviços devem ser buscados em cada situação.

Dentro da Grande Teresina, a porta de entrada para pacientes com síndromes gripais – ou seja, que apresentam sintomas semelhantes aos da Covid-19 – é a Atenção Básica. Para isso, a FMS destacou 19 Unidades Básicas de Saúde (UBS) para o atendimento exclusivo desses casos.

“Você será atendido por médicos e enfermeiros treinados para avaliar e classificar sua situação como leve, moderada ou grave”, explica Kledson Batista, diretor de Atenção Básica da FMS. “Para os casos leves, o paciente será orientado para o isolamento domiciliar com prescrição medicamentosa. Em casos graves, a equipe acionará o SAMU, que levará o paciente para uma unidade hospitalar dentro da rede do município”, conta.

O diretor prossegue explicando sobre o que o paciente deve fazer em casos mais graves, com sintomas como febre persistente por mais de 48 horas, falta de ar e mal estar intenso. Nesta situação, o paciente deve procurar imediatamente uma unidade hospitalar do município, seja uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou um hospital – com exceção do Hospital do Monte Castelo, que foi designado exclusivamente para internação, referenciado pelos outros locais.

"O paciente passará pela mesma classificação feita nas UBS e será internado; em casos graves, haverá a avaliação da necessidade de um leito de observação ou UTI. O Hospital do Monte Castelo é referenciado, isso significa que ele só recebe pacientes vindos de ambulância”, informa Kledson Batista.

Para casos de dúvida, a FMS disponibiliza ainda o serviço Alô Saúde Teresina, pelo número 0800 291 0084. “Neste telefone, estão disponíveis médicos que irão orientar não apenas em relação a assuntos de saúde em geral, como também sintomas de síndromes gripais, para esclarecer sobre qual lugar procurar e em que momento”, completa o diretor de Atenção Básica.

Confira a lista das UBS com atendimento exclusivo para síndrome gripal:

- Horário: de segunda a sexta, das 7h às 21h e aos sábados, das 7h às 17h:

1.UBS Portal da Alegria (Sul)
2.UBS Irmã Dulce (Sul)
3.UBS Dagmar Mazza (Sul)
4.UBS Todos os Santos (Sudeste)
5.UBS Novo Horizonte (Sudeste)
6.UBS Poty Velho (Norte)
7.UBS Santa Maria da Codipi (Norte)
8.UBS Taquari (Leste)
9.UBS Planalto Uruguai (Leste)
10. UBS Cidade Jardim (Leste)

- Horário: de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h:

11.UBS Parque Piauí (Sul)
12.UBS Monte Castelo(Sul)
13. Carlos Alberto Cordeiro (Sudeste)
14. UBS Real Copagre (Norte)
15.UBS Karla Ivana (Norte)
16.UBS Mocambinho (Norte)
17.UBS Satélite (Leste)
18.UBS Santa Isabel (Leste)
19.UBS São João (Leste)

Da Redação
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Petrobras sobe gasolina pela segunda vez em uma semana

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

Uma semana após a primeira elevação do preço da gasolina desde o início da pandemia do novo coronavírus, a Petrobras informou seus clientes nesta quarta (13) que aumentará novamente o valor de venda do combustível em suas refinarias. Desta vez, o reajuste será de 10%.

O movimento acompanha a escalada do dólar no Brasil e a elevação do preço da gasolina no mercado internacional. Na semana passada, o combustível era vendido nos postos dos Estados Unidos a um valor 3,4% superior ao registrado na semana anterior.

O reajuste vale a partir desta quinta (14), quando a gasolina passará a ser vendida nas refinarias da estatal, em média, a R$ 1,12 por litro. O repasse às bombas depende da política comercial de postos e distribuidoras.

Segundo a estatal, o valor cobrado nas refinarias equivale a 19% do preço final. O resto são margens de lucro e custos de revenda e distribuição, além de impostos federais e estaduais.

Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro questionou o primeiro reajuste após o início da pandemia, que foi de 12%. "Pelo que eu sei, não subiu o petróleo lá fora. Não sei porque o petróleo brasileiro aumentou", afirmou, frisando que não tinha interesse em interferir na política de preços da estatal.

A declaração, porém, disparou o sinal de alerta entre investidores. Em relatório intitulado "Fantasmas do passado?", divulgado nesta quarta, analistas do banco UBS calculam que o preço da gasolina no Brasil estava, antes do reajuste anunciado nesta quinta, 14% abaixo das cotações americanas.

Para eles, a empresa precisava anunciar aumento para evitar perda de margens. "Embora tenha destacado que não intervirá na política de preços da companhia, acreditamos que qualquer comentário do governo sobre a Petrobras amplia a percepção de risco dos investidores", escreveram.

Os dois aumentos ocorrem após uma sequência de quedas que acompanharam o colapso das cotações internacionais do petróleo, que, por sua vez, refletiram as projeções de queda do consumo com as medidas de isolamento em todo o mundo.

No ano, o preço da gasolina nas refinarias da Petrobras ainda acumula queda de 45%.

Nas bombas, a gasolina caiu 16% em 2020, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis).

Na semana passada, o litro do combustível era vendido, em média no país, a R$ 3,823, 2,7% a menos do que na semana anterior.

O preço do diesel será mantido nas refinarias, informou a Petrobras. Também não houve reajuste na semana passada. Segundo o UBS, o diesel vendido nas refinarias da estatal está 14% acima da cotação norte-americana do produto.

NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)

 

Exames entregues por Bolsonaro à Justiça apontam resultado negativo para coronavírus

Foto: Alan Santos/PR

 

O presidente Jair Bolsonaro teve três resultados negativos em exames para o novo coronavírus, segundo laudos entregues pela AGU (Advocacia-Geral da União) à Justiça.

Os resultados negativos indicam os nomes de Airton Guedes, Rafael Ferraz e, no terceiro, "Lacen DF", o laboratório público do Distrito Federal.

Ao STF (Supremo Tribunal Federal), a AGU justificou que o governo adotou "medidas de segurança em relação aos exames, com o intuito de preservação da imagem e privacidade do presidente da República".

Os testes foram realizados nos dias 12, 17 e 18 de março e entregues, nesta terça-feira (12), ao ministro Ricardo Lewandowski, do STF, relator da ação em que o jornal O Estado de S. Paulo pedia para o magistrado obrigar o presidente a divulgar os exames.

Nesta quarta-feira (13), o ministro determinou a juntada dos laudos ao processo e declarou a ação prejudicada por ter perdido o objeto após a entrega dos exames pela AGU.

"De toda a sorte, a União, ao submeter os laudos dos exames a que se sujeitou o Presidente da República, para a eventual detecção da Covid-19, acabou por atender o pleito que a reclamante formulou no bojo da mencionada Ação Ordinária ainda em tramitação na primeira instância, dando, assim, integral cumprimento à tutela antecipada concedida pelo juízo de origem", decidiu.

Em primeira instância, a juíza federal Ana Lúcia Petri Betto, da 14ª Vara Cível Federal de São Paulo, havia determinado que o governo fornecesse os laudos médicos feitos pelo presidente para a detecção da Covid-19.

A AGU recorreu ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região e não conseguiu rever a decisão.

No Superior Tribunal de Justiça (STJ), porém, o presidente da corte, ministro João Otávio de Noronha, permitiu que Bolsonaro não entregasse o resultados dos testes que fez.

O presidente realizou exames para a doença depois de vários de seus assessores terem retornado com ele de viagem presidencial aos Estados Unidos com a doença.

Entre membros da comitiva oficial e pessoas que estiveram com Bolsonaro, ao menos 25 pessoas contraíram a doença.

