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Gusttavo Lima doa alimentos a 25 instituições e manda comida para famílias de aterro

Foto: Reprodução/instagram/@gusttavolima


O cantor Gusttavo Lima começou a entregar todo o alimento e os suprimentos que foram doados para famílias carentes. De acordo com ele, mais de 25 instituições já receberam quilos e mais quilos de comida, cestas básicas e suprimentos contra o coronavírus.

Dentre elas estão as famílias carentes que vivem em um aterro na cidade de Aparecida de Goiânia (GO). Nesta quinta (16), chegaram os primeiros carretos com alimentos para os mais necessitados.

O cantor diz que nos próximos dias chegarão mais carretos recheados de suprimentos para mais de 700 famílias. "Muita gente me perguntando sobre a doação para as pessoas do antigo lixão de Aparecida de Goiânia. Eu soube por alto dessa situação e me coloquei à disposição apra ajudar. Agora já com informações concretas, soube que já existe um projeto, criado pela Prefeitura. Porém, há mais de 700 famílias que estão em situação crítica, vivendo em condições desumanas ao lado do complexo prisional em Aparecida de Goiânia. Minha doação será a essas mais de 700 famílias em situação crítica", disse.

A boa ação acontece dias após Gusttavo Lima ser criticado por causa da última live.

Ele afirmou via Twitter na madrugada desta quinta-feira (16) que não fará mais lives para evitar ser censurado. O cantor fez um show por transmissão ao vivo no sábado (11), pelo qual foi criticado ao aparecer proferindo palavrões e bebendo de cerveja a tequila, mostrando estar alterado em algumas ocasiões.

Após a live, o cantor virou alvo do Conar, órgão de regulamentação publicitária, que abriu uma representação ética contra o sertanejo e a Ambev por possíveis irregularidades em relação ao consumo de bebida alcoólica na transmissão.

A live, que teve uma mensagem "a todos os cachaceiros desse mundo" em sua abertura, durou sete horas e meia e teve 5,5 milhões de acessos simultâneos. Uma semana antes, o cantor já havia feito uma outra apresentação online que durou cinco horas e teve mais de 750 mil acessos simultâneos.

 

Fonte: Folha Press

Painel online mostra dados da covid-19 e bairros com mais casos em Teresina

O painel de monitoramento dos casos de covid-19 em Teresina já pode ser acessado online através do site http://www.painelcovid19teresina.pmt.pi.gov.br. A ferramenta desenvolvida pela prefeitura de Teresina mostra dados atualizados do número de casos confirmados, recuperados, óbitos, isolomento domiciliar, internados em leitos clínicos e UTIs. 

"Isso significa ter visão geral de todos os casos na cidade. Serve também como estratégia para a prefeitura atuar onde tem mais casos e também dar transparência para que todos possam acessar e saber a situação em Teresina", explica médico infectologista Walfrido Salmito.

O painel mostra ainda os casos do novo coronavírus por bairro, os casos confirmados por dia, bem como a evolução dia a dia. 

Atualmente, o bairro Jóquei seguidos do Ilhotas, Fátima, Ininga e Gurupi registram o maior número de casos na Capital.

 

Situação em todo o Piauí

Em boletim divulgado na noite desta quinta-feira (16), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) anunciou que mais 11 pessoas testaram positivo para o novo coronavírus - 102 no total. O vírus também chegou a mais dois municípios: Inhuma e Demerval Lobão. 

 

Graciane Sousa
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David Guetta faz live para ajudar instituições no combate ao novo coronavírus

Fotos: Reprodução/instagram/@davidguetta

O DJ David Guetta, 52, fará uma live neste sábado (18), a partir das 19h, com o objetivo de arrecadar fundos pata ajudar instituições no combate ao novo coronavírus. A apresentação online terá duas horas de duração e será exibida por meio dos perfis do DJ no YouTube, Instagram, Facebook e Twitter.

"Meu coração está com todos aqueles que estão sofrendo com essa pandemia de saúde global, e eu espero que essa live ajude a unir as pessoas e possa ser um meio de levantar fundos para ajudar aqueles que necessitam", escreveu Guetta em suas redes sociais. O show será realizado a partir de Miami.

Esse formato de show ganhou força nas últimas semanas no Brasil e no mundo devido à quarentena do novo coronavírus, que cancelou apresentações.

As grandes lives também têm arrecadado fundos e equipamentos para hospitais e instituições de caridade, além de conscientizar sobre a necessidade de ficar em casa.

No Brasil, os shows de sertanejos têm obtido destaques e até polêmicas, como a de Gusttavo Lima. O cantor afirmou nesta quinta-feira (16) que não fará mais lives para evitar ser censurado. O músico fez uma apresentação ao vivo no sábado (11), pelo qual foi criticado ao aparecer proferindo palavrões e bebendo de cerveja a tequila, mostrando estar alterado em algumas ocasiões.

