Cidadeverde.com

Ocupação de UTIs chega a 70% para pacientes com covid-19 no Piauí

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

O Piauí voltou a bater a marca de 70% de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) dedicados a pacientes com o novo coronavírus. Os números foram atualizados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), na noite de sexta-feira (19). 

São 272 pacientes internados em terapia intensiva, o que representa 70,1% da capacidade atual. As UTIs Covid-19 têm hoje 119 vagas disponíveis. 

Na sexta-feira anterior, 12 de junho, o Piauí já havia registrado 70,33% de ocupação de UTIs. Contudo, eram 237 leitos ocupados dos 337 existentes. Em uma semana, a capacidade foi ampliada para 388 vagas. 

Com o número atual de internados, o Piauí teria extrapolado 100% das vagas de UTI no dia 2 de junho. 

O reforço nas UTIs foi feito com a chegada de novos respiradores. Os equipamentos são usados tanto na terapia intensiva como em leitos de estabilização. Somados, estes hoje contam com 289 pacientes internados - ocupação de 64,65%, maior percentual desde 12 de maio. 

Veja o relatório completo com as vagas em cada hospital

UTIs na capital e interior
A ocupação de UTIs em Teresina chegou a 76,9%. São 206 leitos ocupados e 62 livres. 

No hospital São Marcos, todas as 30 vagas de UTI estão ocupadas. Restam duas vagas no Prontomed para a rede privada, e outras duas dos leitos contratados pelo Governo do Piauí. 

Na rede pública, a ocupação é de 90% no Hospital de Urgência de Teresina, 80% no Getúlio Vargas e 76% no Hospital Universitário. Na maternidade Evangelina Rosa, resta uma vaga de terapia intensiva. 

No interior, o percentual de ocupação de leitos é de 55% - 66 com pacientes e 54 vagos. O hospital com mais internações em UTI fora da capital é o Dirceu Arcoverde, em Parnaíba, onde 19 das 25 vagas estão ocupadas. 

 

Internações superam altas médicas
Com base nos dados divulgados pela Sesapi, o Cidadeverde.com contabilizou o número diário de internações nos leitos Covid-19. O levantamento exclusivo mostra como a chegada de novos pacientes tem superado o número de altas médicas quase todos os dias. 

Nas últimas duas semanas, somente em um dia (7/6) o número de altas superou o de internações. No dia 15, houve empate. Em todas as outras datas, a entrada de novos pacientes foi maior que a saída. Na quarta-feira (17), foram 17 altas contra 58 internações. 

Fábio Lima
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Brasil tem mais de 1 milhão de casos confirmados de Covid-19

Foto: LUCAS LACAZ RUIZ/ESTADÃO CONTEÚDO

Menos de quatro meses após o primeiro caso diagnosticado de Covid-19, o Brasil atingiu nesta sexta-feira (19) a marca de mais de 1 milhão de infectados. O país tem mais de 48 mil mortos pela doença.

Os dados foram compilados por um consórcio entre Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo, G1 e UOL. Os veículos de imprensa se reuniram para informar números sobre o novo coronavírus, que são coletados com as secretarias estaduais de Saúde.

A iniciativa do consórcio de veículos de compilar e divulgar os dados sobre Covid-19 é uma resposta a atitudes recentes do governo Jair Bolsonaro (sem partido), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins, retirou informações do ar, deixou de divulgar totais de casos e mortes e divulgou informações conflitantes.

Até às 14h deste sexta-feira (19), 1.009.699 pessoas haviam contraído a doença no país segundo registros oficiais -o número provavelmente é múltiplas vezes maior, dados os indícios de subnotificação. Também foram registrados 48.427 óbitos no total, 558 deles desde as 20h.

Desde o dia 12 de junho, o Brasil é o segundo país com o maior número de mortes por Covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos. Na sua décima quinta semana de pandemia, tem uma taxa de 22,5 mortos por 100 mil habitantes.

Mais de 450 mil mortes foram registradas no mundo devido ao vírus, que já infectou 8 milhões de pessoas. Com um quarto dos óbitos e do total de casos, os EUA são o país mais atingido.

