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Jogadores se revoltam com ideia de teste na África: 'Não somos cobaias'

Uma troca de ideias entre dois médicos franceses nesta semana revoltou diversos jogadores africanos, entre eles o marfinense Didier Drogba e o camaronês Samuel Eto´o. Jean Paul Mira, um dos diretores do hospital Cochin de Paris, e Camille Locht, diretor do INSERM (organização pública francesa exclusivamente dedicada às pesquisas biológicas) afirmaram ao canal LCI (La Chaîne Info), uma das maiores emissoras de televisão da França, que deveria se fazer um estudo na África sobre o novo coronavírus.

As autoridades médicas francesas afirmaram que a pesquisa deveria ser feita na África porque lá "não há máscaras, nem tratamentos, nem aparelhos de reanimação cardiorrespiratória". Os dois ainda comentaram sobre um outro estudo. "No caso da AIDS, onde prostitutas africanas são usadas para tentar certas coisas porque sabem que estão muito expostas e não têm proteção", disse Mira.

As declarações imediatamente revoltaram diversos jogadores de futebol nascidos no continente africano. O ex-centroavante de Camarões chamou Mira e Locht de "filhos da p..." por propor experimentos na África em busca da cura da covid-19. "A África não é seu parquinho", disse Eto'o.

Drogba foi outro astro a ir totalmente na contramão dos médicos franceses. "É totalmente inconcebível que tenhamos que advertir sobre isso. A África não é um laboratório de testes. Não somos cobaias. Eu quero veementemente denunciar essas declarações discriminatórias, falsas e, sobre tudo, racistas", escreveu o ex-atacante da Costa do Marfim em suas redes sociais.

O atacante senegalês Demba Ba, que ainda está em atividade pelo Istanbul Basaksehir, da Turquia, também se revoltou com a ideia dos testes na África. "Bem-vindo ao Ocidente, onde os brancos se consideram tão superiores que o racismo e a debilidade se tornam comuns", disse.

Ainda sem cura, o novo coronavírus já infectou mais de 1 milhão de pessoas em todo o mundo. Ao todo, mais de 54 mil mortes causadas pela doença foram contabilizadas até esta quinta-feira. A África como um todo já registra mais de seis mil casos, com mais de 220 mortes. O país mais afetado até o momento é a África do Sul, com mais de 1,3 mil infectados.

A França, país dos médicos que geraram a revolta dos atletas africanos, tem quase 60 mil casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus. Mais de 5,3 mil mortes já foram registradas.

Fonte: Estadão Conteúdo

Na Espanha, Ronaldo Fenômeno pede responsabilidade: 'É para ficarmos em casa'

Foto: Real Valladolid C.F.

 

A Espanha é um dos países mais afetados no mundo pela pandemia do novo coronavírus. Até esta quinta-feira são quase 11 mil mortes no total, de acordo com o Ministério da Saúde espanhol, e mais que 117 mil pessoas infectadas pela covid-19. Presidente do Valladolid, clube da primeira divisão, desde 2018, Ronaldo Fenômeno está na cidade espanhola trabalhando de sua casa e explicou com o time está se adaptando durante a quarentena imposta pelo governo.

"Estamos nos adaptando a isso, pois é uma situação sem precedentes. Nunca havíamos passado por algo parecido antes. Por isso, estamos trabalhando cada um na sua respectiva casa, por videoconferência, mantendo contato online todos os dias. E não só dentro do clube, mas com todas as entidades do futebol, como LaLiga, a Federação Espanhola", disse.

Ronaldo aproveitou para enviar uma mensagem de apoio durante essa crise. "Estamos passando por um momento de extrema dificuldade e sacrifício para todos nós. E para que possamos mudar esse cenário bastante complicado, a melhor solução é ter muita paciência e responsabilidade. Como dizem as autoridades de saúde e do governo, é para ficarmos em casa, para que essa crise se resolva o quanto antes", afirmou.

De casa, o ex-jogador revelou que um dos pontos a serem retrabalhados pelo clube, por conta da quarentena, é a construção da "Cidade Esportiva" - novo conceito proposto pelos clubes espanhóis, que confere um importante papel aos times de base, auxiliando na formação de atletas capazes de integrar o elenco principal. "Mesmo com esses problemas, não podemos ficar parados. Nosso projeto de cidade esportiva para o clube, por exemplo, que estava para começar agora em abril, terá que ser adiado", explicou.

