Cidadeverde.com

Coronavírus: Operação fecha 106 estabelecimentos no primeiro dia de ação em Teresina

Foto: Ascom/PMT

A Guarda Municipal e a Polícia Militar fecharam um total de 106 estabelecimentos nesta sexta-feira (03), primeiro dia de operação conjunta. A ação teve a participação dos fiscais das Superintendências Municipais de Desenvolvimento Urbano de cada região. 

Do total, quatro estabelecimentos foram multados, um outro foi interditado e uma pessoa foi conduzida para a Central de Flagrantes por desobediência.

A zona norte teve a maior quantidade de estabelecimentos fiscalizados. Foram 32, com expedição de quatro multas. A prisão de um dono de estabelecimento aconteceu na zona sul, onde 29 estabelecimentos foram fechados, dois notificados e um interditado. Na zona sudeste foram 13 fechados, na zona leste 14 e no centro 18. 

A operação tem como principal objetivo fiscalizar o cumprimento dos decretos que estabelecem novas regras para o funcionamento do comércio durante o período da quarentena. A Prefeitura tem feito um esforço para diminuir as possibilidades de transmissão da covid-19. 

Foto: Ascom/PMT

A operação segue pelo final de semana. Desde o início das fiscalizações, a Guarda Municipal já fechou mais de 2 mil estabelecimentos comerciais que não se enquadram nos setores de alimentação e saúde, os únicos com permissão para funcionarem normalmente. É o caso das três filiais de uma grande rede de lojas e de uma fábrica de cervejas.

A população pode e deve cooperar denunciando o descumprimento dessas medidas. O cidadão pode denunciar estabelecimentos que estejam funcionando irregularmente através dos números 153, (86) 3215-9317 ou falar diretamente com o WhatsApp da Guarda Municipal, por meio do número (86) 99438-0254. Além disso, o cidadão pode também acessar o Colab para denunciar.

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Pink revela que ela e filho contraíram Covid-19, e doa US$ 1 milhão

Foto: Reprodução/instagram/@pink

A cantora Pink, 40, revelou na noite desta sexta-feira (3) que ela e o filho, Jameson, contraíram a Covid-19 há duas semanas. Através de uma publicação em seu perfil no Instagram, a artista explicou como tem passado os últimos dias.

"Nosso médico de atendimento primário teve acesso a testes e eu testei positivo. Minha família já estava abrigada em casa e continuamos a fazer isso nas últimas duas semanas, seguindo as instruções do nosso médico. Apenas alguns dias atrás, fomos testados novamente e agora demos, felizmente, negativos", afirmou a cantora em texto.

Pink ainda criticou o governo por não tornar os testes mais acessíveis a todos. "Esta doença é grave e real. As pessoas precisam saber que a doença afeta os jovens e idosos, saudáveis e insalubres, ricos e pobres, e devemos tornar os testes gratuitos e mais acessíveis para proteger nossos filhos, famílias, amigos e comunidades".
Visando contribuir para chegar a este cenário ideal, a cantora afirmou que está doando US$ 500.000 (cerca de R$ 2,6 milhões) para o Fundo de Emergência do Temple University Hospital, na Filadélfia, em homenagem à sua mãe, Judy Moore, que trabalhou lá por 18 anos. A doação é um esforço para apoiar os profissionais de saúde que estão lutando na linha de frente todos os dias, diz ela.

Além disso, Pink doará a mesma quantia, US$ 500.000, para o Fundo de Crise de Emergência Covid-19 do prefeito da cidade de Los Angeles. "Obrigado a todos os nossos profissionais de saúde e a todos no mundo que estão trabalhando tão duro para proteger nossos entes queridos. Vocês são nossos heróis! As próximas duas semanas são cruciais: por favor, fique em casa", finalizou.

FAMOSOS COM CORONAVÍRUS
Com o avanço do coronavírus, já foram registrados vários casos entre famosos, atletas e até políticos. Tom Hanks, 63, e a mulher, Rita Wilson, 63, foram alguns dos primeiros a ter resultado positivo, mas também estão na lista desde a atriz Fernanda Paes Leme, 36, e até o tenor espanhol Placido Domingo, 79.

No Brasil, Di Ferrero afirmou também em suas redes sociais que foi diagnosticado com a doença e, alguns dias depois, confirmou complicações pulmonares. Preta Gil também foi diagnosticada. Também tiveram resultado positivo após terem os sintomas a ativista Luísa Mell, 41, e o marido, e o cantor Dinho Ouro Preto, 55.

