Jornalista econômico, Carlos Alberto Sardenberg, associou o crescimento econômico aos chamados polos de desenvolvimento ao participar do Congresso das Cidades com o tema “O cenário econômico do Brasil”. Para que essa fórmula do sucesso possa ser replicada nos municípios, ele sugeriu que os prefeitos criem uma secretaria especial voltada para tecnologia e digitalização, bem como reservem uma fatia do orçamento para essa área. A receita foi repassada nesta quarta-feira (7) a prefeitos e gestores que participam do evento no Teresina Shopping. 

Para Sardenberg, o uso de grandes tecnologias e digitalização não é só para os grandes centros, mas pode ser feito em pequenas cidades também. 

“É preciso ter uma secretaria especial para a introdução de tecnologia e digitalização e tem que ter uma estratégia e um orçamento para isso. Onde vou gastar e onde vou comprar? Também é preciso treinamento”, declarou. 

O comunicador relatou que a grande estrela neste sentido hoje é a Índia, país com mais de 1 bilhão de habitantes, e avaliou que o Brasil está atrasado em relação à América do Sul. 

“O Brasil está atrasado em relação aos seus pares em nível de crescimento. A Índia é a estrela nesse sentido, um país que tem mais de 1 bilhão de habitantes. Há uma teoria de que países populosos para terem um desenvolvimento muito grande precisam de uma ditadura, pois na democracia para você ter algo, chegar a um consenso, tem que votar, dá trabalho. Você pega um país como a China e o Partido Comunista diz que tem que fazer algo e é feito. A Índia, mesmo com essa população, é uma democracia e está crescendo. Como é que a Índia está crescendo? Polos de desenvolvimento. As big techs tomaram esse lugar. A língua inglesa também ajudou muito e nos ensina uma lição importante aqui. Tem que aprender inglês, pois as grandes tecnologias estão nessa língua”, disse o jornalista. 

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com 

Para reverter esse cenário, Sardenberg apresentou mais seis ações a serem feitas nos próximos anos para retomar esse pódio:

1- Ajuste fiscal teto de gastos; 
2- Reforma tributária;
3- Privatizações/ Investimentos;
4- Mais escolas públicas;
5- Abertura da economia;
6- Derrubar inflação. 

Sardenberg também analisou que a inflação está em tendência de diminuir no Brasil e, que se os governos brasileiros, tanto o federal, quando estadual e municipais, fizerem o “dever de casa” é possível fechar o dólar à menos de R$ 5. 

“Como fazer isso? Fazer o que o Haddad está prometendo fazer um superávit, ou seja arrecadar mais do que vai gastar. Arrecadar 10 e gastar 9. Se não tiver aumento, vai ter que cortar receita. Vocês, na prefeitura, é a mesma coisa. Ganha 2 e gasta 1. Assim está bom para o ajuste das contas públicas”, aconselhou o jornalista. 

 

Paula Sampaio 
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