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Justiça decreta prisão domiciliar de mãe de advogada morta em Pedro II

Foto: reprodução Facebook

Izadora tinha 41 anos e foi assassinada dentro de casa

A Justiça determinou a prisão domiciliar da mãe da advogada Izadora Mourão, assassinada a facadas em fevereiro deste ano, em Pedro II, no interior do Piauí. Maria Nerci e o filho, João Paulo Mourão, foram indiciados por participação no crime. 

A advogada Esmaela Macêdo, que defende mãe e filho, disse que Nerci está em Teresina e que a decisão pela prisão domiciliar atendeu a um pedido do Ministério Público. 

Izadora Mourão foi morta dentro da própria casa com sete perfurações de faca na região do pescoço e no peito. Investigação apontou a participação do irmão e da mãe que teria criado um álibi para tentar proteger o filho. O caso teve repercussão nacional e teria sido motivado por uma herança familiar. 



Graciane Sousa
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Colaboração Ney Silva (Rádio Cidade Verde)

 

Mulher sobrevive a dez facadas de ex-companheiro em tentativa de feminicídio

Fotos: João Paulo Mourão

Uma mulher de 29 anos sobreviveu a cerca dez facadas durante uma tentativa de feminicídio na frente da própria residência, na cidade de Pedro II, no interior do Piauí. Ele foi golpeada nas costas e só não foi assassinada porque vizinhos ouviram gritos.

O crime ocorreu nesta sexta-feira (04), no  povoado Olho D'Água do Meio, zona rural da cidade. Segundo o capitão Edson Neves, comandante da PM em Pedro II, o suspeito foi preso cerca de 2 horas após o crime.

"Testemunhas relataram que o companheiro dela há 10 anos e com quem tem seis filhos não aceitou o término da união e desferiu dez golpes de faca. Graças a Deus, não mortais. Ele estava visivelmente sob efeito de entorpecentes e confirmou que faz uso de crack e maconha. Foi preso na chácara do pai", informou o capitão. 

A pesar da quantidade de facadas, a vítima teve alta do Hospital Maternidade Josefina Getirana Netta ainda ontem. 

O Cidadeverde.com conversou com o delegado André Moreno, titular na delegacia de Pedro II, que confirmou que o suspeito permanece preso e admitiu o crime.

"Ainda estamos fechando o flagrante e cuidando de toda a burocracia. Mas já procedemos às apurações iniciais, colhemos depoimentos de testemunhas e provas. O caso agora vai para a promotoria e para a Justiça. Ele vai ser autuado por tentativa de feminicídio", disse o delegado.


Graciane Sousa
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Vídeo: policial saca arma para advogado em delegacia no Piauí; Corregedoria apura

A Ordem dos Advogados do Brasil(OAB), seccional Piauí, entrou com representação administrativa e criminal contra um agente da Polícia Civil suspeito de sacar a arma e ameaçar o advogado Hartônio Bandeira. O caso ocorreu nesta quinta-feira (25) na delegacia de Pedro II, no interior do Piauí. A Corregedoria da Polícia Civil do Piauí abriu sindicância administrativa para apurar a conduta do policial que não tem episódios anteriores. No processo interno também será apurado se há indícios de abuso de autoridade. 

O momento em que o policial saca a arma foi registrado por uma câmera de celular. O vídeo mostra ainda um delegado tentando traquilizar o agente. 

Pelas redes sociais, o advogado publicou o vídeo e deu sua versão do caso. Ele conta que há mais de uma semana buscava informações sobre um cliente. 

No dia 18 de janeiro fui até à delegacia de Polícia Civil em Pedro II, tentei contato com delegado mas não consegui. Posteriormente, registrei, via WhatsApp, a necessidade de receber documentos. Não fui atendido.

Hoje, retornei a delegacia, e, conforme primeiro vídeo, não fui atendido e informado que teria que aguardar meia hora do lado de fora. Saé, aguardei no veículo.

