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Piauí possui 2º maior índice em imóveis visitados no combate ao Aedes

O Piauí possui o 2º melhor índice do Brasil quanto aos imóveis vistoriados pelos agentes de saúde e militares das Forças Armadas, na mobilização nacional de combate ao Aedes aegypti – mosquito transmissor da dengue, chikungunya e Zika. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (12) pelo Ministério da Saúde. Em território piauiense, 77,88% dos imóveis já foram visitados, sendo mais de 655 mil no total. 

O número de imóveis vistoriados já representa 35,6% dos 67 milhões estimados em todo o Brasil. Ao todo, 23,8 milhões de imóveis foram percorridos pelas equipes até quinta-feira (11), em busca de criadouros e para orientar a população sobre medidas de prevenção ao mosquito.

A Paraíba é o estado que registrou maior percentual de imóveis percorridos: 79,1%. Depois do Piauí, na sequência, aparece Minas Gerais, com 67,7% de cobertura, sendo a maior unidade federativa em números absolutos: 4,8 milhões de estabelecimentos. O estado de São Paulo é o segundo em visitas, com 4,3 milhões (26,3%). Já o Rio de Janeiro segue como terceiro, totalizando 3,2 milhões (48,6% do total).

O número inclui domicílios e prédios públicos, comerciais e industriais, conforme balanço da Sala Nacional de Coordenação e Controle (SNCC) de Enfrentamento à Microcefalia. No levantamento anterior, 20,7 milhões de imóveis tinham recebido as equipes de combate. Ao todo, 4.251 municípios dos 5.570 definidos para serem vistoriados já contabilizaram a presença de agentes e militares. Todos os estados e o Distrito Federal registraram as ações das equipes no Sistema Informatizado de Monitoramento da Presidência da República (SIM-PR).

Os agentes e militares identificaram, até agora, 844,8 mil imóveis com focos do mosquito. Isso significa 3,6% do total de visitados. A meta é reduzir esse índice de infestação para menos de 1% de imóveis com foco. Entre fechados e com recusa de acesso, a Sala Nacional contabilizou 5,6 milhões de imóveis fechados.

“Os esforços das equipes para a identificação de criadouros e a orientação da população têm sido eficazes, tanto pelo número crescente de imóveis visitados quanto pelo de focos identificados nos estabelecimentos, confirmados pelos registros encaminhados à Sala Nacional pelos estados e municípios”, destaca o coordenador da Sala, do Ministério da Saúde, Marcus Quito.

Mobilização

Desde o dia 1º, o Governo Federal autoriza a entrada forçada de agentes públicos de combate ao Aedes em imóveis públicos ou particulares que estejam abandonados, ou em locais com potencial existência de focos, no caso de ausência de pessoa que possa permitir o acesso ao local. Para ficar comprovada a ausência de quem autorize a vistoria, é necessário que o agente realize duas notificações prévias, em dias e horários alternados e marcados, num intervalo de dez dias.

A mobilização nacional para o enfrentamento ao Aedes conta, atualmente, com mais de 300 mil profissionais em ação. São 266,2 mil agentes comunitários de saúde e 46,5 mil agentes de controle de endemias, além de aproximadamente 2 mil militares, no combate ao vetor. Durante as visitas, eles procuram por focos, orientam os moradores à prevenção do mosquito e, ainda, aplicam larvicidas, quando necessário. A orientação é para que esse grupo participe, inclusive, na organização de mutirões de combate ao mosquito em suas regiões.

Para o governo federal, a melhor forma de combater o Aedes aegypti é impedir o seu nascimento. Por isso, diversas medidas estão sendo preparadas para ampliar o combate ao mosquito. Neste sábado (13) será realizada uma grande ação nacional de educação em saúde, com 220 mil militares das Forças Armadas, junto com profissionais dos estados e municípios, indo às ruas orientar a população. A mobilização acontecerá em mais de 350 municípios de todas as unidades da federação.