Foram confirmados ainda com a doença o ator britânico Idris Elba, 47, que teve contato com a primeira-dama canadense, Sophie Trudeau, 44, que também foi diagnosticada; o ator norueguês Kristofer Hivju, 41, conhecido por atuar na série "Game of Thrones"; e a atriz Itziar Ituño, que vive a personagem Raquel Murillo na série "La Casa de Papel". Veja todos os famosos já diagnosticados com coronavírus.

 

Fonte: Folha Press

Moradores oferecem café da manhã a garis e aplaudem trabalho mesmo na quarentena

 

Um reconhecimento justo, mas inesperado, foi realizado aos profissionais que fazem o recolhimento do lixo domiciliar na zona Sudeste. Os moradores da rua 18 no residencial Manoel Evangelista, fizeram um café da manhã nesta sexta-feira(03) em agradecimento ao trabalhadores, que mesmo com a pandemia do novo coronavírus estão nas ruas para garantir a limpeza. 

O corretor de imóveis Everaldo Lima explica que tiveram a ideia depois que viram as pessoas se mobilizando para reconhecer as pessoas que estão na linha de frente, então pensaram em que eles poderiam homenagear as pessoas que têm mais contato com a rua, que são os profissionais da limpeza pública da cidade. 

“Chamamos alguns vizinhos, porque não podia ter aglomeração e fizemos isso. Estou recebendo muitos parabéns nas minhas redes sociais. Acho que o que a gente fez é para ser replicado, dá esse espírito de empatia, e é muito gratificante”, destaca o corretor.

No vídeo gravado no momento que eles chegaram o morador Adilson Elizeu os recepcionam e  afirma que é uma forma de homenagear os que mesmo correndo riscos continuam realizando o serviço de limpeza. 

“Todos os moradores se disponibilizaram para estarmos fazendo essa pequena homenagem. É o mínimo que podemos fazer, porque nada paga a saúde de ninguém e estamos reconhecendo o esforço de vocês”, afirmou ao recepcionar os garis na rua. 

Foto: Marceone Tacarijus

Os garis também agradeceram a homenagem. Antônio Carlos afirmou que é um serviço essencial. 

“Eu queria agradecer pelo reconhecimento. Esse é um momento difícil que estamos passando, mas como nosso trabalho é essencial, nós não podemos parar. E com a ajuda de Deus estamos conseguindo. Graças a Deus está todo mundo são e salvo”, destacou.

O morador Marceone Tacarijus ressalta que foi um momento emocionante. "A gente sentia, observava nos olhos deles, a emoção de estar sendo homenageado, porque são profissionais invisíveis para a sociedade. Quem é que para conversar com um cara que faz a coleta do lixo? Pelo contrário, a gente faz é se afastar quando eles se aproximam. São profissionais que a gente só percebe quando o carro do lixo deixa de passar", relatou. 

O corretor de imóveis Everaldo sugeriu que outras pessoas também façam o mesmo, “para que todos aqueles que estão na linha de frente como policiais, médicos, enfermeiros, frentistas, os que trabalhadores dos supermercados, farmácias, os garis que estão fazendo nossa cidade andar ainda”.


Desenho que o Gabriel Henrique, de 6 anos, fez em homagem aos profissionais da limpeza


Caroline Oliveira
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No Dirceu, fiscais registram TCO e lojistas podem ser multados em até R$ 3 mil

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A fiscalização a lojas que descumprem o decreto de isolamento vai começar a multar estabelecimentos que foram notificados e seguem não atendendo à medida. A multa varia entre R$ 1 mil  e R$ 3 mil. A polícia já registrou um TCO (termo circunstanciado de ocorrência) no bairro Dirceu após desacato de um empresário contra a equipe de fiscalização. 

A fiscalização é feita pela por agentes da SDU (Superintendência de Desenvolvimento Urbano), policiais militares e guardas municipais. Um empresário xingou os fiscais durante uma abordagem e foi alvo de um TCO.

“Na maioria das abordagens a gente tem uma resposta positiva mas nesse caso ele desacatou a nossa equipe e na viatura mesmo registramos o TCO. Ele vai responder na Justiça por ter desrespeitado o cumprimento dessa medida que é em prol de toda a população”, contou o tenente coronel Lucena Sousa, da Força Tática da PM.

