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Marcelo Castro anuncia diagnóstico simultâneo da dengue, zika e chikungunya

O ministro da saúde, Marcelo Castro, anunciou neste sábado (16) que a dengue, zika e a chikungunya terão diagnósticos simultâneos. Os testes devem ser disponibizados ainda no primeiro semestre de 2016. Castro visitou durante a manhã, o campus da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

"Já estamos com 18 dos 27 laboratórios centrais equipados para receber esse teste e agora em fevereiro a Fiocruz vai produzir esses testes", destacou o ministro. A estimativa de custo para a realização do diagnóstico é de US$ 20 por teste.

De acordo com a Fiocruz, a novidade vai garantir maior agilidade para o diagnóstico realizado na rede de laboratórios do Ministérios da Saúde, além de reduzir os custos e permitir a substituição de insumos estrangeiros por um produto nacional. O novo teste demora cerca de três horas para ficar pronto e ter a liberação do resultado.

Na sexta-feira, a presidenta Dilma Rousseff sancionou recurso de R$ 1,27 bilhão para o desenvolvimento das ações de vigilância em saúde, incluindo o combate ao mosquito Aedes aegypti, em 2016. A este montante será adicionado R$ 600 milhões destinados à Assistência Financeira Complementar da União para os Agentes de Combate às Endemias. Para intensificar as ações e medidas de vigilância, prevenção e controle da dengue, febre chikungunya e Zika também foi aprovado R$ 500 milhões extras, sobretudo, por conta da situação de emergência em saúde pública de importância nacional que o país vive.

Com informações do G1

Zika: EUA orientam grávidas a não viajarem ao Brasil

Autoridades de saúde americanas emitiram alerta na noite desta sexta-feira para que mulheres grávidas evitem viajar para o Brasil e outros 13 países da América Latina, em que há presença do vírus zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. O governo americano considera um risco já que é comprovada a relação dos casos de microcefalia com o vírus.

O alerta se estende ao Brasil, Colombia, El Salvador, Guiana Francesa, Guatemala, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Suriname, Venezuela e Porto Rico. Advertência também orienta que mulheres que estejam planejando engravidar procurem seus médicos antes de viajar para estas áreas.

Duas publicações internacionais já tinham feito um alerta, esta semana, em relação aos casos de zika no Brasil. Na quinta-feira, o site de notícias científicas “EurekAlert!” destacou trechos de um artigo do médico Kamran Khan, do Hospital St. Michael, de Toronto, divulgado na revista “The Lancet”. Ele afirma que, devido aos Jogos Olímpicos, em agosto, será necessário aumentar a conscientização em relação ao vírus emergente. A reportagem diz que o zika está sendo associado a “defeitos congênitos graves” e tem potencial para se espalhar pelas Américas, inclusive nos Estados Unidos.

O “EurekAlert!” lembra que a doença geralmente não tem gravidade e é transmitida por mosquito, mas preocupa por estar associada a casos de microcefalia. Ainda segundo a publicação, “o vírus tem ocorrido em mais de uma dúzia de países na América do Sul e no México, e um caso foi confirmado em Porto Rico em dezembro: era uma pessoa que não tinha viajado recentemente”.

Na quarta-feira, o site do “The New York Times” informou que “autoridades federais de saúde estão pretendendo alertar as grávidas para que evitem viagens ao Brasil e a outros países da América Latina e do Caribe, onde os mosquitos estão espalhando o vírus zika”. Segundo o jornal, esta pode ser a primeira vez que centros de controle e prevenção de doenças aconselharão gestantes a evitar uma região com surto.

Fonte: O Globo

Força-tarefa é montada na Frei Serafim para conscientizar sobre perigo do Aedes aegypti

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A força-tarefa de combate aos criadouros do Aedes aegypti continua em Teresina. Durante a manhã desta sexta-feira (15), equipes da Fundação Municipal de Saúde (FMS) estão no cruzamento da Miguel Rosa com a Frei Serafim distribuindo panfletos informativos. A coordenadora de Educação e Saúde da Fundação, Júlia Santos, reforça que as doenças transmitidas pelo mosquito são graves e, inclusive, podem deixar sequelas irreversíveis. 