Sala de situação

Em resposta à declaração Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, o Governo Federal instalou a Sala Nacional de Coordenação e Controle do Aedes aegypti e para o Enfrentamento à Microcefalia para gerenciar e monitorar a intensificação das ações de mobilização e combate ao mosquito. Coordenada pelo Ministério da Saúde, a Sala Nacional é composta pelos ministérios da Integração, da Defesa, do Desenvolvimento Social, da Educação e da Secretaria de Governo da Presidência da República, além de outros órgãos convidados. Todos os estados e o Distrito Federal instalaram suas salas de situação e estão desenvolvendo ações de mobilização e combate ao mosquito.

Microcefalia 

Até o dia 30 de janeiro, o Ministério da Saúde e os estados investigam 3.670 casos suspeitos de microcefalia em todo o país, 76,7% dos casos notificados. Ao todo, 404 casos já tiveram confirmação de microcefalia e/ou outras alterações do sistema nervoso central, sendo que 17 com relação ao vírus Zika. Outros 709 casos notificados já foram descartados. No total, foram registrados 4.783 casos suspeitos de microcefalia relacionada com algum agente infeccioso causador de malformação congênita.

 

Da Redação
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Em Teresina, mais de mil militares do Exército vão às ruas combater o Aedes aegypti

O dia "D" nacional de combate ao mosquito transmissor da dengue, febre chikungunya e do zika vírus, acontece neste sábado (13). Desta vez, para juntar forças com órgãos governamentais, 220 mil homens das Forças Armadas foram convocados para a missão e atuarão, nesta etapa, repassando informações para conscientizar a população. 

"O Exército está engajado nessa campanha nacional contra o mosquito. Estamos considerando isso uma guerra e chamamos a população para juntar esforços com o Exército Brasileiro. Se a população, efetivamente, participar desta campanha, o Piauí será muito mais forte que o mosquito", disse coronel Luís Cláudio Patrício, chefe da 26ª Circunscrição Militar.

Em entrevista ao Notícia da Manhã, o militar ressalta que será mobilizado o maior número de efetivo dos quartéis para aprofundar o nível de conscientização. Somente em Teresina, a tropa será formada por 1.200 homens. Durante o dia "D" serão distribuídos panfletos nos bairros.

"Na semana seguinte estaremos erradicando os focos do mosquito Aedes aegypti e na última semana visitaremos as escolas, porque entendemos que os alunos são pessoas eficientes para transmitir estas informações para os familiares e comunidade. Se o mosquito pode matar, nós como cidadãos temos o dever de não deixar ele nascer", ressalta o coronel. 

No Piauí, o Exército atuará nas cidades de Bom Jesus, Piripiri, Parnaíba, Picos, Campo Maior, Floriano, Canto do Buriti e Teresina, totalizando oito municípios. No Estado, o número de casos de microcefalia supostamente relacionados com infecções por zika vírus subiu de 103 para 112. O aumento foi de 8,7% em apenas cinco dias. Os casos referem-se até o dia 7 de fevereiro e foram notificados em 42 municípios. 


Graciane Sousa
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Ministério da Saúde confirma terceira morte por zika no país

O Ministério da Saúde confirmou a terceira morte provocada pelo zika em adultos no Brasil. A paciente, uma jovem de 20 anos do município de Serrinha, foi internada em 11 de abril no Hospital Giselda Trigueiro, em Natal, no Rio Grande do Norte, com queixas respiratórias e morreu 12 dias depois. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na época, médicos suspeitaram que a morte poderia estar relacionada à dengue grave, mas exames foram inconclusivos. Diante do aumento de casos de zika registrados no país no ano passado, o Instituto Evandro Chagas decidiu fazer uma nova análise do material, encontrando, desta vez, confirmação para a infecção por zika.

