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Com alta demanda, cemitério de SP abre 90 covas por dia

Foto: Googlemaps

O aumento das mortes em decorrência do coronavírus em São Paulo modificou a rotina do cemitério da Vila Formosa, o maior da América Latina. Funcionários relatam que o número de enterros diários saltou de 40 para 58 nas últimas semanas, o que significa uma elevação de cerca de 45%. Metade deles relacionada à covid-19. Além disso, os enterros são mais rápidos, a toque de caixa, com menos de dez minutos.

Uma foto aérea de mais de 150 covas rasas abertas repercutiu ontem, após chegar à capa do jornal americano Washington Post. De acordo com funcionários, a alta demanda de sepultamentos tem exigido a abertura de cerca de 90 covas por dia, o dobro do habitual.

Só na quarta-feira foram 57 enterros no Vila Formosa. Ontem, mais 52. Os números dos últimos dias superam a média de 40 antes dos tempos de pandemia. "Trabalho aqui há mais de 20 anos. Não me lembro de uma situação como essa", diz um dos coveiros mais experientes.

No final da tarde desta quinta, os caixões chegavam com tanta rapidez que os sepultadores tiveram de pedir alguns minutos para terminar um que já ocorria, antes de começar o seguinte. Os familiares tiveram de esperar. Um dos enterros foi o do aposentado Carlos Eduardo Florencio, de 65 anos. Participaram apenas duas pessoas, o genro e o cunhado. "O caixão estava fechado, sem visor para vermos seu rosto. A madeira estava lacrada. Na hora da identificação, o corpo estava num saco", diz o genro, que se identificou apenas como Robson Pereira.

Seu Carlos tinha problemas respiratórios e cardíacos. Ele se sentiu mal, com dificuldades para respirar nesta terça-feira. Deu entrada no Hospital Ermelino Matarazzo, onde morava, às 20h30. Morreu às 21h30. Segundo Pereira, apenas uma pessoa foi autorizada pelo Sistema de Verificação de Óbitos a participar do enterro. Diabética, mas sem sintomas do coronavírus, a mulher de Carlos não foi ao enterro. "É muito ruim ter de despedir assim tão rapidamente. E agora eu vou ter de fazer quarentena", diz o genro.

Desde o dia 20 de março, enterros solitários e com nenhuma cerimônia se tornaram frequentes em São Paulo. Resolução da Secretaria Estadual de Saúde determina que todas as mortes com qualquer suspeita de estarem relacionadas com a covid-19 precisam seguir um protocolo rígido para garantir a segurança dos profissionais que lidam com os cadáveres.

Mas nem isso tranquiliza os profissionais do cemitério. A chegada de um cortejo com morto por coronavírus na Vila Formosa causa apreensão. "Põe a máscara e o capuz que vem um de corona", avisa um dos coveiros. Com máscaras e luvas, os familiares mantêm distância; nem todos ficam à beira da cova para o último adeus.

Em São Paulo, a pandemia ainda trouxe outras mudanças. Além das covas que aguardam a chegada de casos confirmados e suspeitos da covid-19, a cidade contratou 220 coveiros por seis meses para compensar o afastamento de 60% do efetivo (de 257), formado por pessoas com mais de 60 anos (e, portanto, de grupo de risco), além de um possível aumento no número total de óbitos. Cinco mil sacos plásticos impermeáveis foram comprados para envolver os corpos de vítimas ainda no hospital.

Particulares

Já em cemitérios particulares paulistanos o avanço do novo coronavírus não interferiu até o momento no volume de enterros ou na procura por jazigos, segundo relatam representantes do setor. Mas também há mudanças.

No Parque das Cerejeiras, no Jardim Ângela, na zona sul, missas, palestras e exumações estão suspensas desde a semana passada para evitar aglomerações. No administrativo, vendas presenciais estão interrompidas. No Cemitério Gethsemani, no Morumbi, o administrador Nelson Oliveira diz que a pandemia pouco tem mudado a rotina do cemitério, que realiza de três a cinco sepultamentos por dia. "Já tivemos uns três casos de covid-19, mas a rotina está tranquila por enquanto." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Fonte: Estadão Conteúdo

Receita vai manter cronograma de restituições do IR previsto

Foto: Carlienne Carpaso

 

O secretário da Receita Federal, José Tostes Neto, anunciou nesta quinta-feira, 2, que o governo vai manter o cronograma de restituição do Imposto de Renda neste ano mesmo com o adiamento para 30 de junho do prazo de entrega das declarações.