Passado 30 minutos, adentro na dependência da DP e o mesmo agente sai transtornado, informando que não atenderia, eu usei a palavra mágica: Tenho prerrogativas para adentrar (art 7. VI b lei 8.906/94).

Ele saca a arma, diz que sou folgado e que vai atirar. O delegado o contém.

Ter conhecimento e não usá-lo e declarar-me ignorante, é certificar-me de incompetente. É olhar para meus filhos a noite e dizer que alguém confiou no meu trabalho e fui covarde, e a única coisa que pessoas covardes devem fazer é não ser advogado, não tentar socorrer aquele que grita.

Puxei minha arma, aquela carteira vermelha da OAB, surrada após 12 anos de uso, totalmente municiada pela minha mente que ainda me permite estudar e com a confiança do colete, que é a proteção divina, e com a sorte de ter aparecido alguém pra filmar, pude estar contanto essa história


Para Hartônio Bandeira, o caso atinge toda a advocacia. 

“É inadmissível o fato que ocorreu e, por isso, a OAB Piauí se dispôs a reparar esse dano que atinge, não só a um Advogado, mas toda à Advocacia piauiense”, disse o advogado. 

O presidente da OAB Piauí, Celso Barros Coelho Neto, afirmou que nenhuma violação das prerrogativas da advocacia ficará impune. 

“Por conta deste fato, solicitamos providências junto ao Delegado Geral, Luccy Keiko, para o afastamento imediato do policial que feriu as prerrogativas da advocacia na cidade de Pedro II, até que sejam concluídas as investigações e apurações do ocorrido”, frisou.


CORREGEDORIA ABRE SINDICÂNCIA ADMINISTRATIVA

O corregedor-geral da Polícia Civil do Piauí, delegado Jetan Pinheiro, disse ao Cidadeverde.com que foi nomeada uma comissão e aberta sindicância administrativa. Paralelo a isso, será avaliado se há "indícios de abuso de autoridade".

"O que temos são vídeos. Já constitui uma comissão, abri processo administrativo disciplinar e a equipe está tomando as primeiras providências para a gente avaliar, como muita cautela, se ele será afastado provisoriamente ou não", explica o corregedor. 

Jetan Pinheiro frisa que o agente não tem histórico na Corregedoria e é preciso dar direito a ampla defesa e ao contraditório. 

"Ele não tem nada na Corregedoria da Polícia Civil. O processo é aberto para dar ampla defesa, o contraditório. Vamos ouvir ele, o advogado, as testemunhas e mais provas que serão anexadas aos autos. No final, será feito um relatório conclusivo com a penalidade ou não. A nossa Corregedoria tem histórico que realmente funciona, mas a mesmo tempo, temos que dar direito a ampla defesa e ao contraditório", explica Pinheiro.

Ele reitera que, se houver indícios de abuso de autoridade, o agente pode responder criminalmente. 

"Se houver esses indícios, paralelamente, será aberto um inquérito policial, pois abuso de autoridade é crime. São instâncias autônomas e independentes, são instâncias administrativa e penal", disse Jetan Pinheiro. 

 

Graciane Sousa
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OAB representará criminalmente policial que violou prerrogativas de Advogado

Em defesa das prerrogativas do Advogado Hartônio Bandeira, a OAB Piauí esteve na Delegacia Geral de Polícia Civil, na manhã desta quinta-feira (25), para representar, administrativa e criminalmente, o Agente de Polícia Civil da Cidade de Pedro II que atentou contra as prerrogativas do Advogado no pleno exercício da profissão.

Na quarta-feira (24), Hartônio Bandeira se dirigiu à delegacia para acompanhar um inquérito em andamento de seu constituinte. Contudo, teve acesso negado, em desrespeito ao artigo 7º, da Lei nº 8.906/94 – Estatuto da OAB. Na oportunidade, o policial sacou sua arma e ameaçou o Advogado, violando o direito fundamental de assistência judiciária provida por Advogado legalmente habilitado, bem como violando as prerrogativas profissionais da Advocacia.

