Cidadeverde.com

Paciente do HGV morre com suspeita da Covid-19

Foto: Ascom HGV

Um paciente de 55 anos que deu entrada no Hospital Getúlio Vargas (HGV) morreu na madrugada desta sexta-feira(03) com suspeita da Covid-19. Ele havia dado entrada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na tarde de ontem com quadro de insuficiência respiratória. 

De acordo com a Secretaria da Saúde, foram coletadas amostras para a confirmação da suspeita da doença, provocada pelo novo coronavírus. 

O diretor-geral do HGV, Gilberto Albuquerque, explica que todas as providências e protocolos médicos foram devidamente realizados, seguindo as recomendações da Sesapi e do Ministério da Saúde, “mas infelizmente, devido à gravidade do quadro, ele não resistiu”.

O último boletim oficial da Sesapi, divulgado na noite de ontem(02), havia 19 casos confirmados e 268 em investigação com quatro mortes. Hoje, a secretaria já havia confirmado que o professor da UFPI internado no hospital Unimed seria a vigésima confirmação. 

Outros casos de óbitos, inclusive pelo interior do estado, aguardam os resultados dos exames coletados com suspeita da doença. 

 

Caroline Oliveira
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Maior parte dos estados e governo federal não divulgam dados básicos sobre a Covid-19

Foto: Divulgação Ccom-PI

Os estados do Piauí e Distrito Federal estão empatados com baixo nível de informação, segundo a pesquisa

A maioria dos estados brasileiros não é transparente a respeito de dados básicos sobre o novo coronavírus, segundo análise feita pela OKBR (Open Knowledge Brasil). Há pouca ou nenhuma informação, por exemplo, quanto ao número de testes realizados, disponibilidade de leitos de UTI e informações gerais sobre as pessoas com a Covid-19, como idade e sexo. No Piauí, a pesquisa considerou baixo o nível de transparência. 

A análise, divulgada nesta sexta (3), conclui que 90% dos estados e o governo federal não tornam públicos dados que possibilitem o acompanhamento em detalhes da epidemia do novo coronavírus no país.

As autoridades não apresentam, por exemplo, dados básicos sobre quantidade de testes disponíveis. Somente o Tocantins, segundo a OKBR, divulga essa informação -o estado também é um dos que mostram quantos testes foram realizados.

Os exames de detecção da Covid-19 têm sido um dos pontos centrais da discussão sobre a doença. Países que testam em massa sua população estão conseguindo isolar os casos confirmados e, assim, evitar uma maior detecção.

O acesso a dados tem sido um desafio à parte na epidemia brasileira. Na terça, a reportagem perguntou ao Ministério da Saúde quantos testes para Covid-19 foram feitos no país até a presente data. Após uma negativa inicial, a assessoria da pasta afirmou que levantaria os dados e até o momento não enviou resposta.

Nas secretarias estaduais de saúde a situação não é muito diferente. Como mostra o levantamento da OKBR, mais de 80% dos estados não possuem dados abertos (que possam ser baixados e filtrados de diferentes formas) e apresentam as informações a partir de boletins diários sobre a doença.

Até mesmo informações sobre os municípios onde ocorrem os casos e mortes não são disponibilizados pelo governo federal e por três unidades federativas.

O levantamento também revela que nenhum ente federativo apresenta o número de leitos ocupados pelo coronavírus, informação essencial para a análise da situação da epidemia no país.

Casos mais graves da Covid-19 precisam de hospitalização e uso de máquinas para ajudar na respiração do paciente. Dependendo do número de pessoas que precisam do auxílio ao mesmo tempo, o sistema de saúde não suporta e pacientes acabam desassistidos, o que leva a mortes. Por isso a importância de saber sobre a capacidade ocupada de leitos e UTIs.

A análise da OKBR levou à criação de um Índice de Transparência da Covid-19, que, por sua vez, deu origem a um ranking, liderado por Pernambuco, dos estados mais transparentes na divulgação de dados sobre a doença.