Segundo Tostes, os cinco lotes serão pagos de maio a setembro, totalizando R$ 26 bilhões. Nos anos anteriores, a Receita fazia o pagamento da restituição em sete lotes, de junho até dezembro

O primeiro a ser pago neste ano, em 30 de maio, vai priorizar idosos, pessoas com deficiência e portadores de doenças graves. No total, serão desembolsados R$ 2 bilhões.

"Com essa decisão de manter o cronograma de restituição, os contribuintes que puderem devem continuar a enviar as declarações, mesmo com o prazo adiado, porque a prioridade é para quem enviou primeiro", afirmou Tostes, a jornalistas no Palácio do Planalto.

Ontem, o secretário da Receita anunciou a prorrogação do prazo de entrega da declaração de Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) por 60 dias. Com isso, o prazo para a entrega da declaração de 2020 passa de 30 de abril para 30 de junho.

De acordo com o último balanço divulgado pela Receita, em 30 de março, foram recebidas pelo órgão 8,1 milhões de declarações - cerca de 25% do total.

A expectativa, segundo o governo federal, é que 32 milhões de contribuintes façam a declaração em 2020.

Por Julia Lindner, Anne Warth e André Borges
Estadão Conteúdo

Está faltando um pouco mais de humildade ao Mandetta, diz Bolsonaro sobre ministro da Saúde

Foto: Marcos Corrêa/PR

O presidente Jair Bolsonaro afirmou em entrevista à Jovem Pan nesta quinta-feira (2) que está "faltando humildade" ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

"O Mandetta quer fazer muito a vontade dele. Pode ser que ele esteja certo. Pode ser. Mas está faltando um pouco mais de humildade para ele, para conduzir o Brasil neste momento difícil que encontramos e que precisamos dele para vencer essa batalha"?, acrescentou.

Segundo Bolsonaro, o ministro "extrapolou" no enfrentamento da pandemia do coronavírus e teria, em alguns momentos, que "ouvir mais o presidente da República"?.

Procurado pela reportagem, o ministro da Saúde afirmou que não iria comentar. "Nunca fiz nenhum comentário sobre as ações dele. Não se comenta o que o presidente da República fala." E completou: "Não comento o que o presidente da República fala. Ele tem mandato popular, e quem tem mandato popular fala, e quem não tem, como eu, trabalha".

"O Mandetta já sabe que a gente tá se bicando há um tempo", disse o presidente.

Bolsonaro nega, porém, que pretenda demitir o ministro neste momento em que ele ganhou protagonismo no combate à pandemia do novo coronavírus. "O Mandetta já sabe que ele não está se bicando comigo. Já sabe disso. Eu não pretendo demiti-lo no meio da guerra. Não pretendo. Agora, ele é uma pessoa que, em algum momento, extrapolou", disse.

O presidente ressaltou, no entanto, que nenhum ministro de sua equipe é "indemissível" e que "todo mundo pode ser demitido". Bolsonaro disse também que montou um ministério de acordo com sua vontade e que, agora, espera que o ministro "dê conta do recado".

"A gente espera que ele dê conta do recado agora", afirmou. "Espero que o Mandetta prossiga na sua missão com um pouco mais de humildade."

Mandetta e Bolsonaro vem travando um embate desde o começo da crise. O ministro tem defendido políticas de isolamento social frente à pandemia, incluindo o fechamento de estabelecimentos comerciais, como forma de evitar aglomerações e a proliferação da doença.

Bolsonaro, no entanto, tem criticado esse discurso e as medidas, defendidas por Mandetta, adotadas pelos governadores de decretar uma quarentena.

A relação entre o ministro e Bolsonaro vem numa escalada de tensão e subiu mais um nível no domingo (29), quando o presidente resolveu dar um passeio pela periferia do Distrito Federal, contrariando todas as orientações do Ministério da Saúde.

O giro de Bolsonaro ocorreu um dia após Mandett ter reforçado a importância do distanciamento social à população nesta etapa da pandemia do coronavírus.