O achado, considerado de extrema importância por autoridades sanitárias, foi levado à Organização Mundial da Saúde (OMS). Embora não seja o primeiro diagnóstico de morte por zika, o terceiro caso traz mostras mais robustas de que a doença pode levar a quadros mais graves do que inicialmente se imaginava. Não apenas para bebês infectados no período da gestação, mas para adultos que, até então, não apresentavam problemas graves de saúde. 

— Vamos percebendo um espectro mais amplo da doença, com maior gravidade — afirmou o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch. 

Informações obtidas até o momento mostram que a jovem tinha quadro normal de saúde até a infecção.

As mortes registradas no Brasil em razão do vírus são as primeiras no mundo. O primeiro paciente a ter óbito por zika era um homem do Maranhão. O resultado, divulgado em novembro, foi analisado com cuidado por causa das condições do paciente. Ele apresentava lúpus, uma doença que pode se complicar de forma expressiva quando o organismo é infectado por bactérias ou por vírus, como o zika. 

No segundo caso, confirmado dias depois, a paciente, também uma jovem, não tinha até a infecção problemas graves de saúde. Os primeiros sintomas apresentados foram dor de cabeça, náuseas e pontos vermelhos na pele e nas mucosas em setembro. Ela morreu no fim de outubro.

 

Orientação

Maierovitch avalia que o fato de a terceira paciente ter apresentado problemas respiratórios não é suficiente, por si só, para que médicos investiguem infecção por zika quando queixas semelhantes surgirem. 

— Mas a morte confirma a necessidade de que médicos tratem pacientes com suspeita de zika com muita atenção — avalia. 

O diretor do Ministério da Saúde afirma não haver ainda uma hipótese para explicar o fato de zika poder levar pacientes adultos — e sem histórico de doenças — à morte. 

— Essa é mais uma pergunta das inúmeras que ainda precisam ser respondidas sobre o zika — completa.

 

Fonte: Estadão

PI registra 112 casos de microcefalia; maioria dos bebês é do sexo feminino

O número de casos de microcefalia supostamente relacionados com infecções por zika vírus subiu de 103 para 112 no Piauí. O aumento foi de 8,7% em apenas cinco dias. Os casos referem-se até o dia 7 de fevereiro e foram notificados em 42 municípios. 

A Secretaria da Saúde do Piauí e o Ministério da Saúde investigaram 75 casos de microcefalia no Estado, de 25 de janeiro a 3 de fevereiro. Desses, 40 casos (53%) são residentes em Teresina e quatro (5%) pertenciam a outros estados (Maranhão e Paraíba). A investigação apontou ainda que:

- 34 (45%) foram confirmados para microcefalia relacionada a processo infeccioso;
- 20 (27%) foram descartados;
- 21 (28%) permanecem em investigação.

Os dados apresentam ainda que a idade média da mãe é de 23 anos, variando de 14 a 42 anos, e que mais de metade (60%) teve parto normal. O perímetro cefálico(PC) médio é de 30 cm, variando de 22 a 33cm. A maioria - 66% dos casos - é de recém-nascidos do sexo feminino.

Municípios que notificaram os 112 casos de microcefalia relacionados a processo infeccioso:
Teresina – 52
Parnaíba – 9
José de Freitas – 3
Altos, Esperantina, Porto, Murici dos Portelas, Demerval Lobão, Beneditinos, Barras, Cristino Castro, João Costa – 2, cada município

Cocal, São Félix, Ribeiro Gonçalves, Luís Correia, Guaribas, União, São Raimundo Nonato, Simplício Mendes, Campo Maior, Oeiras, São Pedro, Barro Duro, Batalha, Castelo, Curralinhos, Guadalupe, Jurema, Simões, Paes Landim, Floriano, Piripiri, Nossa Senhora de Nazaré, Nossa Senhora dos Remédios, Picos, São João do Piauí, São João da Serra, Luzilândia, Palmeirais, Betânia e Fatura – um, cada município

Mobilização Nacional: Dia 13 de Fevereiro

O Governo Federal, em parceria com estados e municípios, convoca toda a sociedade para mobilização no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, Zika e chikungunya. As ações de mobilização serão realizadas no dia 13 de fevereiro e terá reforço das Forças Armadas, que colocarão cerca de 237 mil militares nas rua do país.

