Cidadeverde.com

Saída de Mandetta seria um desastre e um risco, diz Doria

Foto: Governo de SP

O governador João Doria (PSDB) afirmou nesta quarta-feira (15) que seria um desastre a saída de Henrique Mandetta do Ministério da Saúde.

A declaração foi feita em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi.

"Um desastre se tivermos a saída do ministro da saúde Mandetta e seus secretários. Se houver a saída do ministro e membros da sua equipe, entendo como um desastre e risco para saúde de publica", disse o tucano.
Para Doria, no caso da saída, haverá o risco de orientação política e ideológica no ministério.

Doria leu o nome de 83 empresas e famílias, que fizeram R$ 367 milhões em doações. O tucano também anunciou o início das entregas de 1 milhão de cestas básicas doadas -agora, apenas 20 mil do total.

Fonte: Folhapress

Em reunião com Firmino, prefeitos italianos afirmam que povo só adere isolamento com mortes de parentes

Prefeitos italianos das cidades de Bari e Bergamo, que participaram de uma reunião virtual com o prefeito de Teresina Firmino Filho (PSDB) nesta quarta-feira (15), reforçaram o isolamento social como principal ação de combate à contaminação  pelo coronavírus e relataram que a população só passou a respeitar o recolhimento depois da morte de familiares e amigos.

O prefeito Antônio Decaro relatou que, assim como no Brasil, uma parcela da população italiana  também não atendeu à necessidade do isolamento no início dos primeiros casos de Covid-19 no país. 

“Os cidadãos perceberam a necessidade de isolamento só quando perderam pessoas próximas, quando houve mortes de familiares e amigos”, disse o prefeito. A reunião foi conduzida pelo prefeito de Campinas (SP), Jonas Donizette, que é presidente da Frente Nacional de Prefeitos.

Os prefeitos também alertaram as autoridades e a população em geral que os números oficiais não representam a real situação da doença no território. O prefeito de Bérgamo, no Norte da Itália, um dos locais com maior número de infectados e de óbitos, alertou para o caráter silencioso de propagação da infecção.

Segundo Giorgio Gori, os números oficiais se baseiam apenas em pacientes que fizeram o teste e que por isso “não corresponde à realidade”. Estudos apontam que em muitos casos os pacientes infectados são assintomáticos, ou seja, não apresentam sequer sintomas de gripe.

Em sua participação na reunião, Firmino Filho questionou as ações voltadas para populações mais vulneráveis como idosos e moradores de rua. Os prefeitos informaram que no país houve repasses federais no âmbito financeiro e em cestas básicas. O governo federal italiano também ofereceu um programa de amortização social no qual ofereceu 600 dólares para trabalhadores que tiveram que se isolar do trabalho.

Firmino também perguntou sobre o nível de expansão da doença no território. Os prefeitos relataram que em algumas regiões a situação foi mais grave, principalmente naquelas onde o isolamento social foi mais tardio. Em outras regiões, as medidas conseguiram controlar melhor o atendimento de saúde.

 

Evitar ambiente hospitalar

Os prefeitos da Itália também aconselharam a população brasileira a evitar a ida aos hospitais. Eles apontam o tratamento domiciliar como alternativa mais segura para casos de infecções mais leves. 

Os italianos também destacam a participação da atenção primária, atenção básica, como essencial no enfrentamento à epidemia. O controle domiciliar com o suporte de instalação de estruturas intermediárias mais próximas à população. 

Isolamento até segundo semestre

Os prefeitos informaram que os municípios aguardam apoio financeiro do governo italiano, uma vez que houve queda na arrecadação de impostos. Comentaram ainda que, mesmo com a redução no número de pessoas infectadas pelo vírus, o isolamento social está previsto para ser encerrado no dia 3 de maio e que as aulas escolares só serão retomadas em setembro. “Será uma volta gradativa, com muita segurança. Não se pensa ainda em permitir eventos com grandes aglomerações, por exemplo”, explicou Giorgio Gori. Grandes eventos com aglomeração de pessoas, como shows, devem demorar mais a serem liberados. 