Mandetta também criticou as manifestações pela reabertura de empresas e de estabelecimentos comerciais, desencadeadas por declarações de Bolsonaro.

"Fazer movimento assimétrico de efeito manada agora, nós vamos daqui a duas, três semanas, os mesmos que falam 'vamos fazer carreata" de apoio. Os mesmos que fizerem vão ser os mesmos que vão ficar em casa. Não é hora, agora", declarou no sábado (28).?

O presidente acrescentou que o Ministério da Saúde já poderia avaliar uma medida que implementasse o chamado isolamento vertical, voltado apenas a grupos de risco da doença. De acordo com ele, tem havido um "clima de pânico" entre parcela da equipe da pasta.

Os ministros Sergio Moro (Justiça) e Paulo Guedes (Economia) uniram-se nos bastidores no apoio a Mandetta e na defesa da manutenção das medidas de distanciamento social e isolamento da população no combate à pandemia.

O trio formou uma espécie de bloco antagônico, com o apoio de setores militares, criando um movimento oposto ao comportamento do presidente Bolsonaro, contrário ao confinamento das pessoas, incluindo o fechamento do comércio.

Pressionado, o titular da Saúde deixou claro ao presidente, em reunião no último sábado (28), que não vai se demitir nem mudar de posição.

Mandetta foi aconselhado por aliados a se manter firme por ter se tornado "indemissível" num momento de pandemia. Se partir de Bolsonaro uma decisão de retirá-lo de sua equipe, caberá ao presidente assumir o ônus.

"Enquanto eu estiver nominado, vou trabalhar com ciência, técnica e planejamento", disse Mandetta em entrevista na segunda-feira (30).

Uma intervenção de Bolsonaro, no entanto, já busca tirar a visibilidade do ministro da Saúde, como ocorreu na apresentação do cenário diário da pandemia -transferida agora para o Planalto e com a participação de outros titulares de pastas do governo, e não só de Mandetta.

No campo político, o ministro da Saúde conta com o apoio dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (AP), ambos do DEM, partido de Mandetta. É endossado ainda pelos principais governadores e prefeitos.

Segundo o Datafolha, o trabalho da pasta de Mandetta na crise do coronavírus é aprovado por 55% da população. O índice é bem superior aos 35% que aprovam o trabalho de Bolsonaro, e próximo aos 54% que aprovam a gestão dos governadores em relação ao coronavírus.

 

GUSTAVO URIBE E NATÁLIA CANCIAN
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - atualizada às 21h02

Secretaria da Saúde do Piauí investiga morte de jovem em Simplício Mendes

A morte de uma jovem em Simplício Mendes, 384 quilômetros ao Sul de Teresina, será investigada pela Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi), como possível caso de Covid-19. A paciente tinha 22 anos e faleceu na manhã desta quinta-feira (2), no hospital estadual José de Moura Fé. 

Em nota, o diretor-geral do hospital, Maycon de Sousa do Nascimento, informou que a paciente procurou a unidade de saúde por três vezes: no sábado (28), com diarreia e vômitos; na terça-feira (31), mais uma vez com problemas intestinais; e na quarta-feira (1º), desta vez com sintomas de infecção pelo novo coronavírus. 

Na manhã desta quinta-feira, "seu quadro clínico se agravou para uma insuficiência respiratória. Após ser entubada, a jovem não resistiu e sofreu uma parada cardiorrespiratória, vindo a óbito", diz a nota, que reforça o pedido para a população de Simplício Mendes ficar em casa e seguir as medidas preventivas indicadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). 

O material para exames da jovem foi coletado pela equipe do hospital e enviado para o Laboratório Central de Saúde Pública do Piauí (Lacen-PI).

A Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi) recebeu, desde o início da pandemia, 15 casos de óbito para investigação. Pelo menos três deles foram descartados, e outros quatro foram confirmados: dois de Teresina, um de Parnaíba e outro de São José do Divino. 

Fábio Lima
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Piauí tem 19 casos confirmados de Covid-19; Governo recebe lote com 8 mil testes rápidos

Foto: Ccom/Governo do Piauí

Quinze dias depois da confirmação dos primeiros casos de infecção pelo novo coronavírus no Piauí, o estado segue com o número de 19 pacientes que tiveram teste positivo para a Covid-19. Os números foram atualizados pela Secretaria de Estado da Saúde, no início da noite desta quinta-feira (2). 