O Presidente da OAB Piauí, Celso Barros Coelho Neto, afirmou que nenhuma violação das prerrogativas da Advocacia ficará impune. “Por conta deste fato, solicitamos providências junto ao Delegado Geral, Luccy Keiko, para o afastamento imediato do policial que feriu as prerrogativas da Advocacia na cidade de Pedro II, até que sejam concluídas as investigações e apurações do ocorrido”, frisou.

O Advogado Hartônio 
Bandeira agradeceu a OAB Piauí pelo empenho na defesa das prerrogativas dos Advogados(as) piauienses. “É inadmissível o fato que ocorreu e, por isso, a OAB Piauí se dispôs a reparar esse dano que atinge, não só a um Advogado, mas toda à Advocacia piauiense”, disse.

Para o Presidente da Comissão de Defesa das Prerrogativas dos Advogados, Marcus Nogueira, a OAB Piauí está dando uma resposta para a Advocacia do Estado. “Toda e qualquer autoridade, seja ela judiciária ou policial, que desrespeitar as prerrogativas da Advocacia, nós estaremos aqui, firmes e fortes, mostrando o peso que a instituição OAB tem. Não permitiremos que condutas desta natureza voltem a acontecer e, por isso, já estamos tomando as providências pertinentes”, garantiu.

Também presente à reunião, o Diretor-Tesoureiro da OAB Piauí, Einstein Sepúlveda, reforçou o posicionamento da Seccional perante à conduta do policial. “Não bastasse toda a situação de dificuldade que estamos passando em virtude da pandemia, o Advogado ainda é destratado em pleno exercício da sua profissão. Isso não passará impune pela Ordem e já adotamos todas as providências cabíveis”, pontuou.

Participaram ainda da reunião o Vice-Presidente da CAAPI, José Urtiga Júnior; o membro da CDPA, Yuri Cavalcante Presidente; e o membro Nacional e Estadual da CDPA, Francisco Albelar Pinheiro Prado.

Da Redação
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Mãe é indiciada como coautora de assassinato da advogada Izadora Mourão

A Polícia Civil concluiu nesta terça-feira (23) o inquérito que investiga a morte da advogada Izadora Mourão, assassinada a facadas dentro da própria residência no último dia 13 de fevereiro, no município de Pedro II.

De acordo com o coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, o Baretta, foram indiciados pela autoria do crime o irmão da vítima, João Paulo Mourão, e a mãe, Maria Nerci. Os dois devem responder por homicídio triplamente qualificado. 

A mãe de Izadora ainda deve responder pelos crimes de coação no curso no processo e fraude processual. Ela teria tentado intimidar testemunhas e alterado a cena do crime. 

Ainda de acordo com a Polícia, as investigações apontaram Maria Nerci como coautora do crime, que teria sido premeditado com antecedência. 

"Eles foram indiciados por homicídio triplamente qualificado, coação no curso do processo e fraude processual. A mãe na coautoria. Conseguimos provar que ela esta estava na cena do crime. Esse crime nós podemos dizer que, além de premeditado, foi devidamente planejado", disse o delegado Baretta ao Cidadeverde.com 

Ainda de acordo com o delegado, o inquérito será enviado ainda hoje para a justiça de Pedro II e caberá ao Ministério Público apresentar um eventual pedido de prisão contra a mãe de Izadora Mourão. 

"Agora, estamos encaminhando ao juiz que deverá abrir vistas ao Ministério Público para a sua manifestação, que é o dono da ação penal", destacou o delegado. 

Foto: Reprodução/Facebook 

Relembre o caso

A advogada Izadora Mourão foi morta a facadas no dia 13 de fevereiro, em sua residência no município de Pedro II. O crime chocou o município, gerando grande repercussão. 

Dois dias após o assassinato, o irmão da advogada, João Paulo Mourão, foi preso apontado como principal suspeito de ter cometido o crime 

As investigações do caso foram conduzidas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), através do delegado Danúbio Dias. 