Valmir Macêdo
[email protected]

Com debandada de auxiliares de Mandetta, Bolsonaro acelera escolha por substituto

Foto: José Dias/PR

Em meio à debandada de secretários do Ministério da Saúde, a equipe do presidente Jair Bolsonaro acelerou a busca por um substituto do ministro Luiz Henrique Mandetta, que já avisou auxiliares de sua demissão nos próximos dias.

Entre os cotados estão médicos de fora da pasta e o número 2 do ministério, João Gabbardo.

Um dos médicos sugeridos a Bolsonaro é Carlos Lottenberg, que conta com apoio de Fabio Wajngarten, Secretário Especial de Comunicação Social.

Bolsonaro também tem simpatia pelo cardiologista Otávio Berwanger, que, no início do mês, participou de reunião com um grupo de médicos no Planalto. O entorno do presidente, no entanto, avalia que ele dificilmente aceitaria.

Uma parte da ala militar, preocupada com uma política de continuidade, tenta emplacar o nome de Gabbardo, secretário-executivo, como possibilidade de solução temporária.

Ainda numa solução caseira, a oncologista Maria Inez Gadelha, que atua na Secretaria de Atenção à Saúde, também está na bolsa de apostas. A servidora conta com apoio sobretudo na bancada federal da Saúde.

Com a piora na relação com o ministro, que perdeu apoio substancial no Palácio do Planalto, o presidente foi aconselhado a efetuar uma troca nesta semana, antes que Mandetta volte a ganhar força.

A equipe do ministro ligada ao combate da pandemia começou um movimento para deixar a pasta.

Foto: Anderson Riedel/PR

Principal nome à frente das ações de controle do coronavírus, o secretário de vigilância em saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, pediu demissão na manhã desta quarta-feira (15).

A informação foi confirmada pela pasta. Mais cedo, Oliveira já tinha divulgado uma carta à equipe, como revelou a coluna da Mônica Bergamo.

Além de Oliveira, o secretário Denizar Vianna (Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos), também deu sinais de que deve sair caso a exoneração do ministro se confirme.

Com receio de ver os trabalhos descontinuados, auxiliares de Mandetta deram ordens à equipe para que acelerem a publicação de trabalhos técnicos que já estejam em fase de finalização para no máximo quinta-feira (16).

Mais cedo, Oliveira pediu a diretores que fizessem um balanço das ações de suas áreas para uma eventual troca de gestão.

Pedido semelhante foi reforçado por Mandetta em reunião nesta quarta. Na ocasião, o ministro orientou a equipe a acelerar ações para mostrar que a pasta cumpriu o que havia prometido fazer.

Aliados do presidente buscam um nome que traga confiabilidade e não provoque mais estrecimentos ao governo em meio à pandemia, que se aproxima de seu período mais crítico.

Inicialmente, Bolsonaro fazia questão de nomear alguém que fosse alinhado a ele na defesa do isolamento vertical, que preserva os grupos de risco, e na utilização da hidroxicloroquina em pacientes em fase inicial da doença.

No entanto, ele passou, de acordo com aliados, a aceitar uma alternativa que, embora tenha uma visão diferente da dele no combate à doença, não adote posição de confronto ou o desautorize em público.

A ideia principal, como reafirmou um ministro do governo, é escalar alguém que ajude a reduzir um eventual desgaste público com a saída de Mandetta.

Por outro lado, há uma preocupação com a transição na Saúde, para que a saída do atual ministro não se dê sem que haja memória do trabalho produzido até aqui, com mais de um mês de crise.

Conta a favor de Gabbardo o fato de o secretário ter cortado perguntas em entrevistas que pudessem contrapor Bolsonaro às recomendações do ministério, como saídas para pontos de comércio de Brasília.