Após ser notificado, o empresário do estabelecimento que passa por abordagem pode perder o alvará de funcionamento do local. “Se houver reincidência, além da multa, que pode variar entre R$ 1 mil e R$ 3 mil, ele pode ter o alvará cassado”, explicou Alexandre Leite, gerente de fiscalização da SDU Sudeste.

A Guarda Municipal de Teresina já abordou mais de 1.600 estabelecimentos comerciais não essenciais que descumprem o decreto municipal de fechamento de comércio em decorrência da epidemia de Covid-19. Nessa quinta-feira (2), o Cidadeverde.com acompanhou o trabalho de uma equipe de fiscalização na zona Sul e flagrou, em menos de dez minutos, cinco estabelecimentos no bairro Promorar descumprindo a medida.

Somente em um trecho de menos de 30 metros, cinco estabelecimentos foram abordados na Avenida Ulisses Guimarães.

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

"É doloroso", diz empresário que vai demitir 17 funcionários

Proprietário há 23 anos de um restaurante no Dirceu, o empresário Nande Alves lamenta a crise no negócio após o isolamento social. Trabalhando com entrega delivery de quentinhas, ele lamenta a demissão de 17 funcionários após a queda de cerca de mais de 30% no fluxo de caixa.

"É doloroso mas é o único jeito de sobreviver com a empresa. Agora mesmo vou ter que riscar 17 carteiras (de trabalho). Só 30% dos funcionários estão trabalhando nos turnos da manhã e da noite. Não tem condição de manter essa quantidade de funcionários", contou.

Com as carteiras de trabalho prontas para serem despachadas, o empresário relata que  ao longo de duas décadas essa foi a maior crise que já viveu. 

"Nunca tinha visto nada igual. É uma tristeza que a gente não esperava", revela.

O empresário defende o isolamento mas aponta que poderia continuar funcionando com medidas mais brandas.

"A gente poderia estabelecer a distâncias e trabalhar com ainda mais cuidado com a higiene. Aqui mesmo é tudo com álcool em gel. No início até colocamos umas faixas pra estabelecer a distância, mas aí veio a prefeitura e fez foi fechar total", disse.

Nande conta que o seu lucro caiu drasticamente após o isolamento. "Antes a gente tirava R$ 7 mil e agora estamos tirando mal R$ 2,5 mil. Vendia 400 refeições, agora só umas 50 quentinhas por dia", falou.

Valmir Macêdo
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Paciente de Campo Maior é o 22º caso confirmado de Covid-19 no Piauí

Foto: CLAUDIO FURLAN/DIA ESPORTIVO/ESTADÃO CONTEÚDO

 

O Piauí agora tem 22 casos confirmados de Covid-19, segundo boletim da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi), divulgado na noite desta sexta-feira (3). 

São 19 casos em Teresina, um em Parnaíba, um em São José do Divino, e outro em Campo Maior, o quarto município a ter pacientes que testaram positivo para o novo coronavírus. 

Metade dos casos foram confirmados desde o último domingo (29). E o número de pacientes com suspeita de infecção pelo novo coronavírus continua a crescer - agora são 288 contra 268 do dia anterior. 

Um dos novos casos confirmados é o do professor de Física da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Cleanio da Luz Lima. Internado desde quinta-feira (26), ele apresenta melhora clínica, e segue intubado e em ventilação mecânica. 

Dos 47 novos resultados de testes desta sexta-feira (3), 44 foram descartados. 


A Sesapi ainda investiga mortes de pacientes que tiveram sintomas da Covid-19.

Os quatro óbitos registrados no Piauí foram de pacientes de Teresina (2), Parnaíba (1) e São José do Divino (1) - apenas o caso de Parnaíba teve diagnóstico de Covid-19 antes do falecimento. 

O número de resultados deve crescer nos próximos dias. A Sesapi começou a distribuir, nesta sexta-feira, os kits de teste rápido recebidos do Ministério da Saúde. 

 

Fábio Lima
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Beneficiários do Bolsa Família vão receber auxílio emergencial a partir do dia 16

Foto: Rafael Zart / Ministério da Cidadania

 

O governo pretende começar a pagar já na próxima semana o auxílio emergencial de R$ 600 a trabalhadores informais, disse nesta sexta-feira, 3, o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni. Os elegíveis que já forem registrados no Cadastro Único de programas sociais serão rastreados pelo governo e, segundo o ministro, serão alvo de um "esforço" para receberem antes da Páscoa (12 de abril). Os beneficiários do Bolsa Família, por sua vez, receberão os créditos no calendário normal do programa, que começa em 16 de abril.