 

Natanael Souza
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Mãe pagou plano funerário uma semana antes do assassinato de advogada

Foto: reprodução Facebook

A investigação do assassinato da advogada Izadora Mourão, 41 anos, revela que a família seria dividida em núcleos familiares, ou seja, a mãe defendia os irmãos e o pai, que morreu, apoiava mais Izadora. 

Nesta quinta-feira (18), o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) ouviu cerca de dez testemunhas em depoimentos que demoraram cerca de 10 horas. Durante diligências em Pedro II, cidade onde ocorreu o crime, foi confirmado que a mãe de Izadora quitou o plano funerária da família que estava atrasado há dez meses. O pagamento foi realizado na semana anterior ao crime.

O irmão da vítima- o jornalista João Paulo Mourão -  permanece preso preventivamente. A mãe também pode ter participação no crime. Até o momento, investigação do DHPP aponta que ela teria criado um álibi para proteger o filho. 

Foto: reprodução Facebook

O advogado Mauro Benício Júnior, nomeado pela OAB Piauí para acompanhar o caso, conta que a informação sobre a atualização do plano funerária foi repassada à OAB e levada ao DHPP. 

"O trabalho do delegado Danúbio e da sua equipe tem sido muito bem feito. A OAB está pelas investigações e nisso recebemos essa informação que o plano funerário da família estava atrasado há dez meses e no dia 02 de fevereiro a mãe de Izadora foi lá e pagou. Isso era só uma denúncia, mas repassamos ao DHPP que confirmou que era verdade", explica Mauro Benício.

FAMÍLIA DIVIDA EM NÚCLEOS FAMILIARES

Mauro Júnior -  que mora na cidade e acompanha de perto a investigação- conta que está claro que a família de Izadora era dividida em núcleos familiares. Com a morte do pai de Izadora, falecido há cerca de um ano em decorrência de um câncer- a advogada teria ficado desprotegida. 

"Com a morte do pai, a Izadora ficou vulnerável. Ele amava muito a filha e tudo era pra ela. Do outro lado tinha a mãe que protegia o João Paulo e o irmão dele. Era muito claro que tinha o grupo da mãe e do pai. Mensagens no celular da Izadora mostra que havia várias discussões entre ela e o João Paulo e isso coincidiu com o depoimento de algumas testemunhas. Acredito que a questão patrimonial foi a gota d'água. A herança instigou e queriam tirar a Izadora de perto", relatou Benício. 

O Cidadeverde.com divulgou ontem (18)  um bilhete em tom de desavenças assinado com o nome de João Paulo e direcionado à advogada Izadora Mourão.

 

IZADORA TEMIA PELA VIDA

Ao todo, cerca de dez testemunhas foram ouvidas, entre essas, o namorado, a diarista, uma vendedora de roupas que chegou a ser citada na versão da família, o ex-marido, a filha da vítima e a própria mãe da Izadora que, orientada pelo advogado, ficou em silêncio. 

Durante o depoimento de testemunhas relatos que apontam que Izadora temia pela vida. 

"Testemunhas contaram ao DHPP que um dia Izadora jogou fora uma quentinha que havia recebido da mãe como se estivesse com medo de que tivesse envenenada. Até pra dormir, ela colocava objetos na porta para caso alguém abrisse, ela ouvisse o barulho antes. O DHPP está fazendo um excelente trabalho desconstruindo a versão da família de que uma vendedora matou Izadora e construindo uma versão baseada em todo um corpo de provas. A OAB está pela verdade e estamos muito satisfeitos com a investigação do crime", conta o advogado Mauro Benício. 

O resultado de exames solicitados pelo DHPP serão fundamentais para esclarecer o caso. As perícias serão realizadas pelo Instituto de Criminalística e Instituto de DNA Forense do Piauí. 

Izadora foi assassinada na casa da família com sete perfurações de faca na região do pescoço e no peito. Ela morava no mesmo terreno da família onde de um lado era a casa e um cômodo funcionva como escritório da advogada e na outra ponta do terreno funciona um instituto de educação e uma pousada onde a advogada, geralmente, dormia. 