"Toda a população deve estar unida com a FMS para priorizar a eliminação dos criadouros do mosquito. As pessoas não devem ter dúvidas da gravidade das doenças transmitidas pelo mosquito. Estamos nas escolas distribuindo kits com cartazes, folders e DVDs instrutivos para que os professores repassem ao alunos e estes se tornem multiplicadores em suas casas e comunidades", destaca. 

Nos panfletos distribuídos nesta manhã estão descritos sinais, sintomas e tratamento das doenças. "No caso da Zika os sintomas são brandos, porém há a relação com a microcefalia. A dengue existe a forma hemorrágica e a Chikungunya pode deixar sequelas por meses, anos ou mesmo permanentes. As três doenças são bastante perigosas e a população precisar eliminar os criadouros". 


Graciane Sousa
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Cidades do PI criam código para multar locais com foco do Aedes

FOTO: Wilson Filho / Cidadeverde.com

O enfermeiro e diretor da Unidade de Vigilância e Atenção à Saúde da Sesapi, Hérlon Guimarães, explicou que a maioria dos casos de microcefalia registros no Piauí é da região Norte do Estado - entre Teresina e o litoral. O Piauí já notificou 62 casos da doença, espalhados em 25 cidades. Como medida de combate ao mosquito transmissor do vírus zika, alguns municípios estão elaborando um código sanitário para poder multar proprietários de terrenos ou casas que concentram focos de larvas.

"Ainda não temos uma explicação que mostre o motivo de o Norte do Piauí ter mais casos. Não encontramos essa ligação, mas, por outro lado, isso chama a atenção da Vigilância de Saúde para intensificar o combate nessa região. Essa semana nos reunimos com gestores, prefeitos e secretários de Saúde e pedimos apoio para o plano de contigência e combate ao mosquito", declarou Hérlon, em entrevista do Jornal do Piauí desta quinta-feira (14).

Dos 62 casos, 28 foram registrados em Teresina. Segundo o diretor da Sesapi, ainda não existe óbito no Estado relacionado à microcefalia. "A confirmação de relação entre o zika vírus, transmitido pelo Aedes aegypti, e a microcefalia se deu após o exame de um bebê que morreu no Ceará, mas geralmente a microcefalia não está relacionada à morte. São crianças que vão crescer com limitações intelectuais e de mobilidade e isso vai causar prejuízo à nação. Mas é importante observar que há outros aspectos que causam microcefalia, como drogas, bebidas e genética", completou o diretor.

Hérlon acrescentou que em 2015 o Piauí conseguiu reduzir os registros de dengue (outra doença cujo mosquito Aedes aegypti é o vetor), mas frisou que é importante eliminar de vez o inseto, para evitar a disseminação de 22 vírus que ele pode transmitir. "São quase 30 anos com esse assunto. Precisamos eliminar o mosquito. Não adianta criar um plano no papel, se cada um não fizer sua parte", alertou.

Jordana Cury
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Prefeitura de Altos realiza campanha contra Aedes aegypti

Com o objetivo de esclarecer a população e atender recomendações do Ministério da Saúde, a Prefeitura de Altos, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, está realizando uma campanha municipal de combate ao mosquito Aedes aegypti. As ações seguem até junho de 2016 e são coordenadas pelo Comitê Municipal de Enfrentamento a Dengue, Chikungunya e Zika, criado especialmente para a campanha.


 
Desde o dia 4 de janeiro, agentes de endemia, agentes comunitários de saúde, médicos e enfermeiros de postos de saúde estão vistoriando casas no município. Em cada visita, os profissionais inspecionam as residências, detectam possíveis focos do Aedes aegypti, distribuem sacos de lixo para recolha de objetos que possam acumular água, além de conscientizarem a população, informando e esclarecendo dúvidas. As esquipes também têm disponível um caminhão para recolher o lixo e auxiliar na limpeza.
 