Há, porém, quem veja nele um forte aliado de Mandetta por ter se mostrado fiel ao ministro em algumas aparições públicas.

De acordo com relatos feitos à Folha, Gabbardo não chegou a ser convidado e ainda há dúvidas de que aceitaria a missão.

Nesta quarta (15), o de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, pediu demissão do cargo, se antecipando à saída de Mandetta.

Aliados de Bolsonaro se esforçam para construir um grupo de indicações. Há uma ala que defende que Mandetta seja substituído por um médico de renome, afastado de polêmicas.

Há uma preferência para profissionais de hospitais de referência, como Albert Einstein, onde Bolsonaro foi tratado após facada sofrida em 2018.

Alinhados a Bolsonaro, o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) e o diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional da Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres, chegaram a ser inicialmente favoritos para o posto.

O perfil político e a amizade de ambos com o presidente, no entanto, são apontados como empecilhos para uma indicação. Segundo deputados bolsonaristas, eles só serão efetivados caso o presidente não encontre alguém de peso.

Convidada para participar do comitê de crise, a médica Nise Yamaguchi, que defende o uso de hidroxicloroquina, chegou a ser sondada, mas ela não teria demonstrado disposição em assumir o cargo.

Desde a semana retrasada, o presidente já havia decidido trocar o comando da pasta, mas tinha receio da repercussão de uma mudança em meio à pandemia de coronavírus.

 

Fonte: Folhapress

Bolsonaro terá de arcar com consequências de demissão de Mandetta, dizem líderes do DEM

Foto: Anderson Riedel/PR

 

Os líderes do DEM no Congresso, o deputado federal Efraim Filho (PB) e o senador Rodrigo Pacheco (MG), afirmaram na manhã desta quarta-feira (15) que se Jair Bolsonaro confirmar a decisão de demitir Luiz Henrique Mandetta (Saúde), que é do partido, cometerá um grande equívoco e terá que arcar com as consequências do que ocorrer no país.

"Ao Presidente Bolsonaro naturalmente caberá a decisão e as consequências sobre a demissão do Mandetta. Será uma péssima notícia para o Brasil", afirmou Efraim.

Pacheco diz que se Bolsonaro efetivar a demissão do auxiliar, cometerá um grande equívoco.

"O ministro Mandetta atua com base em fundamentos técnicos, com base em ciência, e dentro dos padrões da Organização Mundial de Saúde, que é seguida pela maioria dos países que tem enfrentado o coronavirus. Aqueles que não enfrentaram da forma como o Mandetta está sugerindo estão arcando com as consequências tardiamente e gravemente", disse o senador.

Os líderes da bancada do DEM manifestaram ainda desconforto com a atitude do Onyx Lorenzoni, ministro da Cidadania, que também é do partido e que em entrevista coletiva nesta terça (14) fez questão, ao lado de Mandetta, de reafirmar lealdade incondicional a Bolsonaro, em um claro recado crítico ao colega.

"O Onyx não está sendo desleal, está sendo coerente com o que ele fez desde que surgiu o Bolsonaro. Ele sempre esteve ao lado do presidente. Só que nesse momento ele está fazendo uma opção de ficar ao lado do presidente Bolsonaro, quando o caminho correto é o caminho da ciência externado pelo ministro da saúde. E o ministro Onyx obviamente vai arcar com as consequências de suas opções, como todos vão arcar com as consequências de sua opções", afirmou Rodrigo Pacheco.

Para Efraim, Onyx -que foi deslocado da Casa Civil pra Cidadania em uma movimentação considerada de rebaixamento pelo DEM-, manteve a mesma narrativa externada no diálogo com o ex-ministro Osmar Terra (MDB), divulgado pela CNN Brasil, em que ambos defenderam a demissão de Mandetta.

"É um assunto entre os dois [Onyx e Mandetta], que tinham uma amizade de mais de dez anos juntos."