"Acho que o grande segredo da live é tirar o lençol do fantasma. Acho que uma live engessada e politicamente correta não tem graça. O bom são as brincadeiras, a vontade, levar alegria, alto astral para as pessoas que estão agoniadas nesse momento. Não farei live pra ser censurado", escreveu ele em seu perfil no Twitter.

"Juntos, ajudamos muitas pessoas. Foram toneladas de alimentos e arrecadações... Fizemos nosso papel, Deus abençoe a todos", afirmou em seguida.

Após a live, o cantor virou alvo do Conar, órgão de regulamentação publicitária, que abriu uma representação ética contra o sertanejo e a Ambev por possíveis irregularidades em relação ao consumo de bebida alcoólica na transmissão.

Fonte: Folha Press

 

Presidentes da Câmara e do Senado dizem esperar que Bolsonaro não mude política de isolamento

Foto: Will Shutter/Câmara dos Deputados

 

Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), divulgaram nota conjunta na noite desta quinta-feira (16) em que dizem esperar que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não mude a polícia de isolamento social no combate à proliferação do coronavírus com a demissão de Luiz Henrique Mandetta do ministério da Saúde.

"A maioria das brasileiras e dos brasileiros espera que o presidente Jair Bolsonaro não tenha demitido Mandetta com o intuito de insistir numa postura que prejudica a necessidade do distanciamento social e estimula um falso conflito entre saúde e economia", dizem os presidentes das Casas.

Na nota, Maia e Alcolumbre elogiaram o trabalho desenvolvido por Mandetta durante o período que ficou frente à pasta. Segundo eles, a saída de Mandetta não é positiva.

"O ministro Luiz Henrique Mandetta foi um verdadeiro guerreiro em prol da saúde pública nesse período em que esteve à frente do Ministério, especialmente no enfrentamento firme ao Covid-19. O trabalho responsável e dedicado do ministro foi irreparável. A sua saída, para o País como um todo, nesse grave momento, certamente não é positiva e será sentida por todos nós.

Os parlamentares afirmaram que esperam que o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, dê continuidade ao trabalho que já vinha sendo desenvolvido pelo antigo ministro.

"O Congresso Nacional espera que o novo ministro, Nelson Teich, dê continuidade ao bom trabalho que vinha sendo desempenhado pelo Ministério da Saúde, agindo de forma vigorosa, de acordo com as melhores técnicas científicas. A vida e a saúde dos brasileiros devem ser sempre nossa maior prioridade.

Mais cedo, Maia já havia exaltado o trabalho de Mandetta durante sessão para votação da ampliação do auxílio emergencial de R$ 600 pela Câmara dos Deputados, pouco depois de a demissão de Mandetta ser oficializada.

"A nossa homenagem ao ministro Mandetta, à sua dedicação, ao seu trabalho, à sua competência, à sua capacidade de compreensão do problema, de construir as soluções, diálogo com toda a sociedade e com o Parlamento brasileiro", disse.

"Tenho certeza de que [...] o ministro Mandetta deixa um legado para que, em conjunto com o governo federal, estados e municípios, principalmente, tenham condição de atender sobre a base do que foi construído pelo ministro Mandetta, as condições para atender da melhor forma possível a sociedade brasileira, mas principalmente os brasileiros que precisam do sistema SUS", afirmou.

Deputados e senadores lamentaram a decisão do presidente de demitir Mandetta, defendendo o rigor técnico do auxiliar e o uso da ciência no combate ao coronavírus.

O vice-presidente do Senado, Antonio Anastasia (PSD-MG), afirmou que a demissão acontece em um momento traumático, lamentou a mudança e falou que o presidente responde pelas consequências de seus atos.

"Já estamos num momento traumático. Não tenho um relacionamento próximo com o Mandetta, mas ele agiu de forma técnica. Lamento, mas o presidente tem a responsabilidade dos seus atos e também das consequências."

Primo do ministro demitido, o deputado federal Fábio Trad (PSD-MS) afirmou que Mandetta será "absolvido" pela história.

"Mandetta, esta mensagem é para o primo e não para o ministro: para quem é punido por suas virtudes e não pelos defeitos, não se deixe abater com a demissão pois ser demitido deste governo é ser absolvido pela história."

O líder do Cidadania, Arnaldo Jardim (SP), afirmou que Mandetta desempenhou um bom papel na condução da grave crise de saúde e que espera que a ciência siga como o principal norte do ministério, no enfrentamento à Covid-19.

"É ciência, é ciência e ciência. Esperamos que esse seja o parâmetro do novo titular da Saúde", disse o parlamentar, que espera a continuidade de políticas adotadas na gestão Mandetta, como o isolamento social, a transparência na divulgação de dados e a integração da pasta com municípios e estados.

O líder da minoria no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) chamou a decisão do presidente de irresponsável.

"Demitir o ministro da Saúde durante a mais grave crise sanitária da nossa história, e o ministro que estava dando a condução correta a todos os cidadãos, que é a única alternativa prevista na ciência para o enfrentamento da pandemia, que é o isolamento social."