O bairro Santa Inês foi o primeiro de Altos a ser contemplado com a campanha. As vistorias são realizadas diariamente pelas equipes, cada dia em uma localidade diferente, e paralisadas um dia na semana para que os profissionais avaliem os locais visitados.  De acordo com o secretário municipal de Saúde, Nerirrony Lacerda, o município cumprirá com a meta nacional estabelecida pelo Ministério da Saúde de vistoriar todas as residências até 31 de janeiro.

“Desde o fim ano passado iniciamos essa campanha de combate ao mosquito em Altos, já com a circulação de carros volantes informativos. Com a realização de vistorias, temos o intuito de agir de forma preventiva para que não haja uma epidemia no nosso município. Temos uma equipe qualificada nas ruas, mas precisamos também da ajuda da população, por isso, estamos realizando também uma campanha educativa”, finaliza o secretário Nerirrony Lacerda. 

Da Editoria de Cidades
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FMS monta programação para reforçar combate ao mosquito Aedes aegypti

O Núcleo de Educação em Saúde, vinculado à Fundação Municipal de Saúde (FMS) está organizando uma série de atividades para reforçar a luta contra o mosquito Aedes aegypti. Na próxima sexta-feira (15) haverá programação no canteiro do cruzamento entre as Avenidas Frei Serafim e Miguel Rosa. Os profissionais montarão um estande no local e distribuirão material educativo entre transeuntes, motoristas que circulam pelo local.

 “A ideia é fazer um ‘corpo a corpo’, falar com eles sobre mudança de atitude e eliminação das condições que favorecem a reprodução do vetor, sobre as doenças e medidas preventivas”, conta Júlia Rocha, coordenadora do Núcleo de Educação em Saúde da FMS.
 
Já na segunda-feira (18), as equipes estarão na praça da Igreja do bairro São João, em parceria com as equipes Estratégia Saúde da Família que atuam no local. Haverá a presença do estande e de um Espaço Criança, para que os pequenos possam aprender de forma lúdica como evitar o acúmulo de lixo em suas casas.
 
“Nós vemos as crianças como importantes disseminadoras de informação. Elas aprendem tudo rapidamente e ensinam sua família, amigos e vizinhos”, explica Júlia Rocha. É pensando nisso que o NESC também está visitando todas as escolas públicas municipais e estaduais para entregar kits com CDs, cartazes e fôlderes sobre o tema.
 
Ainda no esforço de sensibilizar a população, haverá mais uma ação, que será na terça-feira (19) no Shopping da Cidade. As pessoas que circulam no local poderão ter acesso a uma série de informações, receber material educativo e também tirar dúvidas e receber dicas sobre dengue, zika e chikungunya.
 
Com estas atividades, a FMS pretende mostrar a todos a importância da prevenção. “Toda a população deve tomar providências no sentido de eliminar os criadouros”, afirma Júlia Rocha. “A gente não pode perder esta luta, ainda mais agora que estamos em um momento atípico. O Aedes aegypti agora pode transmitir doenças que trazem problemas sérios com sequelas para a vida toda, por isso atenção especial às faxinas domésticas, especialmente nos quintais e áreas abertas. Não podemos deixar nenhuma área descoberta em nossa limpeza diária”, finaliza a coordenadora.

Da Redação
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Primeira grande epidemia de Zika no mundo acontece no Brasil, diz infectologista

Um dos mais respeitados infectologistas do país, o professor e ex-diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e coordenador de Controle de Doenças da Secretaria da Saúde de São Paulo, Marcos Boulos, acredita que o país vive atualmente a maior epidemia já registrada no mundo por vírus Zika.

Em entrevista ao programa Espaço Público, na TV Brasil, o especialista defendeu o combate sistemático ao mosquito Aedes aegypti, transmissor não apenas do vírus Zika, mas também da dengue e da febre chikungunya. Para ele, as prefeituras brasileiras erraram ao não manterem um grupo técnico permanente de controle do vetor.

Boulos lembrou que a infecção por Zika, até então, era considerada uma doença mais branda que a própria dengue, já que causa febre baixa, manchas pelo corpo que desaparecem em dois ou três dias e quadros clínicos menos graves, que dificilmente levam à morte. Foi a correlação da doença com casos de microcefalia em bebês que levantou a bandeira vermelha.