Entre eles, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS); o diplomata Nestor Forster, indicado para o cargo de embaixador do Brasil em Washington; a advogada Karina Kufa, tesoureira do Aliança pelo Brasil; o número 2 da Secom, Samy Liberman; o chefe de cerimonial do Ministério das Relações Exteriores, Alan Coelho de Séllos; e o presidente da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações), Sergio Segovia.

Dois ministros do governo já receberam teste positivo para o novo coronavírus: o general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Bento Albuquerque (Minas e Energia).

MATHEUS TEIXEIRA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) 

 

Governador anuncia "lockdown" parcial no domingo e proibirá circulação de ônibus

O governador Wellington Dias (PT) anunciou na tarde desta quarta-feira (13) medidas mais duras para forçar o isolamento social no estado. A novidade é que o governo adotará "lockdown" parcial no domingo. Neste dia, somente as farmácias, os serviços de saúde e os deliverys poderão funcionar. O restante fecha tudo.

A partir de zero hora de sexta-feira (15) - feriado de antecipação do Dia do Piauí -  estará proibida a circulação de ônibus e vans intermunicipais. A medida vale de sexta até domingo. Na sexta e no sábado funcionará os serviços essenciais - supermercados, padarias, postos de comsbustíveis e  serviços de saúde - mas no domingo a restrição é quase que total. 

No decreto, o governador barrar o consumo de bebidas alcoólicas para evitar mais acidentes.

O documento orienta as forças de segurança a combater as aglomerações e o consumo de bebidas alcoólicas em lugares públicos. Há uma recomendação também para a realização de operações para identificar motoristas dirigindo embriagados. 

O estado alerta para um possível colapso no sistema de saúde, já que a ocupação de leitos de UTIs já chega a 47%. O índice de isolamento social vem caindo e preocupando as instituições. 

Em vídeo, o governador disse que as medidas serão adotadas após dialogar com vários setores para melhorar os índices de isolamento social. 

"Para que o isolamento volte acima de 50% no Piauí", disse o governador. 

 

Flash Yala Sena
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Com 5 casos e uma morte na família, primeira-dama de Amarante diz: "segurando na fé"

Foto: (Ana Tercia/Reprodução Facebook/ Arquivo Pessoal)

A avó da primeira-dama de Amarante, Ana Tércia Carvalho, faleceu vítima da Covid-19 na terça-feira (12),após 14 dias internada em um hospital de Teresina. Joana Souza Reis tinha 88 anos. O marido de Joana e avô de Ana Tercia, senhor Domingos Pereira da Silva, também foi diagnosticado com Covid-19 e segue em estado grave na UTI.

O pai e o tio de Ana Tercia também testaram positivo para o novo coronavírus, mas ambos passaram por tratamento e estão bem. Até o momento, cinco pessoas da família foram confirmadas com a doença. A família ficou em isolamento assim que o primeiro caso foi confirmado. 

"O tio, Francisco da Silva Sousa, está recuperado após passar por tratamento hospitalar. O pai de Ana Tércia, Deusdedit Carvalho, recebeu alta hospitalar após 12 dias internado e está recuperado. A mãe, Ântônia Carvalho, foi uma paciente assintomática, testou negativo por duas vezes nos testes rápidos e  o exame laboratorial apresentou igg positivo. Isso significa que houve contato com o vírus, mas o seu organismo já produziu anticorpos", explicou a família em nota.

Ao Cidadeverde.com, Ana Tércia, que também é secretária de Assistência Social em Amarante, afirmou que a família está abalada.

"Estamos nos segurando na fé. No dia que meu pai recebeu alta a minha avó faleceu. Graças a Deus meu pai e meu tio se recuperaram, minha mãe ficou assitomática, e agora é segurar na fé pedindo a recuperação do meu avô", disse Ana Tércia. 

A avó da primeira dama morava em Água Branca, município em que foi sepultada. De acordo com os dados da Secretaria Estadual de Saúde, o município de Água Branca já registra duas mortes por Covid-19. Ao todo, o Piauí está com 57 óbtios e 1612 casos confirmados para a doença até o boletim do dia 14 de maio. 