No dia do crime, Izadora Mourão foi encontrada morta no quarto do irmão que nega a autoria do crime. 

 

Graciane Sousa
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Delegado solicita perícia em bilhete encontrado no quarto da advogada Izadora Mourão

Foto: Arquivo pessoal

 

O bilhete assinado em letras garrafais pelo jornalista João Paulo Mourão, irmão da advogada assassinada na cidade de Pedro II, é uma das peças no xadrez do inquérito que investiga a morte de Izadora Santos Mourão, 41 anos.

Durante a investigação, a Polícia Civil encontrou o bilhete no quarto de Izadora. O delegado Danúbio Dias, que preside o inquérito, pediu uma perícia para confirmar que o bilhete é mesmo de João Paulo, que foi preso suspeito de matar a advogada. 

Na mensagem, João Paulo pede que Izadora Mourão não mexa nas coisas dele, diz para advogada cuidar da vida dela em um tom de desavenças com a irmã. Ele encerra o bilhete pedindo para ela ler e refletir.

Veja teor da mensagem: 

Izadora

“Não mexa nunca nas minhas coisas, sem a minha permissão e nem crie nenhuma confusão envolvendo meu nome e o da nossa mãe. 

Cuide das suas coisas, da sua vida e não crie nunca confusão desnecessária para você e para nós.
Pare de criar confusão e se prejudicar, cuide-se, esqueça a vida alheira, cuide bem dos seus filhos, procure organizar-se em sua vida.

Lembre-se que temos uma mãe já de idade e um irmão especial para cuidarmos.

Att. João Paulo Mourão


P/ Izadora
Leia e reflita

O coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, o Baretta, confirmou que o bilhete encontrado foi para a perícia. Baretta conta que o jornalista João Paulo admitiu que a escrita é dele. Mas, Baretta disse que é preciso ter laudo confirmando. 

“Ele reconhece o bilhete de punho escrito, mas não nos baseamos em escrita, mas em perícia. O bilhete traz informação, mas que está encadeado com outras informações”, disse.

O advogado Nestor Ximenes, que faz a defesa do jornalista, informou que o bilhete foi escrito por João Paulo e diz respeito a um desentendimento antigo entre os dois.

“Não existe ameaça no bilhete. Ela entrou na rede social dele, e ele não gostou e fez o bilhete”, disse o advogado.

Ximenes diz que acompanha a investigação e analisa a decisão do juiz para um possível pedido de habeas corpus. 

O advogado Mauro Júnior, que acompanha pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), disse que a Polícia já colheu vastas provas que mostram desentendimento entre os dois, além de provas técnicas confirmando a autoria de João Paulo no assassinato”, disse.

 

Flash Yala Sena
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"Queriam me incriminar", diz diarista que conta detalhes de como encontrou advogada morta

"Queria me incriminar". Esse é um dos trechos da entrevista exclusiva para a Rádio Cidade Verde em Pedro II com a diarista que foi colocada na cena do assassinato da advogada Izadora Santos Mourão, 41 anos. O caso ocorreu em Pedro II, na semana passada. A vítima foi morta com sete perfurações de faca dentro do quarto do irmão que foi preso como suspeito. A mãe, até o momento, é apontada como cúmplice, por ter tentado criar um álibi para esconder que o próprio filho teria matado a irmã. 

A entrevista exclusiva foi concedida ao radialista Ney Silva, correspondente da Rádio Cidade Verde em Pedro II. Ela contou detalhes da cena do crime, como encontrou a advogada e o desespero ao perceber que Izadora estava morta e "gelada". 

"A dona Nerci me chamou, ligou pra mim 9h30 da manhã (eu sei que é esse horário porque é o hora que tomo meu remédio de pressão). Aí ela ligou e perguntou: dá pra tu vir aqui? eu disse: dona Nerci o que está acontecendo? ela disse: não, vem aqui. Dona Nerci, mas o que é que está acontecendo? você está bem? o João Paulo está bem? ela disse: não, tu vem aqui que chegar aqui tu vê. Aí eu fui", conta a diarista. 