No Campeonato Espanhol, muitas equipes adotaram o projeto pensando em objetivos a longo prazo, seja construindo uma nova instalação a partir do zero, reformando as existentes ou ampliando o complexo esportivo que já possuem. Tais iniciativas, de acordo com Ronaldo, visam melhorar o nível competitivo, os resultados da equipe principal e o clube em geral, com o foco no fortalecimento da base, para torná-la uma das mais poderosas do futebol espanhol.

Fonte: Estadão Conteúdo

400 policiais de gabinete vão para ruas para reforçar segurança no isolamento

Foto: RobertaAline/CidadeVerde.com

No período em que a maior parte dos órgãos dos serviços públicos estão fechados, cumprindo as medidas de isolamento social decretadas pelos governos estadual e municipais, o secretário de Segurança Fábio Abreu informou que irá convocar cerca de 400 policiais que fazem a segurança destas instituições para reforçarem o policiamento nas ruas, já a partir da próxima segunda(09). 

A medida afetaria, por exemplo, os policiais do Tribunal de Justiça e Assembleia Legislativa que estão trabalhando remotamente. Ele informou ainda que também vai solicitar as viaturas que estão paradas para darem estrutura a esses policiais tanto na Polícia Militar quanto na Secretaria de Saúde. 

“Estamos tomando algumas medidas para intensificar o policiamento ostensivo nesse período de quarentena, principalmente, uma dela é chamar para o serviço ativo da polícia, os policiais que estão nos órgãos. Eles viriam temporariamente e posteriormente eles retornam para esse órgãos. Mas, nesse tempo de coronavírus eles estariam trabalhando. E em termos de estrutura, o Estado está fazendo um apanhado e buscando viaturas que estão praticamente paradas  e trazendo esses equipamentos para a Polícia Militar, principalmente, e para Secretaria de Saúde”, destaca o secretário. 

Segundo Abreu, essas viaturas seriam usadas nas ruas de Teresina e das principais cidades do Piauí. 

O secretário não informou quantos policiais fariam parte deste grupo que viria para as ruas na quarentena.  

Ele acredita que assim, deverá reduzir ainda mais os números de crimes registrados no Estado. Esta quinta-feira(02), a Segurança informou que no mês de março foram 52 mortes em crime violentos letais intencionais, três a menos que em fevereiro.


Caroline Oliveira
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Especialista comenta MP sobre mudanças na jornada de trabalho

A advogada Giovana Nunes tirou dúvidas em entrevista nesta sexta-feira (3) sobre as novas regras trabalhistas determinadas pelo governo federal para empresas e empregados diante da epidemia de Covid-19.

A medida provisória (MP) decretada prevê mudança na jornada de trabalho e possibilidade de suspensão no contrato de trabalho com contrapartidas do governo, que já afirmou garantir R$ 51 milhões para aporte financeira do Programa Emergencial da Manutenção do Emprego e Renda.

A média de sobrevivência de uma empresa que não arracada, que não funciona, é aproximadamente de 27 dias. Isso acaba gerando um impacto significativo.

“Para que a gente não tenha um prejuízo muito maior na economia, é preciso que haja essa transferência de renda para trabalhador, para o empregador, mesmo que seja um trabalhador informal para que o cidadão, o indivíduo mantenha o poder de compra, para a economia continue funcionando e para que a gente possa tomar as medidas de isolamento. Caso contrário, nós teremos efeitos muito mais devastadores”, disse a advogada.

A medida trabalha em três pilares:

  • Suspensão do trabalho
  • Redução da jornada
  • Modificação dos horários (a partir da demanda do empregador)

“Não existe dispensa, não se fala em dispensa. Muito pelo contrário, a medida provisória ela dá garantia de estabilidade provisória durante o período em que esse contrato de trabalho estiver suspenso ou em que ele estiver em redução”, afirma Giovana.

O tempo máximo de suspensão dotrabalho é de 60 dias. O da redução da jornada de trabalho vai até 90 dias com possibilidade de jornada intercalada

A redução da jornada pode ocorrer de 25% a 70% da jornada de trabalho. 