O Cadastro Único tem quase 75 milhões de pessoas registradas, das quais 65 milhões têm CPF conhecido. Fora do CadÚnico, o governo estima que 15 milhões a 20 milhões não têm nenhuma formalização de sua atividade. São esses que o governo precisará rastrear de forma mais "manual".

Para isso, o governo deve lançar na próxima terça-feira, 7, um aplicativo acessível pelo celular e pelo computador para a realização da chamada "autodeclaração". O trabalhador informará o governo que precisa do auxílio emergencial, e o governo checará se ele preenche todas as regras.

"Vai ser supersimplificado, não vai trazer nenhuma taxa nem nenhum ônus, vai permitir pela web ou pelo celular que as pessoas possam fazer cadastramento para permitir que até 48 horas depois do cadastramento daqueles que cumprirem todos os requisitos, o recurso esteja creditado na Caixa, no Banco do Brasil ou na rede bancária, ou haverá uma autorização de saque", explicou Onyx.

O ministro destacou que a equipe tem trabalhado com dois focos: segurança e agilidade. Mas admitiu que há uma série de complexidades no processo.

Segundo ele, das 14,29 milhões de famílias que receberão o Bolsa Família em abril, cerca de 2 milhões têm um benefício maior que os R$ 600 do auxílio emergencial - por isso, é preciso um cuidado para que elas não tenham a substituição automática e acabem recebendo menos. "Essas pessoas precisam ser claramente identificadas", disse Onyx.

Outras 12 milhões receberão os valores do auxílio emergencial, que vai variar de acordo com o perfil da família. A lei prevê que até duas pessoas podem receber o auxílio, que é de R$ 600 ou R$ 1,2 mil no caso de mulheres chefes de família.

"Quem está no Bolsa Família pode ter total tranquilidade que vai receber tudo aquilo a que tem direito nos três meses", afirmou o ministro.

Esse público, ressaltou, não precisará acessar o aplicativo para fazer a autodeclaração.

No caso do CadÚnico, o ministro da Cidadania disse que há trabalhadores informais já registrados lá, ainda que não recebam o Bolsa Família. "O sistema está sendo preparado para encontrar os elegíveis inequívocos", disse. "Esse volume será identificado para que a Caixa possa então estabelecer calendário para que recursos cheguem", afirmou.

Por Idiana Tomazelli e Julia Lindner
Estadão Conteúdo

Estudo sobre ação da cloroquina contra coronavírus 'é muito frágil', diz Mandetta

Foto: Isac Nóbrega/PR

 

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, resolveu baixar um pouco a expectativa criada em torno da cloroquina, medicação de tratamento de malária que tem sido testada em casos graves de pacientes com covid-19.

Um dia atrás, Mandetta disse que os primeiros testes científicos com uso de cloroquina começam a mostrar resultados positivos e que a "ciência começa a achar o caminho" no combate à doença. Nesta sexta-feira, 03, porém, Mandetta disse que, após uma reunião com médicos especialistas que analisaram um primeiro trabalho científico publicado pelo New England Journal of Medicine, dos Estados Unidos, concluiu que o resultado não é tão promissor.

"O 'paper' é muito frágil no caso de cloroquina", disse Mandetta, ao se referir ao trabalho científico.

A cloroquina tem sido defendida pelo presidente Jair Bolsonaro como um remédio eficiente para combater a doença. Nesta semana, sem a presença de Mandetta, Bolsonaro se reuniu com um grupo de médicos para sobre o assunto.

Hoje, Mandetta não mencionou a reunião, mas deu seu recado a Bolsonaro e àqueles que estiveram com o presidente. "Estou trabalhando com pouca gente, mas normalmente os 'cabeças brancas' aqueles que têm mais tempo e vivência, não só de sistema, mas de medicina, onde a gente está discutindo algumas possibilidades em tempos de tantas incertezas."

Independentemente disso, Mandetta disse que o Ministério da Saúde vai oferecer aos médicos do País a possibilidade de utilizarem a cloroquina como opção de tratamento não apenas para os casos críticos de pacientes, como tem ocorrido até agora, mas também para aqueles que estão em situação grave.