Conforme revelou a coluna Painel nesta terça, o ministro da Saúde já avisou à sua equipe que será demitido por Bolsonaro. Na manhã desta quarta, o presidente da República afirmou a apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada, que irá "resolver" a questão na Saúde.

Além de Onyx e Mandetta, o DEM tem Tereza Cristina no ministério da Agricultura, mas os nomes são considerados escolha pessoal de Bolsonaro, não representando alinhamento com o Palácio do Planalto. O partido também comanda a presidência da Câmara, com Rodrigo Maia (RJ), e do Senado, com Davi Alcolumbre (AP).

RANIER BRAGON
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) 

 

Quarenta cidades brasileiras passam a exigir uso de máscara

Foto: Roberta Aline

Na última semana, dezenas de Prefeituras, como Belo Horizonte e Salvador, têm orientado e até obrigado o uso de máscaras em vias públicas e locais fechados para evitar o avanço do novo coronavírus no Brasil, destaca o jornal O Estado de S Paulo. Em parte dos casos, o descumprimento pode ser punido com multa, sanção administrativa e até cassação de alvará. A medida ganhou impulso após recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde no início do mês.

Enquanto algumas localidades apenas recomendam, ao menos 40 gestões municipais de todas as regiões do País publicaram decretos que obrigam parte ou toda a população a utilizar máscaras. As determinações indicam máscaras caseiras a fim de não desabastecer o estoque já baixo de equipamentos para profissionais de saúde.

Ontem, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), informou que a prefeitura vai obrigar moradores a usar máscaras. A determinação será publicada na sexta-feira e o material será fornecido pelo município, mas exclusivamente para a população mais vulnerável.

Já o governo de Mato Grosso exige, desde o início desta semana, o uso da máscara em comércios e serviços e tem distribuído esses itens em locais de aglomeração. O Estado de Santa Catarina também adotou a exigência em alguns setores.

A medida envolve municípios de características variadas. Há decretos em regiões fronteiriças, como Foz do Iguaçu (PR) e Uruguaiana (RS) - que exigem o item no transporte coletivo, em comércios e serviços e em espaços públicos -, assim como em pequenas localidades, como Fortaleza de Minas (MG), de 4 mil habitantes, que determinou multa de R$ 34,83.

A adesão também envolve municípios maiores, como Vitória da Conquista (BA). Nesse caso, a exigência vale apenas para comércios e serviços essenciais, que devem fornecer máscaras aos funcionários. Medida semelhante, voltada a trabalhadores de construção civil, limpeza, mercados e postos de gasolina, foi anunciada por Salvador.

Outra capital que deve publicar decreto nesta semana é Florianópolis, com exigência para trabalhadores e frequentadores de comércios e serviços. A determinação já existe no âmbito estadual para trabalhadores.

No Estado de São Paulo, ao menos quatro municípios aderiram: Guaratinguetá, Tremembé, Porto Feliz e Praia Grande, que exige o uso do item no interior de comércios, empresas prestadoras de serviços, táxis e carros de transporte por aplicativo, além de áreas externas se houver formação de filas.

O taxista Fausto Augusto Souza Junior, de 49 anos, recebeu com tranquilidade a informação de que o uso de máscara passou a ser obrigatório em Praia Grande. "Já usava no carro, por causa do meu trabalho. Agora passei a usar também na rua. É para a proteção da gente e dos outros", disse. "Meu filho mais velho (de 25 anos) trabalha em um lava-rápido e também usa. Já o caçula, de 15 anos, esse não gosta muito. Eu insisto."