O DEM, partido do ex-ministro, afirmou que Mandetta é um motivo de orgulho para o Democratas e que tem o total apoio e solidariedade da sigla.

O líder do partido na Câmara, Efraim Filho (PB), disse que o ex-titular da Saúde, com sua postura técnica, conquistou a confiança e respeito da família brasileira.
"Íntegro, permaneceu até o último minuto servindo ao país. Sai com sentimento de dever cumprido, salvou muitas vidas enquanto prevaleceram suas orientações."

A bancada do PSB na Câmara divulgou uma nota manifestando preocupação com a demissão em meio à "maior crise sanitária da história" e criticou que "disputas políticas menores" tenham desviado o foco do governo, que deveria ser a saúde e a vida dos brasileiros. A bancada cobrou que a condução da crise seja feita de forma responsável e técnica.

Mesmo líderes governistas ressaltaram que Mandetta vinha realizando um bom trabalho, mas que a tensão existente entre ministro e presidente prejudicavam o trabalho de combate ao coronavírus.

"O Mandetta vinha fazendo um bom trabalho, mas não pode olhar só no foco da saúde e acabou virando um confronto que piorou a situação", disse o vice-líder do governo no Senado, Izalci Lucas (PSDB-DF). Para o senador, todos os lados foram radicais.

?"Tinham de ter conversado mais, todo mundo muito radical. Agora é hora de sentar, conversar e tentarmos seguir um foco único. Não dá para cada um seguir andando para um lado", afirmou.

GOVERNADORES
Governadores externaram preocupação com a demissão de Mandetta, que, segundo eles, estava realizando um trabalho técnico e sem ideologias. Para João Doria (PSDB-SP), que vem antagonizando com Bolsonaro na crise, a saída "é uma perda para o Brasil".

"Agradeço o apoio e contribuição com o Estado de São Paulo no combate à pandemia. Desejo êxito ao novo ministro da Saúde, Nelson Teich, e espero que siga procedimentos técnicos e atenda às recomendações da OMS [Organização Mundial da Saúde]", escreveu o tucano em uma rede social.

Wilson Witzel (PSC-RJ) afirmou que, "entre a saúde dos brasileiros e a política", o presidente "preferiu a política".

"Que Deus nos ajude", completou o governador do Rio, dando parabéns a Mandetta "pelo belo trabalho" e pedindo que o novo ministro siga as orientações da OMS.

"O ministro Mandetta demonstrou conduzir seu trabalho com rigor técnico necessário, colocando a ciência em primeiro lugar, sem ideologia ou partidarismo, que são questões inaceitáveis nesse momento. Sua saída representa uma enorme perda para o Brasil", disse o governador do Ceará, Camilo Santana (PT).

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM) ressaltou que o ex-ministro salvou milhares de vidas e que pode considerar a sua missão cumprida. Caiado era aliado de Bolsonaro, mas rompeu o relacionamento por conta de divergências nas políticas de enfrentamento ao coronavírus.

A entrevista do ex-ministro ao Fantástico, da Rede Globo, o estopim da mais recente crise com Bolsonaro, foi dada a partir do Palácio Esmeralda, sede do governo do estado de Goiás.

O ministro foi demitido nesta quinta após um longo processo de embate entre eles diante das ações de combate ao coronavírus.

O presidente convidou o oncologista Nelson Teich para o lugar de Mandetta. Em discurso logo após assumir o posto, o novo titular da pasta disse que economia e saúde não competem entre si.

Mandetta confirmou sua demissão por meio de sua conta no Twitter.

"Acabo de ouvir do presidente Jair Bolsonaro o aviso da minha demissão do Ministério da Saúde. Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser gerente do nosso SUS, de pôr de pé o projeto de melhoria da saúde dos brasileiros e de planejar o enfrentamento da pandemia do coronavírus, o grande desafio que o nosso sistema de saúde está por enfrentar", escreveu.

"Agradeço a toda a equipe que esteve comigo no MS e desejo êxito ao meu sucessor no cargo de ministro da Saúde. Rogo a Deus e a Nossa Senhora Aparecida que abençoem muito o nosso país", completou.

A divulgação da demissão de Mandetta foi seguida de panelaços contra Bolsonaro em bairros de São Paulo e do Rio.

Na última quarta-feira (15), em uma entrevista em tom de despedida ao lado de sua equipe, Mandetta afirmou que havia descompasso com o Palácio do Planalto e indicou a sua demissão como certa.

Mandetta voltou a defender a manutenção do caminho da ciência, em uma crítica indireta às pressões que sofre do presidente, contrário ao isolamento social e defensor do uso de medicamento sem eficácia e segurança comprovadas.

Bolsonaro vinha batendo de frente com seu auxiliar e, nos últimos dias, deu celeridade à busca por um substituto.