O pai da primeira dama, Deusdeth Carvalho, também conversou com o Cidadeverde.com. Ele disse apenas que "a situação é muito difícil; agora é todos tentar ficar bem". 

Carlienne Carpaso
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Casos de Covid-19 crescem 104,59% em 10 dias em Teresina

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

O número de casos confirmados do novo Coronavírus em Teresina cresceu 104,59% em apenas 10 dias. O total passou de 458, dia 02 de maio, para 937, no dia 12 de maio, de acordo com dados da Fundação Municipal de Saúde (FMS) e da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi). O número de mortes foi de 14 para 26; um acréscimo de 85,71% no mesmo período.

A elevação no número de casos reflete diretamente o afrouxamento do distanciamento social em toda a cidade. No dia 02 de maio, Teresina registrou somente 43,90% de isolamento. “A consequência de uma taxa de isolamento é sentida de 10 a 15 dias depois. Ou seja, estamos vivendo hoje, o resultado do baixo isolamento feito 10 ou 15 dias atrás. Muitas pessoas ainda acham exagero quando pedimos para que fiquem em casa, mas os números nos mostram a necessidade do distanciamento social e da importância de as pessoas permanecerem em suas casas o máximo possível. Essa é a nossa maior arma para evitar a contaminação pelo novo coronavírus”, alerta Manoel de Moura Neto, presidente da Fundação Municipal de Saúde.

Segundo aponta a quarta etapa da pesquisa de investigação sorológica realizada pela Prefeitura de Teresina, em parceria com o Instituto Opinar, a capital deve apresentar 17.297 pessoas infectadas pelo novo coronavírus. A quantidade é 36 vezes maior que os 435 casos confirmados no domingo anterior à pesquisa, que foi realizada entre os dias 08 e 10 de maio, e houve um crescimento de 38% dos casos em relação à semana anterior.

O índice de positivados saltou de 0,56%, quando foi realizada a primeira etapa da pesquisa entre os dias 16 a 19 de abril, para 2,0% nesta quarta etapa da sondagem. Os dados da pesquisa mostram também que a região Sul da cidade segue crescendo no número de registros e apresentou o maior percentual de casos, 36%. Os números na zona Norte também aumentaram em relação à terceira etapa da sondagem e agora são 21%. A zona Sudeste permanece com os 23%, o mesmo registrado na última pesquisa, e a zona Leste apresentou uma queda no número de positivados, e agora são 20% dos casos.

A sondagem é feita em visitas residenciais com equipes composta por pesquisadores do Opinar, responsáveis pelos questionários, e técnicos da Fundação Municipal de Saúde (FMS), que fazem os testes rápidos para Covid-19. A pesquisa leva em consideração uma população estimada em 864.845 habitantes em Teresina.

Da redação
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Empresários questionam decreto de Teresina que obriga testes em funcionários

Foto: Ciepi

Em Teresina, a Prefeitura decretou que as empresas em funcionamento classificadas como serviços essenciais devem realizar a testagem para coronavírus nos funcionários. Empresários da capital piauiense têm se manifestado contrários a essa decisão e alegam que a aplicação de testes deve ser responsabilidade do município.

O Decreto de n° 19.735 da Prefeitura de Teresina impõe que os estabelecimentos em funcionamento têm até 15 dias para a realização de testes e que o mesmo seja feito uma única vez, para quem está trabalhando, ou para trabalhadores que sejam autorizados a retornar ao trabalho. O documento determina ainda que em caso de descumprimento, os estabelecimentos ficarão sujeitos à interdição total das atividades e cassação de alvará de localização e funcionamento.

Em Teresina, a média de preço para o teste rápido de anticorpos está em torno de R$ 280 e são os homologados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). O presidente do Centro das Indústrias do Estado do Piauí (CIEPI), Andrade Júnior, informa as ações a serem tomadas pela categoria mediante ao Decreto.