Em 24 horas, o Laboratório Central de Saúde Pública do Piauí (Lacen) descartou 49 casos suspeitos, patamar que vem se mantendo desde o início da semana. Porém, ainda existem 268 amostras que aguardam resultado - número que tem crescido gradualmente desde segunda-feira (30).  

O número de resultados deve aumentar no próximo fim de semana. O Governo do Piauí recebeu, nesta quinta-feira, 8.400 testes rápidos enviados pelo Ministério da Saúde para detecção do novo coronavírus, que serão distribuídos na rede hospitalar. Uma segunda remessa já é aguardada. 

Dos 19 casos confirmados até o momento, 17 são de Teresina, onde foram registradas as mortes de dois idosos. Os casos de fora da capital resultaram no falecimento de um empresário de Parnaíba e do prefeito de São José do Divino, Antonio Felícia (PT). Todas as pessoas que morreram só tiveram diagnóstico de Covid-19 após o falecimento. 

Dois pacientes que testaram positivo para o novo coronavírus já tiveram alta - o empresário João Claudino Júnior e o apresentador de TV Marcelo Magno. Outros seguem internados com problemas respiratórios e aguardam o resultado de exames para confirmar se estão infectados. 

 

Fábio Lima
[email protected]

Mesmo sem publicar, Bolsonaro diz que auxílio emergencial começa a ser pago na próxima semana

Foto: Isác Nóbrega/PR

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quinta-feira (2) que os pagamentos do benefício de R$ 600 para os informais afetados pela crise do novo coronavírus deve começar na semana que vem.

A intenção da ajuda é amenizar o impacto econômico do Covid-19 sobre a situação financeira da população que perdeu ou teve sua renda reduzida.

"Está a todo vapor. Semana que vem começa a pagar", disse Bolsonaro, ao sair do Palácio da Alvorada em Brasília.

"Eu assinei ontem [quarta-feira], estava aguardando outra Medida Provisória porque não adianta dar um cheque sem fundo", acrescentou.

Apesar da declaração, a sanção presidencial da medida ainda não foi publicada no Diário Oficial da União.

De acordo com o presidente, o governo aguarda a edição de uma MP com a indicação do crédito para cobrir a despesa. Nesta quarta (1), Bolsonaro disse que o custo da concessão do benefício será de R$ 98 bilhões e que 54 milhões de pessoas serão atingidas.

O auxílio foi apelidado de "coronavoucher" e será pago em três prestações mensais, conforme texto votado no Senado. O valor pode chegar a R$ 1.200 para mães responsáveis pelo sustento da família.

O projeto foi aprovado por unanimidade pelos senadores na segunda-feira (30), com 79 votos a favor.

A proposta havia sido aprovada na última quinta-feira (26) em votação simbólica e remota na Câmara.

Inicialmente, a equipe econômica queria conceder R$ 200 aos informais. Pouco depois, admitiu elevar o valor a R$ 300.

O presidente Bolsonaro decidiu anunciar o aumento no valor do auxílio que o governo pretende dar a trabalhadores informais para R$ 600 para tentar esvaziar o discurso da oposição no Congresso e retomar protagonismo sobre a medida.

Tem direito ao benefício cidadãos maiores de 18 anos que não têm emprego formal; não recebem benefício previdenciário ou assistencial, seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal, exceto o Bolsa Família; têm renda mensal per capita de até meio salário mínimo (R$ 522,50) ou renda familiar mensal total de até três salários mínimos (R$ 3.135); não tenham recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 em 2018.?
Ainda não foi definido o cronograma para pagamento do auxílio emergencial, mas o calendário terá os mesmos moldes do utilizado para o saque-imediato do FGTS, de acordo com o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães.

Clientes da Caixa deverão receber os depósitos diretamente nas suas contas bancárias, também como ocorreu no saque-imediato.

Correntistas e poupadores de outros bancos poderão optar por transferir os valores para suas contas sem a cobrança da transferência, segundo Guimarães.