Desde o início da crise, Bolsonaro tem ignorado orientações sanitárias, sem demonstrar preocupação com a crise do coronavírus, e ao mesmo tempo pressiona governadores e prefeitos a abrandar a política de isolamento social.

Já Mandetta é crítico da aglomeração de pessoas e defensor do isolamento horizontal, em linha com a diretriz da OMS para evitar o contágio do novo coronavírus.

DANIELLE BRANT, IARA LEMOS, RANIER BRAGON, RENATO ONOFRE E RENATO MACHADO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) 

 

Após demitir Mandetta, Bolsonaro agradece ex-ministro e volta a criticar excessos de governadores

Foto: Alan Santos/PR

 

Ao lado do oncologista Nelson Teich, indicado como novo ministro da Saúde, o presidente Jair Bolsonaro agradeceu Luiz Henrique Mandetta por seu trabalho à frente da pasta e voltou a criticar medidas restritivas de governadores.

O presidente anunciou oficialmente Teich como novo ministro e comparou a saída de Mandetta da pasta a um "divórcio consensual".

"Foi realmente um divórcio consensual. Acima de mim como presidente e dele [Mandetta] como ainda ministro está a saúde do povo brasileiro. A vida para todos nós está em primeiro lugar", declarou Bolsonaro.

Ele se referiu ainda à conversa que teve com Mandetta na tarde desta quinta no Palácio do Planalto, quando demitiu o ministro. Segundo Bolsonaro, Mandetta aceitou participar de uma transição no ministério com a equipe do novo ministro.

Em seu discurso, o presidente voltou a criticar governadores e prefeitos pelo o que considera excessos nas ações de isolamento social, entre elas o fechamento de comércios.

Para o presidente, essas ações prejudicam a economia e podem gerar danos tão graves quanto a ameaça à saúde representada pela Covid-19.

"Quem tem poder de decretar estado de defesa ou de sítio -depois de uma decisão do Parlamento- é o presidente da República, e não prefeito ou governador. O excesso não levará à solução do problema. Muito pelo contrário, [ele] se agravará".

"Devemos tomar medidas sim para evitar a proliferação ou expansão do vírus, mas pelo convencimento e com medidas que não atinjam a liberdade e as garantias individuais de qualquer cidadão", acrescentou o presidente.

Em outra investida contra governadores, em especial contra João Doria (PSDB), de São Paulo, o presidente falou que jamais mandaria prender quem estivesse nas ruas em desrespeito a regras de quarentena. Antagonista de Bolsonaro, Doria chegou afirmar que as pessoas que violarem as regras da quarentena em São Paulo serão advertidas e orientadas, mas que, se insistirem, poderão ser presas.

"Os excessos que alguns cometeram, que se responsabilizem por eles. Eu jamais mandaria as minhas forças armadas prenderem quem estivesse nas ruas". Jamais vou tirar o direto constitucional de ir e vir", reforçou o presidente.

Bolsonaro também defendeu a flexibilização de medidas de isolamento social. Num tom mais moderado do que costuma adotar, ele afirmou que esse processo precisa ser "gradual". Para o mandatário, o coronavírus trouxe uma "máquina de moer empregos", expondo principalmente as pessoas mais humildes, que "não podem ficar em casa por muito tempo".

"Conversei com o Nelson [Teich] que gradativamente nós temos que abrir o emprego no Brasil. Essa grande massa de humildes não tem como ficar presa dentro de casa. E o que é pior, quando voltar não ter emprego. O governo não tem como manter esse auxílio emergencial [de R$ 600 para informais] ou outras ações por muito tempo".

"Sei e reitero que a vida não tem preço, mas a economia e o emprego têm que voltar à normalidade. Não o mais rápido possível, como conversado com o Dr Nelson, mas ele tem que começar a ser flexibilizado, para que exatamente não venhamos a sofrer mais com isso", destacou Bolsonaro.

Teich se reuniu na manhã desta quinta com Bolsonaro e ministros palacianos, quando foi convidado a assumir o cargo que era de Mandetta.

Bolsonaro demitiu Mandetta nesta quinta, após semanas de divergências públicas sobre a resposta à crise do Covid-19 no Brasil.

Enquanto o agora ex-ministro defende medidas de isolamento social, o presidente apela pela volta à normalidade e pelo fim do fechamento de comércios em estados e municípios.

Outro ponto central do choque entre o mandatário e seu subordinado é o uso da cloroquina para pacientes do novo coronavírus.

Bolsonaro é um entusiasta do medicamento e quer que ele seja administrado inclusive para pacientes em estágio inicial.

Mandetta, por sua vez, tem repetido que ainda não há estudos científicos provando a eficácia da droga. O ex-ministro é contra a adoção de um protocolo do governo recomendando a cloroquina, afirma que ela já é usada no Brasil para casos de doentes internados -entubados ou não- e que seu emprego em outras situações deve estar ancorado na relação entre o médico e o paciente.

