Cidadeverde.com

Criança de 13 anos e idoso de 61 morrem infectados pelo novo coronavírus no Piauí

Foto: Sesapi

O Piauí registrou mais duas mortes de pacientes infectados pelo novo coronavírus. Uma criança de 13 anos, de Pedro II, e um idoso de 61 anos, de Parnaíba, faleceram neste domingo (19). O número de óbitos chegou a 12, com 158 casos confirmados em 22 municípios. 

A criança de Pedro II estava internada no hospital infantil Lucídio Portela, em Teresina (PI). A Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi) informou que ela tinha sequelas de paralisia cerebral e desnutrição. 

O homem que faleceu em Parnaíba estava internado no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda). Foi a segunda morte de pacientes do município - o primeiro estava internado em Teresina. 

Das mortes confirmadas, 5 são de pacientes de Teresina e outros 2 eram de Parnaíba. Os outros registros são de Bom Princípio, São José do Divino, Picos, Piracuruca e agora Pedro II. 

A última vez que o Piauí tinha registrado dois óbitos por Covid-19 no mesmo dia foi em 29 de março, quando faleceram dois idosos em Teresina. 

Novos casos no Sul do Piauí
Neste domingo (19), foram confirmados pela Sesapi 14 novos casos: 11 em Teresina, um de Pedro II, e os primeiros registros em Floriano e Lagoa do Barro. São 9 mulheres e 5 homens infectados pelo novo coronavírus, além de um bebê de 4 meses, na capital. 

O primeiro caso de Floriano, no Sul do estado, foi confirmado pelo prefeito Joel Rodrigues (Progressistas), em transmissão ao vivo nas redes sociais. Trata-se de uma profissional de saúde que reside no município e teve contato com uma pessoa em São Raimundo Nonato. 

Todo o grupo familiar da paciente foi testado, e a Unidade Básica de Saúde Camilo Filho, onde a servidora trabalha, ficará fechada por 14 dias, por conta do isolamento ao qual os outros profissionais precisam ser submetidos. 

O prefeito de Floriano ressaltou a importância do isolamento social para evitar que o número de casos cresça de forma acelerada, mas afirmou que vai reavaliar a situação para reabertura ou não do comércio a partir de maio. 

Em Lagoa do Barro, a prefeitura informou que um homem de 32 anos teve primeiro exame positivo para Covid-19 através de teste rápido, no último sábado (18). O paciente reside em Marcolândia, mas tem casa alugada em Lagoa do Barro, onde trabalha em uma usina eólica.

Fábio Lima
[email protected]

Funcionário de empresa eólica é primeiro caso confirmado em Lagoa do Barro

Foto: Marquino Rocha

Um homem de 32 anos, é o primeiro caso confirmado na região de Lagoa do Barro (a 542 km de Teresina). Ele testou positivo para a Covid-19 na noite deste sábado(18) em atendimento por teste rápido no hospital do município. Ele estava com sintomas de gripe quando foi encaminhado à unidade de saúde. 

A informação foi confirmada pelo prefeito de Lagoa do Barro, Gilson Nunes (PSD), que disse que depois da testagem foi realizada a coleta para a contraprova e encaminhado ao Lacen em Teresina. 

“O resultado deve sair na terça-feira(21). Ele é residente de Marcolândia, mas mora em casa alugada aqui em Lagoa do Barro com mais três pessoas e trabalha no complexo eólico Lagoa dos Ventos. Estamos fazendo a triagem para tentar cessar a contaminação”, disse o prefeito ao Cidadeverde.com. 

A empresa Enel Green Power confirmou que ele é colaborador de uma empresa parceira da companhia e que já estava em quarentena, desde o dia 16 de abril, na casa onde residia em Lagoa do Barro, quando apresentou sintomas de gripe.

"Ele apresenta quadro de saúde estável e aguarda, em isolamento domiciliar, o resultado do exame laboratorial para confirmar o diagnóstico. Toda a equipe que teve contato com o colaborador foi colocada também em quarentena", informa a empresa em nota ao Cidadeverde.com.

O prefeito de Lagoa do Barro  disse que na cidade vigora o decreto de distanciamento social, mas as empresas eólicas cumprem planos de contingenciamento. No caso da Enel, por exemplo, a empresa opera atualmente com 1.100 funcionários, o que representa 40% de trabalhadores e instalou barreiras sanitárias nos acessos a obra.  

A companhia informou que tem implementando todas as ações necessárias de precaução de contato físico e reforço da limpeza em suas instalações, incluindo canteiros de obra, seguindo as orientações das autoridades de saúde.