O prefeito Alberto Mourão (PSDB) admite que a medida é uma forma de desacelerar a transmissão, mas que o isolamento social é a ação mais eficaz - visão compartilhada por médicos. "O ideal é ficar em casa. Essas máscaras de pano são para pessoas que precisam de forma estritamente necessária ir trabalhar, como profissionais de serviços essenciais", ressalta Leonardo Weissman, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia e médico do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Ele explica que um dos motivos para o isolamento ainda ser necessário é que a máscara caseira (mesmo que utilizada corretamente, cobrindo nariz e boca) evita apenas a transmissão, mas não o contágio. "Serve como barreira para a disseminação do vírus, mas não protege a pessoa que está usando. Ela ainda deve manter um distanciamento físico e a higiene."

Exterior

Especialistas e autoridades têm chamado a atenção para o uso intenso de máscaras na China, na Coreia do Sul e em Cingapura, que tiveram transmissão menos intensa da covid-19 em comparação com países como Estados Unidos, Itália e Espanha. Após a recomendação da OMS, a obrigatoriedade do uso de máscara já foi adotada por autoridades variadas, como os governos de Israel, do Equador e de Buenos Aires. 

 

Por Priscila Mengue, com colaboração de José Maria Tomazela e Leonardo Augusto, especial para o Estado

Formulador de estratégia contra a covid-19 pede demissão do Ministério da Saúde

Fotos: Anderson Riedel/PR

 

O epidemiologista Wanderson de Oliveira pediu demissão na manhã desta quarta-feira (15) do cargo de secretário nacional de Vigilância em Saúde. Ele é apontado como um dos principais formuladores da estratégia do Ministério da Saúde para enfrentar a covid-19 e vinha se queixando a colegas sobre o discurso do presidente Jair Bolsonaro contrário ao isolamento social mais amplo.

Wanderson Oliveira já se despediu dos colegas por meio de uma carta e distribuiu relatório de sua gestão ainda na terça-feira. Na carta, ele afirma que teve reunião com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e "sua saída estava programada para as próximas horas ou dias". Oliveira diz que até uma demissão de Mandetta pelo Twitter poderá ocorrer. "Só Deus para entender o que o querem fazer", completou.

O secretário já havia dado sinais de retirada ao distribuir na terça a colegas um relatório sobre a sua gestão.

Na semana passada, em entrevista na qual revelou que auxiliares chegaram a limpar suas gavetas no gabinete achando que ele seria demitido naquele dia, Mandetta afirmou que, caso fosse embora, seu time sairia junto. "Aqui nós entramos juntos, estamos juntos e quando eu deixar o ministério a gente vai colaborar de outra forma a equipe que virá. Entramos juntos e vamos sair juntos", afirmou o ministro na ocasião.

Por Mateus Vargas
Estadão Conteúdo

Bebida alcóolica deve ser restringida na quarentena por coronavírus, diz OMS

Foto: Fábio Lima/Cidadeverde.com

Governos deveriam limitar a venda de bebidas alcoólicas durante a quarentena, recomendou a OMS (Organização Mundial de Saúde). Segundo a entidade, o álcool reduz a imunidade, e seu consumo excessivo pode prejudicar a saúde física e mental e elevar o risco de violência doméstica durante confinamentos.

A seção europeia da OMS também afirmou que as bebidas não protegem contra o novo coronavírus, uma resposta a declarações do presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, que, numa entrevista ao jornal britânico The Times, recomendou vodca contra a doença.

"Medo e desinformação geraram um mito perigoso de que bebidas com alto teor alcoólico podem matar o coronavírus. Não matam", afirma o comunicado da OMS.

Segundo a entidade, além de qualquer bebida alcoólica ter potencial de danificar a saúde, as mais fortes podem até matar.

O produto é responsável por 3 milhões de mortes por ano no mundo, um terço delas na Europa.

A OMS também afirma que as bebidas, ao reduzirem a imunidade, podem elevar os riscos de doenças em geral. "Por isso, as pessoas devem minimizar o consumo de álcool particularmente durante a pandemia."

Outro efeito adverso é o estímulo a comportamentos de risco ou a reduzir as precauções necessárias contra a transmissão do coronavírus.

"Pessoas com tendência ao consumo abusivo estão especialmente vulneráveis, principalmente em autoisolamento", diz o comunicado.