RICARDO DELLA COLETTA E DANIEL CARVALHO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) 

 

Coronavírus: Piauí ultrapassa marca de 100 casos confirmados em 12 municípios

Foto: Cadu Rolim /Fotoarena/Folhapress

O Piauí ultrapassou a marca de 100 casos confirmados de Covid-19. Em boletim divulgado na noite desta quinta-feira (16), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) anunciou que mais 11 pessoas testaram positivo para o novo coronavírus - 102 no total. O vírus também chegou a mais dois municípios: Inhuma e Demerval Lobão. 

Os novos pacientes confirmados são 5 mulheres e 6 homens, nenhum deles com mais de 60 anos - as idades variam de 22 a 55 anos, segundo a Sesapi. 

Metade do total de casos foi confirmada em apenas quatro dias - no dia 13, a rede pública de saúde começou a realizar a testagem rápida, com os kits recebidos pelo Ministério da Saúde. 

De quarta para quinta-feira, foram 9 testes positivos em Teresina, que chega a 85 casos confirmados. Os outros registros foram em Piracuruca (4), São José do Divino (3), Parnaíba, Campo Maior, Caracol, Picos, Pimenteiras, Bonfim do Piauí e agora Inhuma e Demerval Lobão (1).  

Quase 70 testes de casos suspeitos foram descartados pelo Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Costa Alvarenga (Lacen-PI) nas últimas 24 horas. 

Pelo terceiro dia consecutivo, o Piauí não registra óbitos por Covid-19. Até agora, foram 8 mortes: sendo 5 em Teresina e outras de pacientes de Parnaíba, São José do Divino e Piracuruca.

A ocupação de leitos segue com poucas alterações - são 106 pacientes internados, sendo 73 em leitos clínicos e 33 em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). 

A Sesapi também divulgou que 48 pacientes que passaram por hospitais do estado para tratar de Covid-19 já tiveram alta. 

 

Fábio Lima
[email protected]

Em despedida, Mandetta elogia SUS, defende ciência e manda recados a Bolsonaro

Foto: Anderson Riedel/PR


Em seu discurso de despedida do cargo de ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta foi enfático na defesa da ciência, do SUS e de sua equipe.

Demonstrando estar emocionado, o ministro fez uma fala com recados indiretos ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), por quem foi demitido no fim da tarde desta quinta-feira (16).

"Esse problema [demissão] é insignificante. Nada tem significado que não seja uma defesa da vida, do SUS e da ciência. Fiquem nesses três pilares que deles vocês conquistarão tudo. A ciência é a luz, é o iluminismo. Apostem todas as suas energias através da ciência. Não tenham uma visão única e pensem dentro de uma caixinha", afirmou a servidores da pasta.

Mandetta pontuou ainda que o pior da crise do novo coronavírus está por vir.

"Não pensem que estamos livres de um pico dessa doença. O sistema de saúde ainda não está preparado para uma marcha acelerada."

De acordo com dados do Ministério da Saúde, o número de mortos pela Covid-19 chegou a 1.924 nesta quinta-feira (16) e os casos confirmados ultrapassam 30 mil.
O ministro deixa a pasta com aprovação de 76% da população, de acordo com última pesquisa Datafolha, mais que o dobro do que tem Bolsonaro, 33%.

Para Mandetta, o modo de viver será diferente após o coronavírus e no próximo século.

"O relacionamento será diferente e as videoconferências serão a tônica."Muitas verdades que eram absolutas virarão pó", afirma.

Durante o período de desgaste com Bolsonaro, o agora ex-ministro da Saúde se manteve firme na defesa do isolamento social para todos como medida de evitar um colapso do sistema de saúde no país em meio à pandemia.

Em suas palavras finais, ele fez questão de pontuar sua defesa a medidas restritivas adotadas por prefeitos e governadores e criticadas por Bolsonaro.

"Sigam as orientações das pessoas mais próximas que estão em contato com o sistema de saúde, como prefeitos e governadores. O momento é de darmos as mãos e vamos juntos porque vai ser dura a tomada de decisão que vamos ter que tomar nos próximos meses", disse.

O futuro de Mandetta é incerto, mas ele já recebeu convites informais para trabalhar nos governos dos estados de São Paulo e Goiás e o seu partido, o DEM, disse que espera que ele tenha um papel nacional dentro da legenda.

Ao chegar ao ministério, após ter sua demissão confirmada, Mandetta foi aplaudido por parte da equipe do ministério que esperava sua chegada.

"Sei que deixo a melhor equipe. Trabalhem para o próximo ministro. Ajudem, não meçam esforços."

"Ministros passam, o que fica é o trabalho do servidor do Ministério da Saúde."

Ele concedeu a entrevista ao lado do secretário-executivo, João Gabbardo, do secretário de atenção especializada em saúde, Francisco Figueiredo, do secretário de ciência e tecnologia, Denizar Vianna, de vigilância em saúde, Wanderson Oliveira, e do secretário especial de saúde indígena, Robson da Silva.