"A empresa vem adotando uma série de medidas como a medição da temperatura das pessoas diariamente na entrada do local de trabalho, com uma equipe dedicada a esta função, a higienização diária dos veículos usados para o transporte dos trabalhadores e o distanciamento entre as pessoas nos espaços comuns, como os ambientes de alimentação, onde as refeições são feitas em turnos. A empresa também adotou medidas adicionais de segurança nos procedimentos de troca de turno e reforçou a conscientização dos colaboradores com treinamentos e palestras para que as pessoas adotem sempre, inclusive fora do ambiente de trabalho, os comportamentos indicados para proteção contra o novo Coronavírus", destaca a nota.

Recentemente, foram realizadas inspeções na obra e suas instalações pela Prefeitura e pela Vigilância Sanitária Estadual. Como solicitado pelo Governo do Estado, a companhia também passará  a realizar testes regulares da Covid-19 em todos os trabalhadores que atuam em seus empreendimentos no Piauí.

Foto: Marquino Rocha

Segundo o prefeito, todas as medidas são válidas, mas ainda há perigo e que por ser uma concessão estadual, ele não consegue que o decreto atinja a fábrica. 

“Lá eles tomam todos os cuidados de higiene, mas não tem como não ter aglomeração em uma empresa com mil funcionários! No almoço ou no transporte com certeza há. Até então, não havia nenhum caso, hoje a coisa já muda, mas eu sempre usei o argumento que não adiantava parar depois de contaminar”, ressalta Gilson Nunes. 

E completa: "É uma medida que não depende só dos dirigentes da fábrica, tem que partir de cada um e há muita resistência, porque questionam se a fábrica pode ficar aberta, por quê eles não podem ficar nas ruas e isso não nos ajuda", lamenta o prefeito.

O indíce de isolamento social na última sexta-feira(17), de acordo com a Prefeitura, foi de apenas 27,7%, quando o recomendado é 73%. 

 

NOTA OFICIAL

A Prefeitura Municipal de Lagoa do Barro do Piauí - PI, por meio da Secretaria Municipal de Saúde,  vem a público informar, que hoje, 18/04/2020 foi confirmado através de teste rápido o primeiro caso do novo Coronavírus(Covid-19).

Trata-se de uma pessoa do sexo masculino de 32 anos de idade que apresentou sintomatologia sugestiva. O paciente será transferido para Hospital de referência para avaliação, seguindo os protocolos do Ministério da Saúde.

Manteremos a população informada a respeito do resultado do exame laboratorial e conclamamos a população para adoção das medidas de prevenção.


Caroline Oliveira
[email protected]

91 milhões de brasileiros deixaram de pagar pelo menos uma conta em abril

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

Sem trabalhar há 40 dias, a biomédica Renata Dias acumula contas atrasadas do período: aluguel, telefone, cartão de crédito, a mensalidade da escola da filha, de 17 anos, e a sua faculdade. Ela tem um negócio na área de estética na cidade de São Paulo e não sabe quando voltará ao trabalho. "Eu, no começo, fiquei revoltada com a paralisação da economia. Mas, há um mês, meu tio de 69 anos foi dirigindo até o hospital e morreu, três dias depois, sozinho, com a covid-19. Não tenho mais coragem nem de sair no portão de casa", afirma.

Com pouco mais de um mês de isolamento social, não é só Renata que viu as despesas se acumularem, sem pagamento. Pesquisa do instituto Locomotiva, obtida com exclusividade pelo jornal O Estado de S. Paulo, aponta que 91 milhões de brasileiros - o equivalente a 58% da população adulta do País - deixaram de pagar neste mês pelo menos uma das contas referentes ao consumo de março. Como comparação, no mês anterior, antes dos impactos da quarentena, eram 59 milhões (37%) com contas atrasadas - houve, portanto, um salto de 54% no período.

"A covid19 chegou na reta final de uma crise econômica e encontrou uma população sem poupança", afirma o presidente da Locomotiva, Renato Meirelles, explicando que o brasileiro não pagou as contas porque, na falta de uma reserva financeira, o dinheiro acabou. Segundo a Anbima, a associação das empresas do mercado financeiro, só 10% dos brasileiros conseguiram guardar algum dinheiro ao longo do ano passado. "Quanto menor a renda, maior o endividamento relacionado a contas mais simples, como água, luz, aluguel ou carnês. Nas classes A e B, os destaques ficam para o cartão de crédito e mensalidades escolares", diz Meirelles.