Segundo a OMS, regulações já existentes, como idade mínima e proibição de publicidade, deveriam ser elevadas e reforçadas durante a pandemia.

O órgão também recomenda aos governos que fortaleçam os serviços ligados ao abuso de álcool e drogas e reforcem campanhas de informação sobre os riscos.

ANA ESTELA DE SOUSA PINTO
BRUXELAS, BÉLGICA (FOLHAPRESS) 

 

Dívida bruta do Brasil vai subir dez pontos e chegará a 98,2% do PIB com pandemia, diz FMI

A pandemia do coronavírus vai causar um deterioramento fiscal nos países de todo o mundo e um aumento drástico em suas dívidas públicas.

Segundo relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgado nesta quarta-feira (15), a dívida bruta do Brasil deve subir quase dez pontos percentuais em 2020 e atingir 98,2% do PIB (Produto Interno Bruto).

O patamar é o mais alto entre as economias emergentes, o que torna o país ainda mais vulnerável a crises e choques externos.

Os números brasileiros, porém, são discrepantes também em outras comparações feitas pelo Fundo, como a dos gastos dos países até agora no combate à pandemia.

O Brasil gastou 2,9% de seu PIB contra a crise do coronavírus, valor mais baixo que o dispendido pelo G-20, por exemplo, grupo do qual o país faz parte junto com outras nações avançadas e emergentes.

O G-20 gastou 3,5% do PIB no enfrentamento da pandemia, enquanto o G-7, formado por potências industriais como EUA e Alemanha, anunciaram pacotes que chegam a 5,9% de suas economias.

Em entrevista coletiva online nesta quarta, o economista do FMI Ting Yan disse que a prioridade fiscal hoje é o apoio às pessoas e às empresas mais atingidas pela crise e que o Brasil agiu "corretamente ao declarar estado de calamidade pública."

"No caso do Brasil, houve uma expansão de programas de transferência de renda e alívio tributário. O agregado [das medidas] é de cerca de 3% do PIB. Vemos que a dívida bruta sobre o PIB vai crescer para quase 100% do PIB em 2020, mas em 2021 vai estabilizar nesse nível", afirmou o economista, ponderando que a dívida deve começar a diminuir a medida em que a pandemia arrefecer.

"É um aumento, mas não uma tendência. Quando a epidemia for uma questão do passado, o Brasil deverá centrar esforços para recuperar a tração de consolidação fiscal."

A previsão do FMI é que os gastos com saúde e com medidas de auxílio a pessoas e empresas chegarão a US$ 3,3 trilhões no mundo todo. Já os planos de injeção de empréstimos e outras garantias totalizam US$ 4,5 trilhões -US$ 1,8 trilhão e US$ 2,7 trilhões, respectivamente.

O novo momento, porém, fará com que o aumento de déficits e dívidas públicas extrapole o Brasil e as economias emergentes, e atinja a todos os países do globo. A projeção é que a dívida bruta mundial aumente 13 pontos e chegue a 96,4% do PIB em 2020.

No ano passado, a dívida bruta brasileira era de 89,5% do PIB, mas o aumento acentuado para este ano, diz o FMI, é reflexo da queda de produção e receitas decorrente da pandemia e da necessidade de ampliar gastos principalmente no setor de saúde e de serviços emergenciais.

O México, por sua vez, chegará a uma dívida de 61,4% do PIB neste ano, bem abaixo do índice brasileiro, e a América Latina como um todo ficará na casa dos 78%.

O governo brasileiro desconsidera os títulos do Tesouro mantidos no Banco Central e calcula a dívida pública do país entre 75% e 80% do PIB hoje. Em razão da diferença de critérios, portanto, não é possível fazer qualquer comparação com os dados divulgados pelo FMI.