Ele lembrou de quando estudava com Denizar Vianna na faculdade.

"Metade [da turma] queria lutar por um hospital aberto e outra por outro hospital. É muito fácil vocês saberem de que lado que eu estava. Fomos do grupo da resistência para manter o Hospital da Piedade aberto. E ele está lá com as portas abertas até hoje", afirma.

Ao cumprimentar membros da equipe que vieram do Congresso, disse que "sem política não se faz a condução de um ministério de tamanha complexidade."
Ele pediu que a imprensa não fizesse perguntas. "É muito difícil falar a responder num momento desses."

Em seguida, disse que continuará lutar no campo da "saúde pública mundial" e fez uma defesa do SUS.

Depois de ficar no cargo por quase uma semana mesmo sabendo de sua demissão dada como certa, Mandetta disse ter tido uma conversa "amistosa" e "agradável" com o presidente, mas ressaltou diferenças.

"É melhor que ele organize uma equipe que pode assumir um outro olhar", disse.

Em um aceno a Bolsonaro, com quem antagonizou no último mês, o ex-ministro disse saber do peso da responsabilidade dele em ter de cuidar também da condução da economia em meio à pandemia.

"Sei do peso da responsabilidade dele, do momento em que a economia deve retomar a normalidade, do impacto na economia. O presidente é humanista, ele pensa nas pessoas nesse momento pós corona e tenho certeza que vai tomar as melhores decisões."

Em tom político e de distanciamento de Bolsonaro, o ministro enfatizou a defesa das vidas dos brasileiros e falou que ninguém pode ser deixado para trás durante a crise e defendeu cuidados dos moradores de rua.

"A gente vê que não pode deixar ninguém para trás mesmo. A vida de uma pessoa na cracolândia tem o mesmo significado de quando ela competir por um leito de CTI do homem mais rico do país."

Mandetta contou ter se reunido com um grupo de parlamentares na véspera, quando sua saída já era tida como certa, e fez menções elogiosas a políticos de oposição como o ex-ministro da Saúde petista Alexandre Padilha e a deputada federal Jandira Feghali (PC do B-RJ).

"A maturidade de entender esse momento foi suprapartidária", afirmou, em crítica implícita a Bolsonaro, que se mantém distante do campo oposicionista.

 

Fonte: Folhapress

Auxílio de R$ 600 deve ser pago a 70 milhões de pessoas, prevê ministério

O Ministério da Cidadania mudou as estimativas sobre o número de pessoas que receberão o auxílio emergencial de R$ 600 e agora prevê que o repasse será feito a 70 milhões de beneficiados. Inicialmente, a previsão era de 54 milhões.

Como o IBGE projeta que o Brasil tem hoje aproximadamente 211 milhões de habitantes, a expectativa é de que o auxílio seja pago a um terço da população brasileira. Caso a Câmara confirme uma ampliação feita pelo Senado no programa, o grupo de beneficiados ainda pode subir para 77,5 milhões de informais.

De acordo com as novas projeções do governo, 51 milhões de pessoas inscritas no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal) são elegíveis ao programa. Desses, 9,6 milhões são beneficiários do Bolsa Família e receberão uma complementação de renda.

Outros cerca de 19 milhões estão fora do CadÚnico, mas devem se enquadrar nas exigências do programa. Essas pessoas serão beneficiadas após cadastro nos sistemas da Caixa Econômica.

O último balanço divulgado pela Caixa mostra que quase 37 milhões de pessoas se cadastraram para pedir o benefício. O governo estima, porém, que um grande número de inscritos não será elegível ao recebimento.

Ao projetar inicialmente que 54 milhões de pessoas receberiam o benefício por três meses, o governo calculou que o programa custaria R$ 98 bilhões. Com a nova estimativa, o custo do programa aos cofres públicos deve aumentar.

Para efetivar todos os pagamentos, o governo precisará pedir autorização ao Congresso para ampliar o desembolso. O número apresentado pelo Ministério da Cidadania considera o programa em vigor hoje, não levando em conta mudanças que ainda são discutidas no Legislativo.

Após a iniciativa do Senado de ampliar a abrangência do auxílio, o governo informou nesta quinta-feira (16) que apoia as mudanças no programa, que permitirão o pagamento do benefício a um número maior de pessoas.

No início do mês, o presidente Jair Bolsonaro sancionou projeto que instituiu o benefício de combate aos efeitos da crise do novo coronavírus. Os pagamentos já começaram a ser feitos.

Após a entrada em vigor, o Senado aprovou outro projeto de lei para ampliar o programa. O texto retira dos requisitos para receber o auxílio a exigência de renda máxima de R$ 28.559,70 em 2018 (mas estabelece que aqueles que tiverem rendimento superior e receberem auxílio deverão devolver o valor ao declararem o Imposto de Renda de 2021).

Com isso, pessoas que declararam rendimento superior naquele ano, mas perderam renda agora poderão acessar o auxílio. O governo espera que a medida alcance carreiras como taxistas, motoristas de aplicativo e advogados.