No Brasil, a média menor de casos por habitantes é menor do que outros países. O Reino Unido, por exemplo, terceiro com mais óbitos registra 63,2 mortos para cada 100 mil habitantes. Os EUA têm média de 36 mortes por 100 mil habitantes.

Na Argentina, onde a pandemia desembarcou nove dias mais tarde que no Brasil e que seguiu uma quarentena muito mais rígida, o índice é de 1,7 morte por 100 mil habitantes.

O Brasil teve o primeiro paciente diagnosticado com o novo coronavírus em 25 de fevereiro. No início da segunda quinzena de março, no dia 16, houve o registro da primeira morte, do porteiro aposentado Manoel Messias Freitas Filho. A doença começava a se espalhar pelo país, que tinha 200 casos confirmados na época.

No mês em que houve o primeiro óbito no Brasil por Covid-19, o presidente da República minimizou o impacto da doença. Após realizar exames para checar se havia sido infectado, ele afirmou que o novo coronavírus era uma "gripezinha". Segundo os exames divulgados em maio, Bolsonaro testou negativo.

Bolsonaro negava a gravidade mesmo após a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarar que havia uma pandemia em curso no mundo. Em 11 de março, a entidade argumentou que a doença estava disseminada por mais de cem países, em todos os continentes.

No Brasil, o presidente criticava a ação de governadores que fecharam escolas, comércio e outros estabelecimentos, medidas recomendas para tentar barrar a transmissão. "Esse vírus trouxe uma certa histeria", afirmou no dia 17 de março, em entrevista à rádio Tupi.

O posicionamento levou à demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que defendia o isolamento social para evitar a disseminação do vírus. Ele foi substiuído por Nelson Teich, que pediu para sair menos de um mês após assumir o cargo.

Aliado de Bolsonaro na campanha eleitoral, o médico foi, durante a sua gestão, pressionado pelo presidente para ampliar o uso da cloroquina para pacientes com quadros leves da Covid-19, apesar da falta de evidências científicas do medicamento no tratamento do novo coronavírus. Atualmente, o general Eduardo Pazuello ocupa o cargo de ministro interino da Saúde.

Em meio às trocas e a instabilidade política, o país registrou um crescimento exponencial de casos e mortes em decorrência da pandemia, principalmente a partir de maio. Há dois meses, em 19 de abril, foram registradas 109 mortes no dia e o país tinha um acumulado de 38 mil casos. Um mês depois, em 19 maio, houve 1.179 óbitos no dia e o total de infectados já era de 271 mil, segundo dados do Ministério da Saúde.

O Brasil passou a ser visto internacionalmente como um fracasso no combate ao novo coronavírus. A OMS afirmou, em maio, que o caso brasileiro era "preocupante". A América Latina se tornou, segundo a entidade, o novo epicentro da pandemia.

Nesta sexta, o diretor-executivo da OMS, Michael Ryan apontou que um dado que o assusta no Brasil é o de 15 mil casos de Covid-19 entre médicos, 19 mil entre enfermeiros e mais de 40 mil casos entre técnicos e outros profissionais de hospitais.
"Os profissionais de saúde já são 12% de todos os casos da doença", afirmou.

Ele alertou também para capacidade das UTIs sob pressão em algumas regiões. "Mas é difícil para qualquer sistema resistir a esse aumento persistente no número de casos, e isso requer que as esferas federal e estaduais trabalhem juntas", disse ele.

Na próxima semana, o Brasil chegará ao quarto mês do vírus no país. Desde então, segundo os especialistas, ainda não houve uma queda considerável no contágio. De acordo com cálculos do Imperial College, uma das principais instituições globais de pesquisa de epidemias, o país ainda apresenta taxa acima de 1, o que indica que a transmissão está fora de controle.

O número, também chamado de Rt, indica para quantas pessoas na média cada infectado com o coronavírus transmite o patógeno.

A taxa de contágio calculada nesta semana para o Brasil é de 1,05, ou seja, cada 100 pessoas contaminadas transmitem o coronavírus para outras 105, que por sua vez transmitem para 110,25 e assim por diante, fazendo com que a doença se espalhe em velocidade progressiva.

Na semana passada, a taxa calculada para o país era de 1,08; no final de abril, chegou a 2,8. Esta é a oitava semana seguida em que o Brasil registra transmissão fora de controle.