O infectologista destacou que, em todos os locais onde foi registrado surto do vírus Zika, como na Polinésia Francesa e em algumas pequenas cidades da África, o cenário não se repetiu posteriormente. “Se isso acontecer, até que não vai ser tão ruim assim. Vamos passar por um momento epidêmico importante e, depois, é provável que exista uma calmaria.”

“Precisamos conhecer melhor o Zika para saber no que ele pode se transformar. Estamos assustados com os para-efeitos, as coisas que estão acontecendo por causa do Zika”, disse. “É preocupante as pessoas quererem engravidar sabendo que, se houver Zika, podem, eventualmente, ter uma criança com problemas e isso vai atrapalhar a vida e o desenvolvimento dessa família.”

Um novo balanço divulgado ontem (12) pelo Ministério da Saúde revela que 3.530 casos suspeitos de microcefalia relacionada ao vírus Zika em recém-nascidos foram notificados no país entre 22 de outubro de 2015 e 9 de janeiro. O boletim também traz a confirmação de que a morte de dois recém-nascidos e dois abortos de bebês com a malformação no Rio Grande do Norte foram em decorrência da doença.

As notificações da malformação estão distribuídas em 724 municípios de 21 unidades da federação. O estado de Pernambuco, primeiro a identificar aumento de microcefalia, continua com o maior número de casos suspeitos (1.236), o que representa 35% do total registrado em todo o país. Em seguida, estão Paraíba (569), Bahia (450), Ceará (192), Rio Grande do Norte (181), Sergipe (155), Alagoas (149), Mato Grosso (129) e Rio de Janeiro (122).

O Ministério da Saúde só tem divulgado o número de casos em que há suspeita de que o recém-nascido tem microcefalia relacionada ao vírus Zika. Os bebês têm o quadro confirmado ou descartado depois que passam por exames neurológicos e de imagem, como a ultrassonografia transfontanela e a tomografia.

O governo investiga ainda se a morte de outros 46 bebês com microcefalia na região Nordeste também tem relação com o Zika. O vírus Zika começou a circular no Brasil em 2014, mas só teve os primeiros registros feitos pelo ministério em maio do ano passado.

Fonte: Agência Brasil

Entidades ligadas às pessoas com deficiência fazem mutirão contra Aedes aegypti

Prevenir agora para evitar o aumento da população com deficiência. É com essa visão que a Secretaria de Estado para Inclusão da Pessoa com Deficiência (Seid) inicia, nesta quarta-feira (13), a mobilização contra o mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue, a febre Chikungunya e o zika vírus, este último relacionado ao aumento dos casos de microcefalia no estado.

O secretário da Seid, Mauro Eduardo, declara que a campanha consiste em realizar, de forma permanente, a limpeza de órgãos e entidades ligadas às pessoas com deficiência. A primeira será a Associação de Amigos dos Autistas (AMA), no bairro Primavera, zona Norte de Teresina. A atividade iniciou nesta quarta.

“É uma forma de conscientizar. O trabalho feito agora pode evitar que centenas de crianças já nasçam com deficiência e os diversos problemas que isto acarreta para si, para seus familiares e os sistemas de saúde e social”, declarou o secretário.

Para Mauro, essa mobilização se junta ao esforço nacional de combater o mosquito transmissor da zika e reduzir a possibilidade de crescimento da população com deficiência. “Além da microcefalia, há também a possibilidade de relação com a síndrome de Guillain Barré, que causa deficiência física, mesmo que não seja permanente na maioria dos casos”, completa.
 

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Casos suspeitos de microcefalia associada ao zika chegam a 3.530

Desde o início do monitoramento de casos de microcefalia no Brasil, foram registrados 3.530 casos suspeitos da malformação possivelmente ligados ao zika vírus em recém-nascidos. O dado foi divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (12) em novo informe epidemiológico.