De acordo com a pesquisa, cada brasileiro, em média, deixou de pagar quatro contas, sendo que as consideradas não essenciais estão entre as mais frequentes, como carnês ou crediários de lojas (renegadas por 46% dos entrevistados) e empréstimos com instituições financeiras (descartados por 36%).

A liderança também tem duas das dívidas mais caras do País: o cartão de crédito (com juros de 322,6% ao ano, em fevereiro) e o cheque especial (130% ao ano, em igual período), ambos postergados por 37% dos brasileiros. Na prática, uma dívida com o cartão de crédito mais que dobra de tamanho a cada seis meses. A pesquisa foi realizada entre 14 e 15 de abril e entrevistou, por telefone, 1.131 pessoas. A margem de erro é de 2,9 pontos porcentuais, com intervalo de confiança de 95%.

Prioridades

No caso de Renata Dias, que tem uma despesa mensal de R$ 7 mil e viu sua renda zerar, a escolha foi por conservar algum dinheiro para os gastos emergenciais, como alimentação e saúde. "Era isso ou nada. Tenho dinheiro para 10% dos meus gastos por uns três meses. Vou cuidar da saúde agora, depois vou descobrir o que fazer para pagar as contas", afirma.

Também em São Paulo, o microempresário Eduardo Camargos, que trabalha com eventos na área de alimentação, diz que não vai pagar o cartão. "Eu até tenho um pouco de dinheiro guardado, mas como não sei por quanto tempo vou ficar sem trabalhar, não posso gastar", conta ele, que está sem eventos desde 15 de março.

Na opinião de Isabela Tavares, economista da Tendências Consultoria Integrada, a pesquisa da Locomotiva surpreende pela magnitude dos resultados depois de um período relativamente curto de quarentena. "A gente esperava por esse salto no endividamento, mas ao longo do ano, não tão rapidamente", diz a especialista, que estima que a massa de passivos gerada pela atual crise sanitária leve pelo menos dois anos para ser solucionada. "Com os bancos, nós voltamos hoje aos níveis de inadimplência de 2017. Como esperamos um (índice de) desemprego de 14,5% neste ano, e uma melhora pequena no ano que vem, projetamos que a massa de endividamento deva voltar aos patamares de 2019 apenas em 2022", diz.

'Elite' da classe C deve puxar o endividamento

Sem direto ao auxílio emergencial de R$ 600 do governo e fora do radar dos programas federais de transferência de renda, 50 milhões de brasileiros que integram a "elite" da classe C, com renda familiar entre R$ 3.135 e R$ 6 mil por mês, devem puxar a alta do endividamento nos próximos meses, aponta levantamento da consultoria Plano CDE, especializada em baixa renda, com base em dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do Instituto Brasileira de Geografia e Estatísticas (IBGE).

"Essa população, que não é a da fome, vai ser a do endividamento Ela tem renda acima do teto estipulado pelo governo para o auxílio de R$ 600, mas, do seu orçamento, 60% são variáveis, dependem de 'bicos' e trabalhos autônomos, que estão parados no momento", diz o diretor executivo do Plano CDE, Maurício Prado. O pacote de auxílio de R$ 600 atinge famílias com renda mensal de até meio salário mínimo (R$ 522,50) por pessoa ou de até três salários mínimos (R$ 3.135) no total da família. "Essa classe C não tem perspectiva de mais renda e tem 30% da receita já comprometida com financiamentos."

O cenário é o retrato exato de Maíra da Costa. Ela trabalha por conta com alimentação e mora com os pais, aposentados, além da irmã, autônoma. Desde o início da crise, a família tem como fixa só a renda dos pais. "Estava montando uma cozinha e, com a pandemia, parei tudo. Nossa renda caiu demais", diz ela, que não pagou neste mês o financiamento do carro e o cartão de crédito. "Vou tentar negociar. Mas vamos ficar devendo", diz.

Fundador da plataforma de autônomos GetNinjas, com 1,5 milhão de cadastrados, Eduardo LHotellier diz que, em média, esses profissionais têm menos de 30 dias de reservas para arcar com suas responsabilidades financeiras. "Ele trabalha agora para pagar as contas que vencem daqui a pouco."