 

Fonte: FOLHAPRESS

Piauí registra mais de 1.200 casos do coronavírus e 24 mortes em apenas um dia

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

Ampliada às 20h11

No dia em que o Piauí completou três meses dos primeiros casos do novo coronavírus, foram registrados 1.246 testes positivos (recorde em um dia) e 24 mortes pela Covid-19. Os números foram atualizados na noite desta sexta-feira (19), pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi).

Com os novos números, são 459 óbitos e 13.813 casos confirmados no acumulado dos últimos três meses.  

Os dados incluem parte dos testes de quinta-feira (18), não contabilizados por instabilidade no sistema do Ministério da Saúde, segundo a Sesapi. 

Evolução dos casos em três meses
No dia 19 de março, foram confirmados os três primeiros casos no Piauí - pessoas que teriam contraído o coronavírus em São Paulo e Rio de Janeiro. 

Um mês depois, o Piauí tinha 158 casos confirmados e 12 mortes. A subnotificação ainda era maior do que hoje - somente no dia 13 de abril, o estado começou a fazer testes rápidos.  

No dia 19 de maio, já eram 2.637 exames positivos e 87 mortes. E apenas um mês depois, o crescimento foi superior a 400% nos casos confirmados e óbitos. 

 

Novos óbitos registrados
Dos 24 novos óbitos, 11 são de pacientes de Teresina, que agora tem 257 vidas perdidas na pandemia. Foram sete homens (25, 40, 57, 58, 69, 77 e 85 anos) e quatro mulheres (56, 57, 72 e 82 anos).

Parnaíba agora soma 40 mortes com seis novos registros nesta sexta-feira: cinco homens (30, 63, 74, 80 e 81 anos) e uma mulher (35 anos). O paciente de 30 anos não tinha doenças que o colocasse em grupo de risco para o coronavírus. 

Foi confirmado o oitavo óbito de Campo Maior: um homem de 85 anos 

Também foi registrada a sexta morte de paciente de Luís Correia: uma mulher de 86 anos. 

Luzilândia também chegou aos seis óbitos com mais dois registros, ambos do sexo masculino (72 e 77 anos). 

Ainda foram confirmadas mortes de pacientes de Pedro II  (homem, 92 anos), Piracuruca (mulher, 85 anos) e Miguel Alves (mulher, 81 anos). 

O boletim da Sesapi contabiliza mortes ocorridas na data e exames concluídos após o dia do falecimento. 

Dos 459 óbitos, 341 são de pacientes de 60 anos ou mais. A maioria das vítimas é do sexo masculino (280). Cardiopatia e hipertensão são as comorbidades associadas ao coronavírus entre 270 que faleceram. Outros 137 eram diabéticos.  

Novos casos confirmados
Resta um dia para o fim da semana epidemiológica, usada para análise de diferentes períodos da pandemia. E com um dia a menos, o total de casos desta semana (3.660) já superou a anterior (2.657). 

A marca de 1.246 novos casos desta sexta-feira superou o recorde de testes positivos em um único dia - 653, no dia 4 de junho. 

Agora são 193 municípios com registro do novo coronavírus - Geminiano, Pajeú, Santa Rosa, São Gonçalo do Gurgueia e Wall Ferraz entraram na lista. Apenas 31 municípios do Piauí ainda não tiveram casos confirmados.  

Situação hospitalar
São 750 pacientes internados - 10 leitos a mais ocupados em relação ao dia anterior. 

Os pacientes estão em leitos clínicos (461), UTIs (272) e estabilização (17). 

Tiveram alta médica 24 pacientes - o total acumulado é de 805. 

 

Fábio Lima
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Plamta prioriza cirurgias urgentes e redireciona fluxo de pacientes durante pandemia

A diretora do Instituto de Assistência a Saúde dos Servidores Públicos do Estado do Piauí (Iaspi), Daniela Aita, explica que o Plamta segue com toda a rede ativa,  mas, devido a pandemia da Covid-19, houve um redirecionamento do fluxo de pacientes, priorizando as internações e as cirurgias urgentes.

"Tendo em vista a pandemia do novo coronavírus e a necessidade de liberar leitos de internação em apartamentos e leitos de UTI para o tratamento das síndromes gripais agudas, pela necessidade de maior internação por covid, as cirurgias eletivas do Plamta estão suspensas".