Foto: reprodução Facebook

Morte de Izadora pode ter sido motivada em briga por herança

Ela relatou ainda que, a todo momento, a mãe de Izadora aparentava tranquilidade e deu a versão de que uma mulher cometeu o crime. Contudo, investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) aponta que a mulher indicada pela mãe como autora do crime não existe e foi inventada para criar um álibe para o filho, o jornalista João Paulo, que permanece preso preventivamente. A diarista relata ainda que, quando chegou à residência, João Paulo estava deitado como se estivesse dormindo. 

Quando ela (mãe de Izadora) abriu (a porta) falou assim: deram uma facada na Izadora. Entrou uma mulher aqui e deu uma facada na Izadora. Eu fiquei desesperada e saí correndo, disse: dona Nerci, dona Nerci chame o Samu, chame o Samu e corri. Ela estava sentada no chão e perguntei: Izadora, Izadora o que é que tu tem, minha filha? quem fez isso contigo? peguei no pulso e ela já estava gelada. Aí eu: dona Nerci cadê o João Paulo? ela disse: tá ali dormindo. Não sei se ele estava dormindo ou se fazendo. Acho que era se fazendo. Queriam me incriminar, eu amava ela. Saí correndo pro quarto dele, cheguei lá e mexi, mexi com ele e disse: João Paulo, João Paulo acorda que a Izadora tá passando mal. Aí eu fiquei com medo dele estar dormindo e sentir alguma coisa. Eu disse: te senta. Ele disse: não, vamos levar ela ao hospital. Ele se sentou e eu disse: olha, João Paulo, não tem mais que chamar hospital, tem que chamar é a polícia. Pelo amor de Deus! agora, agora. Ele se levantou e foi lá, relatou a diarista. 

Foto: reprodução Facebook

O irmão João Paulo foi preso dois dias após o crime

 

Na entrevista, ela conta que após avisar João Paulo foi acordar a filha de Izadora que dormia em um dos quartos. 

Eu fiquei no quarto acordando a filhinha dela e disse: te acorda que tua mãe tá passando mal. Aí ela disse: o que foi e eu disse: não sei, se senta minha filha. Ela se sentou e eu disse: minha filha, tua mãe tá é morta. A dona Nerci abriu o portão pra uma mulher e ela veio e matou ela. Fiquei dando assistência à filhinha dela, a bichinha chorando muito. Aí ele foi lá pra varanda e eu disse: João Paulo, você já ligou pra polícia? e ele respondeu: tô tentando, tô tentando. Ele estava como se estivesse nervoso. Agora ela, dona Nerci, sempre era mais calma. Mas ele era como se estivesse nervoso tentando ligar pra polícia, disse a diarista. 

 

"Aquela cena que acho que não sai da minha mente"

Com a reviravolta do caso e prisão do irmão da advogada, a diarista acredita que foi chamada à residência porque queriam incriminá-la. Ela conta do abalo psicológico 

Tinha marca de sangue só nela, bastante sangue escorrendo do pescoço. Muito sangue na cama. Eu fiquei desesperada sem saber o que fizesse. Eu tô me sentindo hoje que ela me chamou pra poder me culpar, pra me culpar. Ter deixado eu pegar nela, que não era pra ter feito isso!.

"Só Deus é quem sabe como está o psicológico da minha cabeça depois de ter visto aquela cena. Aquela cena que acho que não sai da minha mente. Eu ter chegado lá e ter visto ela morta. Não sai, não sai, é muito forte!".

A frieza da mãe também chamou a atenção da diarista. 

"Quando eu falei que ela estava morta: ela só disse assim: essa mulher veio só matar minha filha. Mas nessa hora era pra ela ter se desesperado, mas ela não se desesperou de jeito nenhum. Quem ficou desesperada fui eu", conta. 

Ela relata ainda que o tempo que trabalhou na casa da família não percebeu qualquer tipo de desavença entre os irmãos. 