O texto também especifica outras categorias autorizadas, como agricultores familiares e pescadores artesanais.A medida ainda permite que a mãe trabalhadora informal menor de 18 anos possa receber os recursos. Pais que criam filhos sozinhos também terão direito.

Com a mudança, o Ministério da Economia espera que outros 7,5 milhões de trabalhadores sejam atendidos.

BERNARDO CARAM
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) 

 

Sinte se posiciona contra aulas remotas e chama de “simulacro”

Foto:Roberta Aline

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Piauí- Sinte- se posiciona contra as aulas virtuais na rede pública de ensino. A estratégia, assim como em algumas escolas particulares, está sendo adotada pela Secretaria Estadual de Educação após ser validada pelo Conselho Estadual de Educação durante a pandemia do coronavírus.

Em nota, o Sinte afirma que prima pela educação de qualidade e é “totalmente contrário” ao processo de aulas à distância no ensino básico na rede pública de ensino no Piauí, tanto na estadual, quanto nas municipais. Para o sindicato,há prejuízo de aprendizagem decorrente da falta de estrutura, de acesso à internet e dificuldade de operacionalização.

O Sinte orienta os professores da educação básica pública a não ministrarem aulas virtuais, que eles chamam de “simulacro”. 

“Não apoiamos a educação remota, pelo Canal Educação ou qualquer outra plataforma, condição exposta em ofício ao governador Wellington Dias e ao secretário de educação, Ellen Gera. Assim, o Sinte Piauí orienta as trabalhadoras e os trabalhadores em educação básica pública a não cederem as ameaças feitas pela Seduc-PI, e a não participar deste simulacro de educação”, critica o Sinte.

A diretora do Sinte, Paulina Martins, ressalta que a categoria continua em greve. 

“Após a quarentena reformularemos a agenda do movimento em Assembleia Geral. Sempre realizamos a reposição das aulas, e não será diferente agora, tanto em relação à greve, quanto a pandemia. Logo, não há razão para o ensino a distância, há inconsequência, ao excluir estudantes, e irresponsabilidade com a qualidade da educação piauiense”, disse.

A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) lamenta  a posição contrária do Sinte e diz que a estratégia de aulas remotas evitar que os alunos da Rede Pública do Estado sejam ainda mais prejudicados em meio à pandemia de Covid-19. 

A Seduc afirma que propôs um plano de aulas remotas, em que cada escola escolhe a melhor estratégia e plataforma a ser utilizada.  A secretaria também ressalta que tem consciência que nem todos os alunos têm à disposição internet ou computador e que a estratégia também se vale do uso do livro didático.

Veja nota completa da Seduc
É de conhecimento geral a dificuldade pela qual toda a sociedade está passando, com escolas, comércios e vários estabelecimentos fechados, mas nem por isso podemos deixar de prestar assistência aos nossos estudantes, de todas as formas possíveis.  Embora o sistema de Ensino à Distância seja uma modalidade válida e validada pelo Conselho Estadual de Educação para este momento que vivemos, essa ferrramenta não é a única  forma que Seduc utilizará para chegar aos alunos neste momento de isolamento social. A Seduc propôs um plano de aulas remotas, em que cada escola escolhe a melhor estratégia e plataforma a ser utilizada. Foi colocado à disposição das escolas e da sociedade o Canal Educação, que será utilizado de acordo com a necessidade e disponibilidade de cada escola, seja como principal fornecedor de conteúdo, com programas pedagógicos adaptados pelos professores de acordo com as aulas disponibilizadas, ou como reforço do conteúdo trabalhado por meio de aplicativos acessíveis aos alunos. Porém, a Seduc tem consciência que nem todos os alunos têm à disposição internet ou computador. Por isso, a estrátegia da Seduc também se vale do uso do livro didático,  material impresso e distribuído para os alunos, conforme a realidade de cada escola, tendo as equipes gestoras e pedagógicas total liberdade para trabalhar as ações da forma que mais se aproximem de sua realidade. Nesse momento de incerteza, a única certeza que podemos ter é que o ensino público do Piauí não vai parar. O Governo do Estado e a Seduc irão sempre trabalhar para encontrar as melhores formas para garantir que os estudantes piauienses tenham um ensino com cada vez mais qualidade.

Izabella Pimentel
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Bolsa fecha em baixa de 1,29%, no dia da substituição de Mandetta

O Ibovespa chegou a acentuar perdas no meio da tarde, refletindo piora no desempenho das ações de bancos, entre as blue chips do índice, após críticas do secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, de que a liquidez provida por iniciativa do governo não estaria chegando à ponta do crédito. Afinal moderada perto do encerramento do dia, após a confirmação de troca no comando da saúde, a deterioração na B3 ocorria em momento no qual S&P 500 e Nasdaq mudavam de sinal e passavam a subir, ainda que levemente, assim como o petróleo Brent, aos quais a Bolsa tem se mantido correlacionada em boa parte das sessões.