Por André Borges e Julia Lindner
Estadão Conteúdo

Coronavírus chega a pequenas cidades do Nordeste, que temem colapso

A praça está vazia, a igrejinha fechada e são raras as pessoas que se arriscam a sair nas ruas do povoado Melancia, zona rural de Nova Soure (240 km de Salvador).

A 16 km da sede, o povoado, que tem cerca de mil habitantes que vivem da agricultura de subsistência e da criação de ovinos, registrou seu primeiro caso do novo coronavírus há dez dias.

"Depois que essa doença chegou, tudo ficou mais difícil. Parece que nosso povoado foi condenado ao fogo dos infernos", disse o agricultor Alfredo Moreira, 68, que trancafiou-se dentro de casa.

A chegada da pandemia às pequenas cidades do interior de estados do Nordeste resultou em um novo desafio para prefeituras que já lidam com falta de renda e um sistema de saúde precário.

Só na Bahia, há casos registrados em 15 cidades com menos de 50 mil habitantes. Em geral, são municípios sem respiradores e leitos de UTI e que são ligados aos grandes centros por estradas esburacadas.

Em Nova Soure, a doença chegou com a médica do posto de saúde do povoado de Melancia, que mora em Salvador e atendeu 56 pacientes quando já estava infectada. A prefeitura monitora 75 casos suspeitos e mantém em quarentena outras 423 pessoas que vieram de áreas com registros da doença –incluindo o prefeito, Cássio de Souza Andrade.

Moradora do povoado Melancia, a professora Andreia Nunes, 44, testou positivo para o novo coronavírus. Sua principal preocupação, conta, tem sido evitar o contágio do marido, de 62 anos, e a mãe, de 87 anos. Ambos são considerados grupos de risco e moram na mesma casa.

"Fico com um pouco de medo porque moramos em uma região com pouca estrutura", diz Andreia, que nos últimos dias teve febre e tosse seca, mas não sentiu falta de ar.

Nova Soure tem dez unidades básicas de saúde e um pequeno hospital, mas sem leitos de UTI. Com a pandemia, a prefeitura comprou dois respiradores e começou a implantar salas de estabilização.

"Nosso hospital foi construído há 40 anos e tem uma estrutura inadequada. Vamos trabalhar para estabilizar os pacientes mais graves até que apareça um leito em uma cidade maior", explica o secretário municipal de Saúde Ernesto Júnior.

A situação não é diferente em outras cidades do Nordeste que começam a registrar casos do novo coronavírus, inclusive nas cidades de médio porte.

Em Paulo Afonso, cidade baiana de 117 mil habitantes que fica na fronteira com Alagoas e Sergipe, não há leitos de UTI. Com a crise, a prefeitura corre adaptar leitos de UTI com respiradores em uma Unidade de Pronto Atendimento que ainda não havia sido inaugurada.

"Estamos correndo contra o tempo para instalar esses leitos e garantir uma estrutura mínima para Paulo Afonso e outras nove cidades vizinhas que dependem da nossa rede", afirma o secretário municipal de saúde Ghiarone Santiago de Melo,

Na Paraíba, um empresário de 36 anos, dono de uma rede de farmácia, precisou viajar quatro horas numa ambulância entre Patos, cidade com 107 mil habitantes do sertão, e um hospital de referência da Covid-19 em João Pessoa.

Após apresentar um quadro de tosse, no dia 25 de março, ele foi inicialmente para uma unidade particular em Patos. Um dia depois, devido à complexidade do caso, precisou ser encaminhado para João Pessoa. Após ter sido entubado, o paciente, com histórico de diabetes, morreu no dia 31 de março.

Foram registrados ainda outros dois casos da doença no sertão paraibano. Um em Sousa, cidade com 60 mil habitantes, distante mais de 430 km de João Pessoa, e outro na vizinha Igaracy, com população de pouco mais de 6.000 pessoas. Os dois pacientes estão em isolamento domiciliar.

Na 6ª região de Saúde da Paraíba, que engloba 24 municípios do sertão, grande parte deles sem a mínima estrutura hospitalar, o hospital regional Janduir Carneiro, em Patos, recebe os doentes da região. Há apenas seis leitos de UTI.