Para a criação do índice, a organização levou em conta ítens como informações básicas como idade, sexo, status de atendimento, doenças associadas, ocupação de leitos, e testes disponíveis e aplicados, , considerando quais seriam os dados mínimos que poderiam ser oferecidos.

A OKBR também considerou a granularidade das informações –ou seja, de modo geral, o quanto os dados estão detalhados. Por fim, foi analisado o formato de apresentação dos dados disponíveis.

Todas as unidades federativas foram procuradas para se posicionar sobre a transparência de dados. Somente Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Maranhão e Santa Catarina.

O levantamento foi feito com base em informações disponíveis na manhã de 2 de abril. O ranking do Índice de Transparência da Covid-19 será atualizado semanalmente.

Ranking:
1 - Pernambuco - Nível alto de transparência
2- Ceará - bom
3 - Rio de Janeiro - bom
4 - Tocantins - médio
5 - Minas Gerais - médio
6 - Maranhão e Mato Grosso do Sul - médio
7 - Roraima - médio
8 - Rio Grande do Sul e Governo Federal - baixo
9 - Alagoas e Bahia - baixo
10 - Mato Grosso e São Paulo - baixo
11 - Rio Grande do Norte - baixo
12 - Distrito Federal e Piauí - baixo
13 - Amazonas - baixo
14 - Acre e Goiás - baixo
15 - Amapá, Espírito Santo, Paraíba, Paraná, Santa Catarina e Sergipe- opaco
16 - Pará e Rondônia - opaco
(Alguns estados aparecem empatados pela pontuação atribuída aos critérios de classificação da OFBR)

 

Por Phillipp Watanabe da Folhapress
 

Professor da UFPI internado em hospital é o 20º caso da covid-19 no Piauí

Foto: Arquivo Cidade Verde

O professor de Física da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Cleanio da Luz Lima, que está internado no Hospital Unimed, em Teresina, testou positivo para a Covid-19. A informação foi divulgada na tarde desta sexta-feira (3) em boletim médico assinado pelo médico Rafael Correia Lima.

O boletim diz que o professor está estável, com melhora clínica, mas ainda intubado e em ventilação mecânica. Ele encontra-se sedado e com boa hemodinâmica.

"Informamos que o teste para covid veio positivo, confirmando o diagnóstico de pneumonia viral por coronavírus", afirma o boletim.

Cleanio é professor, doutor em Física, pesquisador do CNPQ e esteve no Rio de Janeiro no último dia 13 participando de uma banca de pós-graduação. Ele retornou a Teresina no dia 14.

A Secretária de Saúde do Estado informou que o caso do professor vai entrar no boletim que será divulgado na tarde de hoje pelo órgão. Até ontem, o Piauí havia registrado 19 casos confirmados da covid-19.

A prefeita universitária, Gabriela Celso, informou ao Cidadeverde.com que, assim que a Ufpi tomou conhecimento da suspeita, iniciou as medidas orientadas pelas autoridades em saúde.

"Foram mapeadas as áreas percorridas e acessadas pelo professor, assim como identificadas as pessoas que tiveram contato com ele. A área foi isolada. Reforçamos com a vigilância a importância de acesso restrito na Ufpi. As áreas externas  e corredores de fluxo comum foram desinfetados. A limpeza das áreas internas, atualmente fechadas e isoladas, está sendo programada", informou a prefeita.

Hérlon Moraes
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Temer diz que sugeriu a Bolsonaro decretação do isolamento social por 10 dias

Foto: Alan Santos/PR

O ex-presidente da República Michel Temer afirmou que sugeriu ao presidente Jair Bolsonaro, em telefonema no último sábado, a decretação do isolamento social em todo o País, preservando serviços essenciais, por 10 dias, com a reavaliação da decisão após esse período a cada 10 dias, com o objetivo de centralizar a ação de combate ao coronavírus.