“Quando essa redução for acima de 25%, o emrpegado faz jus ao que a gente chama de benefício emergencial de manutenção do emprego e renda. O benefício vai ser calculado em cima do valor que nós temos para o seguro-desemprego”, informou.

Da redação
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Guarda Municipal vai à Avenida Raul Lopes e pede que as pessoas não se aglomerem

Foto: Ascom/PMT

Membros da Guarda Municipal foram até a Avenida Raul Lopes, tradicional por receber muitos teresinenses praticantes de caminhada e corrida, para conscientizar a população sobre os perigos que a aglomeração representa para a transmissão do novo coronavírus. A ação aconteceu no início da noite desta quinta-feira (02)

As pessoas costumam praticar caminhadas e corridas no início da manhã e no final da tarde. Nesse momento em que a cidade está sob decreto que determina regras de isolamento social, a Prefeitura vem se esforçando para conscientizar a população de que só deve sair de casa em situações de necessidade.

O secretário Samuel Silveira, da Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas, explica que a Guarda Municipal está trabalhando para resguardar a segurança e a saúde da população.

“Temos tomado medidas duras principalmente em relação ao funcionamento do comércio. Estamos fiscalizando diuturnamente os estabelecimentos. Mas essas medidas não serão eficazes se a população continuar saindo de casa, indo para a rua. Por isso, estamos conversando com as pessoas, tentando conscientizar para que essa doença tenha o menor impacto possível na nossa cidade”, afirma Samuel Silveira.


Da redação
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Bolsonaro sanciona auxílio emergencial de R$ 600, mas veta ampliação do BPC

O presidente Jair Bolsonaro publicou nesta quinta-feira (2) no DOU (Diário Oficial da União) o projeto que garante auxílio emergencial de R$ 600 a trabalhadores informais e de R$ 1.200 para mães responsáveis pelo sustento da família. A intenção da ajuda é amenizar o impacto da crise do coronavírus sobre a situação financeira da população que perdeu ou teve sua renda reduzida.

O mandatário vetou três trechos, entre os quais, o que previa a ampliação do BPC (benefício pago a idosos e deficientes carentes).

Há duas semanas, o Congresso derrubou um veto de Bolsonaro. Com isso, o BPC deveria ser pago a famílias com renda de até meio salário mínimo (R$ 522,50 mensais) por integrante -antes, o teto era de um quarto do salário mínimo, ou seja, R$ 261,25 por membro da família, em valores atuais.

O TCU (Tribunal de Contas da União) havia inicialmente expedido liminar impedindo a ampliação do BPC, mas, no último dia 18, decidiu suspender o efeito por 15 dias para que o Congresso resolvesse o imbróglio.

O texto aprovado retomava até 31 de dezembro deste ano o teto de um quarto de salário-mínimo defendido pelo governo. A partir de 1º de janeiro de 2021, porém, voltaria a subir para meio salário-mínimo. Este trecho foi vetado.

O governo justificou o veto afirmando que a proposta, ao manter de forma objetiva o valor do critério para se receber o BPC no valor de meio salário mínimo viola regras do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) e da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para 2020.

"Ademais, o dispositivo contraria o interesse público ao não se permitir a determinação de critérios para a adequada focalização do benefício", justifica o governo.

Também foi vetado o trecho que previa o recebimento de recursos exclusivamente provenientes de programas sociais governamentais, do Pis/Pasep e do FGTS. Segundo o governo, o texto contraria o interesse público por limitar a liberdade de movimentação financeira do cidadão, bem como do seu direito de escolha baseado na sua condição de gestão financeira familiar, em especial, neste momento de restrições de acesso físico a atendimentos presenciais em instituições financeiras.

Por fim, foi vetado o trecho segundo o qual auxílio emergencial será cessado quando constatado o descumprimento dos requisitos de concessão.

Para o governo este parágrafo contraria o interesse público, tendo em vista a temporalidade de duração do auxílio, de forma que os procedimentos necessários à apuração da elegibilidade do público beneficiário seja feito uma única vez, com a concentração de esforços e custos operacionais na construção das ações necessárias à mitigação dos prejuízos causados pelo Covid-19 à população mais vulnerável.