Em Pernambuco, a doença também já chegou ao sertão. Um caso foi registrado em Ipubi, cidade com pouco mais de 30 mil habitantes, distante 581 km da capital pernambucana. O paciente, com quadro estável, foi encaminhado para a cidade vizinha de Ouricuri, onde só existem leitos de UTI privados.

Ele não precisou ser levado ao Recife porque o quadro de saúde é estável e, até o momento, não houve necessidade de cuidados de terapia intensiva.

Neison Freire, pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, entidade ligada ao Ministério da Educação e integra um time que faz mapeamento dos casos em Pernambuco, diz que o sistema não foi dimensionado para uma pandemia.

O pesquisador diz que é importante construir hospitais de campanha em áreas estratégicas do interior para agilizar o atendimento aos pacientes e não sobrecarregar as capitais, onde há maior número de infectados.

"O avanço da doença expõe a vulnerabilidade das regiões mais pobres e sem estrutura. Imagine uma pessoa com febre, dor no corpo, e ainda ter que percorrer, em alguns casos, 15 horas para chegar a um hospital da capital", fala.

Nesta quarta-feira (2), o governo de Pernambuco anunciou a abertura de dez leitos em Petrolina, no sertão, dedicados à Covid-19. Um hospital de campanha com cem leitos será montado em Serra Talhada, a 430 km do Recife.

Além do impacto no sistema de saúde, o isolamento social trouxe um forte impacto para o comércio das pequenas cidades, com o fechamento de lojas e, principalmente, a proibição de feiras livres. O cenário fez com que a economia das cidades se tornasse ainda mais dependentes de aposentadorias e programas de transferência de renda.

O possível cancelamento das festas de São João deve completar o baque, já a festa é a segunda principal data do comércio nas cidades nordestinas. Cidades como Conde (PB), Conceição do Almeida (BA), Petrolina (PE) e Monteiro (PE) já anunciaram o cancelamento da festa.

As prefeituras ainda tem como desafio é fazer com que os moradores respeitem a quarentena e fiquem em suas casas. Em Nova Soure, na Bahia, agentes da prefeitura orientavam a formação de filas na entrada dos bancos lotéricas, açougues e mercadinhos.

Em geral, os moradores respeitavam às orientações da prefeitura. Mas havia exceções: na quarta-feira (1º), cinco pessoas estavam sentadas juntas debulhando feijão de corda para vender. Um jovem cumprimentou o amigo com um aperto de mão e ainda fez troça: "Comigo não tem esse negócio de bater cotovelo. Meu escudo é aquele lá de cima, é Deus".

Ao contrário das recomendações das autoridades sanitárias, havia um grande número de pessoas, incluindo idosos, nas ruas e praças da cidade. Muitos deles são funcionários ou proprietários dos estabelecimentos comerciais que estavam abertos.

Sem poder armar sua barraca na feira, onde vende mingau, Luís Vicente de Oliveira, 60, conseguiu um trabalho temporário em um açougue: "Se pudesse, não saía. Mas tenho que sustentar minha família", afirma Oliveira, que trabalha até o meio dia e passa o restante do dia em casa.

O vendedor de fumo de rolo Pedro dos Santos, 39, não montou sua barraca, mas tentava vender seu produto no boca a boca. Atualmente, sua única renda é R$ 180 que recebe do Bolsa-família.

No povoado de Melancia, mesmo com casos registrados, os moradores evitam as ruas, mas tem ido diariamente para suas roças. Também evitam ir à sede do município, onde ficaram estigmatizados por viverem em uma área com casos confirmados da doença.

Pessoas vindas de outras cidades também não sem bem-vindas em Nova Soure. Uma mulher sobressaltou ao ver o carro da reportagem placa da capital baiana. "Vocês são de Salvador? Deus me livre, se saiam". E entrou em casa.

Temem pelo presente e também pelo futuro. Diz o agricultor José Tomás de Aquino, 69: "Isso é uma doença triste, pior que guerra mundial. Se sobreviver a essa, vou vender meu gado e aproveitar o dinheiro enquanto tiver vida".

 

Por João Pedro Pitombo e João Valadares
Nova Soure-BA e Recife para Folhapress

 

Mandetta: Momento é de estresse; todo mundo está muito estressado

Foto: Marco Correa/PR

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou nesta sexta-feira, 3, que o momento é de estresse e que tem tomado "muito chá de camomila" durante a crise decorrente do novo coronavírus. Ele falou sobre o assunto, em tom bem humorado, durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto para falar sobre a situação da covid-19 no Brasil.