"Me julguei no direito e no dever de dar um telefonema, que ele recebeu muito bem. Mas no dia seguinte foi na feira da Ceilândia, um pouco fora dos padrões do isolamento social", disse Temer, em live organizada pela Necton Investimentos.

Temer lembrou que, nos episódios da greve dos caminhoneiros e da Operação Carne Fraca, o governo constituiu um gabinete de crise, pelo qual era feito o contato com os governadores. "Pacifica a situação", disse. "Bolsonaro tem feito o possível no combate ao coronavírus. Mas acho que ele deveria centralizar isso tudo. Temos sistema federativo, em que os governadores e prefeitos podem tomar decisões. Mas no presidencialismo quem dá o tom é o presidente."

Em relação à avaliação do governo Bolsonaro, Temer disse que ele "vinha muito bem" no plano econômico. "Eu penso que ele foi bem até certo momento. Nesse momento, começou a ter muita divergência em momento que não deveria ter divergência. Se todos estão na mesma direção, para quê disputa política?", questionou, citando medidas de combate ao vírus em São Paulo.

Comentando a interação entre o governador de São Paulo, João Doria, e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Temer disse que "é momento se unir contra o inimigo comum".

O emedebista ainda avaliou que Bolsonaro deveria "preservar sua palavra" e que o hábito de falar com a imprensa toda a manhã acaba criando contestações sobre o que foi dito durante o dia todo. "A palavra do presidente tem grande significado, por isso Bolsonaro precisaria preservá-la."

Sobre as ações econômicas para atenuar o efeito da crise do coronavírus, Temer avaliou que agora o importante é salvar vidas e que os impactos fiscais devem ser enfrentados depois. Ele ainda disse que concorda um pouco que a execução das medidas está um pouco demorada e que o governo tem de ser ágil, principalmente no socorro à população mais vulnerável, sob o risco de aumentar a violência por algo "trivial": a fome.

Temer ainda afirmou que é fundamental a aprovação do "Orçamento de Guerra" para apartar as despesas temporárias dos outros gastos do governo.

Ele também comentou que não acredita que o liberalismo do governo será revertido depois dessa crise, e, que mesmo que fosse, não conseguiriam regredir no processo histórico de redução do Estado.

Durante a live, o ex-presidente disse também que os bancos públicos devem começar o trabalho de apoio à economia, mas os bancos privados também têm de ser chamados. Segundo ele, o governo deve pedir a colaboração dos bancos.

"O governo tem de chamar os bancos, ninguém que tabelar juros, mas tem de pedir colaboração. Para continuar ganhando o que ganham, precisam do País recuperado. Portanto, tem de dizer para os bancos: não pode ter juros superiores a tal e tal", disse, referindo-se à discussão de que o BNDES repassou recursos para bancos ajudarem empresas, mas o crédito tem saído caro.

Ele ainda completou que os bancos têm a obrigatoriedade de repassar os recursos do BNDES e que isso talvez possa ser feito por Medida Provisória (MP), mas, se não, via projeto de lei também seria célere com a disposição dos presidentes das casas legislativas.

Fonte: Estadão Conteúdo

Câmara vai tentar votar PEC do Orçamento de Guerra hoje

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

Os deputados vão tentar finalizar ainda nesta sexta-feira, 3, a votação da proposta de emenda constitucional chamada de Orçamento de Guerra. O texto segrega as contas da União durante a crise da covid-19 e dá mais liberdade e segurança jurídica para o governo avançar com os gastos em tempos de pandemia. Se a Câmara conseguir finalizar a votação, restará o Senado analisar a medida antes de ir à sanção.

Lideranças debaterem durante toda quinta-feira para tentar resolver todos as discordâncias em relação ao texto e levar para o plenário uma proposta já consensual para a realização de uma votação mais célere possível.