A recomendação, de acordo com o Conselho Regional de Medicina, prioriza atendimentos essenciais, comenta a diretora. "Então, nesse momento segue regularmente as liberações das cirurgias de urgência, cirurgias em decorrência de doenças oncológicas,  e qualquer outro procedimento cirúrgico cuja indicação médica exija brevidade no tratamento, tendo em vista que o atraso do atendimento pode colocar em risco a vida do paciente".


Cirurgias eletivas e exames 

"As demais cirurgias eletivas nós estamos recebendo as solicitações com expediente reduzido de atendimento tendo em vista a necessidade de redução da exposição (ao novo coronavírus) para todos. Estamos transferindo a maior parte do trabalho para ser desenvolvida de forma remota, eletrônica. Nossos auditores estão analisando e validando as solicitações".

Sobre os atendimentos de pedidos de exames e de procedimentos, Daniela diz que "estão funcionando regularmente nos dias de segunda, quarta e sexta-feira, das 8h às 11h".

“Nós temos um prazo de acordo com a ANS de até 21 dias úteis para liberação de cirurgias eletivas, podendo ser prorrogada devido a pandemia. Claro que se o paciente chega com um pedido médico, com uma recomendação que, embora a cirurgia não seja de extrema urgência, mas que seja feita com brevidade, tendo em vista algum prejuízo ao paciente, certamente os auditores reconsideram e estão disponibilizando a realização desses procedimentos".
 
Apesar dessa avaliação em específico, a diretora ressalta que "a intenção realmente é liberar os leitos de internação. Nós sabemos que as cirurgias demandam internações de um até mais dias, inclusive necessitando reserva de leito na UTI".

Sobre a procura pelo atendimento do Plamta, a diretora avalia que houve uma redução, mas que na última semana - devido a retoma de atendimento em algumas clínicas - ocorreu um aumento discreto.  "A gente pede a paciência de todos os dependentes do Iaspi/Plamta. Nosso prioridade é melhorar cada vez mais no atendimento a todos eles".

A diretora acrescenta que as "consultas eletivas não estão suspensas. O prestador consegue validar e atender. Lembrando que o dependente do Iaspi procura diretamente o prestador com o qual quer realizar essa consulta". Nesta questão, Daniela Aita ressalta as recomendações restritivas para evitar a consulta presencial por causa da contaminação pelo novo coronavírus, que as consultas e exames devem ser com horários marcados para evitar aglomeração nas clínicas. 

Plataforma digital

A diretora informa ainda que está sendo finalizado uma plataforma digital para atendimento remoto pelo Iaspi.  

"Nós estamos trabalhando para implantar, e isso deve ocorrer em breve, uma plataforma digital com recurso tecnológico necessário para disponibilizar o atendimento remoto". 


 
Carlienne Carpaso
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Florentino diz que novas pesquisas vão apontar pico ou estabilidade da covid no Piauí

Foto: Roberta Aline

O secretário estadual da Saúde, Florentino Neto, disse que não questiona a credibilidade da pesquisa da Fundação Getúlio Vargas sobre o pico da doença Covid-19 no Piauí, mas, para ele, somente as duas próximas pesquisas realizadas pelo Governo do Piauí deverão apontar a relação do estado com o pico da doença ou a estabilidade dos casos.

"Nós temos que entender a credibilidade e a capacidade da FGV em produzir conhecimento científico, mas nós também temos que entender que o Imperial Colllege, lá atrás, produziu dados que nos motivaram os primeiros planejamentos. Nós aqui do estado do Piauí não nos furtamos da capacidade de produzir os nossos próprios dados", diz o secretário.

Sobre a produção de dados próprios sobre a doença, Florentino Neto explicou que há o cruzamento de informações entre a Secretaria Estadual de Saúde e o Instituto Amostragem.  Novas pesquisas serão realizada nesta semana com publicação dos resultados na próxima. 

"Nós temos estudado a trajetória desse nível de transmissibilidade e da curva que a Covid-19 tem no Piauí. Só com a conclusão de pelo menos das duas próximas pesquisas, nós teremos condições de dizer efetivamente se nós já estamos muito próximos do pico e adentrando em um nível de estabilidade ou se efetivamente nós ainda teremos algum tempo para se ter essa realidade". 