Para a economista da Tendências Isabela Tavares, após o pacote de auxílio do governo de R$ 600 a classe C passa a ser a mais vulnerável no enfrentamento da crise do novo coronavírus. "São famílias que sofrem com o desemprego, que investiram no empreendedorismo e, com uma renda maior, têm acesso ao crédito. Mas vão perder muita renda." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Renato Jakitas
Estadão Conteúdo

Não queremos negociar nada, diz Bolsonaro em ato pró-intervenção militar diante do QG do Exército

Em cima da caçamba de uma caminhonete, diante do quartel-general do Exército e se dirigindo a uma aglomeração de pessoas pró-intervenção militar no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou neste domingo (19) que "acabou a época da patifaria" e gritou palavras de ordem como "agora é o povo no poder" e "não queremos negociar nada".

"Nós não queremos negociar nada. Nós queremos ação pelo Brasil", declarou o presidente, que participou pelo segundo dia seguido de manifestação em Brasília, provocando aglomerações em meio à pandemia do coronavírus. "Chega da velha política. Agora é Brasil acima de tudo e Deus acima de todos."

"Todos têm que ser patriotas, acreditar e fazer sua parte para colocar o Brasil no lugar de destaque que ele merece. Acabou a época da patifaria. É agora o povo no poder. Mais que direito, vocês têm a obrigação de lutar pelo país de vocês", afirmou Bolsonaro, que tossiu e levou a mão à boca ao final do discurso.

"O que tinha de velho ficou para trás. Nós temos um novo Brasil pela frente", afirmou Bolsonaro. "Todos no Brasil têm que entender que estão submissos à vontade do povo brasileiro."

A escalada do tom de Bolsonaro ocorre em um momento de isolamento político do presidente. Reportagem da Folha de S.Paulo deste sábado mostrou que os adversários de Bolsonaro, e hoje ele os tem em todas as esferas de poder, desistiram de uma acomodação com o presidente.

A avaliação prevalente, ouvida pela reportagem nas cúpulas do Legislativo, do Judiciário e em estados, é a de um paradoxo: a fraqueza política de Bolsonaro só tende a acirrar sua agressividade no embate, o que ocorreu neste final de semana em Brasília.

No sábado, na rampa do Planalto diante da Praça dos Três Poderes, Bolsonaro afirmou que a política de enfrentamento ao novo coronavírus "mudou um pouco" desde a sexta (17) -quando houve a troca de Luiz Henrique Mandetta por Nelson Teich no Ministério da Saúde- e voltou a se queixar de prefeitos e governadores por adotarem medidas de isolamento social.

Bolsonaro também responsabilizou o STF (Supremo Tribunal Federal) por determinar que os demais entes federados têm poder para ordenar o fechamento de comércios. Neste momento do vídeo em que falou aos seguidores, Bolsonaro apontou o dedo para a sede do Supremo, do outro lado da praça.

Só na semana passada, o presidente criticou o Supremo Tribunal Federal, sugeriu que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, conspirava para derrubá-lo e ainda agudizou a crise do coronavírus ao demitir seu ministro da Saúde.

O presidente nega a gravidade da pandemia e promove passeios e aglomerações em Brasília, ao contrário do que recomenda a OMS. Bolsonaro demitiu seu então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, por discordar de seu posicionamento técnico sobre a pandemia.

Além da gestão Bolsonaro, outros governos que ignoram a seriedade da doença são Turcomenistão, Nicarágua e Belarus.?
Como mostrou a Folha de S.Paulo neste domingo, Bolsonaro tem intensificado estratégia de blindagem política para tentar evitar que os efeitos da pandemia sejam usados contra ele na disputa eleitoral de 2022.

O plano consiste, neste primeiro momento, na defesa pública de que o coronavírus se trata de uma adversidade pequena, que não justifica medidas restritivas que podem aumentar o desemprego no país.

A ideia é que, ao se antecipar agora sobre os impactos econômicos que são praticamente inevitáveis, o presidente explore, na corrida eleitoral, a retórica de que a sua postura era desde o início a mais acertada, mesmo que contrariando as recomendações das autoridades de saúde.

Neste domingo, além de Brasília, há manifestações em curso em diferentes pontos do país, como Salvador, São Paulo e Manaus. Além de ataques ao Supremo e ao Congresso e de pedidos pela volta do regime militar, os manifestantes pedem a volta ao trabalho e a abertura do comércio.

Há discursos em defesa do isolamento vertical, quando só os grupos de risco ficam em isolamento. Em Brasília, no ato que teve a participação de Bolsonaro, a volta à normalidade e a reabertura do comércio também estavam na pauta dos manifestantes.

No quartel-general do Exército, o grupo era formado por algumas centenas de pessoas, muitos com faixas pedindo um novo AI-5 e intervenção militar. Ao verem Bolsonaro chegar, os manifestantes se aglomeraram para ouvir o presidente.