O governo já deu seu aval à medida. "Conversamos muito durante toda a semana e construímos juntos", disse o líder do governo na Câmara Major Vitor Hugo (PSL-GO). O ponto de discordância que havia com o Executivo foi ajustado antes da leitura do relatório O governo se preocupava com a redação do trecho sobre a possibilidade de o Legislativo sustar as decisões do comitê que será criado para fazer a gestão dos recursos na crise. A versão anterior dizia que é dado poder ao Congresso para sustar qualquer decisão "em caso de ofensa ao interesse público ou de extrapolação dos limites da sua ação".

A atual diz que a prerrogativa é para "caso de irregularidade ou de extrapolação aos limites do artigo".

Agora, lideranças ainda debatem sobre pontos sobre a atuação do Banco Central. A instituição poderá comprar e vender direitos creditórios e títulos privados de crédito em mercados secundários. O montante total de compras de cada operação deverá ser autorizado pelo Tesouro e imediatamente informado ao Congresso. As operações vão exigir aporte de capital de pelo 25% do Tesouro. Esse porcentual ainda é um entrave para algumas lideranças e poderá ser alterado.

Outro ponto ainda em debate é sobre os depósitos voluntários no Banco Central, que acabou ficando de fora do relatório do deputado Hugo Motta (Republicanos-RR), lido na quarta-feira em plenário.


Fonte: Folhapress

Pacientes com coronavírus podem ter problemas neurológicos, diz estudo

Foto: CLAUDIO FURLAN/DIA ESPORTIVO/ESTADÃO CONTEÚDO

Um estudo chinês divulgado em março deste ano mostra que pessoas com Covid-19 desenvolveram problemas neurológicos como sintomas da doença.

A investigação foi realizada entre os dias 16 de janeiro e 19 de fevereiro de 2020 em 214 pacientes com Covid-19 -graves ou não- internados em três hospitais de Wuhan (China), onde começou a pandemia. Destes, 78 apresentaram alguma manifestação neurológica.

Entre os sintomas, os mais comuns foram a tontura, mencionada por 36 pacientes (16,8%), e dor de cabeça, citada por 28 (13,1%).

Em seguida aparecem confusão mental, AVC ou isquemia cerebral, convulsão, perda da coordenação muscular e sonolência.

De acordo com o neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Saulo Nardy Nader, trata-se do primeiro estudo bem feito sobre o acometimento neurológico por coronavírus. Para ele, a conclusão serve de alerta.

"Pessoas com quadro gripal e que apresentarem pela primeira vez algum tipo de tontura forte e persistente, principalmente vertigem, podem estar infectadas pelo coronavírus", afirma.

Nader diz que a pesquisa também traz uma queixa que está se tornando comum nos consultórios e até nas redes sociais: a perda de olfato (hiposmia) e paladar (hipogeusia). Cerca de 5% dos que apresentaram sintomas neurológicos mencionaram esse tipo de alteração.

O coronavírus pode chegar ao sistema nervoso central de duas formas. "A primeira hipótese é pelo sangue e a segunda diretamente pelo nariz, pegando carona com o nervo olfativo. A pessoa teria contato com o vírus pela narina e, através do nervo que leva informação do nariz para o cérebro, conseguiria causar a infecção. A falta de ar, por exemplo, pode ocorrer por agressão neurológica do vírus na região do cérebro responsável por controlar os centros da respiração", explica Nader.

Os sintomas elencados no estudo feito em Wuhan não são novidades nos consultórios de especialistas brasileiros ouvidos pela Folha. Além dos neurológicos, há outros incomuns.

João Prats, infectologista da BP (Beneficência Portuguesa de São Paulo) explica que, apesar de não ser comum, o primeiro sinal de infecção por coronavírus pode aparecer sob a forma de problema digestivo.

Ele cita como exemplo o caso de uma paciente que, após cinco dias com diarreia, teve dificuldade respiratória.

Quando o coronavírus circula no sangue e inflama os gânglios linfáticos abdominais, também pode ocorrer dor forte semelhante à provocada por apendicite ou cólica renal.