Florentino Neto acrescenta que o governo age com prudência. "Vamos continuar estudando a trajetória da curva da doença no Piauí. O nosso papel como condutor da saúde pública do estado do Piauí é gerar os meios necessários e garantir que a população possa ter assistência. Para isso, a gente luta por profissionais,  e garante EPI (equipamento de proteção individual) de qualidade. Temos garantido o afastamento de todos os servidores com algum tipo de comorbidade e a busca por servidores". 

Sobre EPI, o secretário pede que qualquer servidor ao identificar má qualidade nos equipamentos de proteção deve comunicar a direção do hospital, ao sindicato ou diretamente na Sesapi. O gestor confirma que algumas reclamações sobre a qualidade de EPI não ocorreu na rede estadual, segundo lhe foi comunicado. 

Estudo FGV 

O relatório da FGV - apresentado ao governador Wellington Dias na última segunda (15) - apontou que o pico da Covid-19 acontecerá no mês de setembro de 2020. As projeções do estudo descrevem que atualmente o Piauí vive a fase crescente da pandemia. Esse estudo também reforçou a queda do distanciamento social entre as pessoas, que é o principal método de prevenção ao novo coronavírus. 

O professor Eduardo Massad, da FGV, responsável pelo estudo, diz que, no pico da doença, o estado deve registrar 4 mil infecções diárias.  Os apontamentos acontecem a partir das análises das notificações da doença no Piauí. O pico deverá ser em setembro caso as medidas de distanciamento social sejam mantidas.

 

Carlienne Carpaso
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Promotor diz que Correia Lima está doente e que prisão domiciliar é prudência

Foto: Arquivo Cidadeverde.com

O ex-coronel José Viriato Correia Lima, de 68 anos, aguarda decisão da justiça para iniciar prisão domiciliar enquanto durar a pandemia do novo coronavírus. A defesa fez a solicitação à juíza Maria do Perpétuo Socorro, da 1ª Vara Criminal de Parnaíba. O pedido teve parecer favorável do promotor Rômulo Cordão, do Ministério Público Estadual (MPE). Segundo ele, Correia Lima está doente e integra o grupo de risco para a covid-19. O ex-coronel cumpre pena há mais de dez anos na Penitenciária Mista de Parnaíba, que possui 50 presos infectados com a covid-19.

"Além de ser idoso, possui quase 70 anos, ele está muito doente e a covid-19 está disseminada no presídio. A penitenciária está superlotada e não tem como fazer um isolamento mais adequado ao necessário, então a gente avaliou que era mais prudente no momento ele cumprir a prisão domiciliar", disse o promotor ao Cidadeverde.com.

Como já está preso há duas décadas, o promotor acredita que o ex-coronel não tenha planos de fugir. "Como ele já passou mais de 20 anos preso, acreditamos que não seja interessante pra ele fugir, pelo contrário, é mais interessante ele cumprir e retornar para demonstrar submissão das ordens do estado", disse Cordão.

Caso a justiça conceda o benefício a Correia Lima, ele deve cumprir a prisão domiciliar em Iguatu, no Ceará, onde possui endereço fixo. "Ele será submetido a várias restrições. Se qualquer das medidas for descumprida o beneficio pode ser cassado e ele voltar à penitenciária. Após a pandemia, a situação será reavaliada e certamente ele voltará a cumprir a pena dele em um estabelecimento prisional adequado, que é a penitenciária", destaca o promotor.

A defesa alega que o ex-coronel é cardiopata e hipertenso. Em agosto, Correia Lima terá progressão de regime e, sendo assim, terá direito ao semiaberto.

Em seu parecer, o promotor ressalta a necessidade de uma análise, caso a caso, para não correr o risco de atentar contra a ordem pública diante do estado de emergência. "Tanto a presos quanto a soltos devem ser assegurados direitos os direitos constitucionais inerentes, o que nos obriga a refletir sobre a forma de garantir tudo isto sem favorecer ou prejudicar uns em detrimento de outros", diz no documento.