Também nesta quinta, foi publicada a medida provisória que abre crédito extraordinário de R$ 98,2 bilhões para garantir o pagamento dos auxílios.

Quem tem direito?

Tem direito ao benefício cidadãos maiores de 18 anos que não têm emprego formal; não recebem benefício previdenciário ou assistencial, seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal, exceto o Bolsa Família; têm renda mensal per capita de até meio salário mínimo (R$ 522,50) ou renda familiar mensal total de até três salários mínimos (R$ 3.135); não tenham recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 em 2018.

O "coronavoucher", como o auxílio foi apelidado, também vale para quem exerce atividade na condição de microempreendedor individual (MEI), contribuinte individual do Regime Geral de Previdência Social e para o trabalhador informal, de qualquer natureza, inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) ou que cumpra o requisito de renda até 20 de março de 2020.

O recebimento do auxílio emergencial está limitado a dois membros da mesma família. O auxílio substituirá o benefício do Bolsa Família nas situações em que for mais vantajoso.

Na manhã desta terça-feira (31), Bolsonaro disse que pretendia sancionar e regulamentar "o mais rápido possível" o texto avalizado pelo Senado na segunda (30).

"Está pronto o decreto [de regulamentação], só dar uma olhada e meter a caneta. Quem vai pagar é a Caixa Econômica Federal. Ouvi ontem [segunda-feira] alguns já reclamando: 'não sancionou ainda?' Foi ontem à noite que foi aprovado. Esse pessoal que reclamou, que tinha poder dentro do Congresso, tinha que ter aprovado no mesmo dia quando eu mandei para lá", declarou Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada.

O auxílio será pago em três prestações mensais, conforme texto votado no Senado.

De acordo as últimas entrevistas do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, e do ministro Onyx Lorenzoni (Cidadania), os pagamentos serão feitos em agências da Caixa, lotéricas, correspondentes bancários e pelo aplicativo da Caixa. Também haverá auxílio de unidades do Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia. Também será possível fazer transferência para outros bancos. Haverá um calendário de liberação dos recursos.

A operacionalização destes pagamentos, no entanto, ainda depende da edição de um decreto.

O projeto que cria o benefício foi aprovado por unanimidade pelos senadores, com 79 votos a favor.

A proposta havia sido aprovada na última quinta-feira (26) em votação simbólica e remota na Câmara.

Inicialmente, a equipe econômica queria conceder R$ 200 aos informais. Pouco depois, admitiu elevar o valor a R$ 300.

O presidente Bolsonaro decidiu anunciar o aumento no valor do auxílio que o governo pretende dar a trabalhadores informais para R$ 600 para tentar esvaziar o discurso da oposição no Congresso e retomar protagonismo sobre a medida.

O impacto do auxílio de R$ 600 deve ficar em R$ 44 bilhões durante o período em que a medida vigorar, segundo integrantes da equipe econômica.

 

Por Folhapress

"A lei é ficar dentro de casa", diz Ivete Sangalo em live

Fotos: Reprodução/instagram/@ivetesangalo

Em uma longa live feita via Instagram na madrugada desta sexta-feira (3), Ivete Sangalo, 47, defendeu a importância das pessoas ficarem em casa para o combate à pandemia do novo coronavírus.

"É uma atitude determinante. Você respeita o coletivo. Isso é empatia", disse. "A lei é ficar dentro de casa".

Ao mesmo tempo, ela falou sobre a importância de ouvir e tentar compreender a situação de quem precisa sair para trabalhar. A cantora lembrou que o mundo vive uma realidade nova, em que as pessoas não sabem exatamente o que é certo ou errado.

Em meio a várias canções, que cantou segurando a escova de cabelos das filhas como se fosse um microfone, Ivete fez uma rara manifestação sobre causas sociais, abordando assuntos como o racismo e a violência.

Em um longo discurso contra o racismo, por exemplo, ela mencionou o empresário Rodrigo Branco, de quem é amiga. Rodrigo afirmou durante uma live que a jornalista Maria Júlia Coutinho, a Maju, apresentadora do Jornal Hoje (Globo), é "horrível" e "está à frente do telejornal por causa da cor de sua pele".

Ele também menosprezou a torcida pela médica Thelma, uma das participantes do Big Brother Brasil 20, dizendo que ela tem torcedores porque "é negra, coitada".