Ao fim, a confirmação da saída do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e sua substituição por um oncologista, Nelson Teich, que já mostrou compromisso público com a manutenção do distanciamento social como melhor estratégia para lidar com a disseminação do novo coronavírus quando não se dispõe de vacinação em massa, contribuiu para que o Ibovespa limitasse perdas em direção ao fim da sessão. No encerramento, contudo, voltava a mostrar queda acima de 1%, quando o novo ministro era apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro.

Na saída de Mandetta, parece ter se evitado o cenário extremo, de substituição de um defensor aberto do distanciamento social, combatido por Bolsonaro, por um "negacionista" alinhado ao presidente, como o também médico, ex-ministro e deputado federal, Osmar Terra. Poucos minutos antes do ajuste de fechamento, no entanto, o presidente apresentava Teich, reiterando a defesa de reabertura da economia. "Estávamos voando no final do último trimestre", disse Bolsonaro. "Conversei com Dr. Nelson para gradativamente abrir o emprego no Brasil", observou o presidente por volta das 17h15. "Nos preocupamos para que essa volta à normalidade chegue o mais breve possível."

Nesta quinta-feira, o índice encerrou em baixa de 1,29%, aos 77 811,85 pontos, fora mas não tão distante da mínima da sessão, a 77.452,36 pontos - na máxima, foi hoje aos 80.167,22 pontos. O giro financeiro totalizou R$ 21,0 bilhões. Com a perda de hoje, a segunda consecutiva após duas altas em sequência, o índice limita os ganhos da semana a 0,17% e sustenta avanço de 6,56% no mês, enquanto no ano cede agora 32,72%.

Na ponta negativa do Ibovespa, Ecorodovias caiu hoje 5,33%, BR Distribuidora, 4,93%, e Gol, 4,23%. Destaque também para perda de 4,03% em Petrobras PN, com a ON em baixa de 2,95% no fechamento da sessão. Vale ON encerrou o dia em terreno negativo (-1,00%), assim como as ações de grandes bancos, com destaque para a unit do Santander (-3,86%), que no dia anterior já havia cedido 4,10%, entre as maiores baixas do Ibovespa ontem.

Os sinais de que a pandemia fez grandes estragos à economia mundial continuam a chegar, como os novos indicadores de atividade e de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, divulgados hoje, na véspera do aguardado anúncio do PIB da China no primeiro trimestre, provavelmente em contração. "Houve um dado interessante, hoje, na leitura do auxílio-desemprego, com relação aos pedidos continuados", pagos a trabalhadores desempregados há mais de uma semana, observa Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe da Levante. "Existe uma grande destruição de empregos, mas há também uma recuperação rápida nos EUA, a considerar a variação sobre os pedidos continuados", acrescenta.

"Aqui, a piora que ocorria no meio da tarde pode ter relação com certa cautela antes do pronunciamento do Trump (sobre a reabertura ou não da economia) e também da divulgação do PIB da China, marcados para depois do fechamento de hoje", diz Bevilacqua. "Abril de fato trouxe menos volatilidade do que a observada nos dois meses anteriores. Saímos dos 60 mil para os 80 mil, com alguma dificuldade para se sustentar acima desta última linha. Apesar da melhora, o Ibovespa ainda apanha no ano se comparado a outros índices, como os de Índia, Rússia e mesmo Itália", acrescenta o estrategista.

Muito da debacle econômica decorrente da Covid-19 parece ter se embutido nos preços, seja nas ações, seja em commodities com demanda enfraquecida pela crise, como o petróleo, o que se reflete em uma volatilidade bem mais contida em abril do que nos dois meses anteriores. Assim, desde o último dia 7, o Ibovespa tem se mantido, nos fechamentos, na faixa relativamente estreita de 76,3 mil a 79,9 mil pontos, tendo chegado a romper a linha dos 80 mil no intradia, como hoje, quando foi aos 80.167,22 pontos na máxima da sessão.

"A acomodação do Ibovespa meio que acompanha a das bolsas americanas: aquele cenário de 'desgraça' passou", diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença. Por outro lado, há dificuldade para o Ibovespa se sustentar acima dos 80 mil pontos na falta de catalisadores, aqui como no exterior, que deem impulso maior aos preços.

Ao mesmo tempo, não se veem oscilações de dois dígitos, em porcentual e em pontos, como as observadas no auge da crise. Na quarta-feira, em sessão sem a volatilidade vista nos vencimentos de opções e futuros em fevereiro e março, o giro financeiro ficou acima de R$ 97 bilhões, ultrapassando com folga os dos três meses anteriores, mas com o maior volume concentrado nas opções de venda. "Isso devido a proteção das carteiras. Muita gente usou opções de venda do Ibovespa para proteção", observa Monteiro.

Por Luís Eduardo Leal
Estadão Conteúdo

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