"A economia está fragilizada e os empresários com poucos recursos financeiros, então não podemos arcar com este custo. O nosso setor jurídico já está se debruçando e encontrou diversas inconstitucionalidades neste decreto. Os nossos associados estão nos demandando que entremos com uma ação na justiça pedindo que essa obrigatoriedade seja de responsabilidade do município e não das empresas", declara.

Representantes de entidades empresarias têm se reunido para discutir sobre ações e cobrança de protocolos das autoridades para a reabertura de atividades produtivas no Estado. 

Andrade Júnior comenta a importância de planejamento e projeção de retorno para os estabelecimentos ainda paralisados. "Todos estamos enxergando que o que falta é um horizonte, de quando isso vai se encerrar. Porque quando se tem um horizonte definido começa a se tomar projeções e planejar alternativas para suportar determinado período", finaliza o presidente do CIEPI. 

Da Redação
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Ciro Gomes critica Bolsonaro e diz que Piauí ainda pode barrar coronavírus

Ao contrário do Ceará, o Piauí ainda tem boas condições de barrar a disseminação do coronavírus sem provocar o colapso na saúde. Foi o que disse nesta quarta-feira (13), o ex-ministro Ciro Gomes, durante entrevista à TV Cidade Verde. Ontem, o estado chegou a 1.612 casos confirmados de covid-19 e oito mortes em apenas 24 horas, totalizando 57 óbitos.

“Quando nós entramos na pandemia o Brasil só tinha 40 mil leitos registrados entre públicos e privados. Se apenas 100 mil pessoas forem ao hospital ao mesmo tempo no Brasil, nós só temos leitos para a metade. A pessoa morre como se estivesse afogando. É uma morte horrorosa. A doença atinge jovem, velho, pobre e rico. O isolamento social é a única saída de a gente impedir de isso acontecer. Vocês no Piauí têm 1.612 casos confirmados, mas ontem já registrou o maior recorde de mortes em 24 horas: oito. Graças a Deus ainda está em tempo de vocês segurarem a barra”, afirmou, ressaltando que a covid-19 é uma doença de rico.

“É uma doença que começa entre os ricos. Ela foi importada pelo brasileiro que podia viajar para o estrangeiro. Fortaleza, como o piauiense sabe, é uma cidade que recebia mais de 12 mil pessoas por semana do estrangeiro, por isso explodiu mais cedo que em vários lugares”, acrescentou.

Ciro disse que a situação em Fortaleza é tão grave que foi preciso o isolamento total, o chamado lockdown. “Aqui (Fortaleza) nós estamos da mão para a boca: abre dez leitos de UTIs, ocupa todos os dez e fica 40 pessoas sem leito. Abre hospital de campanha e não acompanha, por isso que já estamos na outra fase que é o lockdown, que na verdade é um isolamento a força que teremos que fazer para salvar vidas”, disse.

O ex-ministro afirmou que as pessoas precisam entender que o isolamento atinge a economia e que cabe ao governo socorrer a população durante a medida. “São dois lados da mesma moeda. A gente tem que entender que o isolamento social vai colapsar a economia. Não é o Brasil é no mundo inteiro. E se ele vai colapsar a economia só tem uma saída: o governo, que tem que promover o isolamento social, indenizar as pessoas e cobrir as empresas para diminuir ao máximo os efeitos disso. Aí é onde está o grande crime de um presidente desorientado como o Bolsonaro. Desculpa eu dizer”, criticou.

Ciro Gomes defendeu a indenização das famílias e socorro às empresas. “Indenizar é fazer chegar às famílias dinheiro para elas comerem. A gente tinha que ter feito isso com o cartão de débito mandado pelo Correio para não ter aglomeração e, ao invés de duas parcelas, fazer em apenas uma. Sobre as empresas, tinha que cobrir com prazo de dilação de recolhimento de impostos e com crédito para o capital de giro mediante a condição de que elas mantivessem seus trabalhadores”, comentou, defendendo o isolamento radical como forma de ajudar a economia a ter menos efeitos.