No seu relatório Monitor Fiscal de outubro de 2019, ainda sem a pandemia em suas projeções, o Fundo avaliava que a dívida do Brasil chegaria a 93,9% do PIB em 2020, com um pico que seria atingido em 2022, de 95,3%, abaixo do nível que deve ser alcançado este ano.

A recuperação viria somente a partir de 2024, mas agora o cenário é ainda mais incerto e as retomadas fiscais e econômicas dependem de diversos outros fatores atrelados à duração e gravidade da pandemia.

No esforço de combater a crise sem precedentes desde a Grande Depressão de 1929, diz o FMI, os países precisam redirecionar seus gastos e políticas fiscais para "salvar vidas" e "pessoas e empresas mais atingidas" pela pandemia. Não são mais desejáveis em vários setores, por exemplo, políticas de estímulo a atividades em um momento no qual estão vigentes as regras de isolamento e distanciamento social.

Os números brasileiros, porém, são discrepantes também em outras comparações feitas pelo Fundo, como dos gastos dos países até agora no combate à pandemia.

O Brasil gastou 2,9% de seu PIB contra a crise do coronavírus, valor mais baixo que o dispendido pelo G-20, por exemplo, grupo do qual o país faz parte junto com outras nações avançadas e emergentes.

O G-20 gastou 3,5% do PIB no enfrentamento da pandemia, enquanto o G-7, formado por potências industriais como EUA e Alemanha, anunciaram pacotes que chegam a 5,9% de suas economias.

Em entrevista coletiva online nesta quarta, o economista do FMI Ting Yan disse que a prioridade fiscal hoje é o apoio às pessoas e às empresas mais atingidas pela crise, e que o Brasil agiu "corretamente ao declarar estado de calamidade pública."

"No caso do Brasil houve uma expansão de programas de transferência de renda e alívio tributário. O agregado [das medidas] é de cerca de 3% do PIB. Vemos que a dívida bruta sobre o PIB vai crescer para quase 100% do PIB em 2020, mas em 2021 vai estabilizar nesse nível", afirmou o economista, ponderando que a dívida deve começar a diminuir à medida em que a pandemia arrefecer.

"É um aumento, mas não uma tendência. Quando a epidemia for uma questão do passado, o Brasil deverá centrar esforços para recuperar a tração de consolidação fiscal."

A previsão do FMI é que os gastos com saúde e com medidas de auxílio a pessoas e empresas chegarão a US$ 3,3 trilhões no mundo todo. Já os planos de injeção de empréstimos e outras garantias totalizam US$ 4,5 trilhões –US$ 1,8 trilhão e US$ 2,7 trilhões, respectivamente.

Diante dessas e outras dificuldades, a dívida bruta nas economias desenvolvidas também deve disparar: o índice irá a 122,4% em 2020, em comparação aos 105,2% de 2019.

As duas maiores economias do mundo, EUA e China, também verão uma escalada considerável de suas dívidas brutas. Nos EUA, o índice passará de 109% do PIB no ano passado para 131,1% este ano, enquanto na China o número irá de 54,4% para 64,9%.

O Fundo fala ainda em "aumento de déficit necessário e apropriado" a medida que os governos precisam redirecionar seus gastos e desenvolver políticas fiscais para agirem frente à pandemia, mas alerta para a dificuldade de países emergentes, como o Brasil, se recuperarem pós-crise.

"Embora o aumento considerável desses déficits esse ano seja necessário e apropriado, a situação mais preocupante é para mercados vulneráveis, emergentes e em desenvolvimento, que enfrentam múltiplos choques além da pandemia, como o agravamento abrupto das condições de financiamento, queda das demandas externas -caso dos exportadores de commodities", diz o relatório.

"Mesmo após o esforço global para aliviar restrições de financiamento, esses países vão ter que redirecionar seus gastos à saúde ao invés de outros serviços."

No Panorama da Economia Global, divulgado na terça (14), o Fundo projetou queda de 3% na economia mundial e previu recuperação de 5,8% no ano que vem caso a pandemia melhore até o segundo semestre de 2020.