O boletim também traz os resultados da investigação laboratorial de quatro casos de óbitos, ocorridos no Rio Grande do Norte, com malformação congênita, que tiveram relação com o vírus zika confirmados. Esses casos estavam sendo investigados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), que enviou os resultados ao governo brasileiro.

Dois desses casos são abortamentos e dois recém-nascidos a termo (37 a 42 semanas de gestação) que morreram nas primeiras 24 horas de vida. As amostras foram positivas para zika no teste laboratorial.

Segundo as investigações realizadas anteriormente pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), todas as quatro gestantes apresentaram febre e exantemas (erupções na pele) durante a gestação. Esses resultados somam-se às demais evidências obtidas em 2015 e reforçam a hipótese de relação entre a infecção pelo vírus zika e a ocorrência de microcefalia e outras malformações congênitas.

No entanto, o ministério ressalta a necessidade de prosseguimento das investigações e pesquisas do número de microcefalias e outras malformações em decorrência de processos infecciosos.

Estados com zika

Segundo o ministério, até o momento, estão com circulação autóctone (ou seja, com transmissão no estado) do zika 20 unidades da federação. São eles: Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Roraima, Amazonas, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.

A microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho menor do que o normal. A malformação é diagnosticada quando o perímetro da cabeça é igual ou menor do que 32 cm – o esperado é que bebês nascidos após nove meses de gestação tenham pelo menos 34 cm.

A principal hipótese discutida para o aumento de casos de microcefalia está relacionada a infecções por zika vírus, que foi identificado pela primeira vez no país em abril deste ano. O vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, assim como a dengue e o chikungunya.

Em novembro, o Ministério da Saúde declarou emergência em saúde pública para dar agilidade às investigações, que são realizadas de forma integrada com as secretarias estaduais e municipais de saúde.

O ministério orienta as gestantes a adotarem medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doença, com a eliminação de criadouros, e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida, além de aplicar repelentes permitidos para gestantes.

Número de casos por estado

Os casos suspeitos divulgados nesta terça foram registrados em 724 municípios de 21 unidades da federação. Veja abaixo os estados com mais casos:

Pernambuco - 1.236 casos (35% do total registrado no país)
Paraíba - 569
Bahia - 450
Ceará - 192
Rio Grande do Norte - 181
Sergipe - 155
Alagoas - 149
Mato Grosso - 129
Rio de Janeiro - 122

Fonte: G1

Mãe de adolescentes com microcefalia ajuda nova geração a desafiar limites

Quando começou a acompanhar o noticiário sobre a epidemia de microcefalia que foi descoberta no nordeste brasileiro em outubro de 2015, a funcionária pública amazonense Viviane Lima preocupou-se com as mães que, como ela, enfrentariam a condição.

"Só se fala dos problemas de saúde das crianças, mas o que acontece agora? Ninguém falava das possibilidades, do que é possível alcançar", disse à BBC Brasil.

Viviane, de 35 anos, é mãe de duas adolescentes com microcefalia e desde que decidiu contar sua história no Facebook, foi procurada por mulheres de todo o Brasil para dar conselhos e dicas de estímulo às crianças. Agora, reúne mais de 70 mães em um grupo de WhatsApp.

"Eu tento mostrar que elas vão conseguir resultado com a estimulação das crianças. Digo que eu não aceitei diagnóstico que me deram, que fui atrás do que poderia fazer. Mando vídeos das minhas meninas em casa, falando e cantando."

A microcefalia, que pode ser causada por problemas genéticos ou infecções que atingem os bebês ainda na gravidez, é uma má-formação do cérebro que dificulta o desenvolvimento do órgão.

Por causa disso, a criança pode ter desde problemas cognitivos, passando por deficiências visuais, motoras e auditivas, ou desenvolver transtornos ouo síndromes mais sérias.

Para tentar auxiliar o amadurecimento do cérebro do bebê – com a possibilidade de que algumas regiões saudáveis assumam as funções de outras, prejudicadas –, os médicos recomendam que os bebês comecem a ser estimulados de diversas formas o mais cedo possível.