“A única saída de você rapidamente resolver o problema econômico é fazer o isolamento radical. O Brasil é o país que menos testa no mundo inteiro. Se fizesse em 15 dias o isolamento total, acabava o pico. A gente tem que indenizar as pessoas para que elas fiquem radicalmente em casa e dar condições para as empresas. Se não vai ser 3 meses, 7 meses e o desastre será maior. O Bolsonaro está é agravando a economia. Todo mundo vai ver isso. Quando a gente chegar em setembro vamos ter um luto de pessoas e a maior crise disparado da história do Brasil. Vai ser o dobro da média de crise que o mundo vai assistir”, afirmou.

Sobre medidas para ajudar estados e municípios, Ciro diz que a Câmara Federal fez o correto e criticou o Ministério da Saúde. "A Câmara fez o correto, já que quem enfrenta a pandemia na linha de frente são estados e municipios. Quem encara o paciente são estados e municipios. A doença está migrando para o interior e não estamos testando. O Ministério da Saúde não está fazendo nada. O plano que eles lançaram em março era fazer dois mil leitos de UTIs e não entregaram 400. O plano era de dois milhões de testes e não fizeram nem 300 mil testes. Sem o teste você não tem orientação", disse, mais uma vez criticando Bolsonaro, desta vez sobre uso da cloroquina.

"Eu nunca vi politico na televisão prescrever remédio. Na pandemia nós estamos fazendo tudo errado. Até o impeachment é uma solução heróica que é ruim. Não que ele não mereça, pois já cometeu crime de responsabilidade, mas é porque demora 6 meses e deriva energias que devem ser focadas para ajudar a salvar a vida e o emprego da população", finalizou.

Hérlon Moraes
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Congresso quer prorrogar socorro a trabalhadores e empresas para aliviar crise do coronavírus

Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

 

A deterioração da perspectiva para a economia por causa da pandemia do novo coronavírus levou congressistas a defenderem a prorrogação do auxílio emergencial a trabalhadores e a ampliação da vigência do corte de jornada e salário para socorrer as empresas.

Na Câmara, a sugestão de estender a concessão dos R$ 600 une partidos de direita e esquerda.

Já a ajuda a companhias estipulada pela Medida Provisória 936 esbarra na resistência da oposição -embora tenha o apoio do relator, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).

Deputados que protocolaram projetos pedindo a prorrogação do auxílio emergencial citam a piora na perspectiva para a atividade econômica do país neste ano.

Quando o Congresso aprovou a decretação do estado de calamidade, em 20 de março, a projeção de crescimento para o PIB (Produto Interno Bruto) estava em 1,48%.

Menos de dois meses depois, o mais recente relatório Focus, do último dia 8, prevê queda de 4,11% da atividade econômica -ainda tímida, se considerada a retração de 9% vista por algumas instituições financeiras.

Líder do Cidadania na Câmara, o deputado Arnaldo Jardim (SP) afirma que a economia já dá todos os sinais de que haverá um forte aumento do desemprego.

Para manter medidas de isolamento e conter a disseminação da doença, seria necessário prorrogar a concessão do auxílio até setembro, defende.

"Temos de ter uma política para enfrentar essa situação. Não sabemos a que velocidade virá a reativação da economia", diz.
Segundo ele, há estudos que mostram que os R$ 600 se converteram em consumo, com impacto na economia.

"É uma injeção na veia. Ninguém que receba os R$ 600 vai poupar. Estamos convencidos de que são gastos humanitariamente necessários."

O líder do PDT na Câmara, deputado Wolney Queiroz (PE), também propõe prorrogar a concessão do benefício até setembro.

Na avaliação dele, a necessidade de recompor a renda dos trabalhadores informais e demais categorias que podem receber o auxílio não acaba em três meses.