Nesta quinta, Bolsonaro justificou ainda um dos vetos foram feitos na nova norma. Sem dar detalhes, ele explicou as razões que o levaram a barrar um trecho que tratava do BPC (benefício pago a idosos e deficientes carentes).

Há duas semanas, o Congresso derrubou um veto de Bolsonaro. Com isso, o BPC deveria ser pago a famílias com renda de até meio salário mínimo (R$ 522,50 mensais) por integrante -antes, o teto era de um quarto do salário mínimo, ou seja, R$ 261,25 por membro da família, em valores atuais.

O TCU (Tribunal de Contas da União) havia inicialmente expedido liminar impedindo a ampliação do BPC, mas, no último dia 18, decidiu suspender o efeito por 15 dias para que o Congresso resolvesse o imbróglio.

O texto aprovado retoma até 31 de dezembro deste ano o teto de um quarto de salário-mínimo defendido pelo governo.

A partir de 1º de janeiro de 2021, porém, volta a subir para meio salário-mínimo.

O projeto possui dispositivo que diz que o teto para este ano poderá voltar a meio salário-mínimo por causa do estado de calamidade pública, conforme critérios definidos em regulamento.

Segundo Bolsonaro, o Congresso não indicou a fonte de receitas para esse aumento de despesa.

"O que diz a lei é que tem que ter origem para pagar aquele recurso, benefício? Qual a fonte? O Congresso não apresentou a fonte. Leia o artigo 62 da Constituição. O parlamentar que quiser dar um benefício para alguém tem que ver de onde vai tirar aquele recurso. É muito simples", afirmou, sem detalhar qual a extensão de seu veto.

Como a sanção ainda não foi publicada no Diário Oficial, os vetos tampouco foram oficialmente divulgados.

 

Por Ricardo Della Coletta da Folhapress

IBGE: Pnad-Covid perguntará sobre sintomas e se pessoa procurou atendimento

Foto: Ascom/IBGE



A nova Pnad-Covid, versão inédita da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C) com foco na pandemia de covid-19, resultado de parceria entre o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Ministério da Saúde anunciada mais cedo, se concentrará em levantar informações sobre os sintomas que os brasileiros estão apresentando em casa e sua demanda sobre o sistema de saúde.

Segundo o diretor-adjunto de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, o trabalho de investigação se soma ao disparo em massa de ligações para fazer uma triagem à distância na população e acompanhar riscos de contaminação pelo novo coronavírus, anunciado na terça-feira, 31, pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta

No caso da Pnad-Covid, o objetivo é identificar os indivíduos com sintomas associados à covid-19, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS) - febre, tosse, dor de garganta e dificuldade de respirar. Em seguida, a pesquisa questionará se o indivíduo procurou atendimento, se ficou em casa ou se foi atendido por um médio em domicílio. O objetivo, segundo Azeredo, é "saber a demanda sobre o sistema de saúde", tanto público quanto privado.

Num primeiro momento, não haverá perguntas sobre se a pessoa fez teste ou recebeu diagnóstico confirmado de covid-19. Segundo Azeredo, como a quantidade de kits de testes no País, e, portanto, a capacidade de testagem, ainda são pequenas, a informação extraída com uma pesquisa amostral seria nula. Isso ocorre por causa de uma questão estatística: quanto menor o grupo populacional que se quer investigar numa pesquisa amostral, mais precisa ser sua amostra.

 

Por Vinicius Neder do Estadão Conteúdo

Mandetta anuncia contrato de R$ 1,2 bi para compra de respiradores

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciou nesta quinta-feira (2) a assinatura de contrato de R$ 1,2 bilhão para compra de respiradores. Ele disse também que o governo já tem esquema de logística montado para buscar equipamentos de combate ao novo coronavírus na China.

As informações foram apresentadas após reunião com o procurador-geral da República, Augusto Aras. O ministro não informou quantos equipamentos serão adquiridos.

No encontro, eles assinaram um acordo para integrar o trabalho dos Ministérios Públicos Federal e dos Estados com o Ministério da Saúde e os conselhos de secretários estaduais e municipais de Saúde.

Ao falar com a imprensa, Mandetta explicou que tem enfrentado dificuldades para encontrar empresas que estejam vendendo máscaras, luvas e outros materiais de seguranças.