"Ainda não há estatística dos atendimentos, mas é a minoria. O sintoma que sugere gravidade é o respiratório, a falta de ar. Mesmo que a primeira manifestação for atípica, os médicos devem investigar mais", afirma Prats.

Após examinar uma pessoa com sintomas de covid-19, o infectologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Paulo Olzon sentiu-se mal. Primeiro, veio o cansaço excessivo; cerca de quatro dias depois, as tonturas, com mais frequência no período noturno.

"Para mim, a tontura foi novidade, mas é importante alertar que ela é sintoma de outras doenças, como a própria labirintite, os tumores cerebrais e problemas de pressão arterial, entre outras. Para o diagnóstico, é importante levar em conta o histórico do paciente e a intensidade dos sintomas", explica Olzon, que está em isolamento. Além de tontura, ele também teve alteração do paladar e do olfato.

Para José Vidal, infectologista do Hospital das Clínicas de SP e do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia, a teoria mais provável é que o novo coronavírus infecte os nervos periféricos olfatórios causando as alterações de olfato que já vêm sendo relatadas por alguns pacientes.

"Essas alterações podem alertar para a presença do coronavírus, visando instaurar as medidas necessárias, em termos individuais e de saúde pública, como o isolamento. É necessário estudar melhor as consequências a longo prazo. A rota da infecção precisa ser melhor elucidada. O vírus também pode causar problemas cardíacos, intestinais e outras manifestações neurológicas graves, como paralisa flácida aguda, síndrome de Guillain-Barré e encefalomielite disseminada aguda, todas já descritas com outros coronavírus humanos", explica Vidal.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil tem 241 mortes por coronavírus e 6.836 casos da doença. O estado de São Paulo tem o maior número de confirmações, com 2.981 registros. Até o momento, morreram 164 pessoas.


Fonte: Folhapress

'Vai quebrar tudo', diz Bolsonaro em nova crítica ao fechamento do comércio

Foto: Alan Santos/PR

Em mais uma crítica às ações de isolamento social tomadas por governadores, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta sexta-feira (3) que a sociedade brasileira "não aguenta ficar dois, três meses parada".

"Vai quebrar tudo", declarou o presidente a um grupo de apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília.

"Vocês sabem do meu posicionamento: não pode fechar dessa maneira, e atrás disso vem desemprego em massa, miséria, fome, vem violência", disse Bolsonaro, ao ser interpelado por um simpatizante que se queixou de medidas do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que determinou o fechamento de comércios e a suspensão de aulas.

"Esse vírus é igual a uma chuva. Vai molhar 70% de vocês. Isso ninguém contesta. Toda a nação vai ficar livre da pandemia depois que 70% for infectado e conseguir os anticorpos. Desses 70%, uma pequena parte, os idosos e quem têm problema de saúde, vai ter problema sério e vai passar por isso também."

"O que estão fazendo [com o isolamento social] é adiar [a transmissão do Covid-19] para ter espaço nos hospitais. Mas tem um detalhe: a sociedade não aguenta ficar dois, três meses parada. Vai quebrar tudo", afirmou Bolsonaro.

Um dia antes, Bolsonaro reconheceu que ainda não tem apoio popular suficiente para determinar uma reabertura da atividade comercial no país. Em entrevista à rádio Jovem Pan, ele disse que pode tomar uma decisão por meio de um projeto, mas que precisa estar amparado por um apoio maior da sociedade.

"Eu estou esperando o povo pedir mais, porque o que eu tenho de base de apoio são alguns parlamentares. Tudo bem, não é maioria, mas tenho o povo do nosso lado. Eu só posso posso tomar certas decisões com o povo estando comigo", afirmou.

"Para abrir comércio, eu posso abrir em uma canetada. Enquanto o Supremo e o Legislativo não suspenderem os efeitos do meu decreto, o comércio vai ser aberto. É assim que funciona, na base da lei."

O presidente defendeu que, a partir da próxima segunda-feira (6), estados e municípios determinem uma reabertura gradual da atividade comercial, evitando um aumento no desemprego.