Foto: Roberta Aline


Rômulo Cordão, promotor de Justiça

O promotor afirmou ainda que a Direção da Penitenciária repassou ao MP uma lista de pessoas pertencentes ao grupo de risco. "Do qual o apenado faz parte, levando ainda em consideração a superlotação carcerária, que expõe estas pessoas em maior risco", declarou.

Juíza quer comprovante de residência em Parnaíba

Em seu despacho, a magistrada disse que o endereço cadastrado no processo corresponde a comarca de Teresina e pediu que a defesa apresente comprovante de endereço de Parnaíba.

"Após a imprescindível juntada do comprovante, voltem-me os autos conclusos para análise dos pleitos", afirmou.

Correia Lima foi condenado a 129 anos de prisão pela prática de diversos crimes.

Hérlon Moraes
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IPMT inicia serviço de teleconsulta na próxima segunda-feira (22)

A Prefeitura de Teresina, através do Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Teresina (IPMT) lançará na próxima segunda-feira (22) o serviço de teleconsulta para os servidores beneficiários do IPMT Saúde. O Instituto desenvolveu uma plataforma 100% digital e online para médicos que desejam atender via telemedicina.

A plataforma dispõe de ferramentas necessárias para realizar videoconferência, prontuário digital, avaliação do histórico de saúde do paciente, prescrição e receita digital com validade em todo território nacional. No final do atendimento, o beneficiário recebe, via SMS, uma mensagem com a prescrição do médico que realizou seu atendimento e, caso precise, sua receita.

O serviço será ofertado inicialmente apenas na modalidade de consulta eletiva para especialidades médicas. Os médicos que desejarem fazer a adesão para realizar atendimento via teleconsulta devem entrar em contato por meio do telefone (86) 2106-8870 ou no e-mail ([email protected])

De acordo com a presidente do IPMT, Tandra Furtado, essa é uma forma de continuar prestando um serviço essencial para o beneficiário de forma segura, atendendo uma demanda que caiu 95 % desde o início da pandemia. “O IPMT Saúde presta assistência a 34.925 usuários e acredita que, neste momento, a melhor forma de atender com segurança é através da teleconsulta”, finalizou.

 


Da Redação
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Covid: família relata erro em declaração de óbito e mudança de sepultamento

Se não bastasse a dor pela morte da idosa Francisca Madeira Anchieta, de 84 anos, a família precisou enfrentar um erro na declaração de óbito e a mudança inesperada do cemitério de sepultamento. Os familiares preparavam o velório quando foram informados que Francisca morreu vítima da Covid-19 e, por isso, ela seria enterrada em outro local por causa do horário da morte. As vítimas da Covid precisam ser enterradas com até três horas de óbito. Diante disso, muitos sepultamentos precisam ocorrer durante a noite e até mesmo pela madrugada.  

Francisca Madeira passou seis dias internadas em um hospital privado de Teresina com o quadro de infecção pulmonar. A declaração de óbito, expedia em 9 de junho de 2020, indicava morte por disfunção de múltiplos órgãos, sepse e pneumonia. 

Conceição Madeira, filha da dona Francisca, estava preparando o velório da mãe quando recebeu uma ligação do hospital informando um erro na declaração de óbito (D.O). Áudios divulgados pelo Jornal do Piauí, disponível no vídeo acima, evidenciam o equívoco:   a nova declaração confirma a morte por "síndrome respiratória aguda grave por Covid-19". 

O sepultamento previsto para acontecer em um cemitério público na zona Norte de Teresina teve que mudar de lugar diante da retificação da declaração de óbito. "O cara da funerária disse: a sua mãe não vai ser enterrada no Cemitério Santo Antonio porque é Covid".  

De 18h as 6h: cemitério particular 

Por determinação da Prefeitura de Teresina, os mortos com covid devem ser enterrados no máximo em três horas após confirmado o óbito. Como os cemitérios públicos fecham no período da noite, os pacientes que morrem entre 18h e 6h são encaminhados para os cemitérios particulares conveniados com a Prefeitura de Teresina.

Diante dessa situação, o corpo da Dona Francisca foi encaminhado para um cemitério privado na zona Sudeste de Teresina. A família ressalta a preocupação com essa mudança, pois recebeu a informação do custo do jazido após três anos de sepultamento. 