Viviane estava no sexto mês de gravidez quando descobriu que sua primeira filha teria microcefalia. "Eu tinha 18 anos. Acho que minha imaturidade não me deixou entender o tamanho do desafio e acabei conseguindo avançar muito com Ana Victória", relembra.

"Era tudo muito novo e os médicos estavam curiosos para saber o tamanho do comprometimento dela. No dia do parto, estavam na sala o pediatra, o neurologista, a fonoaudiólogo e a fisioterapeuta. No primeiro dia de vida, ela já recebeu os primeiros laudos."

Massagem, sol e cócegas

Segundo a neuropediatra Vanessa van der Linden, que alertou a Secretaria de Saúde de Pernambuco sobre a epidemia de microcefalia em setembro de 2015, o estímulo é fortemente recomendado para crianças com microcefalia, assim como para aquelas com paralisia e outros tipos de lesões cerebrais.

"É importante começar cedo, antes mesmo que as limitações da criança comecem a aparecer. Como o cérebro de um recém-nascido é imaturo, algumas lesões só se revelam mais adiante", disse à BBC Brasil.

"O estímulo não cura, mas desenvolve o potencial da criança. Se a lesão é muito grave, ela não vai se desenvolver tanto, mas pode ter uma qualidade de vida melhor."

Além das sessões de fisioterapia, de fonoaudiologia e outras terapias, recomenda-se que as mães tentem estimular os movimentos e o aprendizado dos filhos em casa. Para Viviane e Ana Victória, estas dicas foram as mais valiosas.

"O primeiro banho que ela tomou no hospital foi com a fisioterapeuta ao meu lado, me ensinando os movimentos para estimular. Esse primeiro contato foi 60% do que minhas filhas são hoje", afirma.

"Entendi que o banho que eu daria na minha filha não seria igual ao de qualquer criança. Eu estimulava os músculos de Ana Victória no banho. Se ela ia mamar, eu fazia cócegas no pé dela com uma pena. Parece simples, mas isso estimulava a reação do corpo dela e, consequentemente, o cérebro."

"Nos primeiros meses, eu a levava para tomar sol de manhã, para que ela sentisse a claridade e pudesse estimular a visão, enquanto eu fazia massagem nas pernas dela. O médico tinha me dito que ela não ia andar, mas andou com 1 ano e 2 meses. E hoje, aos 16 anos, até anda de patins", diz.

Ana Victória nasceu com o perímetro cefálico de 30,5 cm. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, crianças com perímetro cefálico igual ou menor que 32 cm podem ser consideradas microcéfalas.

"Ela nasceu muito rígida, não esticava as perninhas, nem os bracinhos. E também tem uma irritabilidade muito grande. Chora tanto que engole o choro e fica roxa. É assim até hoje, mas sabemos controlar a situação", diz Viviane.

Segunda vez

Depois que exames descartaram as possíveis infecções, os médicos concordaram que um problema genético havia causado o problema de Ana Victória. A investigação foi confirmada quando Viviane descobriu que sua segunda filha teria a mesma condição.

"Me bateu um desespero porque eu já sabia por tudo o que iria passar. E Maria Luiza nasceu muito mais comprometida, com 27,5 cm de perímetro cefálico", descreve.

Os problemas de desenvolvimento causados pela microcefalia têm graus variados e, de um modo geral, são mais graves quanto menor é o tamanho da cabeça do bebê ao nascer.

"Quando ela nasceu, ela não chorou e não mamou. Os médicos não sabiam se ela iria aguentar e me disseram ela poderia morrer em 24 horas. Mas quando conseguimos ir para casa, eu já sabia tudo o que tinha que ser feito", afirma Viviane.

Aos 14 anos, Maria Luiza brinca, fala e faz atividades normalmente. No entanto, têm uma idade mental cerca de 10 anos menor que a biológica, desenvolveu TOC (Transtorno obsessivo-compulsivo) e dislexia, que a impede de reconhecer letras e números. Ana Victória, também disléxica, teve desenvolvimento intelectual maior do que o da irmã.