Ele ressaltou que já tem pronto em sua mesa um modelo de proposta para determinar que os estabelecimentos comerciais sejam considerados uma atividade essencial durante a pandemia do coronavírus.

"Eu tenho um projeto de decreto pronto na minha frente para ser assinado, se preciso for, considerando atividade essencial toda aquela exercida pelo homem e pela mulher através da qual seja indispensável para levar o pão para a casa todo dia", disse.

O presidente ressaltou, no entanto, que tem sofrido ameaças para não assiná-la, entre elas até mesmo a abertura de um processo de impeachment no Legislativo. Ele não especificou, no entanto, quem o tem ameaçado.

"Eu, como chefe de Estado, tenho de decidir. Se tiver que chegar a esse momento, eu vou assinar essa medida provisória. Agora, sei que tem ameça de tudo o que é lugar para cima de mim se eu vier a assinar. Até de sanções tipo buscar um afastamento, sem qualquer amparo legal para isso."

Para o presidente, após a pandemia do coronavírus, a economia brasileira levará um ano para se recuperar. Na entrevista, ele disse ainda que fará um chamado nacional para que a população brasileira faça um dia de jejum religioso para que o país "fique livre desse mal".

Na entrevista, o presidente voltou a fazer críticas a prefeitos e governadores que adotaram medidas restritivas diante da pandemia da doença. O mais atacado foi o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Bolsonaro disse que Doria faz "política o tempo todo" e recorre a "demagogia barata". Segundo o presidente, como porta-voz dos governadores do país, o tucano é "péssimo em todos os aspectos".


Fonte: Folhapress

Governo anuncia cortes de gastos e redução de 25% nos contratos devido a Covid-19

Foto: RobertaAline/CidadeVerde.com

O governo do Estado instituiu um Plano de Contingenciamento de Gastos, no âmbito da Administração Pública Direta e Indireta. De acordo com a resolução,  ficam vetadas medidas  como a celebração de novos contratos e qualquer ato que possa aumentar as despesas do estado.

A medida se deve a crise na saúde, com reflexos diretos na economia, provocada pela pandemia do coronavírus. O Piauí encontra-se em estado de calamidade e o governo pede que as pessoas fiquem em isolamento social. Com isso, a arrecadação do estado tem apresentado queda nos últimos meses.

A resolução também determina a suspensão do início de novas obras no estado. “Fica vedado o início de novas obras, bem como reformas e novos projetos que representem aumento de despesa, assim como aquisição de equipamentos ou material permanente”, diz a resolução. 

O plano suspende medidas como concessão de passagens aéreas, de diárias,  consultorias e assessorias jurídicas, apresentações artísticas, shows, festejos e eventos em geral, inclusive esportivos.  Ficam limitadas a, no máximo, 50% do valor liquidado no mês de referência do exercício anterior, as despesas com material de consumo, suprimento de fundos, serviço de terceiros pessoa física, locação de veículos, locação de impressoras, locação de equipamentos, exceto aqueles considerados essenciais, aquisição de combustível, manutenções de bens móveis em geral (inclusive veículos, e equipamentos) e serviços gráficos.

O secretário de Administração, Merlong Solano, afirma que o corte de gastos é a única medida para evitar que o impacto na economia  possa uma crise ainda maior.

“Essa medida decorrer das consequências diretas da pandemia do coronavírus. O governo instituiu o isolamento social porque nãos e tem vacina e nem cura. A única forma de prevenir é com o isolamento social. E isso causa impacto direto na economia porque tudo está parado. Os estados , municípios e a União encontram com queda na arrecadação. Agora vamos fazer a economia da economia porque deste o início desse mandato do governador Wellington Dias (PT) que adotamos o corte anual de R$ 400 milhões de despesas. Agora precisamos cortar mais”, afirma Merlong. 