No Piauí, serão contemplados os municípios de Piripiri, Campo Maior, Picos, Bom Jesus, Canto do Buriti, Floriano e Parnaíba, com a presença de mais de 1850 militares. Os militares farão a distribuição de material com orientações para que a população se informe e se engaje no combate ao mosquito. Os panfletos serão distribuídos para aproximadamente três milhões de residências, quando também será incentivado que os moradores denunciem os focos onde hajam proliferação do Aedes aegypti. 

Jordana Cury
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Laboratório francês espera testar vacina contra Zika

O laboratório francês Sanofi anunciou nesta terça-feira que espera iniciar "em um ano" testes clínicos que lhe permitam desenvolver uma vacina contra o zika vírus, que poderia estar pronta em três anos.

A declaração do diretor-geral do Sanofi, Olivier Brandicourt, aconteceu durante a apresentação dos resultados anuais do grupo, que em 2015 obteve um lucro líquido de 7,37 bilhões de euros (7,7% a mais que um ano antes) e um faturamento de 37 bilhões de euros (2,2% a mais em dados comparáveis aos de 2014).

"Estaríamos praticamente preparados para iniciar um teste clínico em um ano", declarou Brandicourt, que advertiu que uma eventual vacina não estaria pronta antes de três anos.

O grupo francês espera encurtar os prazos frequentes aproveitando as tecnologias e infraestruturas que já desenvolveu para a vacina contra a dengue, a Dengvaxia, um vírus da mesma família que o do zika.

"Averiguaremos se há uma imunidade cruzada entre os dois vírus, o que seria uma boa notícia", acrescentou o diretor-geral do Sanofi sobre um vírus que aparentemente é responsável por um elevado número de casos de microcefalia, o que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) representa uma emergência de saúde pública em nível internacional.

Os Estados Unidos anunciaram ontem que destinarão US$ 1,8 bilhão à prevenção do zika vírus, particularmente estendido na América Latina, enquanto a Agência Europeia do Medicamento criará um comitê de especialistas para acelerar a pesquisa sobre o vírus.

"Contamos muito com a colaboração de Europa e Estados Unidos" dado que os testes clínicos do zika "podem ser muito onerosos", ressaltou o responsável de pesquisa do Sanofi, Elias Zerhouni.

O laboratório francês investirá de maneira imediata "vários milhões de euro" para a fase de pesquisa prévia aos testes clínicos.

Fonte: Terra

Infectologista esclarece sobre mensagens nas redes sociais do Zika Vírus

O infectologista Kelson Veras esteve no Jornal do Piauí nesta segunda-feira(08) para tirar dúvidas sobre informações que estão surgindo nas redes sociais sobre o Zika Vírus. Confira o que é mito e o que é verdade, segundo o médico:

1. Zika Vírus era resultado de vacinas vencidas contra a rubéola?
MITO. “Uma tentativa de desestimular as mães de uma coisa que faz enorme bem às crianças. Essa é uma mentira deslavada com intenções bastante maldosas”, destacou. 

2. Crianças de um a sete anos e idosos estão apresentando sequelas do Zika Vírus quando infectado?
MITO. Segundo o médico, só consegue causar danos neurológicos no feto com poucas semanas de gestação e também é possível que uma resposta imunológica contra o vírus se direcione por engano ao sistema nervoso, causando a síndrome de Gullan-Barré, mas pode ser não só pelo Zika e sim várias doenças infecciosas. 

3. Fluidos corporais: saliva, sêmen podem transmitir o Zika Vírus, ou seja, através do beijo, do ato sexual?  
Ainda em estudo. “O que nós temos comprovado são dois casos nos Estados Unidos de pessoas que foram infectadas em trabalhos de pesquisa com o Zika e por relação sexual passaram para suas esposas. Um vírus que é capaz de infectar uma mulher grávida, se disseminar pelo sangue e chegar até a criança que está em gestação, portanto é possível que pelo sangue chegue a secreções corporais, mas não será a forma principal de transmissão. Ele é adaptado para ser transmitido por mosquito”, ressalta. 