"Imagina que as coisas não melhorem. O comércio não abre, o emprego não aparece e o socorro acaba. Você já recebeu o primeiro auxílio, faltam duas parcelas, vai batendo o desespero", diz.

"Mais três meses dão tranquilidade ao contingente de pessoas que dependem desses recursos."

Já a líder do PSOL na Casa, deputada Fernanda Melchionna (RS), apresentou projeto que dá prazo ainda maior, até dezembro.

Dessa forma, diz, seria possível adotar medidas de isolamento por mais tempo e garantir a renda dos afetados pela crise econômica.

"Tem de ter medidas sociais para o povo e também para permitir o estímulo ao consumo. Esses recursos retornam para a economia", afirma.

"Acho impossível que o governo acabe com a renda básica daqui a dois meses."

Em meio às propostas de prorrogação, o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa, afirmou na segunda-feira (11) que algumas medidas temporárias tinham "vindo para ficar", em referência ao auxílio de R$ 600.

Nesta terça-feira (12), no entanto, ele foi desautorizado pelo Ministério da Economia, que afirmou que as despesas criadas agora "não devem ser transformadas em permanentes para não comprometer a recuperação das contas públicas a partir de 2021 nem a trajetória sustentável da dívida pública".

Além das medidas para recompor a renda, o socorro a empresas previsto na MP 936 também pode ser prorrogado, segundo o relator do texto.

Silva defende a aprovação do prazo original proposto pelo governo, de três meses, mas que o Executivo seja autorizado a prorrogar o programa, total ou parcialmente.

"Pode ser necessário prorrogar por um prazo que eu não sei exatamente qual para todos os setores, ou ele pode eleger setores que tenham mais dificuldade na retomada da atividade, que continuarão sendo beneficiários desse programa", afirma.

A intenção do relator é manter a arquitetura básica da MP, permitindo a redução de jornada e salário dos trabalhadores e também a suspensão do contrato de trabalho.

Entretanto, o deputado quer fazer algumas mudanças, com tratamento diferenciado entre empresas que faturam até R$ 4,8 milhões e as que faturam mais, distinguindo pequenas das médias e grandes.

Também pretende mudar a faixa de trabalhadores atendidos por acordos coletivos. A MP prevê a possibilidade de acordo individual para quem tem salário igual ou menor a R$ 3.135 ou acima de R$ 12,2 mil.

Silva quer reduzir a primeira faixa, limitando acordos individuais a quem receber R$ 1.567,5 ou menos ou tiver salário superior a R$ 12,2 mil.

A prorrogação das medidas é elogiada por congressistas de centro e direita, mas esbarra na oposição.

"Queremos a proteção dos empregos com proteção de direitos, que o negociado seja coletivamente, e não individualmente, com parâmetros que não sejam tão baixos", afirma Melchionna, do PSOL.

"Tem uma perda salarial alta, tem impacto na economia. Aí vai gerando um efeito cascata. Estamos lutando para que as negociações sejam coletivas, que não haja redução nominal de salário."

Por outro lado, a ampliação do papel dos sindicatos e a adoção de medidas compensatórias em momentos de crise, como o atual, são vistas como mecanismos de proteção do emprego pelas próprias centrais sindicais.

"Os nossos sindicalistas defendem a garantia de ter medidas compensatórias, de seguro-desemprego, de abono emergencial, e, mais do que isso, manter a negociação com os sindicatos, coisa que não está prevista na 936 para todo mundo", afirma João Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical.

"Que as medidas compensatórias possam ser na garantia do emprego. Pode ter a redução do salário, mas vai ter a medida compensatória de seguro-desemprego, a antecipação do 13º salário, a estabilidade no emprego pelo mesmo tempo que haja a redução do salário", afirma.

A expectativa é que a MP 936 seja votada na próxima terça (19).

DANIELLE BRANT
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) 

 

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