Em certo momento, houve uma divergência entre um funcionário da equipe presidencial e um fotógrafo que tentava fazer um registro dos ministros presentes."Está todo mundo muito estressado. Estou tomando muito chá de camomila. Tomem também", disse o ministro após ser interrompido. Em seguida, voltou a fazer as atualizações do Ministério da Saúde.

Ontem, Mandetta foi criticado publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro, que afirmou que falta humildade ao ministro da Saúde e que os dois estão "se bicando há algum tempo". Pouco depois, Mandetta reagiu dizendo que só trabalha. "Olha, eu só trabalho. Lavoro, lavoro (trabalho, em italiano)", respondeu ao ser questionado pelo Broadcast Político.

O ministro falou com a reportagem, na noite de quinta-feira, 2, durante reunião com a Confederação Nacional de Medicina (CFM) e outras entidades para tratar sobre o uso da cloroquina para tratamento da covid-19. No dia anterior, Mandetta foi excluído de reunião entre Bolsonaro e um grupo de médicos para discutir o mesmo assunto.

A cloroquina é um dos temas de divergência entre Bolsonaro e Mandetta. Enquanto o presidente defende irrestritamente a aplicação do medicamento, Mandetta pede cautela até que haja comprovação científica da eficácia desse fármaco, normalmente usado para malária. Agora, Mandetta tem dito que estudos sobre cloroquina tem avançado e ampliou o uso para casos graves do novo coronavírus no País.

 

Por Julia Lindner e André Borges do Estadão Conteúdo

Em sua mansão no Rio, Neymar aproveita quarentena ao lado de familiares e amigos

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Cansados porém felizes ????????????????até o davizinho treinou hoje ???????????? ???? by: @gilcebola

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Desde a suspensão dos campeonatos devido à pandemia do novo coronavírus, Neymar cumpre a quarentena em sua mansão em Mangaratiba, no Rio de Janeiro. Em isolamento, o jogador optou por ficar em casa ao lado de familiares, amigos e alguns funcionários, caso do preparador físico Ricardo Rosa.

A sua rotina é compartilhada com os fãs por meio das redes sociais. Por lá, o craque do Paris Saint-Germain também é monitorado pela imprensa. Uma de suas postagens recentes que teve grande repercussão foram as imagens jogando futevôlei. A atividade foi criticada pela mídia internacional e defendida por Neymar como parte de sua preparação física.

A mansão de Neymar conta com academia, quadra de cimento e caixa de areia. Segundo o seu preparador físico, a estratégia é manter muito trabalho de força na areia, jogos como futevôlei e outras atividades. Ele também destaca que Neymar "não está de férias".

"Temos feito a manutenção do que ele adquiriu na temporada, porque estamos em plena temporada. Ele não está de férias, então temos que mantê-lo em nível de alta performance. Variamos o máximo possível, usando a estrutura que temos na casa e no condomínio", explica Ricardo Rosa.

As fotos jogando futevôlei e até tênis são compartilhas pelo craque no seu Instagram, que conta com 136 milhões de seguidores A função "stories", que fica disponível por 24 horas, é usada diariamente para mostrar a sua rotina de treinos e também de lazer. Geralmente ele exibe fotos de jogos online com seus amigos.

Nas imagens, aparecem Davi Lucca, filho de Neymar, os "parças" Joclécio Amancio, Vinicius Martinez, Gil Cebola, além do empresário Humberto Paiva. Em sua mansão também estavam a ex-namorada Carol Dantas e seu atual marido Vinicius Martinez.

"Esperamos que esse momento trágico seja superado e que possamos todos retomar nossas atividades o quanto antes. Tenho acompanhado as notícias sobre a pandemia no mundo. O momento é de proteger nossas famílias e esperar tudo isso passar, porque vai passar", disse Neymar, por meio de sua assessoria de imprensa.

Neymar vivia grande fase no Paris Saint-Germain antes da pandemia do novo coronavírus paralisar os campeonatos. O brasileiro havia sido decisivo para a classificação do PSG nas oitavas de final da Liga dos Campeões. "O momento da paralisação dos campeonatos era o melhor do PSG. Nosso último compromisso, o jogo contra o Borussia, mostrou que estávamos muito bem preparados e condicionados."

 

Fonte: Estadão Conteúdo

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