4. Mulheres lactantes com sintoma de Zika devem parar de amamentar?
NÃO. “Mesmo havendo a possibilidade, ainda não comprovado, de transmissão pelo leite materno, os benefícios para a criança excedem enormemente qualquer problema banal que o vírus possa causar numa criança já nascida”.

5. Mulheres que já tiveram Zika antes de engravidar, numa gestação pode ter alguma sequela?
NÃO. “Uma vez a mãe tendo tido Zika antes da gestação, ela não terá mais o vírus na sua circulação, portanto a criança que gerar, futuramente não terá problema”. 

6. Quem teve Zika não se repete?
Provavelmente NÃO. É o que se sabe até agora e creio que será confirmado isso sim.

7. Repelente funciona contra o mosquito?    
SIM. “Comercializados em farmácias são os recomendados, mas, após determinado tempo perdem a eficácia. Não é 100%, mas é o recomendável para minimizar a transmissão”. 

8. Tem estudo de vacina?
SIM. “Está em estudo, uma vacina que não seja tão difícil já que é apenas um tipo de Zika e costuma ser mais fácil de sintetizar, mas é algo para um horizonte muito distante, de cinco anos pelo menos”. 

9. É possível que tenha vírus e ele não se manifeste?
SIM. “Os pesquisadores afirmam que 84% das pessoas com Zika Vírus não vão manifestar nenhum sintoma”. 

10. Isso pode acontecer com gestantes e mesmo assim o feto ser infectado e causar microcefalia?
SIM. “Uma gestante se encontra muito bem, não está sentindo nada, mas ela esteja infectada pelo Zika e poderá transmitir vírus para a criança e esta vir a ter microcefalia”. 

11. Quais as sequelas que uma criança de 10 meses pode ter ao contrair o Zika?
Nenhuma. “Uma infecção benigna. No máximo uma empolação pelo corpo, com manchas vermelhas que coçam muito e sem nenhuma sequela posterior”. 

12. Vírus chegou quando no Brasil?
“Provavelmente junto com uma comissão de fieis das Ilhas Polinésias que vieram ao Brasil na Jornada Mundial da Juventude em 2013, essa delegação trouxe o vírus para o Brasil”.  

13. Qual a diferença entre sintomas da Zika e da Dengue?
Zika – quando há sintomas, que é minoria, começam com empolação por todo corpo que coçam muito e tem apenas uma sensação febril e pode sentir dor pelo corpo. 
Dengue – começa subitamente com febre elevada, muita dor no corpo e apenas a partir do quinto dia é que aparecem essas manchas no corpo, em alguns momentos.

“Mães fiquem tranquilas. As crianças já nascidas não correm risco de doença neurológica sequelar grave associada ao Zika Vírus. Esse problema se restringe aos primeiros meses de formação do feto na gestação”, ressalta o infectologista.

 

Caroline Oliveira
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Dilma deve convocar reunião sobre zika para Quarta-feira de Cinzas

A presidente Dilma Rousseff deve convocar para o próximo dia 10, Quarta-feira de Cinzas, em Brasília, reunião com ministros do governo para voltar a discutir ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus zika. A presidente viajou nesta sexta-feira a Porto Alegre para passar o carnaval e deverá retornar a Brasília entre terça e quarta-feira.

O vírus é apontado pelo governo brasileiro como o responsável pelos casos de microcefalia que têm sido registrados em recém-nascidos desde o fim do ano passado no país. A Organização Mundial de Saúde (OMS) chegou a decretar estado de emergência em saúde pública internacional em razão desses casos.