"Se tiver necessidade de buscar lá fora, o ministro Tarcísio [de Freitas, da Infraestrutura] já está preparado para a logística internacional", afirmou.

"Se tivermos de ir à China, a Wuhan [que também foi o epicentro da epidemia no país asiático], local que mais produz esses equipamentos, temos condições e ele já tem plano de logística", disse.

O ministro ressaltou que, para comprar os respiradores, teve de contratar a empresa que fez a quinta melhor proposta.

"Conseguimos fazer uma compra. Quem ficou em primeiro e em segundo na concorrência avisou que não conseguiria fazer a entrega. Tivemos de comprar da empresa que ficou em quinto lugar e prometeu entregar em 30 dias", disse.

Segundo Mandetta, 90% dos EPIs (equipamentos de proteção individual) do mundo são produzidos na China. De acordo com ele, após a pandemia, o mundo terá de discutir uma regulação no mercado para que esse tipo de produção não fique concentrada em um único país.

O ministro também garantiu que não há risco no momento de desabastecimento de EPIs na rede pública de saúde. Ele citou, porém, os problemas de negociação que tem enfrentado para conseguir realizar as compras necessárias.

"Temos um momento intenso de ajuste de toda produção e logística. Às vezes a pessoa fala: 'Tenho recurso, eu compro'. E a empresa responde: 'Eu te vendo, mas não tenho avião'. Então, você tem de descer em outro aeroporto, transportar a carga. Querem pagamento à vista. O mercado mudou muito", disse.

"A gente está conseguindo manter todos os estados abastecidos em um bom grau. Tem estado que pediu para pararmos de entregar equipamentos porque não tem uma central de estoque, um almoxarifado."

Aras disse que o Gabinete de Integração e Acompanhamento da Epidemia do Covid-19 da PGR irá trabalhar em parceria com o Ministério da Saúde.

"Hoje subscrevemos o acordo de cooperação e integração dos órgãos de saúde do MP brasileiro de forma que todos os estados do Brasil que receberem demandas irão transmitir as informações para o gabinete de integração que irá fazer a interlocução com os ministros Mandetta, Braga Netto [Casa Civil], Ernesto Araújo [Relações Exteriores] e todos os órgãos competentes, como a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)", afirmou.

Mandetta também ressaltou a necessidade de os órgãos atuarem juntos para evitar que iniciativas regionais sejam tomadas pelo MP sem um olhar do problema do país todo.

"A gente formalizou hoje uma maneira de os conselhos de secretários estaduais e municipais e o Ministério da Saúde, que formam o triângulo do SUS, trabalharem em conjunto com MPs Federal e estadual. Com isso, a gente consegue ter mais informações e diminuir ordens judiciais que, às vezes, são dadas na melhor das intenções, por estar vendo a situação do local, mas é necessário pensar no nacional", disse Mandetta.

 

Por Matheus Teixeira da Folhapress

Curado do coronavírus, Xand Avião fará show ao vivo pelo YouTube

Foto: Reprodução/Instagram

Xand Avião anunciou na quarta-feira, 1, que fará um show no próximo sábado, 4, às 16h, numa live transmitida no YouTube para "divertir e ajudar as pessoas" neste momento de isolamento social.

"Alô, minha nação aviãozeira. Agora que estou bem, vou conseguir atender o pedido de vocês", escreveu ele no Instagram, revelando que já está curado da covid-19, que havia testado positivo em 24 de março.

"Já marquem na agenda, preparem a gelada e avisem aos amigos", completou. Sua mulher, Isabele Temóteo, também tinha se infectado e não confirmou se está curada, mas deu a entender que teve contato com o marido e uma amiga nas últimas horas pelos stories da rede social.

 

Fonte: Estadão Conteúdo

Prefeitura monitora isolamento por aplicativo e 53% dos teresinenses saem de casa, diz Firmino

Imagens: Reprodução/Google Meet

Em entrevista concedida a jornalistas, na tarde desta quinta-feira (2), o prefeito Firmino Filho (PSDB) alertou para o desrespeito às medidas restritivas em Teresina (PI), para reduzir a propagação do novo coronavírus. O índice de isolamento da população usado pelo Município caiu de 60% para 53% nos últimos dias, e faz o gestor novamente apelar para que as pessoas fiquem em casa. 