"Eu coloquei as letras do alfabeto na parede do quarto de Ana Victória, para que ela dormisse e acordasse todo dia olhando para as letras. Ninguém me ensinou a fazer isso, a gente vai tendo ideias. Mas Maria Luiza não respondeu tão bem à mesma técnica."

Segundo Vanessa van der Linden, crianças com microcefalia causada por fatores genéticos tendem a ter menos problemas motores do que cognitivos. Isso poderia ajudar a explicar o desenvolvimento das filhas de Viviane Lima.

"No caso da microcefalia causada por infecções congênitas, como a toxoplasmose e a zika, os problemas costumam ser mais gerais: funções motoras, cognitivas e visuais podem ser prejudicadas."

Ela ressalta, no entanto, que há uma variação muito grande de casos. Crianças afetadas por infecções podem ter quadros leves e as que tiveram problemas genéticos podem ser casos graves.

Escola

As duas meninas frequentam uma escola pública em Manaus, apesar de não conseguirem acompanhar o currículo.

"A lei diz que minhas filhas têm que ficar na turma correspondente à idade delas. A escola têm que se adaptar a elas e fornecer um auxiliar responsável pela educação delas na sala de aula. Quando morávamos em Boa Vista (Roraima), isso funcionava bem na escola municipal. Aqui em Manaus, não", diz Viviane.

"A gente sofre por conta disso, mas focamos mais na importância da socialização. Quando elas vão para a escola, estão felizes. Se elas só conviverem com crianças que têm a idade mental delas, não vão desenvolver o comportamento esperado da idade real."

Em casa, as meninas (de 16 e 14 anos) têm a companhia da irmã, Júlia, de 9 anos, filha do segundo casamento de Viviane, que nasceu saudável.

"No nosso dia a dia não existe deficiência. Claro que é preciso ter um pouco mais de atenção, mas elas são como eu", disse a menina à BBC Brasil.

"Eu brinco muito com elas, só que as brincadeiras são meio esquisitas. Na brincadeira de pegar, Maria Luiza puxa o meu nariz, faz uma cosquinha que dói mais do que faz cosquinha... (risos)."

Júlia diz querer ser médica para cuidar das irmãs na vida adulta. "Minha intenção é que elas morem comigo, porque vai ter um tempo que os meus pais não vão estar em condições de cuidar delas."

'E agora?'

Quando descobriu a microcefalia de Ana Victória, Viviane havia acabado de passar na primeira fase do vestibular de administração de empresas, mas não conseguiu ir até o fim do processo seletivo. "Para mim foi difícil, mas tive que fazer uma escolha e hoje não tenho uma profissão. Sempre trabalhei no governo", afirma.

"Vivi períodos críticos com elas, em que tive que ficar em casa mesmo. Mas agora que elas estão maiores, pretendo retomar os estudos."

Com apoio familiar e a maior parte dos tratamentos custeados pelo plano de saúde, ela reconhece que sua situação foi mais confortável do que a de muitas mães que enfrentam o problema.

"Aqui em Manaus não temos Apae nem AACD (que atendem crianças com diversos tipos de deficiência). O que o Estado te dá é quase nada, você tem que ter plano de saúde. Mas eu me assustei com as histórias das mulheres que entraram em contato comigo pelo Facebook. Eu não sofri nem metade do que elas sofreram", afirma.

"Eu já chorei, fiquei sem dormir, me senti a pior mulher do mundo, mas tive que aprender a viver um dia de cada vez. Eu sonhava que estava no velório das minhas filhas. Você estimula, passa por todo um processo e a criança consegue superar uma limitação. Mas todo o tempo na nossa cabeça, a pergunta é essa: 'E agora? Qual o passo seguinte?'."

Por causa do bem-estar físico adquirido com anos de estímulos constantes, nenhuma das duas meninas precisa, atualmente, de sessões de fisioterapia. No entanto, Viviane diz que "até hoje descobre" novos sintomas associados à microcefalia.

Mesmo assim, ela acredita que é essencial dar esperança à nova geração de mães que enfrentarão este desafio. "A gente tem que levantar a cabeça. Essas crianças não receberam uma sentença de morte."

Fonte: G1

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