Mesmo sem confirmação oficial, alguns ministros como Jaques Wagner (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social) já estão se preparando para retornar a Brasília a tempo de participar da reunião com a presidente.

Ao longo das últimas semanas, a presidente convocou reuniões semanais com integrantes do alto escalão do governo para discutir ações contra o zika.

Entre as decisões que saíram desses encontros, estão o pagamento do Benefício de Prestação Continuada (equivalente a um salário mínimo) às famílias que tiverem crianças diganosticadas com microcefalia; a distribuição de repelentes para grávidas que recebem o Bolsa Família (cerca de 400 mil mulheres); e a atuação de militares das Forças Armadas no dia nacional de mobilização contra o mosquito.

Mobilização nacional contra o vírus

Nesta quinta (4), Jaques Wagner enviou a todos os ministros, secretários-executivos das pastas e a presidentes de empresas públicas autarquias e fundações federais, ofício no qual os convocou a participar, no próximo dia 13, da mobilização nacional contra o vírus. Ele também enviou carta aos integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social pedindo que eles também estejam na mobilização.

No dia 13, cerca de 220 mil militares das Forças Armadas estarão em 356 municípios do país para tentar erradicar os criadouros do mosquito Aedes aegypti, responsável por transmitir o zika.

Além dos militares, participarão da operação nacional representantes dos governos estaduais, municipais e agentes de combate a endemias.

Nesta quarta (3), a presidente Dilma Rousseff fez pronunciamento na cadeia nacional de rádio e TV no qual disse que a "guerra" contra o Aedes é "complexa" e exige o engajamento de toda a sociedade. Ela já vem dizendo em seus discursos que, enquanto não há vacina contra o zika, a população precisa eliminar os criadouros do mosquito.

De acordo com o Ministério da Defesa, os militares distribuirão no dia de mobilização material impresso com orientações para a população sobre como combater os criadouros do Aedes aegypti que, além de transmitir o zika, também transmite os vírus da dengue e da febre chikungunya.

A pasta informou que a meta do dia de mobilização é visitar três milhões de residências em 356 cidades do país.

"Para a distribuição do efetivo das Forças Armadas, nessa fase de mobilização, foram considerados os municípios com maior incidência das doenças transmitidas pelo mosquito e os que contam com organizações militares instaladas", explicou o ministério.

 

Fonte: G1 

Governo do Estado e Forças Armadas farão Dia D de combate ao Aedes aegypti

O Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Saúde, irá promover em parceria com as Forças Armadas, o Dia Nacional de Mobilização contra o mosquito Aedes aegypti, que será realizado no dia 13 de fevereiro, em todo o país. 

No Piauí, a atividade será realizada nos municípios de Piripiri, Campo Maior, Picos, Bom Jesus, Canto do Buriti, Floriano e Parnaíba, com a presença de mais de 1.600 soldados, por serem consideradas endêmicas pelo Ministério da Saúde.

A ação prevê 220 mil homens e mulheres, sendo 160 mil do Exército, 30 mil da Marinha e 30 mil da Força Aérea.

Durante o Dia D, os militares irão distribuir material educativo com orientações sobre o combate ao mosquito transmissor da Dengue, Zika Vírus e Chikungunya.  A campanha deverá atingir cerca de três milhões de residências. 

A superintendente de Atenção a Saúde da Sesapi, Cristiane Moura Fé, destacou que é preciso a participação de todos no combate ao vetor.  “É de extrema importância a participação de todos, precisamos eliminar qualquer tipo de focos do mosquito e essa é hora da participação de todos”.

 

Da Redação

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Cientistas querem cancelar Olimpíadas por causa da zika

O alto número de contaminação pelo vírus zika pode comprometer os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. No início dessa semana, os cientistas norte-americanos Arthur Caplan e Lee Igel publicaram uma coluna na revista Forbes pedindo o cancelamento dos jogos. Segundo eles, a realização das Olimpíadas seria um ato de "irresponsabilidade". 