Além de defender o governo e clamar por um novo AI-5 -o mais radical ato institucional da ditadura militar (1964-1985), que abriu caminho para o recrudescimento da repressão- os manifestantes aglomerados em frente ao quartel-general defenderam o fechamento do STF e miraram no presidente da Câmara, Rodrigo Maia .

As carreatas pelo país com apoio de Bolsonaro neste domingo ocorrem no momento em que o número de mortes pelo coronavírus chegou a 2.347 no Brasil. Em 24 horas, foram registrados 206 óbitos pela doença. Os dados foram divulgados neste sábado pelo Ministério da Saúde. Ao todo, são 36.599 casos confirmados.

De acordo com o balanço, o índice de letalidade do novo vírus, em relação ao total de casos, está em 6,4%. No dia anterior eram 33.682 casos e 2.141 mortes.

O ministério, porém, afirma que a tendência é que o número real de casos seja maior, já que apenas pacientes internados em hospitais fazem testes e há casos que ainda esperam confirmação. Reportagem da Folha de S.Paulo mostrou que equipes de atenção básica em várias cidades e estados afirmam que tem havido subnotificação.

As carreatas pelo fim do isolamento ocorrem no momento em que apoio à quarentena como forma de evitar a disseminação do novo coronavírus sofreu uma queda nas duas últimas semanas, mas ainda é majoritária entre os brasileiros.

Segundo o Datafolha, são 68% aqueles que dizem acreditar que ficar em casa para conter o vírus é mais importante, ainda que isso prejudique a economia e gere desemprego.
No levantamento anterior do instituto, feito de 1º a 3 de abril, eram 76%. A pesquisa atual ouviu 1.606 pessoas na sexta (17) e tem margem de erro de três pontos percentuais.

 

Fonte: Folhapress

Com 115 novos registros, mortes decorrentes do novo coronavírus no Brasil chegam a 2.462

Com 115 novos casos nas últimas 24 horas, o número de mortes pelo novo coronavírus chegou a 2.462 registros no Brasil. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde neste domingo (19). Ao todo, são 38.654 pessoas confirmadas da Covid-19 deste o início da pandemia.

O balanço mostra ainda que o índice de letalidade do novo vírus, em relação ao total de casos, se manteve em 6,4%. No sábado, eram 36.599 casos notificados e 2.347 mortes. Os dados foram atualizados na plataforma às 17h.

O número real de casos, entretanto, tende a ser maior, afirmam os técnicos do Ministério da Saúde, que apenas pacientes internados em hospitais fazem testes, e muitos casos ainda esperam confirmação.

O país registrou o primeiro estado a ter mais de mil mortes causadas pela pandemia. São Paulo já teve 14.267 casos e, agora, tem 1.015 óbitos. No sábado, eram 991 mortes pela doença e 13.894 casos confirmados.

O Rio de Janeiro é o segundo estado com mais casos e mortes em decorrência da Covid-19. São 402 óbitos e 4.765 com o teste positivo para a Covid-19. Em relação ao número de mortes, aparecem na sequência Pernambuco, com 216, Ceará, com 186 e Amazonas, com 182.

Os quatro estados também possuem a maior quantidade de casos registrados. Ceará, com 3.252, Pernambuco, 2.459, e Amazonas, 2.044, aparecem na sequência.

Todas as unidades da federação já registraram mortes em decorrência da Covid-19. Tanto a rede pública do Rio quanto a do Amazonas já apresentam sinais de esgotamento. Hospitais de referências nas duas capitais estão com as UTIs lotadas.

Neste final de semana, os dados do novo coronavírus foram divulgados online, sem a realização de coletiva.

RENATO ONOFRE E LARISSA GARCIA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) 

 

Carreata anti-isolamento é realizada em Teresina; mais de mil carros participam

  • Untitled-7.jpg Divulgação
  • Untitled-5.jpg Divulgação
  • Untitled-4.jpg Divulgação
  • Untitled-3.jpg Divulgação
  • Untitled-2.jpg Divulgação
  • carreta.jpg Divulgação

Atualizada às 17h45

Vestidos de verde-amarelo e usando máscaras, ocupantes de mais de mil carros tomaram toda a extensão da avenida Raul Lopes neste domingo (19), durante a “Carreata pelo Trabalho”, numa ação do Movimento #precisamostrabalhar Teresina, de pessoas contra as medidas  de isolamento social impostas pelos decretos municipal e estadual em Teresina e no Piauí. Organizada por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, eles pregam o isolamento vertical e o retorno às atividades. 