O governo quer cortar os contratos já existentes em 25%. “Estamos vivendo uma crise que se assemelha a uma guerra. Os cortes só não atingirão as áreas da segurança, saúde e assistência social. Mas suspende  novos contrato, despesas de passagens aéreas, despesas de atividades culturais e artísticas. E reduz algumas despesas em 50%. O governo manda fazer uma revisão de todos os contratos para cortar em 25 %. É uma medida severa”, explica. 

A preocupação maior do estado é com a queda da arrecadação. “Estive em uma videoconferência com o secretário Rafael Fonteles  e ele disse que só não tiveram queda as áreas  de farmácia e de supermercado. Tem área que a redução chega a 60% em alguns setores.  Vai acontecer a queda do  Fundo de Participação dos  Estados (FPE) e não sabemos em que medida o Governo Federal vai socorrer os estados. Estamos cortando na própria carne”, destacou. 

Lídia Brito
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População se aglomera em fila para entrar em agência bancária no bairro Dirceu

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Centenas de pessoas, dentre elas idosos, se aglomeram em fila na agência do Banco do Brasil no bairro Dirceu, zona Sudesde de Teresina. Muitos não têm condição de ficar de pé e dividem a única cadeira de rodas do banco. O Cidadeverde.com flagrou a fila nesta sexta-feira (3).

Cadeirante por problemas neurológicos, o aposentado Francisco Gonçalves, 68 anos, conta com a ajuda da sobrinha para saber resolver um problema na conta. "Ele foi sacar a aposentadoria e só saiu a metade. Disseram pra gente sacar o extrato pra saber o que aconteceu", disse a familiar que o acompanhava. O idoso teve de aguardar a cadeira de rodas em uma cadeira de plástico, cedida por um vendedor ambulante. 

A manicure Lucimar Sousa foi pegar o dinheiro da mãe, de 83 anos. "Ainda bem que não trouxe ela porque olha o tamanho dessa fila, e ainda no Sol", disse. Ela concorda com o isolamento, mas lamenta ter que sair de casa para resolver problemas bancários. "Saio com medo mas é o jeito porque a gente tem que resolver as coisas que só resolve se a gente sair, tirar dinheiro no banco mesmo", contou.

Para o taxista Hamilton Diniz, o comportamento das pessoas só defende o isolamento para o comércio. " Para os para o banco ficam todos aí, juntos um do outro. Quando é para o comércio, eles querem que feche pra não juntar gente", reclamou. 

Segundo os usuários do banco, a agência estava sem dinheiro e só as 10h foram feitas as reposições das cédulas. A movimentação de pessoas nos bancos está alta desde a segunda-feira(03) e dura até às 15h.

Nessa quinta-feira (2), o Cidadeverde.com também flagrou aglomeração de moradores próxima a uma lotérica no bairro Promorar, na zona Sul.

Flash de Valmir Macedo
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Prefeitura prepara Lindolfo Monteiro para receber pessoas em situação de rua

Foto: Ascom/PMT

A Prefeitura de Teresina está preparando o estádio Lindolfo Monteiro para receber pessoas em situação de rua enquanto durar a quarentena contra o novo coronavírus. O espaço está sendo montado para ter uma capacidade de receber cerca de 70 pessoas.

A  Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas é responsável pela obra. São alojamentos com espaçamento adequado para evitar a aglomeração. Também haverá uma área livre destinada a circulação das pessoas e banheiros. 

Além dos cuidados para evitar a aglomeração, também serão tomadas medidas para manter a higiene do local e continuar garantindo a alimentação diária dos moradores de rua. A perspectiva da Semcaspi é que a montagem do espaço seja finalizada na próxima semana e, logo após, já começar a receber as pessoas. 

"Toda essa crise em torno do coronavírus nos fez, enquanto Prefeitura, articular uma série de ações para que possamos enfrentar a doença. Essa é mais uma delas em favor de Teresina. As pessoas em situação de rua vão continuar sendo assistidas pela Prefeitura", explica Samuel Silveira, secretário da Semcaspi.cia.

Foto: Ascom/PMT

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