Vice-presidente de relações institucionais da Aegea, grupo que atua no saneamento básico em diversas cidades do país, Rogério Tavares, destacou durante o 3° Congresso das Cidades os pontos nos quais os municípios brasileiros ainda precisam avançar no que diz respeito ao desenvolvimento urbano sustentável. Entre os aspectos, o gestor citou a garantia ao acesso à água potável tratada e esgotamento sanitário universalizado.
“As soluções para a gente resolver o problema do país, em que nós estamos atrasado em geral no conjunto de todos os itens, defasagens significativas nas cidades brasileiras, não podemos ignorar a questão de limpeza urbana, a destinação adequada dos resíduos sólidos, a coleta e a drenagem. Nas principais cidades brasileiras você já tem eventos extremos”, disse.
Durante sua exposição, Rogério Tavares elencou alguns índices que comprovam o atraso na implementação das metas de universalização dos serviços até 2033, previstos pelo Marco Legal do Saneamento Básico. O empresário destacou que cerca de 35 milhões de pessoas não têm água tratada em suas casas e 14% das crianças e adolescentes do país não têm acesso regular à água, cenário que fica ainda mais problemático quando considerando as regiões mais pobres.
Neste sentido, defendeu o uso de tarifas sociais, como já adotado pela Aegea em Teresina. “Esses déficits estão concentrados especificamente nas populações mais vulneráveis das cidades brasileiras. Nas cidades mais pobres e nas periferias das grandes cidades. Então para você viabilizar o atendimento dessas pessoas é óbvio que não é factível imaginar que todas essas vão conseguir pagar uma tarifa normal de água e esgoto”, frisou.
Por fim, Rogério Tavares ressaltou a importância da parceria público privada para avanços no setor de saneamento básico no país. As estimativas apontam a necessidade de investimentos na ordem de R$ 900 bilhões para a universalização do serviço em todo o país.
“É muito dinheiro. É quase três vezes a média anual de investimento que vem fazendo no setor nos últimos 20 anos. Isso mostra claramente que não é fazendo a coisa que sempre se fez que vai se mudar o resultado. Foi por isso que a lei veio na linha de que o setor privado deveria participar do jogo juntamente com o setor público para viabilizar essa montanha de dinheiro para investimento. O setor público sozinho não tem esse dinheiro”, concluiu o vice-presidente institucional da Aegea.
Breno Moreno
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