Na videoconferência, o prefeito apresentou números baseados no mapeamento de 217 mil telefones celulares que foram deslocados em um raio de 400 metros. Na primeira semana de adoção das medidas restritivas, com suspensão das aulas e fechamento do comércio, a estimativa de pessoas isoladas chegou a 60%. Na segunda semana, o número caiu para 53%. 

Firmino Filho acredita que o percentual de pessoas em isolamento social em Teresina seja menor, uma vez que o estudo desconsidera pessoas que se deslocaram sem fazer uso do telefone celular. 

"Vamos praticar mais do que nunca esse isolamento, porque diante desses dados, nós vamos ter que tomar medidas mais duras".

Desde o início da semana, o Cidadeverde.com tem flagrado pessoas nas ruas, estabelecimentos comerciais abertos, e filas em lugares como casas lotéricas. Firmino Filho afirmou que estuda formas de endurecer as medidas para restringir a circulação de pessoas.

 

O prefeito atribuiu a queda nesse índice de isolamento, em parte, a uma acomodação natural das pessoas com o número ainda pequeno de casos confirmados da Covid-19 no Piauí - eram 19 no boletim da última quarta-feira (1º).

Com pico de casos estimado para final de abril e início de maio, Firmino Filho demonstrou preocupação com viagens durante a Semana Santa, quando pessoas infectadas e sem sintomas da Covid-19 poderão levar a doença para municípios do interior do estado. 

"O período de quarentena é longo, e as pessoas, ao longo do tempo, vão se acostumando com a ideia. A sensação de risco vai diminuindo. (...) E a gente deixa de se comportar como algo grave e passa a se comportar como algo banal. Isso não pode acontecer".

No melhor dos cenários apresentados pelo prefeito, o Piauí precisará de 3.500 leitos para internação - quando dispõe de aproximadamente mil. Cerca de 700 pessoas morreriam. Sem as medidas de isolamento, o estado pode precisar de 90 mil leitos para internação e ter 18 mil mortes. 

"Vários outros países que não se prepararam e entenderam que era uma epidemia pouco significativa, ou que acreditaram que o seu sistema de saúde era robusto, qualificado, grande, competente, esses países não se anteciparam. A gente está vendo o que está acontecendo na Itália, na Espanha, nos Estados Unidos. Países de primeiro mundo, com alta qualidade de vida, mas que estão sendo nocauteados pelo vírus". 

Lei seca

O prefeito disse que acionou o setor jurídico para estudar a possibilidade de implantar a lei seca na cidade. Ele disse ainda que teve informação do HUT que aumentou o número de acidentes de veículos, devido o aumento de fluxo na cidade. 

Não sabe quanto tempo vai durar

Firmino ressaltou que o isolamento é a única alternativa para reduzir os casos e que o cenário ainda é de incertezas. "É importante que saímos vivos. Não se sabe quanto tempo vai durar. A China demorou dois meses. Aqui não se sabe". 

Zona Sul que mais desrespeita

A região Sul é que mais desrespeita o isolamento, segundo o aplicativo. Firmino disse que não sabe a meta ideal e comparou a Recife (PE) que alcança meta, em alguns momentos, semelhantes com Teresina de adesão ao isolamento. 

Estado de guerra

"A gente está em um estado de luta, de guerra muito grande. E a nossa luta é o isolamento. O nosso exercito inimigo está entre nós. E todas as vezes que nós fazemos contato, ele se fortalece. O nosso adversário, inimigo invisível, cresce quando a gente se comunica presencialmente, quando a gente se encontrar". 
 

Firmino diz que é do grupo de risco

Durante entrevista, Firmino tossiu várias vezes. Esclareceu a imprensa que o incômodo se deve a "renite alérgica associado a sistema nervoso". Ele fez teste para a Covid-19 e deu negativo. Na entrevista, falou que poderá fazer novamente o exame. O prefeito, que tem 57 anos, disse ainda que é do grupo de risco por ser hipertenso e já ter fumado, mas que não pode parar porque a cidade precisa dele. 

 

Fábio Lima e Yala Sena
[email protected]

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