“Quem vai ao Rio no meio dessa epidemia do zika vírus? Não as mulheres jovens, que podem engravidar e correr o risco de ter um bebê com deficiência. Não um homem com uma vida sexual ativa, que pode correr o risco de transmitir a doença para sua parceira. Talvez apenas os atletas, técnicos e outros membros das delegações dos países irão viajar ao Rio”, escrevem.

Caplan é chefe da divisão de ética médica no Centro Médico de Langone, na Universidade de Nova York. Já Igel é professor da mesma universidade e um pesquisador especializado em tomada de decisões e comportamento no trabalho em negócios do esporte. 

O artigo também cita que os atletas vão querer participar da Olimpíada de qualquer jeito, mas o Comitê Olímpico Internacional (COI) não deveria permitir, e sim "colocar a segurança em primeiro lugar". "A imprensa só vai noticiar sobre mosquitos e deficiências de nascimento", previu o texto. Os autores encerram dizendo que o COI precisa adiar os Jogos ou cancelá-los por completo diante de uma "séria ameaça à humanidade".

Na segunda (1º), a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a microcefalia como uma emergência internacional e recomendou  que os governos de todo o mundo adotem uma política de vigilância máxima. 

O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, disse que não há a possibilidade de cancelarem as Olimpíadas do Rio em agosto devido à gravidade do problema.  "A mobilização não é por conta das Olimpíadas. É por conta de um problema grave de saúde pública", enfatizou. 

Jordana Cury
com informações do Jornal de Brasília e do Uol
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Pesquisadores alertam sobre riscos do chá do pinhão roxo

Os pesquisadores que descobriram no pinhão roxo a propriedade larvicida capaz de matar as larvas do mosquito Aedes aegypti alertam para o perigo do uso indiscriminado da planta dentro de casa. Segundo a professora da Uespi Francielle Martins, doutora em genética e melhoramento de plantas, ainda não está concluído o estudo que verifica a toxidade do pinhão roxo para o meio ambiente, inclusive para os seres humanos.

“Do mesmo jeito que é tóxico para o mosquito, pode ser para a gente. Precisamos aprofundar os estudos, buscar uma dose que seja nociva o suficiente para matar a larva, mas que não seja tóxica para o meio ambiente”, esclarece Francielle, que juntamente com o estudante Rafael Silva, comandaram a pesquisa, que é pioneira no país. 

Entenda a pesquisa

Eles coletaram ovos do mosquito e amostras das plantas Jatrophamolíssima (pinhão-bravo), Jatrophacurcas(pinhão-manso) e Jatrophagossypiifolia (pinhão-roxo) – essa última é facilmente encontrada em Teresina. Das plantas, eles extraíram o óleo das sementes, o látex e o chá das folhas. “Verificamos que, depois de analisar essas larvas frente a diferentes concentrações de cada um desses materiais, o chá feito das folhas do pinhão roxo foi o mais tóxico. Esse foi o mesmo resultado visto no nossa ‘solução-mãe’, na qual colocamos a concentração do larvicida Diflubenzuron, utilizado pela prefeitura”, explica a cientista. 

Segundo os pesquisadores, o chá que obteve o melhor resultado foi feito da forma mais comum possível – a folha foi seca, triturada no liquidificador, de onde surgiu o pó. Depois, a água foi fervida com uma concentração de 100mg do pó por mililitro de água. Após esse procedimento, o chá foi abafado, agitado por 5 minutos e deixado na geladeira por 48 horas, quando então foi colocado em todos os locais possíveis de acumular água – uma forma caseira e simples de prevenir a proliferação do mosquito, mas que ainda está sendo estudada. 

Em entrevista ao Jornal do Piauí desta sexta-feira (5), Francielle e Rafael afirmaram que também estão analisando as plantas pinhão bravo e pinhão manso. "Tínhamos uma preocupação grande e não poderíamos ficar parados diante dos riscos que o mosquito traz", completou a pesquisadora.

Jordana Cury
[email protected]

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