"Eu ia lá de 15 e 15 dias. O que a gente via é que eles eram unidos, por isso foi uma surpresa pra gente. Pelo que a gente via, eles eram unidos, não eram desunidos, pelo menos, enquanto a gente estava lá. Não sei se era só fingimento também", reitera. 

Bastante abalada e com medo, a diarista pede Justiça.

Ela era um pessoa maravilhosa, todo mundo gostava dela. Era muito humilde, tanto fazia ser com pobre ou rico, era aquela alegria. Uma pessoa muito boa, não merecia que fizesse uma coisa dela com ela. Espero Justiça, que seja feita a justiça. É desumano demais o que fizeram com ela, disse a diarista. 


Graciane Sousa
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Comerciante apontada como suspeita de matar advogada disse que poderia ter sido linchada

Foto: Redes Sociais

Uma das comerciantes que teria sido apontada como suspeita, na versão da família, sobre o assassinato da morte da advogada Izadora Santos Mourão, 41 anos, em Pedro II (a 195 km de Teresina) disse que viveu momentos “péssimos” com a acusação. O irmão da advogada, João Paulo Mourão, foi preso suspeito do crime. Uma faca foi achada dentro do quarto dele. 

 Maria Alves, que é revendedora na cidade, concedeu entrevista ao repórter Nei Silva da Rádio Cidade Verde e disse que no dia do crime estava em sua chácara, quando a polícia chegou com seu marido no local. Ela disse que não conhecia a advogada e nem a rua que ela morava. 

“Foi péssimo! Péssimo, péssimo! Meu Deus do céu! Todo mundo me conhece, conhece minha família. Foi uma coisa horrível. Eu sai daqui tranquila para o meu terreno, minha characazinha e nem sabia disso. Eu estava com o rádio ligado, mas nem sabia o nome dessa Izadora, nem conhecia essa rua”, afirmou a comerciante.

Maria disse que o marido foi abordado no meio da rua pela polícia, que queria saber onde ela estava, já com a história de que ela seria suspeita do crime. Ela argumenta que por isso ele teria se exaltado.

“Ele desacatou porque a polícia perguntou por mim, e ele disse que eu estava no terreno e disseram que estavam me investigando por causa da morte de uma mulher, por causa de mil contos, mil e duzentos contos. Ai meu marido apelou, algemaram ele e colocaram dentro do carro e foram atrás de mim lá no terreno”, contou Maria ao repórter Nei Silva da Rádio Cidade Verde em Pedro II. 

Risco de linchamento

Maria Alves afirma que muitas pessoas se solidarizaram com ela dizendo que não acreditavam, mas que, quando começaram a postar a foto dela e da irmã na internet, muitas outras acreditaram.

“Meus meninos nem dormiram de noite, preocupados. Se isso fosse em uma cidade grande já tinham me linchado por uma coisa que eu não fiz e jamais faria um negócio desses. Eu fiquei triste e até ontem ainda diziam que tinha sido a Maria Alves, porque tinha até pego o marido dela. Depois que prenderam o irmão, apagaram as postagens”, declarou a comerciante.

Ela alerta às pessoas a não acreditarem em tudo que dizem na internet. “Acho melhor as pessoas que têm internet, não é tudo enquanto você ver que vai confirmando que é certo e que é verdade, que tem é certeza! Me viram até eu passar na porta de moto. E quando aconteceu isto ai (a prisão do irmão) apagaram”. 

Maria disse que está decepcionada e nunca imaginou passar por isso. 

O irmão da vítima está preso em Teresina no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). 


Caroline Oliveira
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Morte de advogada pode estar ligada a briga por herança; irmão foi ao velório e mostrou frieza

Foto: reprodução Facebook

João Paulo participou do velório e teria demonstrado frieza

A reviravolta no caso da advogada Izadora Santos Mourão, 41 anos, deixou a população perplexa. A prisão do irmão, o jornalista João Paulo Santos Mourão, causou espanto por vários motivos, entre eles o fato dele ter ido ao velório e até ter concedido entrevista se referindo ao crime como "bárbaro e cruel" e que "tudo levava a crer que foi uma morte "pensada, friamente calculada, premeditada" e que não daria para "admitir um crime brutal em cidade pacata como Pedro II". Antes de ser preso, ele disse também que estava "em choque, desnorteado, sem saber o que fazer e que acreditava na justiça divina e dos homens". 