A administradora do cemitério privado, Maria das Dores Pereira,  explica que o custo apresentado pela empresa durante o sepultamento é opcional. "Pelo jazido, não. Isso é uma coisa que a prefeitura está doando, naquele momento. Além do jazido, ele (a família), vai fazer uma escolha de padrão: comprar sua lápide, mas isso não é obrigatório".

 A gerente esclarece que o cemitério possui 428 jazidos para a Prefeitura de Teresina. Essa reserva já estava prevista no contrato de concessão da empresa. Sobre custos  após três anos de ocupação do jazido, ela confirma justificando que a cobrança está dentro da lei. 

"Ele tem um período de cinco anos, mas isso também está sendo analisado com o jurídico da empresa e o jurídico da SDU (Superintendência de Desenvolvimento Urbano)".

Sepultamentos: duas situações + taxa de perpetuidade 

Por lei, os cemitérios particulares precisam reservar 10% dos jazidos para a Prefeitura Municipal. No caso de Teresina, durante o período da noite, esse percentual está cedido às vítimas da Covid-19. 

O superintendente da SDU-Sudeste, Isac Menezes, esclarece que o decreto municipal 19.657 possui premissas e restrições baseadas na Organização Mundial de Saúde, da Anvisa e do Ministério da Saúde, que são: cemitérios funcionando em horário noturno, tempo limite de sepultamento pós-óbito (impossibilitando procedimentos de conservação dos corpos, por isso deve ocorrer em três horas).

Quando ocorreu o óbito pela noite, o superintendente diz que a "família precisa ir até o plantão funerário levando a documentação". Aqui há duas situações: 1) se for durante o dia, o sepultamento pode ocorrer em qualquer cemitério que a pessoa já tenha o jazido; toda a legislação transcorre normal, inclusive sobre a perpetuidade. 

"Durante três anos, o corpo permanece no local sem taxa algum, posterior, se a família tiver interesse em permanecer com o corpo no local,  sem ter a exumação, ela precisa pagar uma taxa. Isso está definido em lei municipal". 

 A segunda situação: "se a pessoa não tiver um jazido ou a morte ocorrer em período noturno, a Prefeitura de Teresina, para quitar custos e garantir o sepultamento em três horas, doa o auxílio funerário, que é o translado do corpo,  a urna funerária (caixão) e o jazido do cemitério; tudo é pago pela Prefeitura. (O corpo) vai para o cemitério (particular) em concessão com a Prefeitura". 
 
"Nesse caso, obedece o mesmo regramento da legislação municipal: após três anos, se  a família quiser permanecer com o corpo no local, ela deve pagar uma taxa de perpetuidade. Se ela não quiser, o corpo faz a exumação e perde aquela vaga". 

A taxa de perpetuidade é a mesma definida pelo Código Tributário do Município. Os cemitérios particulares não podem cobrar taxa de perpetuidade diferenciada. 

 

Carlienne Carpaso 
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Botafogo e Fluminense recorrem ao STJD para não jogarem na segunda-feira

FOTO: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.

 

Botafogo e Fluminense cumpriram a ameaça e recorreram ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), nesta sexta-feira, para não entrarem em campo pelo Campeonato Carioca ainda no mês de junho, por causa da pandemia do coronavírus, após determinação da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj).

Os clubes recorreram à esfera nacional após terem seus pedidos indeferidos no Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ) na quinta-feira e planejam ir à Justiça comum, se forem esgotadas as esferas desportivas. A decisão do STJD deve sair ainda nesta sexta-feira.

Os dois clubes querem ao menos dez dias de preparação antes de voltar a jogar. As diretorias

Querem adiar os jogos previstos na Taça Rio, o segundo turno do Campeonato Carioca, dos dias 22 e 24 de junho para 1.º e 4 de julho. Os clubes temem pela integridade física dos atletas. O Botadfogo voltou aos treinos na quarta e o Fluminense apenas nesta sexta-feira.

Restam duas rodadas para o fim da fase de grupos da Taça Rio. O Botafogo é o quarto colocado do Grupo A com quatro pontos, empatado com o Bangu, em terceiro, e dois atrás do Boavista, em segundo, posição que vale a última vaga da chave.

O Fluminense lidera o Grupo B com nove pontos e pode garantir vaga direto para a final do campeonato por ter a melhor campanha geral, pois soma no total 24 pontos.