A concentração começou na avenida Zequinha Freire, depois a carreata seguiu pela avenida João XXIII e passou pela Raul Lopes. Em seguida passou em frente ao quartel do 25 Batalhão de Caçadores.

Um dos mobilizadores, o major da Polícia Militar Diego Melo, filiado ao Patriotas, presidente da Associação dos Oficiais da PMPI, destaca que a ação foi organizada pelo whatsapp e é contra os desvios de recursos públicos, mas também contra a fome e o desemprego. 

“Realizar carnaval com dinheiro público e 15 dias depois Decretar Calamidade Pública e Isolamento Radical Horizontal por mais de um mês em nossas cidades e em nosso Estado, sem informações básicas que possam subsidiar qualquer decisão, foi um erro dos gestores que milhões pagarão caríssimo, com muitas vidas, empregos, saúde física e psicológica, e um caos social que se agirmos rápido, talvez ainda possamos evitar”, destaca o oficial.

Em live realizada durante a carreata, o major Diego, afirma que a população quer retomar suas atividades. Ele condena as medidas de restrição. 

“Isso é o povo querendo voltar a trabalhar. Pelo fim dos decretos pretorianos, abusivos que impedem as pessoas de exercer seus direitos fundamentais e constitucionais. As pessoas que forem molestadas em seus direitos, devem denunciar. Não podemos ficar inertes, só dentro de casa. É preciso um isolamento vertical, seletivo, retorno gradual às atividades, deixando em casa somente os grupos de risco e os doentes sintomáticos e assintomáticos. Teresina está toda reunida contra essas medidas abusivas”, destaca.

Pedido de intervenção militar

Diego afirma que os grupos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro estão realizando carreatas desde o meio-dia em diferentes pontos de Teresina e em todo país. “Foi um chamamento do Vem para Rua nacional que mobilizou todos os estados”.

Ele afirma que uma parte do grupo é a favor da intervenção militar e pede a derrubada dos poderes legislativo e judiciário. 

“Parte do grupo pede intervenção militar porque enxerga nessas medidas adotadas um viés para a derrubada do presidente Jair Bolsonaro. Esse grupo está em frente ao 25 Batalhão de Caçadores do Exército, porque acreditam como única saída para barrar os governantes dos estados, senadores e deputados que querem quebrar o país e assim derrubar o presidente”, explica o patriota, afirmando não concordar plenamente com essa visão.

 

Caroline Oliveira
[email protected]

Mais de 75% dos pacientes com Covid-19 no Piauí têm menos de 60 anos

Foto: Roberta Aline

No Piauí, dos 144 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus, 75,58% são pessoas com idade inferior a 60 anos. A maioria, cerca de 21%, ainda é de jovens entre 20 e 29 anos que estão com Covid-19. A faixa etária dos pacientes que vieram a óbito também chama a atenção, 40% das mortes são de pacientes com idade inferior a 60 anos.

Os dados são do Painel Epidemiológico Covid-19 atualizados nesse sábado (18). O levantamento também revela que 58,01% das confirmações têm abaixo de 50 anos de idade e as mortes para esse grupo chegam a 20% dos casos no Piauí. O estado já registra 10 óbitos por complicações de Covid-19.

Foto: Reprodução Sesapi

Uma idosa de 91 anos sobreviveu à doença e foi liberada após tratamento no Hospital do Monte Castelo, em Teresina.  Após 16 dias internada, a trabalhadora rural Francisca Rodrigues de Sousa, teve alta nessa sexta-feira (17). 

O número de pacientes com alta médica chegou a 70. No momento, 97 estão internados, sendo 61 em leitos clínicos, 35 em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e um em leito de estabilização. 

Foto: Reprodução Sesapi

Principais comorbidades ou fatores de risco

Dentre os óbitos registrados no Piauí, a cardiopatia incluindo a hipertensão (53%) é a principal comorbidade registrada nos pacientes. Em seguida vem a diabetes (33%), pneumopatias (6%) e obesidade (6%).

Valmir Macêdo
[email protected]

Entre março e abril, pandemia reduziu consumo médio de energia em 10%

Foto: Yasmim Cunha/Cidadeverde.com

Nas três semanas após a implementação de medidas de contenção ao alastramento do novo coronavírus, a média do consumo de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) caiu 10% em relação à primeira quinzena de março, de acordo com estudo realizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

No Ambiente de Contratação Livre (ACL), a redução foi de 14% no período de isolamento, impulsionada pelo baixo consumo nos seis principais setores do mercado livre. No Ambiente de Contratação Regulada (ACR), a demanda diminuiu 9%. A queda é menor no ambiente por causa da continuidade do consumo da classe residencial.