Ivete ligou para o amigo e perguntou sobre o ocorrido. Rodrigo disse a ela que está triste. "Há que se perder para ganhar alguma coisa", respondeu a cantora, ressaltando a importância de desenvolver a empatia, mesmo sendo uma pessoa que não sabe o que é ser discriminada e considerada diferente.

Ivete fez questão de afirmar que discorda totalmente da postura do empresário e chamou o racismo de ignorância. Ela pediu para as pessoas respirarem e pensarem antes de falar algo ruim sobre os outros.

Ivete também questionou os defensores de armas, sem citar nomes. "Só piora as coisas", opinou. "Deu vontade de falar e falei".

A cantora contou que gostaria de fazer mais lives durante o período de isolamento social, mas passa o dia cuidando de seus três filhos em seu apartamento em Salvador (BA). "Vou tentar fazer mais, na hora que der, na hora que 'mainha' estiver livre".

Durante a transmissão, ela apresentou um repertório dançante e algumas músicas românticas. Em alguns momentos, levantou para pular, como faz nos shows, e se emocionou ao cantar "Quando a chuva passar". "Vai passar", disse.

Fonte: Folha Press

Ator: morro do Vidigal está apavorado com coronavírus

Foto: Reprodução/instagram@neghblack

Jonathan Azevedo, 34, disse nesta quinta-feira (2) que conta os dias para a água chegar na favela do Morro do Vidigal, na zona sul do Rio, onde mora e cumpre quarentena por causa do novo coronavírus. Em entrevista à revista Quem por meio de uma live no Instagram, o ator também falou sobre as dificuldades que os moradores da comunidade estão enfrentando durante a crise.

"Quando eu morava na Cruzada, que é no meio do Leblon, luz e água chegavam. Lá, pelo menos os prédios são afastados uns dos outros. Aqui no Vidigal, existem famílias com 12 pessoas dentro de casa. Quando vim para cá, entendi que é privilégio ter duas caixas d'água, uma para ser usada e outra de reserva. Conto os dias para a água chegar", afirmou.

Azevedo disse que há diversos grupos de WhatsApp que ajudam a organizar as doações para os moradores do morro. Ele, que cuida de projetos sociais no lugar, afirmou que usa a ferramenta para identificar as pessoas que mais estão precisando de mantimentos.

"Estamos com muita dificuldade para lidar com a quarentena. Essas pessoas já passavam por necessidades, e foi preciso tudo isso acontecer para que elas fossem notadas (...) Aqui, a gente luta por uma causa sem ter tempo para debater questões políticas."

O ator contou que está seguindo o isolamento social e se preocupa em não expor o filho, Matheus Gabriel, de cinco meses. "Ele está num período em que tudo bota na boca, os dentes estão aparecendo e está aprendendo a engatinhar. Nosso cuidado, meu e da Patrícia [mãe do bebê], está sendo redobrado."

Apesar de dizer que todos no Vidigal estão apavorados com a pandemia, ele afirmou acreditar que a sociedade vai sair melhor e mais unida dessa crise. "Está todo mundo apavorado. Eu também estou com medo. O lado bom da crise é ter a semente da parceria. O que é meu, é do meu amiguinho também, do meu irmão. Agora é hora de colocar o coração em pauta... Estamos falando de vidas. Como posso estocar mantimento se sei que tem alguém passando necessidade?", indaga.

Fonte: Folhapress

Médico vítima de Covid-19 mandou áudio de adeus para o filho

Foto: CLAUDIO FURLAN/DIA ESPORTIVO/ESTADÃO CONTEÚDO

O médico anestesista Diamir Gomes, 74, teve um pressentimento ruim na quarta-feira (25). Estava havia alguns dias com sintomas de gripe, mas percebeu uma piora acelerada na respiração. Mandou então um áudio por Whatsapp para o filho Diego dizendo que ia para o hospital e que não sabia se voltaria: "Fique bem, é a vida". Foi o último contato do pai antes de morrer por complicações decorrentes do novo coronavírus.

Diamir morreu na manhã de sexta-feira (27), em Santos, litoral de São Paulo. Ele resistiu o quanto pode em se internar por medo de contrair o vírus. Tinha sido dispensado há poucos dias de dar plantões no hospital onde trabalhava em São Paulo por pertencer ao grupo de risco.