Fonte: Estadão Conteúdo

Clubes 'furam' quarentena, treinam escondidos e irritam rivais no Paulistão

Apesar de o governador João Doria ter liberado os clubes do Campeonato Paulista a retornarem aos treinos somente em 1º de julho, alguns participantes do Estadual realizaram atividades secretas nas últimas semanas e irritaram os adversários. Fontes ligadas a seis diferentes equipes da elite reclamam que times como Red Bull Bragantino, Ferroviária e Oeste desrespeitaram a quarentena e podem obter vantagem competitiva por terem feito trabalho físicos e com bola enquanto os demais estavam em isolamento social. A Federação Paulista de Futebol (FPF) foi procurada, mas não se posicionou sobre o assunto até a publicação desta reportagem.

Uma das equipes suspeitas de estarem há mais tempo em atividade é a Ferroviária. O Estadão recebeu uma mensagem enviada ao grupo de WhatsApp dos jogadores do time ainda no fim de abril. O conteúdo chegou à reportagem após ser repassado pelos atletas da equipe para colegas de outros times. O recado explica os procedimentos de trabalho no estádio Fonte Luminosa e apresenta a explícita orientação para os atletas não filmarem nem divulgarem as atividades.

"O setor de preparação física e fisiologia do clube preparou um protocolo de funcionamento e orientação para os atletas da instituição, visando abrir parcialmente as dependências do estádio a partir de segunda-feira (27/04)", diz trecho da mensagem enviada aos jogadores.

Procurada, a Ferroviária negou que tenha voltado aos treinos e disse que criou uma estrutura no estádio e no centro de treinamento apenas para atender atletas que necessitassem de estrutura de fisioterapia e musculação para se recuperar de lesões.

Uma outra equipe suspeita de ter realizado trabalhos antes da liberação foi o Oeste. O time de Barueri foi fotografado e filmado em uma reportagem publicada pelo site Globo Esporte na última semana. Os jogadores estavam sem o uniforme do time enquanto treinam em um campo público de grama sintética na cidade. O clube preferiu não comentar o assunto.

O Bragantino, por sua vez, admitiu ter treinado no início deste mês após receber uma autorização da Prefeitura de Bragança Paulista. A informação enfureceu outros times da elite durante reunião por videoconferência promovida pela FPF no dia 10 e levou a própria diretoria alvinegra a se desculpar em nota oficial. A equipe promete, agora, voltar só em 1º de julho, junto com os demais participantes.

"O Red Bull Bragantino decidiu, mesmo tendo liberação vigente da Prefeitura de Bragança Paulista, realizar os treinos de forma online", disse.

Aliás, a reunião em que o Bragantino admitiu ter treinado durante a quarentena causou grande comoção nos bastidores. Dirigentes que participaram do encontro contaram que os quatro principais clubes do Estado criticaram de forma contundente a postura do time alvinegro. Por outro lado, representantes de algumas equipes se mantiveram calados, uma postura que gerou nos demais a desconfiança de que havia quem apoiasse a volta às atividades mesmo antes da liberação do governo estadual.

"Tem um monte de boato sobre os times que estão treinando e até usando chácara de dirigente para se esconder. O único que teve a hombridade de confessar é o Bragantino. É quem eu menos critico. Eles tiveram a atitude de dar a cara para bater", afirmou ao Estadão o presidente do Santo André, Sidney Riquetto. "Estamos dez dias atrás de outros clubes. Tem meia dúzia de times que estão treinando esse tempo todo. Quando começar o campeonato, os jogadores deles vão estar 'voando' e nós estaremos se arrastando", completou.

O presidente do Santos, José Carlos Peres, também concorda. "Tivemos um fato desagradável que o Red Bull Bragantino voltou a treinar sem comunicar a Federação e os clubes", afirmou em entrevista à Santa Cecília TV.

Os times do Campeonato Paulista estão sem frequentar oficialmente os locais de treinos desde o início da quarentena, em março. A rotina de trabalho dos jogadores têm sido na maioria das vezes à distância, com um cronograma de treinos criado e enviado pelos preparadores físicos de cada time.

Por Ciro Campos
Estadão Conteúdo

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