No Brasil, a projeção de retração foi de 5,3% para este ano e a recuperação prevista para 2021, de 2,9%.

MARINA DIAS
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) 

 

Zona Leste tem mais casos positivos e óbitos da Covid-19 em Teresina, aponta painel

Foto: ReproduçãoPainel/Covid

Painel de monitoramento da Covid-19, desenvolvido pela Fundação Municipal de Teresina, revela que a zona Leste da capital registrou a maioria dos casos confirmados da doença. A FMS já contabiliza 64 residentes na cidade com coronavírus. 

De acordo com as estatísticas atualizadas às 20h desta terça-feira (14), os três bairros com mais casos de Covid-19 em Teresina são: Jóquei [8], Fátima [5] e Ininga [5], ambos localizados na zona Leste.

Em seguida, estão os bairros Ilhotas , Centro , Morada do Sol, Morros, São Cristóvão e Vale  do Gavião, cada um com registro três casos de Covid-19. 

O painel mostra, ainda, em quais bairros moravam as vítimas de Covid-19 em Teresina. A capital registrou cinco óbitos por causa da doença. Dois moravam no bairro Morada do Sol, um no Itararé, um no São Cristóvão e outro no São João.

Os dados mostram que não é à toa o apelo constante do prefeito Firmino Filho por isolamento social em Teresina. No painel é possível ver que há  registros do coronavírus em todas as zona da cidade. 

Há casos confirmados de Covid-19 nos bairros Santa Isabel [2], Horto[ 2], Itararé [2], São João [2], Santo Antônio [1], Vermelha [1], Cristo Rei[ 1], Porenquanto [1], Três Andares[ 1], Noivos [1], Socopo [1], Pedra Mole [1], Tabajaras[ 1], Monte Castelo[ 1] e Livramento [1]. Alguns desses bairros estão na lista de menor índice de isolamento social divulgada pelo Cidadeverde.com no início desta semana. Veja aqui.

Isolamento domiciliar
Dos 64 residentes em Teresina com coronavírus, 24 estão em isolamento domiciliar. De acordo com o painel de monitoramento, 23 são considerados casos recuperados e 12 estão internados, sendo seis em leitos de Unidade de Terapia Intensiva.

Sexo e faixa e faixa etária
Os dados revelam que a maioria dos casos confirmados de Covid-19 em Teresina é de pessoa na faixa etária entre 50 a 59 anos [17 casos]. Em seguida, pessoas com 30 a 49 anos [22 casos].

Quanto ao sexo, 56,35% dos casos de residentes em Teresina com coronavírus são homens e 43,75% mulheres. 

Sobre os óbitos, o painel mostra que 60% das mortes foram de homens e 40% de mulheres. Ainda segundo a estatística, 100% destas vítimas tinham cormorbidades.

Piauí

Nesta terça-feira (15) a Secretaria de Estado de Saúde divulgou que o Piauí já contabiliza 75 casos de Covid-19 e oito óbitos. Em 24 horas, foram 17 novos pacientes com testes positivos, a maior marca desde a confirmação dos primeiros casos no estado.


Izabella Torres
[email protected]

Firmino Filho participa de reunião virtual com prefeitos da Itália

Foto: Frente nacional dos Prefeitos

O prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB), e o prefeito de Campinas (SP), Jonas Donizette, participam nesta quarta-feira (15)  de reunião online com prefeitos da Itália para debater o enfrentamento ao novo coronavírus.

A reunião começou às 11h (horário de Brasília) e será transmitida pelo Facebook da Rede Nacional de Prefeitos.

Os prefeitos de Bari, Antônio Decaro,e o de Bergamo, Giorgio Gori, serão os prefeitos italianos que participarão do debate. A reunião é uma parceria com a Associação Nacional dos Municípios Italianos (Anci)

Valmir Macêdo
[email protected]

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