A história da família Gomes é marcada por perdas. Em 2001, morreu Iria, mulher de Diamir, de câncer. Um ano e meio depois, uma brincadeira de adolescente feita por Ana Carolina, irmã mais velha de Diego, acabou em tragédia. Ela e a prima inventavam cremes, mas um deles, aplicado pela jovem no rosto antes de dormir, resultou em reação alérgica fatal. Morreu aos 16 anos.

Diego, então com 14 anos, precisou aprender a ser mais próximo do pai. Acabaram virando grandes amigos.

As pessoas próximas definem Diamir como um sujeito brincalhão, sempre de bem com a vida e extremamente generoso. Certa vez, bancou uma cirurgia do zelador de um prédio onde morava. Em outra, deu R$ 500 (cerca de dois salários mínimos, à época) para outro porteiro, que estava com as remunerações atrasadas do condomínio e enfrentando dificuldades. "Meu pai tinha um coração maior do que tudo", lembra Diego.

O também estudante de medicina Marcelo Beser, 30, diz a mesma coisa. Amigo da família há mais de 16 anos, ele foi criado como um sobrinho por Diamir, segundo suas próprias palavras. "Sempre foi um cara que não ligava para dinheiro. Levava todo mundo que o Diego quisesse para viagens, restaurantes, não cobrava nada e nunca jogou na cara."

Nascido em Rio Brilhante, cidade pequena do Mato Grosso do Sul, Diamir saiu de lá para trabalhar como farmacêutico em Curitiba. Com o sonho de ser médico, mudou-se para o Rio de Janeiro e começou a dar aulas de matemática e física em cursinhos para pagar o curso de medicina.

No Rio, conheceu a enfermeira Iria, com quem se casou. Mudaram-se para São Paulo para trabalhar, mas escolheram morar em Santos para criar os filhos perto da praia. O médico subia e descia a serra todos os dias.

Diego diz que não sabe como o pai contraiu o Covid-19. Se pudesse responder à mensagem de áudio do pai, ele diria que fará tudo para dar orgulho "a ele lá em cima".

Fonte: Folhapress

Médico diz que estudos com cloroquina são preliminares e ainda requerem pesquisas adicionais

O médico reumatologista José Tupinambá explicou os benefícios da cloroquina no tratamento de pacientes internados com a Covid-19 ressaltando que os estudos clínicos ainda são iniciais. Em entrevista ao Notícia da Manhã desta sexta-feira (3), ele condenou a automedicação e elencou quais são os resultados do uso da medicação no ambiente hospitalar.

“Novos estudos são necessários para responder as seguintes questões: primeiro, se encurta a internação?. Segundo, se diminui as chances do paciente necessitar de ventilação mecânica?. Terceira, estando o paciente em ventilação mecânica, se encurta o tempo de ventilação mecânica?. E por último, e mais importante, se reduz o número de óbitos?", diz o médico.

Tupinambá lembra que a cloroquina é um grupo de fármacos já conhecidos da medicina e usados na prevenção e tratamento de doenças autoimunes como artrite reumatóide, lúpus, malária e também em infecções atípicas. As mais conhecidas são o difosfato de cloroquina e a hidroxicloroquina, sendo essa última melhor tolerada.

Segurança

O médico informa que os ensaios clínicos para a eficiência da medicação no combate à Covid-19 ainda são feitos em pequena escala. Trabalhos na França apontam cura virológica expressiva da cloroquina associada com a azitromicina mas existem outros estudos. “Os resultados da maioria dos trabalhos são animadores”, diz.

“Todo fármaco tem duas faces, de um lado a eficácia, do outro lado é a segurança. Existem vários trabalhos mostrando a eficácia da cloroquina e seus variantes, principalmente a hidroxicloroquina, na Covid-19”, afirmou

Automedicação é perigosa

José Tupinambá explica que o uso da hidroxicloroquina deve ser feito com prescrição e supervisão médica.

“A automedicação é desaconselhável e perigosa porque os pacientes não são capazes de reconhecer os efeitos adversos principalmente nas doses que são usados na Covid-19 que são doses um pouco mais elevadas”.

 

Valmir Macêdo
[email protected]

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