Para o advogado Mauro Benício Júnior, nomeado pelo presidente da OAB Piauí, Celso Barros, para acompanhar o caso na cidade, conta que não só as declarações chamam a atenção, mas a forma como João Paulo e a mãe- que tem aproximadante 70 anos- se comportaram durante o velório.  O Cidadeverde.com apurou que ele não participou do sepultamento, mas teria pedido pressa no enterro.

"Ela foi velada no imóvel da família. O terreno deles é grande, uma parte era a casa e o outro um instituto de educação onde ofertava cursos. E o velório foi nesse espaço. Uma das coisas que nos levou a descartar a presença de uma mulher na cena do crime foi a frieza da mãe e do João Paulo. O tempo todo, a mãe e o João Paulo estavam frios, não demonstraram nenhum tipo de sentimento e isso nos chamou a atenção", conta o representante da OAB nomeado por portaria para acompanhar o caso. 

Ele conta que João Paulo- que é  jornalista e bacharel em Direito- foi preso em casa e também demonstrou frieza. A mãe também não teria esboçado reação e ainda indicou um advogado para acompanhar o filho e perguntou se também seria presa. 

Foto: reprodução Facebook

A advogada criminalista foi morta com vários golpes de faca


O coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Francisco Costa, o Baretta, disse ao Cidadeverde.com que a mãe tentou criar um álibi para tentar atrapalhar a investigação e impedir que as suspeitas recaíssem sobre João Paulo Santos Mourão, apontado como o assassino da própria irmã


DISPUTA POR HERANÇA

A motivação do assassinato ainda será confirmada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Uma das linhas de investigação aponta para disputa por herança. Na residência, onde a advogada foi morta, morava a mãe, João Paulo e um irmão que tem 42 anos e teria problemas mentais. No momento do crime, uma das filhas de Izadora também estaria dormindo em um dos quartos. 

"O pai deles teriam morrido há pouco mais de um ano e tudo indica que estaria ocorrendo essa briga por herança",, disse o advogado Mauro Benício. 


PERÍCIA NA ARMA DO CRIME

Para o representante da OAB-PI, o resultado de exames realizados nas facas apreendidas pode trazer elementos novos ao caso. Uma das possíveis armas havia sido escondida na casa de um familiar a pedido da própria mãe. A tia teria guardado a faca, primeiramente, sem saber da possível ligação com o crime. 

"Quando foi decretada a prisão, eu disse para o João Paulo que a OAB estava pelas investigações e esclarecimentos dos fatos e que seriam garantidos todos os direitos constitucionais. Nosso posicionamento foi sempre por esclarecer os fatos, não só pela Izadora, por ser uma mulher, mãe de família, advogada, mas pelo contexto que estamos sofrendo no país. As investigações vão continuar e vão surgir mais fatos", reitera Mauro Benício Júnior.

Izadora foi assassinada com sete perfurações de faca na região do pescoço e do peito. 

O caso segue investigado pelo DHPP, coordenado pelo delegado Francisco Costa, o Baretta, que designou a equipe do delegado Danúbio Dias como presidente do inquérito policial.  

DEFESA

Em conversa com o Cidadeverde.com, o advogado Nestor Ximenes, responsável pela defesa do jornalista João Paulo Mourão, disse que orientou o cliente a falar somente em juízo. O advogado disse que João Paulo nega a autoria do crime e mantém a versão de que uma pessoa entrou na casa e efetuou as facadas contra a advogada Izadora Mourão. 

"É preciso fazer alguns esclarecimentos, principalmente em relação a motivação e se tem alguma outra pessoa na cena do crime. Ao longo do inquérito, estaremos fazendo os esclarecimentos", disse o advogado. 
 
 
 
 

 

Graciane Sousa
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