Os dados são preliminares e comparam o período entre 18 de março e 10 de abril com as semanas de 01º a 17 de março. O levantamento considera a demanda total do mercado cativo, em que o consumidor compra energia diretamente das distribuidoras, e do livre, que permite a escolha do fornecedor e a negociação de condições contratuais. Não considera apenas os dados de Roraima, não interligado ao sistema elétrico nacional.

Por ramo de atividade, a indústria automotiva e o segmento têxtil lideram as maiores quedas no mercado livre. O setor de veículos teve queda de 53% no período analisado. Já o têxtil apresentou redução de 40%. Em seguida, destaca-se o segmento de serviços, com redução de 34%. Manufaturados reduziram a demanda em 26%, enquanto o setor de minerais não-metálicos e o comércio tiveram queda de 19% e 13%, respectivamente.

Entre os Estados, o do Rio Grande do Sul foi o que apresentou a maior queda no consumo de energia desde que as medidas de combate à Covid-19 começaram a vigorar, com redução de 23%. Entre as maiores cinco variações percentuais, também aparece Santa Catarina, com 18%. Alagoas e Paraná empatam com 14% e o Sergipe registrou diminuição de 13%.

São Paulo, que é o estado com maior participação no consumo de energia no país (27%), reduziu sua demanda de 17.935 MW médios para 15.888 MW médios, uma queda de 11%. Entre os estados com as maiores médias de volume consumido de energia também se destacam Paraná (- 9%), Rio de Janeiro (- 7%) e Minas Gerais (- 5%). Maranhão e Tocantins foram os únicos que apresentaram aumento no consumo, de 2% e 1%. 

Fonte: Estadão Conteúdo

Amazonas, Ceará e Pernambuco irão receber respiradores, anuncia ministro da Saúde

Foto: Júlio Nascimento/PR

O ministro da Saúde, Nelson Teich, anunciou que os estados da Amazonas, Ceará e Pernambuco irão receber novos respiradores neste domingo (19).

O aparelho é essencial para pacientes com graves sintomas do novo coronavírus.

Amazonas, cujo sistema de saúde colapsou, e Ceará, o terceiro mais afetado do Brasil, receberão 15 aparelhos cada, enquanto o estado pernambucano ficará com dez.

Teich fez o anúncio através de sua conta no Twitter. Os respiradores, segundo o ministro, são produzidos no Brasil e foram enviados neste domingo.

Fonte: Folhapress

Carreatas pelo país pedem fim do isolamento após 206 novas mortes por coronavírus

Pelo segundo dia consecutivo, apoiadores de Jair Bolsonaro (sem partido) desafiaram a regra de isolamento social contra o coronavírus recomendadas pela Organização Mundial da Saúde para protestar em carreata neste domingo (19).

Há manifestações em curso em diferentes pontos do país, como Salvador, Manaus e Brasília, além de um início de concentração em São Paulo, onde a carreata está prevista para o início da tarde.

Bolsonaro tem negado a gravidade da pandemia, promovendo passeios e aglomerações em Brasília, ao contrário do que recomenda a OMS. O presidente demitiu seu então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, por discordar de seu posicionamento técnico.

Além da gestão Bolsonaro, outros governos que ignoram a seriedade da doença são Turcomenistão, Nicarágua e Belarus.

Os manifestantes da carreatas pedem a volta ao trabalho e a abertura do comércio. Há discursos em defesa do isolamento vertical, quando só os grupos de risco ficam em isolamento.

Neste domingo, em Brasília, a carreata, além de pedir o fim do isolamento social, ocorre em apoio ao presidente Bolsonaro e pede o fechamento do Congresso e do STF (Supremo Tribunal Federal).O ato convocado por grupos conservadores percorre os principais pontos políticos da capital federal. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é o mais atacado pelos manifestantes. O protesto também teve como alvo as medidas de isolamento adotadas pelo governador Ibanês Rocha (MDB).

"Isolamento vertical", "Fora, Maia", "AI-5 já " e "Globo lixo" estampavam adesivos nos veículos e em camisas dos manifestantes. Com um carro de som e mais de cem motos e carros, a carreata tentou parar em frente ao Palácio do Planalto, mas foi impedida pela Polícia Militar do Distrito Federal.

Além de bandeiras do Brasil e faixas contra os poderes Legislativo e Judiciário, alguns manifestantes carregavam cartazes pedindo intervenção militar e até o "direito de explodir a cabeça de um petista" caso ele invada sua propriedade.

Neste sábado (198), o número de mortes pelo novo coronavírus chegou a 2.347 no Brasil. Em 24 horas, foram registrados 206 óbitos pela doença. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde. Ao todo, são 36.599 casos confirmados da Covid-19.

De acordo com o balanço, o índice de letalidade do novo vírus, em relação ao total de casos, está em 6,4%. No dia anterior eram 33.682 casos e 2.141 mortes.

O ministério, porém, afirma que a tendência é que o número real de casos seja maior, já que apenas pacientes internados em hospitais fazem testes e há casos que ainda esperam confirmação.

São Paulo continua sendo o estado mais afetado pela pandemia. Já são 991 mortes pela doença e 13.894 casos confirmados.

O Rio de Janeiro é o segundo com mais casos e mortes em decorrência da Covid-19. São 387 óbitos e 4.543 com o teste positivo para Sars-CoV-2. Em relação ao número de mortes, aparecem na sequência Pernambuco, com 205, Ceará, com 176 e Amazonas, com 161.

Depois de São Paulo e do Rio de Janeiro, os estados com maior número de casos confirmados são Ceará, com 3034 , Pernambuco, com 2.193, e Amazonas, com 1897.

O apoio à quarentena como forma de evitar a disseminação do novo coronavírus sofreu uma queda nas duas últimas semanas, mas ainda é majoritária entre os brasileiros.

Segundo o Datafolha, são 68% aqueles que dizem acreditar que ficar em casa para conter o vírus é mais importante, ainda que isso prejudique a economia e gere desemprego.

No levantamento anterior do instituto, feito de 1º a 3 de abril, eram 76%. A pesquisa atual ouviu 1.606 pessoas na sexta (17) e tem margem de erro de três pontos percentuais.

Essa queda não se reverteu integralmente em apoio à afirmação contrária, de que vale a pena acabar com isolamento social em nome da reativação econômica. O índice dos que concordam com isso oscilou positivamente de 18% para 22%, enquanto aqueles que não sabem foram de 6% para 10% no período.

O debate, visto por especialistas tanto em economia como em saúde como desfocado e politizado, tem pautado polêmicas envolvendo Jair Bolsonaro (sem partido).

Depois de minimizar a gravidade da Covid-19, a comparando a uma "gripezinha", o presidente passou a insistir no foco do impacto econômico das quarentenas.

No cálculo, está o temor de que a recessão que provavelmente seguirá a emergência sanitária do Sars-CoV-2 solape seu apoio em cerca de um terço do eleitorado.

Em oposição, governadores como João Doria (PSDB-SP) e Wilson Witzel (PSC-RJ), assumiram a linha de seguir as recomendações internacionais de saúde, priorizando o isolamento.

O resultado é uma queda de braço que marca a organização do combate à pandemia no Brasil e já deixou vítimas políticas no caminho.

Luiz Henrique Mandetta perdeu o cargo de ministro da Saúde na quinta (16), entre outros motivos, por não concordar com as diretrizes de Bolsonaro sobre o isolamento social.

O Supremo Tribunal Federal interveio e decidiu na quarta (15) que os estados e municípios têm liberdade para impor as restrições que decidirem durante a crise.

Isso contrariou o presidente Bolsonaro, que se queixou de estar de mãos atadas na questão. Ele queria editar decreto obrigando a reabertura do comércio. Manteve o tom na sexta (17), quando sugeriu que as pessoas desobedecessem as ordens locais.

Além disso, a maioria expressiva dos brasileiros, 79%, defende algum tipo de punição para pessoas que violem regras de quarentena devido ao novo coronavírus no país. Desses, contudo, apenas 3% acham que prisão seria uma sanção aceitável. Já multas têm apoio de 33% e advertências verbais, de 43%.

A aplicação de medidas restritivas de circulação de pessoas entrou no debate público na semana retrasada. O governador paulista, João Doria (PSDB), disse que poderia considerar até a detenção como recurso último caso a pandemia se agravasse.

Hoje, não há no país quarentena que impeça pessoas de ir à rua, apenas determinando o fechamento de comércio não essencial.

Doria foi acusado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de arbítrio. O tucano recuou e não falou mais no tema. Na sexta (17), ele estendeu a quarentena paulista até 10 de maio, sem endurecer regras.

Para 18% dos ouvidos pelo Datafolha, os governos não deveriam ter direitos sobre a circulação das pessoas. Outros 3% não souberam responder.

Fonte: Folhapress

Posts anteriores